A greve dos trabalhadores dos Correios, a maior greve da América Latina e a maior no Brasil desde 1995, foi derrotada. E aqui se abre uma “polêmica”. De quem é a responsabilidade? Seria das máfias sindicais que atuam nos Correios? Dos partidos políticos que estão extasiados com as eleições Bolsonaristas? Das centrais sindicais mafiosas? Ou os responsáveis seriam os próprios trabalhadores que são Bolsonaristas e não querem lutar? Neste episódio, buscamos esclarecer essas “dúvidas” trazendo à tonas alguns elementos, alguns deles não muito conhecidos do público leigo.

Quem quebrou a greve dos Correios?( Cap.06 episódio final)

Os convido a conhecer esta mafiosa história:

O que a máfia sindical fez para triunfar?

Resposta simples: nada!

A máfia sindical trabalhou para os trabalhadores perderem. E perderam tudo!

Nos Correios, há 36 sindicatos, 2 federações e uma associação que atua como federação.

Os sindicatos do Rio de Janeiro e São Paulo são controlados pela máfia mais patronal e assassina, a do PCdoB. Isto eu o posso afirmar por experiência pessoal já que por muito pouco não me assassinaram em 2012 (vejam “Dossiê dos Pelegos – Parte 3”).

A paralisação em São Paulo e o Rio de Janeiro esteve em torno a 20% dos trabalhadores. Os centros operacionais não foram paralisados.

Esses mafiosos levantaram a greve no mesmo dia do julgamento do Dissídio da Categoria pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), com votações virtuais fraudulentas.

Fraudes

Sintec-SP
Sintec-RJ

Em São Paulo, onde há 23 mil concursados e quase 20 mil terceirizados teriam sido 699 votos a favor e 679 contra.

No Rio de Janeiro, onde trabalham 15 mil concursados e mais de 10 mil terceirizados, foram 250 votos.

Essa farsa circense foi utilizada como desculpa para que a máfia capitaneada pela Articulação Sindical do PT, que controlam a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores da ECT), e secundada pelo PSOL, PSTU e grupos menores como a LPS de Minas Gerais, também levantassem a greve já que sem São Paulo e Rio de Janeiro não seria possível lutar.

Obviamente esses mafiosos não tiveram a brilhante ideia de esboçar uma simples crítica aos pelegos mais mafiosos do PCdoB. Até atuam em conjunto a serviço do Governo Bolsonaro. São Bolsonaristas.

Os trabalhadores dos Correios são Bolsonaristas?

Esta é uma pergunta interessante porque há uma campanha sobre alguns vídeos com trabalhadores apoiando a candidatura de Bolsonaro e até queimando bandeiras do PT.

Isso aconteceu por meio de armações realizadas pelas máfias do PCdoB, principalmente em São Paulo, os pelegos do PSTU e das chefias da ECT (Correios), inclusive os petistas.

O objetivo era criar um clima de desmoralização da Categoria e favorecer o avanço da privatização. Na época, buscavam acabar com o Plano de Saúde como efetivamente o conseguiram.

Essa campanha foi retomada pelo mega pelego e membro do PCdoB do Sintect-Rio de Janeiro, Ronaldão, cinco minutos antes dele quebrar a greve no Rio de Janeiro usando dos mesmos métodos que o PT usou para entregar a eleição a Bolsonaro.

Os trabalhadores dos Correios sofreram na própria pele a ditadura das chefias dos ex sindicalistas petistas assim como aconteceu em todas as estatais. A isso se somou que os sindicalistas do segundo time além de não dar conta do recado, se transformaram e ainda mais arrivistas que os do primeiro time que tinham se tornado chefes, parlamentares, assessores parlamentares ou burocrata do estado.

Os 150 mil sindicalistas que foram comprados nos governos Lula e o dinheiro fácil que jorrou dos ministérios para os movimentos sociais nos revelam a “fórmula mágica” para entendermos o apodrecimento total das direções políticas, dos movimentos sociais, das centrais sindicais e dos sindicatos hoje.

Hoje essas direções se transformaram abertamente em Bolsonaristas já que estão dispostas a ajudar o Governo Bolsonaro a massacrar o Brasil, contendo todas a greves e lutas, não convocando qualquer protesto e até ajudando a criar um muro de silencio contra a maior greve da América Latina, a dos Correios que durou mais de cinco semanas.

O Governo Bolsonaro é uma estrutura, onde Bolsonaro é a cara semi imbecil; o nome de quem o encabeça, o que não quer dizer que ele mande nas questões fundamentais.

O Governo é composto por generais, altos juízes (que ganham R$ 100 mil por mês e julgam os trabalhadores), altos burocratas, abutres capitalistas pérfidos.

Todos os partidos políticos agora são parte dessa estrutura que busca massacrar o Brasil. Portanto também são Bolsonaristas.

As direções mafiosas que existem hoje podem mudar?

Essa possibilidade está descartada de serem mantidas as condições materiais que as sustentam. O atrelamento ao estado e aos patrões; a corrupção com os recursos dos trabalhadores.

Neste momento, as direções dos partidos políticos, das centrais sindicais, das federações, de praticamente todos os sindicatos e da maioria dos movimentos sociais ajudam o Governo Bolsonaro a massacrar o Brasil.

E vamos ser concretos: o que importa não é discursinho fiado ou as lágrimas de crocodilo, mas a serviço de quem atuam na prática. E sempre que vocês queiram julgar alguém de verdade: sigam a trilha do dinheiro!

Algumas dicas sobre como funciona a máfia sindical

As máfias sindicais são burocracias apodrecidas que tomaram conta dos sindicatos, federações e centrais, e que os usam para negócios próprios. O mesmo vale para os movimentos sociais e partidos políticos.

Normalmente são um número muito pequeno de pessoas que reproduzem os esquemas de dominação da burguesia contra a maioria.

No caso dos sindicatos, normalmente há apenas duas, até no máximo três pessoas que controlam as secretarias que funcionam: a geral, a de finanças e às vezes a de assuntos jurídicos.

Muitas vezes o secretario de finanças nem sabe o que está assinando.

E como a máfia controla os aparatos?

Resposta: Como típicos pequeno burgueses; por meio do dinheiro.

O estado estruturou esse atrelamento criando mecanismos como o imposto sindical, a contribuição social e os descontos em folha. E controlando-os por meio do ex Ministério do Trabalho e a Receita Federal.

Num sindicato como o dos Correios de São Paulo, o imposto sindical superou os R$ 5 milhões anuais. No de Minas Gerais, foi de até R$ 1,5 milhão.

Além disso, havia o dinheiro da Contribuição Social, por volta de uns 20 a 30% desse valor. E as mensalidades descontadas em folha. Uma dinheirama com muitos abutres em volta.

Esse dinheiro, capaz de deslumbrar qualquer carteiro, foi desviado para gastos pessoais, para partidos políticos corruptos, para outros gastos “não estruturados” como sustentar o parasitismo de membros da família, outras empresas, contratar capangas etc.

A possibilidade de se tornar chefe ou parlamentar também exerce um alto papel de corrupção. Assim tudo o que implicar em subir na vidas às custas dos trabalhadores exerce um alto papel de corrupção material, muito além da consciência em abstrato. É um problema material.

Sempre atuaram com muitas operações em dinheiro vivo e com operações não contabilizadas.

Qualquer auditoria seria, na enorme maioria dos sindicatos, federações e em todas as centrais e partidos políticos, revelaria desvios obscenos. É com esse tipo de dossiês o Governo Bolsonaro mantém as direções penduradas e as tornou Bolsonaristas na prática. Isso explica a paralisia.

Além da roubalheira “tradicional”, as negociatas são inúmeras. Os departamentos jurídicos são utilizados para ações individuais e os mafiosos ganham um percentual dos advogados, que até chegam a receber salários dos sindicatos.

Há processos fake de um mafioso sindical contra o outro, geralmente por calúnia e difamação, e outros. Os resultados dos processos são divididos entre ambas as partes.

Um dos casos mais gritantes que eu pessoalmente conheço nos Correios é o do processo que o mega mafioso Rogério Ubini do Sindicato dos Correios de Ribeirão Preto promoveu contra o Sintect de Minas Gerais.

Ubine é amigo e colega do ex sindicalista e diretor dos Correios, hoje fugido, Manoel Cantoara. Ambos estiveram muito envolvidos com a corrupção do Postalis, o fundo de pensão dos trabalhadores dos Correios.

Ubine promoveu um processo contra o Sintect-MG que em 2017 já estava em R$ 1,5 milhão. Esses valores absurdos teriam sido atingidos porque a direção do Sindicato supostamente teria “esquecido” retirar uma matéria caluniosa contra “defensor dos trabalhadores” Rogério Ubini publicada no site do Sintect-MG, de autoria do PCO.

Em 2017, quando eu e outros companheiros estávamos em Minas Gerais, supostamente a direção do Sintect-MG teria tentado uma negociação, mas Ubine teria se mantido irredutível. E a direção do Sindicato não poderia fazer nada. Nem pressionar Ubini, nem levar o caso para a Categoria, para que a base de Minas Gerais se mobilizasse e ajudasse os trabalhadores da base desse sindicato a tomar esse Sindicato.

No mínimo um tanto “suspeito”.

O desfecho desta história mafiosa eu desconheço. Mas há muitas outras menores parecidas, não somente em Minas Gerais, mas em todos os sindicatos e organizações dirigidas por mafiosos.

Como os mafiosos controlam o resto das Diretorias e os trabalhadores em volta?

Este assunto valeria um capítulo a parte assim como a questão da corrupção financeira em geral. Algumas informações são mais ou menos confidenciais. Outras são de domínio público.

No geral, por incrível que pareça, os membros das diretorias conhecem a corrupção, mas são controladas por meio de pequenas regalias, tais como liberações do trabalho ou alguns pequenos favores, que podem incluir até favores sexuais. Às vezes, inclui também ameaças de vários tipos que amedrontam os mais fracos.

Eu mesmo tenho testemunhado pessoas até honestas, em princípio, que conhecendo fatos graves de corrupção contra os trabalhadores e mesmo tendo acesso à contabilidade de caixa dois com evidências conhecidas de roubo contra os trabalhadores, ao invés de romper com os mafiosos preferem adaptar-se. Fazendo de conta que tudo isso normal.

Para entender esses comportamento “estranho” é preciso entender que a burocracia hoje transformada em máfia Bolsonarista é um fenômeno social.

O movimento operário no Brasil e no mundo inteiro, ficou tão apodrecido desde a década de 1990 que roubar o dinheiro dos trabalhadores ou utiliza-lo em benefício próprio é considerado por muitos como algo normal.

Há um último exemplo que serve para ilustrar o problema das máfias. O caso de um acontecimento na greve dos Correios envolvendo a máfia do Sincotelba, o Sindicato da Bahia, ligado ao grupo do Rui Costa do PT. E ainda responsável por muitas operações mafiosas e a realização das recentes eleições quase secretas.

Esses mafiosos não queriam que os trabalhadores de Feira de Santana fossem a Brasília porque são oposição. Eles fretaram um ônibus executivo que saiu de Salvador com umas 20 vagas livres.

Perante este ataque, Gazeta Revolucionária emprestou aos trabalhadores de Feira um dinheiro para completar o custo de um micro ônibus para que pudessem realizar a viagem. Essa máfia petista tentou o tempo todo implodir a viagem dos trabalhadores de Feira, até ameaçando os trabalhadores da base de Feira.

O caráter mesquinho da máfia sindical é gritante. É uma luta desesperada para salvar os próprios carguinhos e privilégios; podendo vender a alma até ao Governo Bolsonaro para salva-los.

Lembramos que a nota fiscal do aluguel do micro ônibus saiu no nome do Sincotelba.

Nós do Gazeta Revolucionária, tomaremos as medidas necessárias para sermos ressarcidos pelo Sincotelba que não pertence a esses mafiosos ladrões, mas aos trabalhadores. Os trabalhadores devem impor a prestação de contas ampla e pública do Sindicato, do presidente, do secretario geral e de finanças.

Os sindicatos não são propriedades de mafiosos. Esses são cartórios estatais.

Precisamos de novas organizações de trabalhadores para lutar. Em relação aos sindicatos devem ser nacionais e fortes o que, no caso dos Correios, implica numa categoria com 1 a 2 milhões de membros.

Levante ! Organize-se! Lute!
A hora de Lutar é Agora!


 

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