Reflexão histórica e o processo de construção do pensamento crítico ante a possibilidade  do imperialismo permitir a volta de Lula ao poder

Reflexão histórica e o processo de construção do pensamento crítico ante a possibilidade do imperialismo permitir a volta de Lula ao poder

Por Ricardo Guerra

O ser humano não pode prescindir do conhecimento do passado. Reconhecer o passado é a essência fundamental para a existência da humanidade.

Apenas assim conseguiremos alcançar um nível de consciência que pode nos ajudar a compreender o nosso entorno e a realizar escolhas assertivas, capazes de convergir para além das questões individuais, para o avanço do bem-comum e o bem da coletividade.

A consciência histórica abre diferentes perspectivas para se compreender e explicar a realidade e negar a possibilidade de acesso a processos que promovam a construção do pensamento crítico significa, explicitamente, roubar o futuro das próximas gerações.

O pensamento crítico concorre diretamente para a promoção de um contexto de cidadania mais resistente às manipulações e ao controle, e as novas gerações precisam ser capazes de pensar os problemas sociais e entender como é possível superá-los não sob a ótica individual, como insistentemente tentam incutir no nosso pensamento todos os aparatos ideológicos atrelados a uma perspectiva egocêntrica/egoísta de sociedade – alicerçada na falácia do pensamento liberal, mas sim pela visão da coletividade, do bem-estar social.

O sucesso ou fracasso dos indivíduos frente às situações da vida não podem ser simplesmente compreendidos como uma questão de ordem pessoal, sendo a ação reparadora por parte do Estado componente fundamental para o combate da desigualdade social.

No entanto, aqueles que se valem da desinformação e do medo como forma de governar e agem cooptados, chantageados ou por comissão a serviço do imperialismo – dos representantes do grande capital apátrida, não orientado para a produção real e tampouco para atender os interesses do Brasil e as necessidades do povo brasileiro – abominam o conhecimento reflexivo e fazem de tudo para suprimir qualquer possibilidade de formação do pensamento crítico no seio da sociedade.

Nesse sentido, não medem esforços para conturbar o processo de construção da consciência histórica e estabelecer um ambiente social marcado pela tentativa de omitir informações, promover distorções e propagar manipulações de informações, dados e fatos (ver também aqui e aqui).

Além do extensivo uso (massivo e massificador) que sempre fizeram (e fazem) do pensamento superficial e acrítico, impulsionado por uma mídia que age a serviço de interesses contrários à soberania nacional e ao desenvolvimento econômico, humano e social do povo, recentemente tentaram promover o movimento “escola sem partido” (ver aqui, aqui, aqui, aqui e aqui) com objetivo de excluir conteúdos e acontecimentos da nossa história e eliminar as reflexões históricas, filosóficas e sociológicas dos currículos escolares e do ambiente das salas de aula, em busca de aprofundar (ainda mais) esse processo de alienação intelectual e cultural da nossa população.

A realidade nos indica que não eram as escolas mas sim os quartéis que tinham partido (ver também aqui e aqui) e as lideranças realmente comprometidas com o bem-estar coletivo e com o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e com soberania para decidir o próprio destino, necessitam incorporar não apenas nos seus discursos, mas principalmente nas suas práticas, a busca pela formação da consciência crítica e lutar contra o desmonte do Estado brasileiro e o massacre do Brasil.

Esse processo passa pelo necessário reconhecimento da condição de classes e a inevitável luta de classes, tendo essas lideranças que eleger como estratégia principal de atuação o trabalho educativo e de formação política em todos os locais de convivência, trabalho e moradia, promovendo a organização dos movimentos sociais e a luta pela base.

Nesse contexto, com a perspectiva do imperialismo permitir um novo momento de ascensão de um governo mais palatável aos olhos do mundo e, ao que parece estar se configurando uma possibilidade, Lula chegar novamente ao poder, ele (Luís Inácio da Silva) precisa chegar “chutando a porta” e romper com essa tal política de conciliação, que promove avanços que facilmente são eliminados/destruídos após esses breves períodos de conciliação (ver também aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui). Afinal de contas, de que adianta ganhar a eleição para depois entregar o governo e deixar a banca escalar o time e continuar comandando todo o jogo?

Lula pode ser presidente em 2022? (clique na imagem)

É preciso estabelecer uma hierarquia dos inimigos e adversários do Brasil, romper de imediato com qualquer possibilidade de vínculo com os representantes do capital improdutivo, do rentismo, dessa malfadada entidade denominada mercado e investir ativamente na mobilização, organização e politização da classe trabalhadora, realizando a necessária volta às suas reais origens – no trabalhismo.

Abandonar o teto de gastos e criar um imenso programa de geração de empregos implementados sob as diretrizes de um Estado Forte não será algo tão difícil em tempos de terra arrasada, e as sementes das políticas de inclusão social e de distribuição de renda, que foram as marcas principais dos seus governos anteriores, germinarão com força ainda muito maior.

Mas não se pode parar por aí. Apenas para início de conversa é preciso, entre outras coisas, que o seu primeiro e mais simbólico ato de governo seja  a retirada da Petrobrás da bolsa de Nova York, suspendendo essa vergonhosa submissão da nossa maior e mais importante empresa à ordem jurídica estadunidense.

As privatizações e as denominadas reformas trabalhista e da previdência precisam ser canceladas, a dívida pública imediatamente suspensa e devidamente auditada (ver também aqui), as grandes fortunas sobre taxadas, os procedimentos para a regulação da mídia tomados (ver também aqui), e um projeto de desenvolvimento econômico, soberano popular, voltado para a integração nacional e sob a perspectiva de um equilíbrio geopolítico entre as nações tem que ser amplamente discutido com os mais diversos setores de representação social.

A questão da democratização do acesso às terras no campo e a segurança alimentar da nossa população deve ser tomada como prioridade, e o acesso à saúde, à educação e à moradia tem que ser assumido – verdadeiramente – como obrigação inalienável do Estado.

Em suma, se deixarem que ele volte ao poder num momento da vida que nada mais tem a perder a não ser a oportunidade de dar uma pernada no imperialismo e colocar o Brasil num caminho seguro em direção a soberania e a libertação do nosso povo das cruéis e vorazes garras do capital transnacional, que assim o faça!

Fazer um governo sensível às questões sociais é extremamente importante, mas não é suficiente: a história assim nos ensinou (ver também aqui e aqui).

Lições foram aprendidas, e essa possível oportunidade de ampliação de importantes conquistas e de recondução histórica de direcionamentos tomados em seus governos anteriores, em busca da construção de um Estado Nacional do qual possamos nos orgulhar e pelo qual todos devemos lutar, não pode ser perdida!

Levante ! Organize-se! Lute!
A hora de Lutar é Agora!

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