A inflação oficial em outubro de 2021 disparou aos maiores níveis em 20 anos, 1,25% no mês.
O IPCA (Índice Preços ao Consumidor Ampliado) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) acumulou 10,67% em 12 meses.
O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) já apontou a possibilidade de aumento do índice da taxa básica de juros, a Selic, em 1,5% adicionais.
A situação não é exclusividade do Brasil. Nos Estados Unidos, a inflação oficial atingiu os 6,2% ou mais de quatro vezes a que havia antes da pandemia; a maior em 27 anos.
Na China, a inflação é a maior em 26 anos.
Na Alemanha, a inflação oficial superou os 5%, muito acima dos 1% a 1,5% do período anterior.
Qual é o significado da disparada da inflação? Qual é o impacto no movimento de massas e na esquerda revolucionária?
Segundo o líder da Revolução Russa de 1917, Vladimir Ilich Lenin, não há nada mais revolucionário que a inflação.
O que coloca em movimento as massas, os trabalhadores, é o aprofundamento da crise capitalista. Quando a situação se torna insustentável para os oprimidos e muito difícil de controlar para os opressores há uma situação revolucionária.
Para onde vai a maior crise capitalista de todos os tempos?
A crise capitalista atual é a maior crise capitalista de todos os tempos. Semi disfarçada como crise sanitária e agora com a maquiagem cada vez mais fraca, mantém as estruturas das mazelas.
O PIB mundial é calculado, oficialmente, em aproximadamente US$ 75 trilhões, dos quais em torno a 25% são impostos e juros.
O volume de capitais fictícios atinge níveis apocalípticos, em torno a US$ 4 quadrilhões somente em termos nominais de derivativos financeiros.
Desde o final de 2019, a economia capitalista se encontra muito engasgada como continuidade do colapso capitalista de 2008 que nunca foi superado. Até aproximadamente 2012, o mercado mundial foi inundado com crédito a partir de recursos públicos e os repasses aos grandes capitalistas se tornaram obscenos.
Mas a partir de 2016 a economia capitalista mundial começou a engasgar.
No final de 2019, somente para fechar as operações diárias das grandes empresas no overnight o governo dos Estados Unidos repassava mais de US$ 2 bilhões diários.
Hoje a Reserva Federal, o banco central norte-americano fala em reduzir as compras de US$ 150 bilhões de títulos podres das grandes empresas, além dos trilhões repassados de maneira direta e indireta.
A economia capitalista não funciona mais. Todas as maracutaias para mantê-la em pé acirram ainda mais todas as leis do capital.
O aprofundamento da crise capital aumenta o descontentamento e é a base do inevitável levantamento de massas. É para esse cenário colocado para o próximo período que os revolucionários devemos nos preparar com muita urgência.
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