Trabalho de base e a organização popular para a luta contra a expropriação capitalista

Trabalho de base e a organização popular para a luta contra a expropriação capitalista

Por Arkx Brasil, Alejandro Acosta e Ricardo Guerra

A atual conjuntura política apresenta um cenário muito difícil e complicado de atuação:

  • Os movimentos de massas tradicionais encontram-se completamente fragilizados;
  • E os mecanismos de contenção social estão se fortalecendo por medo do desemprego e da atuação de uma “esquerda” (oportunista e reacionária), que segue atuando como colchão de controle em benefício dos interesses dos grandes capitalistas.

Sob o ponto de vista da luta do movimento de massas há uma grave crise – que torna-se ainda mais dramática – porque as direções das principais organizações de massas foram tomadas por arrivistas pequeno burgueses, que hoje são totalmente controlados pela burguesia e pelo imperialismo – agindo a serviço do massacre do povo brasileiro.

A crise do regime político expressa a crise do capitalismo mundial, que é a mais profunda da história:

Diante desse cenário, mobilizar e organizar o trabalho de base e o movimento de educação política popular – a partir dos locais de moradia, convivência e trabalho – é uma tarefa mais que necessária e urgente:

  • Um aspecto fundamental nesse processo é o mapeamento das iniciativas já existentes em cada local;
  • E conversar com outros trabalhadores, moradores, lideranças, etc, para saber se existe algum tipo de mobilização (tais como conselhos e associações) é o primeiro passo.

O mapeamento dessas experiências populares contribui não só para a construção das estratégias a serem adotadas, de forma a minimizar erros e fortalecer iniciativas, mas, principalmente,  concorre para a criação de espaços mais eficientes de comunicação e formação política para a luta de classes.

Além disso, pensando no grande desafio que é a continuidade no processo de construção de um cenário permanente de participação e mobilização popular, é muito importante:

  • Construir estratégias para que todos sejam envolvidos e estejam realmente engajados nas ações e encaminhamentos realizados;
  • De forma que a consciência de classe possa realmente aflorar e a educação política acontecer, em um ambiente repleto de significação na vida das pessoas.

A prática da solidariedade, é o elo que vai dar liga a todo esse processo, e também é a condição principal para que o trabalho de base perdure, frutifique e possa ter continuidade:

  • Ações para resolver problemas comuns, coletivos e/ou individuais, como bater laje em conjunto, organizar horta coletiva, lutar por saneamento, por ponto de ônibus na comunidade ou pela viabilização de espaços de lazer, etc, significam dar vida aos debates políticos através da prática;
  • As rodas de conversas e a divulgação das ações dos grupos de mobilização nos locais de moradia e trabalho – através de murais, jornais, rádios, criação de blogs, sites e afins – não devem perder a importância;
  • Afinal de contas, esses espaços, além de possibilitar a divulgação das atividades, são uma ótima forma de registrar as realizações e de mobilizar mais gente no processo de educação política;
  • Mas é a prática da ação conjunta e solidária que vai dar vida, encaminhamento e continuidade a todo o trabalho de formação nas bases.

Construir uma sociedade pautada na justa distribuição da riqueza socialmente produzida, baseada numa nova base material, passa pela formação do homem novo:

  • Para isso, as formas de organização coletiva precisam ser distintas das que atualmente vigoram no capitalismo e a ideia que se tem de Comunismo não pode ser pautada numa perspectiva de promessa para o futuro;
  • Essa ideia precisa ser vivenciada no dia-a-dia, em cada luta concreta, para as quais se exige a construção dos laços da solidariedade;
  • A ação concreta, organiza e mobiliza muito mais as pessoas do que os debates políticos. Portanto, a luta política não deve ser separada do cotidiano.

Tecer laços de solidariedade a partir da ação concreta, coletiva e organizada nos locais de moradia, produção e convivência é o embrião de um novo modo de produção – fundado em relações sociais igualitárias:

  • As leituras, os debates e os grupos de estudos ajudam muito;
  • Mas não podemos perder de vista que é a prática solidária que vai conferir vida e dar significação ao trabalho de base.

No meio de todo esse processo, não podemos esquecer, que num mundo permeado pela tecnologia digital, não é possível negligenciar a alta visibilidade que a web nos dá e como esse elemento pode se constituir num plus, um elemento a mais a ser utilizado:

  • Mesmo sabendo que as redes sociais, são um ambiente no qual o Capitalismo mercantiliza a comunicação, esse aspecto não pode ser desprezado;
  • Não há como escapar desta armadilha sem compreender a comunicação como infraestrutura fundamental dos movimentos.

Sob esta perspectiva, o espaço para influencers também precisa ser pensado e repensado, mas sempre na perspectiva da prática da solidariedade:

  • Cabe a comunicação conferir visibilidade recíproca às lutas, gerando condições para sua interconexão em rede;
  • Mas sempre em contato estreito com as ações concretas da vida das pessoas.

Enfim, o desenvolvimento da situação política exige a formação de um pólo popular alternativo de resistência – contra o massacre do povo brasileiro e dos povos latino-americanos – a partir da organização das bases:

  • Elevando o conhecimento da população para a luta política;
  • Dialogando com os trabalhadores nos locais de trabalho, convivência e moradia;
  • Articulando suas experiências adquiridas;
  • E promovendo a consciência de classe e a organização e mobilização popular para a luta contra a expropriação capitalista, num contexto de solidariedade e orientado para a formulação de diretrizes para a emancipação coletiva.

Faz parte desse processo, a caracterização clara e objetiva da conjuntura política atual, principalmente estabelecendo-se uma linha de atuação prática para lutar contra o desmonte da nossa legislação trabalhista, lutar contra o desemprego imposto pelo golpismo, lutar contra a terceirização, o subemprego e a crise econômica geral, e lutar contra a vergonhosa entrega do patrimônio nacional promovida pelas privatizações.

Mas, é preciso ter claro, que qualquer forma de comunicação e de trabalho orientada para a mobilização e a organização popular será vazia, sem a vivência prática que lhe dê significação:

  • Ser militante, antes de qualquer coisa, representa um modo de viver – de conviver em sociedade;
  • E é a luta diária/concreta da vida das pessoas o ambiente onde a configuração de uma aliança solidária para a construção de uma nova sociedade pode e deve avançar. 

O Estado burguês precisa ser superado e a derrubada do capitalismo implica numa revolução social de massas, que efetivamente destrua esse modelo de Estado que defende os interesses da burguesia – dos grandes capitalistas – pela força.

O papel dos revolucionários é organizar e mobilizar a luta das massas, que neste momento entram em movimento por causa da pressão da crise do sistema capitalista – que torna a existência do capitalismo cada dia mais impossível.

Levante ! Organize-se! Lute!
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