Revolta dos Malês-25 de janeiro 1835

As revoltas e revoluções que aconteceram no Brasil foram apagadas pela historiografia oficial, o que foi reforçado pela “esquerda” oficial (que de fato hoje se transformou em parte da direita), a máfia sindical e a dos movimentos sociais que sequer pensam em qualquer tipo de luta real contra o massacre do Brasil.

Diante da retirada esculachada de direitos com a “reforma” previdenciária, a “reforma” trabalhista e a entrega do Brasil via “privatizações”, não foi organizada sequer um único protesto importante nos últimos três anos.

As carreatas que foram organizadas no sábado passado, 23 de janeiro de 2021, tinham como objetivo pressionar pelo impeachment de Jair Bolsonaro, sem falar uma única palavra sobre as verdadeiras causas do massacre do Brasil nem contra o Governo Bolsonaro de conjunto, que é controlado pelos generais, a alta burocracia estatal, as organizações de grandes empresários e pela Embaixada dos Estados Unidos. E pior ainda, não dizem nada sobre o novo governo dos senhores da guerra dos Estados Unidos que virá com o sangue nos olhos para nos arrancar até a última gota de sangue.

Dessa maneira, pretendem fortalecer a política da “frente ampla” para as eleições de 2022 onde entram todo tipo de inimigos do Brasil, contra Bolsonaro. Já foram feitos ensaios importantes nesse sentido em 2018 e 2022.

Os trabalhadores brasileiros, que têm sangue dos ancestrais que se revoltaram contra a tirania, devem se organizar independentemente das lutas eleitorais, dos oportunistas dos partidos políticos e construir a luta a partir dos locais de trabalho e moradia. Essa é a razão de ser de Gazeta Revolucionária.

O que foi a Revolta do Malês?

Revolta do Malês

Foi uma revolta principalmente de negros escravizados de origem islâmica. Eram conhecidos também como nagôs da Bahia. Seus descentes nascidos no Brasil eram chamados de crioulos. O levante ocorreu no dia 25 de janeiro de 1835 quando o Brasil era governado pela Regência que esperava a maioridade do filho de D.Pedro I que havia renunciado e voltado para Portugal em 1831.

Foi um período de diversas revoltas armadas no Brasil. Os negros eram trazidos da África em condições covardes, amontoados nos porões dos navios negreiros, chegando aqui eram vendidos para os donos de engenho de açúcar e eram explorados ao extremo.

Vivendo em condições piores até que de outros animais, os escravos não se conformaram com estas condições; as vezes grupos que falavam a mesma língua e eram de uma mesma região eram divididos em regiões diferentes do

Brasil. Negros e mestiços constituíam 78% da população e 63% dos escravos ainda eram nascidos na África.

Em Salvador, os escravos desempenhavam várias atividades, sapateiros, alfaiates, pedreiros e tinham mais liberdade de conversar uns com os outros e discutir a situação política em que se encontravam, eles também se reuniam eventualmente e foram nestes encontros que combinaram a revolta. A ideia era de fazer no dia 25 uma grande manifestação pelas ruas de Salvador, com incêndio em diversas partes da cidade para despistar a polícia. Iriam vestidos de abadá branco, símbolo dos mulçumanos (malês), às fontes públicas da cidade onde buscavam água; dali fariam uma passeata com vários grupos estrategicamente posicionados para aderirem ao movimento.

No entanto, no dia anterior, a notícia da revolta chegou ao prefeito da cidade que às 10 horas da noite reforçou todas as patrulhas pela cidade para prender qualquer suspeito, o que de fato aconteceu. Os revoltosos tentaram invadir a Câmara Municipal onde havia um escravo preso, mas com o reforço policial não foi possível. Vários levantes aconteceram em diversos pontos da cidade levando ao caos. O levante terminou quando o quartel da cavalaria conseguiu controlar a situação.

A repressão policial foi descomunal, diversos revoltosos foram presos, destes muitos deportados e 16 condenados à morte e quatro deles efetivamente fuzilados.

Embora a classe dominante tenha feito de tudo para apagar os registros desta revolta e de outras, existem relatos de que os malês queriam criar um estopim para uma rebelião generalizada onde poderiam tomar o poder e criar um governo próprio em Salvador, capital da província da Bahia.

A Revolta do Malês teve uma importância grande porque inspirou diversas outras revoltas de escravos pelo Brasil. Tanto é que o governo na Bahia e no Brasil tomou diversas medidas para reprimir ainda mais os negros, parte significativa deles foi obrigada a aderir ao cristianismo para ser menos perseguida. Contudo ficou aquela insegurança nas classes dominantes desde então, de que os negros poderiam desestabilizar a estrutura social da classe dominante.

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