No Peru, aumenta a pressão da direita a mando do imperialismo para impor a saída ou total direitização do governo de Pedro Castilho. Este além de ter abandonado todas as principais promessas de campanha, demitiu os ministros mais progressistas e tem buscado uma acomodação com a direita e uma crescente submissão ao imperialismo.
Esta situação devia trazer importantes ensinamentos no Brasil para os revolucionários, o movimento de massas e até para a “esquerda” oportunista.
A burguesia vive a maior e pior crise capitalista de todos os tempos, em momentos em que todas as leis do capital atuam de maneira ainda mais exacerbadas. A propriedade privada sobre os meios de produção choque de frente com crescente violência contra a também crescente socialização do processo produtivo em escala mundial.
A burguesia não está disposta a abandonar por meios pacíficos sua dominação, a qual acha algo natural, até divino.
A burguesia mais poderosa, a norte-americana impõe que o grosso do peso da sua crise seja paga pelos povos do seu “quintal traseiro”, os povos latino-americanos. E faz tudo o que achar necessário para nos arrancar até a última gota de sangue.
As burguesias nacionais atuam como sócios minoritários do imperialismo, em grande medida como capatazes desta operação.
A “esquerda” oficial brasileira e latino-americana foi incorporada ao regime político e faz parte dessa política nefasta contra os trabalhadores e os povos latino-americanos.
A política da “frente ampla”, da aliança entre a “esquerda” oficial e a direita é direcionada contra os brasileiros e ainda terá consequência contra os povos latino-americanos. O objetivo é estabilizar a desestabilização social provocada pelos ataques abertos promovidos pelo governo Bolsonaro.
E não adiantam as concessões que Lula ou Ciro Gomes façam. A burguesia em crescente crise sempre irá querer mais, mais sangue do nosso povo.
O nosso papel como revolucionário é elevarmos e militarmos um programa de luta como saída da crise, no qual a crise seja paga pela burguesia.