Revolução ou sabotagem imperialista
Cazaquistão: Funk ou rock and roll?

Revolução ou sabotagem imperialista

Nos últimos dias, o Cazaquistão, que é a principal república da Ásia Central, viu acontecer enormes revoltas nas ruas como resposta ao grande aumento dos combustíveis decretado pelo governo. Após a escalada dos protestos, o governo recuou, mas os protestos aumentaram e apareceram a exigência da saída do governo. 

Quando o presidente Kassym-Jomart Tokayev exigiu a renúncia do governo, apareceu a exigência a saída do presidente e a retirada total de cena de Nursultan Nazarbayev, que tinha ficado no poder durante três décadas, até 2019, quando protestos, menores que os atuais, obrigaram à mudança.

O governo do Cazaquistão decretou o estado de emergência. Pelo menos três mil pessoas teriam sido presas.
Protesto dia 5 de janeiro

A imprensa burguesa ligada ao imperialismo empreendeu a campanha de que se trataria de uma revolta popular contra o regime opressor aliado do governo da Rússia, um dos participantes do OTSC (Organização do Tratado de Segurança Coletiva), junto com a Rússia, Armênia, Bielorrússia, Quirguistão e Tajiquistão. A Rússia para controlar a desestabilização nas suas fronteiras despachou por volta de 4.000 soldados ao Cazaquistão, via OTSC.

As fronteiras em comum, Cazaquistão-Rússia, somam sete mil quilômetros; em torno de 20% da população tem origem russo e mais de 51% fala russo. As bases militares de Baikonur e a de Vostochny são utilizadas para as atividades aeroespaciais, o controle de aparelhos não tripulados e para o lançamento de mísseis de longo alcance.

A imprensa ligada ao governo russo e aliados tem apresentado os acontecimentos como uma “revolução colorida” promovida pelo imperialismo, que se soma às crescentes provocações na Ucrânia, que fazem parte da mesma política que escalou as provocações em Taiwan. A isto devemos adicionar o contexto político geral, a aceleração da crise capitalista mundial, para termos uma caracterização que contemple os aspectos centrais da luta de classes.

Clique na imagem e saiba mais sobre os levantes populares no Cazaquistão

De acordo com as declarações oficiais do presidente do Cazaquistão do dia 6 de janeiro, haviam 20 mil terroristas participantes de células dormentes que teriam acordado para promover a revolta.

Essa revolta seguiria os mesmos moldes da “revolução laranja” de 2004 na Ucrânia, o Euromaidan no mesmo país em 2014, as “revoluções coloridas” de 2007 e 2010 no Quirguistão, na Geórgia em 2007, na Armênia há dois anos, e agora no Cazaquistão.

Manifestantes atearam fogo no prédio da administração municipal em Almaty, a maior cidade do Cazaquistão, no dia 5 de janeiro

A ação de ONGs como extensão direta dos aparatos centrais do imperialismo ficam explícitos no documento “Extending Russia/ Competing from Advantageous Ground” da Rand Corporation, uma ONG baseada em Santa Mônica, Califórnia, disponível na Internet. 

Há também o próximo encontro entre a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a Rússia, que os setores mais direitistas do imperialismo tentam torpedear, pois ele foi provocado em cima da exigência da Rússia de conter a expansão da OTAN contra as fronteiras da Rússia.

Nos bastidores: a maior crise capitalista de todos os tempos

Conforme a maior crise capitalista de todos os tempos avança, a burguesia busca desesperadamente salvar-se da sua própria crise jogando-a sobre as costas e o sangue do seu contrário, os explorados.

O objetivo principal é aumentar o peso da crise sobre os trabalhadores e os povos oprimidos na tentativa de conseguir manter os lucros dos grandes capitalistas nas condições da crescente recessão.

O governo do Cazaquistão é tão opressor e corrupto como o são praticamente todos os governos no mundo hoje. Há a onipresença do onipresente ditador Nursultan Nazarbayev, que controla o país desde antes do fim da União Soviética; há a disputa entre os vários clãs; há o papel dos conselheiros estrangeiros, desde os russos até os norte-americanos que aconselharam retirar os subsídios ao gás e promover enormes aumentos de preços.

A disputa pelo controle do mercado mundial tem se acirrado. A burguesia de cada uma das potências imperialistas precisa mantê-lo e até aumentá-lo como condição de sobrevivência. 

O mesmo vale para a China e a Rússia que são potências regionais em disputa pelo controle do mercado mundial, em vias de transformar-se efetivamente em potências imperialistas, até para desviar a revolução dos próprios países. 

Lenin, o líder da revolução russa, disse: o imperialismo, a época da dominação dos monopólios, que se formaram em cima da fusão do capital industrial e do capital estrangeiro, é a época das guerras contrarrevolucionárias e do seu contrário, as revoluções.

As revoltas tendem a continuar estourando em cima do aprofundamento da crise capitalista e dos ataques da burguesia contra as massas. É óbvio que os vários setores da burguesia buscam desviar esses movimentos que tendem a estourar espontaneamente e ainda direcioná-los em contra dos demais setores rivais da burguesia. É a clássica política capitalista do salve-se quem puder que ainda deverá acelerar no próximo período por causa do aprofundamento da crise em direção a operações de guerra cada vez mais abertas.

A crise capitalista está longe de ter acabado. O que acontece agora é produto do período anterior, principalmente do colapso capitalista de 2008 que nunca foi fechado. 

Os volumes de capitais fictícios são obscenos e continuam aumentando sem parar enquanto a recessão aumenta. Todas as leis principais do capitalismo têm sido tensionadas muito conforme avança a crise.

O papel dos verdadeiros revolucionários passa por justamente organizar a luta dos trabalhadores e das massas, principalmente dos setores de frente. E para isso é necessário que seja separado o joio do trigo. Quem luta deve ser separado de quem é agente da burguesia e do imperialismo.Os revolucionários devem se agrupar em cima de bandeiras de luta que deem resposta aos problemas mais candentes colocados na situação política atual.

Levante! Organize-se! Lute!
A hora de Lutar é Agora!

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