O povo pernambucano tinha experiência de revoltas como a Revolução Pernambucana, a Confederação do Equador e a Revolta dos Mascates.
Os ideais liberais afloraram diante do conservadorismo na província. Com a escolha para o governo de um conservador, Antônio Chicorro da Gama, os liberais começam a conspirar. A sede do Partido Liberal ficava na Rua da Praia em Recife, onde era também produzido o seu jornal, o Diário Novo.
Lideranças políticas ligadas ao Partido Liberal depõem o governador da província e chegam a proclamar uma república em pleno governo de D. Pedro II. Em 1849 eles publicaram o “Manifesto ao Mundo”, influenciado pela “Primavera dos Povos”, que foram diversas revoluções burguesas liberais que aconteciam na Europa. Os revoltosos passaram a defender a expulsão dos portugueses e até mesmo comerciantes lusitanos que andavam pelas ruas eram agredidos.
Não foi um movimento que de início teve a participação do povo, mas na medida que começaram a participar trouxeram também suas pautas, como a abolição da escravidão e melhores nas condições de vida dos trabalhadores. Reivindicações que as lideranças da Revolução Praieira viam como muito radicais. Quando começaram a entram em cena as forças da repressão enviadas pelo governo central, a maioria das lideranças não organizaram nada para o enfrentamento e acabaram se escondendo. Assim terminou em 1850 a última grande revolta do Período Imperial.
Na Revolução Praieira aconteceu o que em geral acontece nos movimentos liderados pela burguesia e a pequena burguesia. Há um apelo popular, mas quando o povo participa e até morre lutando e coloca suas reinvindicações mais básicas, são traídos e abandonados por estas classes sociais. Temos visto isso nos dias atuais, querem que o povo participe apenas como eleitores para eles conseguirem seus carguinhos no Estado ou melhores condições nas negociações com o imperialismo; eles não têm a mínima intenção de levar até às últimas consequências qualquer reivindicação dos trabalhadores, dos quais eles têm muito mais medo do que as contradições com a grande burguesia imperial.
Os trabalhadores devem tomar em suas próprias mãos a organização e direção das lutas, se confiarem nos burgueses e seus agentes, que são falsos representantes dos trabalhadores, só irão sofrer derrotas.