Chile: o candidato da “esquerda” oficial às eleições presidenciais

Chile: o candidato da “esquerda” oficial às eleições presidenciais

No dia 18 de julho, Gabriel Boric Font da Convergência Social, que integra a Frente Ampla, foi eleito como candidato oficial às eleições presidenciais que acontecerão no dia 19 de dezembro pela coalizão Aprovo Dignidade.

Boric derrotou com mais de um milhão de votos o candidato do PCCh (Partido Comunista do Chile), Daniel Jadué, que obteve pouco menos de 700 mil votos.

Jadué é o prefeito de Recoleta, uma comuna de Santiago. Ele é a principal carta de apresentação do PCCh. Ele tem implementado vários programas sociais o que junto com a habilidade em termos de comunicação o tinham apresentado como uma das principais cartas da esquerda eleitoral.

O problema é que a época em que Salvador Allende tentou promover reformas estruturais a partir do parlamento ficou muito para atrás. E a burguesia confirmou com a sangrenta ditadura de Pinochet os limites da sua “democracia”.

Boric foi impulsionado ao centro da política quando a Frente Ampla teve uma certa participação no primeiro mês da explosão social que aconteceu no Chile em outubro de 2019.

Menos de um mês depois, Boric foi um dos principais impulsionadores do Acordo de Paz Social e da saída à crise por meio do atual processo constituinte que foi assinado no dia 15 de novembro de 2019. Foi a saída institucional à crise social e política com o objetivo de manter a essência do pinochetismo realizando apenas algumas reformas cosméticas.

A maioria que controla a Convenção Constituinte é a favor de manter as AFP (os fundos de pensão) e os Isapro (fundos de saúde) por meio dos quais os empresários privados levam 26% do salário dos trabalhadores.

Todos os políticos oficiais contra o povo

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O “novo pacto social” tem como objetivo manter a continuidade da estrutura do pinochetismo, que continua totalmente vigente desde a queda da Ditadura de Pinochet em 1990, durante a chamada “democracia” que na realidade é a “democracia pinochetista”.

O “novo pacto social” incorporou de maneira subordinado ao pinochetismo setores da pequeno burguesia progressista que atua em termos políticos por meio dos partidos da centro-esquerda e da “esquerda” oficial em geral.

A aliança entre a Frente Ampla e o PCCh representa o fim da política esquerdista de Daniel Jadué, que era um dos pouquíssimos políticos oficiais que manteve trânsito entre os manifestantes nas ruas até há poucos meses.

O sucesso eleitoral da Frente Ampla conta com a simpatia e o impulsionamento oficial da burguesia chilena. Nada muito diferente do que acontece no Brasil com o Psol por exemplo.

No Chile, a Frente Ampla tem sido apresentada como alternativa à Democracia Cristã, à antiga Concertación e até a Pamela Jiles atual membro do Partido Humanista.

Da mesma maneira que acontece no Brasil, todos os esforços estão sendo direcionados a canalizar pelas vias institucionais o descontentamento social.

A saída à crise para os povos chileno e latino-americano não tem como avançar pela via eleitoral. Não somente pelo tradicional controle dos mecanismos eleitorais pela burguesia, mas também por causa da maior crise capitalista mundial de todos os tempos.

A burguesia precisa massacrar os trabalhadores e os povos para ela manter os lucros e evitar a explosão dos quadrilhões em capitais fictícios que foram incorporados ao funcionamento básico do capitalismo.

A saída capitalista para a crise são as ditaduras genocidas, o fascismo, a miséria, a fome e a guerra.

A saída dos trabalhadores para a crise passa pela resistência contra o massacre e a insurreição contra o capitalismo genocida.

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