Transformar uma tática em estratégia, portanto transforma-la num meio de luta em permanente, representa um gravíssimo erro que é cometido por todos os agrupamentos oportunistas.

Sobre a Luta Revolucionária

Política Revolucionária e Política Sindical

1. A teoria deve estar ligada à construção do partido operário revolucionário. A burocracia sindical e a esquerda oportunista, que são movimentistas, transformam o espontaneísmo em método.
A ideologia sindical encarna a ideia das reformas, dentro dos marcos do regime burguês. Mas a fase do imperialismo, e mais ainda após o colapso capitalista de 2008, acabou com a possibilidade de reformas.
Até a existência de sindicatos independentes desapareceu (a menos que sejam dirigidos por partidos revolucionários) dado que as empresas agora são tão grandes que uma grande greve poderia se transformar rapidamente numa insurreição.

2. A teoria revolucionaria é fundamental porque os trabalhadores por suas próprias forças não conseguem avançar além da luta sindical. Por esse motivo, tudo o que rebaixe a ideologia socialista, fortalece a ideologia burguesa que a impõe por causa do poder do capital.

3. O sindicalismo não repudia completamente a luta política. Ele levanta uma política limitada aos marcos da luta econômica, dentro do regime burguês, onde o fator espontâneo é o predominante. A mera luta sindical não leva a tirar conclusões revolucionárias. O dirigente sindical não passa de um dirigente nos marcos do capitalismo.

As Três Formas de Luta

1. A luta teórica, ideológica e política são os três componentes da luta da classe operária.

2. O partido operário revolucionário busca organizar a mobilização das massas e da classe operária de maneira permanente, contra as classes reacionárias, no sentido da revolução socialista mundial, a partir das próprias reivindicações, estado de espírito e consciência.
As palavras de ordem são evoluídas conforme o desenvolvimento da própria luta de classes evolui a consciência dos trabalhadores na direção na derrubada do capital, o que implica na destruição do Estado burguês.

3. O baixo conhecimento e o desprezo pelo marxismo refletem a influência da burguesia e do oportunismo.

O Programa e o movimento de massas

1. O Programa deve ser evoluído a partir das ações do movimento de massas. Caso contrário, não passaria de letra morta.

2. A luta pelo desenvolvimento da consciência das massas implica na transformação da classe operária de “classe em si” para “classe para si”.

3. A classe operária, assim como todas as classes sociais, faz parte da estrutura da sociedade. O partido revolucionário, assim como todos os partidos políticos, faz parte da superestrutura, da qual as ideologias são o reflexo. As estruturas institucionais fazem parte do aspecto objetivo da superestrutura. A consciência e as ideologias fazem parte do aspecto subjetivo. Quando a ideologia revolucionária da classe operária se funde com a classe por meio do partido operário revolucionário de massas, este é absorvido pela classe.

4. A não organização do partido revolucionário, com todos seus componentes, implica em sucumbir ao espontaneísmo.

5. O militante revolucionário deve agir como um tribuno popular, que sabe reagir contra toda manifestação de arbitrariedade e de opressão, onde quer que se produza, qualquer que seja a classe ou camada social atingida, que sabe generalizar todos os fatos para compor um quadro completo da violência policial e da exploração capitalista, que sabe aproveitar a menor ocasião para expor diante de todos suas convicções socialistas e suas reivindicações democratas, para explicar a todos e a cada um o alcance histórico da luta emancipadora do proletariado. As denúncias operárias são precisamente uma declaração de guerra ao governo, da mesma maneira que as denúncias de tipo econômico são uma declaração de guerra aos patrões.

6. A luta do partido por organizar as massas não tem a ver com ganhar a consciência de maneira acadêmica. Os principais mecanismos de contenção não são as ideias reacionárias, mas a brutalidade da exploração capitalista, as organizações reformistas e a burocracia, os organismos repressivos e a burocracia estatal.

7. O principal mecanismo de contenção que o partido revolucionário deve quebrar é a burocracia sindical e os partidos operários contrarrevolucionários. O elemento embrionário da consciência revolucionária nas massas é a mobilização, que sempre acontece em cima da experiência acumulada.

8. A consciência teórica somente pode ser alcançada pelo partido revolucionário, por causa do embrutecimento do capital imposto aos trabalhadores.

9. A atuação do partido revolucionário não se dirige a ganhar as vanguardas, mas as ganha a partir da luta no movimento de massas. Somente com a derrota da burocracia pode ser construído o partido operário revolucionário de massas.

10. O conhecimento político e a consciência são fenômenos sociais que se desenvolvem na luta pela aplicação do programa revolucionário. O marxismo tem como tarefa histórica transformar o elemento espontâneo em consciente na luta real da classe operária.

Estratégia e tática

1. A esquerda integrada ao regime burguês e as burocracias sindicais e a dos movimentos sociais são movimentistas e pragmáticas. Os marxistas não buscam adivinhar o futuro, mas apontar tendências em cima da análise científica do presente. Em cima dessas análises devem ser determinadas a estratégia e a tática que devem se expressar em palavras de ordem.

2. A partir da política aprovada pelo Partido, a estratégia expressa as tarefas colocadas a longo prazo. A tática expressa as tarefas que permitem chegar à estratégia, numa interligação dialética.

3. As duas estratégias fundamentais de longo prazo são a luta pela revolução socialista e a construção do partido operário revolucionário. Ao mesmo tempo, cada tática relacionada com a estratégia de longo prazo pode ser considerada uma estratégia específica, com as suas táticas respectivas.

4. A tática muda conforme muda a correlação de forças na luta de classes. Neste sentido, táticas como a frente única, participação em eleições, luta armada, etc., terão a sua validade amarrada a um período específico, desde que ajudem a avançar na mobilização das massas e na construção do partido operário revolucionário.

5. Transformar uma tática em estratégia, portanto transforma-la num meio de luta em permanente, representa um gravíssimo erro que é cometido por todos os agrupamentos oportunistas. O anarcosindicalismo coloca a greve geral como tática permanente. O foquismo faz o mesmo com a luta armada. O reformismo converte em permanente a luta eleitoral e o entrismo. O partido revolucionário deve impor a tática adequada para cada momento como condição indispensável para sua construção.

6. A propaganda da estratégia revolucionária sempre deve ser feita a partir da tática de luta. A propaganda se distingue pelo procedimento de transmitir muitas ideias a poucos, que diferentemente da agitação consiste em transmitir poucas ideias a muitos. Por exemplo, a propaganda sobre a luta contra o capital e pelo socialismo deve ser levada a cabo a partir das necessidades concretas dos trabalhadores. Por outra parte, se limitar a discutir os problemas imediatos e não os vincular com a luta estratégica (mobilizar as massas e construir o partido para a tomada do poder) representa uma capitulação ao espontaneísmo, que representa uma manifestação do burocratismo e uma traição da classe operária.

7. Em paralelo, a luta por uma estratégia revolucionária não pode ser somente teórica, mas ela requer que o partido revolucionário se coloque na linha de frente das lutas e que eduque a classe operária sobre a necessidade de se valer de todos os meios de luta necessários: denúncias, protestos, greves, ocupações de fábricas, autodefesa, etc., mas, principalmente, a construção do partido operário revolucionário.

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