Um ano de máscaras
O que os governos impuseram NÃO foi o que a OMS recomendou

Um ano de máscaras

Por: Flávio Amaral : [email protected]

Introdução 

A partir das primeiras notificações sobre uma “pneumonia de causas desconhecidas” detectada em Wuhan, era natural que os olhos se voltassem à Organização Mundial da Saúde (OMS), já que sua função é servir de fórum internacional de discussões e resoluções a respeito de assuntos ligados à saúde. Do início de 2020 até a conclusão desta pesquisa, em meados de 2021, a entidade emitiu quatro guias que tratam especificamente sobre o uso de máscaras. São orientações provisórias (interim guidances) nas quais a organização apresenta oficialmente o que acumulou de conhecimento sobre o assunto e qual sua posição a respeito do que precisa ser feito. 

Mencionarei o resumo das diretrizes apresentadas em cada uma dessas orientações, na ordem cronológica, e farei um breve apanhado conclusivo ao final desta seção. 

29/1/2020 

A primeira orientação é publicada em 29/1/2020 (World Health Organization [WHO], 2020a). 

O documento de duas páginas transmite a mensagem muito clara: o uso universal desses equipamentos não é recomendável. É destacado que o uso apenas de máscaras é insuficiente para oferecer proteção adequada. A frase fora de contexto pode ser usada como deixa para o governante que queira impor máscaras e mais alguma coisa. Entretanto, logo em seguida, e ao longo de todo o texto, o tom é outro, onde este acessório é apresentado como algo opcional, recomendado (não imposto) em casos muito específicos. 

A formulação dá brechas para interpretações ambíguas, e posteriormente refletiremos a este respeito. Mas ela vem seguida de outra afirmação muito clara: “o uso de máscaras, quando não indicado, pode produzir custos desnecessários, escassez e falso senso de segurança.” Além de serem ineficazes se usadas incorretamente. Os casos não indicados são os indivíduos sem sintomas. Para estes, basta cobrir o nariz e a boca com o braço (nunca com as mãos) na hora de tossir e espirrar. Faz parte da assim chamada “etiqueta respiratória”. Em todas as letras, a organização explica que não há evidências sobre a utilidade das máscaras para proteger pessoas saudáveis, e portanto, seu uso não é recomendável em espaços comunitários. 

Em suma, trata-se de um guia onde a OMS reafirma o que se sabe sobre máscaras até o momento: (1) seu uso é indicado para pessoas doentes, com sintomas respiratórios, quando estiverem próximas a outras pessoas, para evitar que durante a tosse ou espirro possam provocar algum contágio; (2) seu uso é indicado para pessoas que estejam tratando desses mesmos doentes e precisem ficar a distâncias menores de 1 metro, pelos mesmos motivos. 

O documento explica também que, mesmo para indivíduos doentes, é preciso verificar se a máscara é tolerada. Caso não seja, deve-se orientar ao doente que aplique outras medidas normais de higiene respiratória. Nem mesmo em hospitais, onde o risco de contágio respiratório é maior, se preconiza que médicos, familiares ou pacientes utilizem máscaras durante todo o tempo de permanência. 

Para a OMS, as máscaras são necessárias apenas quando se estiver a distância próxima (1 m) do doente. Em todas as circunstâncias, a máscara precisa ser descartada logo após o uso. Jamais reutilizada. Ela não deve ser tocada, exceto pelo elástico, e precisa ser descartada sempre que fique úmida. Finalmente, máscaras de tecido (p. ex. algodão, gaze) não são recomendadas sob quaisquer circunstâncias! 

6/4/2020 

Em abril a OMS atualiza suas recomendações (WHO, 2020b). 

Os argumentos contrários ao uso generalizado de máscaras continuam. Alguns são até expandidos, como o problema de que o indivíduo que as usa por tempo prolongado acaba tocando mais o rosto do que se não as utilizasse, implicando num aumento do risco de contágio. Novamente, na sessão reservada ao público em geral, é mantida a recomendação respiratória de cobrir o rosto com o braço ao tossir ou espirrar. Nada se menciona sobre usar máscaras para fazer atividades do cotidiano. E sobre o uso de máscaras não médicas, ou seja, de tecido e outros materiais? 

Se no relatório anterior elas apareciam como “desaconselhadas sob quaisquer circunstâncias”, agora a OMS se resume a dizer que seu uso comunitário “não é bem avaliado”, não havendo evidências “a favor ou contra”. A entidade não explica por que substituiu uma frase enfática por outra extremamente ambígua. Nesse relatório, assuntos que sempre foram conhecidos passaram a ser introduzidos para justificar a existência de “novas descobertas”. 

Um destes é o abuso do verbo “poder”, que abre as portas para todo tipo de situação imaginária. Agora, a OMS lembra que gotículas “podem” cair em superfícies, e que nessas superfícies o vírus “pode” permanecer viável, o que faz com que o ambiente por onde um indivíduo doente tenha circulado “possa” servir de meio de contágio. 

Nada disso é novidade para o que já se sabe de transmissão de vírus respiratórios. Essa questão, que não foi considerada relevante nos comunicados anteriores, é trazida à tona. A OMS apenas não explica qual é o peso de importância dessas possibilidades. A segunda “descoberta” trazida no documento, que está mais para uma invenção ou distorção conceitual, é a dos indivíduo “assintomáticos” e “pré-sintomáticos”. 

Novamente, não se trata de uma descoberta, já que é esperado que doenças respiratórias se comportem assim. Há um período de poucos dias onde já se verifica um processo de proliferação viral e possibilidade, embora pequena, de contágio. Este período é conhecido como pré-sintomático, ou seja, anterior à manifestação dos sintomas. Uma malandragem conceitual precisa ser feita para se criar a figura do “covid-assintomático”. 

Essa tipificação de que o portador de uma doença viral respiratória possa ser assintomático, bem como o problema da forma como a OMS começa a apresentar informações nesse documento, serão discutidos na seção conclusiva deste capítulo. 

Mesmo com tais pretextos, a OMS continua a explicar que há reduzida evidência de que o uso de máscaras por pessoas saudáveis na comunidade seja algo benéfico. Um estudo que encontrou resultados favoráveis às máscaras se referia à sua utilização por pessoas que moravam junto de parentes doentes, e não de maneira generalizada ao sair na rua (Suess et al, 2012). 

Outro apresentou-se favorável as máscaras mas constatou que o risco de contágio em vias públicas é muito menor do que em visitas a clínicas ou em contato próximo frequente com alguém doente (Lau, 2004). O seguinte reconhece as limitações da pesquisa devido ao viés da amostra e das respostas. Tampouco é capaz de diferenciar casos confirmados de outros que são apenas suspeitos, podendo se tratar de doenças respiratórias não provocadas por vírus. 

Apresenta, inclusive, achados curiosos, como o da visita a feiras e mercados de alimentos estar associada a um risco menor de contágio (Wu et al, 2004). Alguns estudos citados pela OMS não encontraram diferença entre o uso ou não de máscaras, ou a diferença encontrada não foi estatisticamente significativa (Aiello et al, 2010; Canini et al, 2010). 

Outros encontraram eficiência das máscaras contra doenças respiratórias, mas não as provocadas por vírus (Aiello et al, 2012; Barasheed et al, 2014; Barasheed et al, 2016; MacIntyre et al, 2016). Este problema é importante pois, devido ao tamanho extremamente reduzido dos vírus, sua facilidade para atravessar o tecido das máscaras é muito maior do que no caso de fungos ou bactérias. 

Apesar das ambiguidades e “novas informações”, qualquer pessoa que procure ler este documento com alguma isenção chegará à conclusão sensata de que ele não serve como subsídio para a maneira como as máscaras já vinham sendo implementadas mundo afora, a dizer: na base obrigatória e sob pesadas multas; com a exigência do uso em espaços públicos e abertos; sob um clima de uma coerção moral e histeria que classifica as pessoas entre “responsáveis” (com máscara) e “irresponsáveis” (sem máscara); sem a menor consideração a pessoas que tenham alguma intolerância ao uso prolongado de máscaras (cardíacos, asmáticos, portadores de doenças mentais, deficientes auditivos, crianças entre outros, que compõe parcela significativa da população mundial). 

5/6/2020 

Apenas dois meses depois, a OMS sente necessidade de publicar mais uma orientação. Nas entrelinhas deste documento (WHO, 2020c) percebe-se que a OMS procura enfatizar seu lugar “isento”. O tom deste documento é não concordar nem discordar com o que está acontecendo, e manter a imagem de uma instituição engajada na teoria, enquanto atua na prática como um fantoche. A indicação anterior e clara de que máscaras não precisavam ser usadas por indivíduos saudáveis já foi desfigurada. 

Agora, máscaras são consideradas insuficientes “se usadas sem outras medidas de proteção”. Novas pesquisas são apresentadas. Curiosamente elas se somam às evidências sobre as máscaras serem desnecessárias durante o dia-a-dia da pessoa saudável. Sobre as tão temidas gotículas, a OMS aponta claramente que, mesmo em procedimentos médicos que produzem secreções e aerossóis, a metade deles não encontrou material genético do vírus no ambiente após o procedimento. 

E deixa claro que, para a metade dos estudos que encontraram o material, a detecção não significa necessariamente a existência de vírus ativos, ou capazes de serem inoculados por alguém, ou em proporção suficiente para produzirem a doença. Além do mais, alguns experimentos que encontraram o vírus no ambiente foram produzidos com equipamentos, em experimentos laboratoriais que não refletem situações humanas de tosse normal. Além disso, foi detectado que pacientes com sintomas leves não transmitiam vírus viáveis após o oitavo dia do início dos sintomas. 

Outra novidade deste documento é que a OMS expande a listagem sobre os efeitos nocivos do uso constante de máscaras: autocontaminação pelo toque das mãos; autocontaminação pela umidade; dermatite, acne e lesões faciais; desconforto; falso senso de segurança; ineficácia devido ao risco de gotículas atingirem os olhos; estressamento adicional sobre populações vulneráveis (crianças, surdos, pessoas com problemas mentais, asmáticos, pessoas com lesões faciais); dificuldade de uso em regiões muito quentes e úmidas; dores de cabeça e dificuldades respiratórias; dificuldade de comunicação; inadequado manejo do lixo produzido. 

Numa prova cabal de que, na OMS, a ciência se curva ao hábito e aos interesses políticos, a instituição escreve: “Apesar da falta de evidência [sobre a efetividade e os efeitos colaterais do uso universal e continuado de máscaras], a grande maioria da força-tarefa contra a covid apoia esta prática por profissionais de saúde em áreas clínicas (independente da presença de pessoas com covid)” (p. 4). Atenção à afirmação acima. 

Num momento em que governos do mundo inteiro já exigem máscaras pelo público ao ar livre e dentro de estabelecimentos, a OMS está explicando que apoia a implementação do seu uso em áreas hospitalares onde não haja pacientes covid. E reconhece que está se dobrando a uma conduta que não é fundamentada em evidência científica. Note que, nessa época, empresas já são obrigadas a cobrar que os funcionários usem máscara durante o turno inteiro de trabalho. Mas o que a OMS recomenda aos funcionários dos hospitais, ou seja, os ambientes com maior risco de contágio, que não estejam envolvidos em atividades clínicas? Ou seja, durante o desempenho de tarefas administrativas, sem o contato com doentes? 

Estes não precisam usar máscaras! (p. 4) Outro aviso aos profissionais da saúde completamente diferente do que a imprensa divulga sobre “recomendações da OMS”. Durante o trabalho na comunidade (ou seja, fora do contexto hospitalar), por exemplo, na condução de entrevistas, se for mantida a distância de 1 metro do paciente, não há necessidade de usar máscaras (p. 5). 

Novamente, estamos falando de médicos lidando com pessoas doentes ou suspeitas, ou seja, numa situação potencialmente mais arriscada do que em outros contextos do dia-a-dia do cidadão comum. Com respeito à população em geral, a OMS volta a ressaltar que “há pouca evidência de que o uso de máscaras por pessoas saudáveis seja benéfico para prevenir a transmissão, dentro de casa, quando compartilhem a casa com uma pessoa doente, ou quando estejam em aglomerações de massa” (p. 6). As recomendações para pessoas saudáveis continuam as mesmas, e não incluem o uso de máscaras em meio à comunidade. 

Mesmo não recomendando, a OMS reconhece que os governos já começaram a impor o uso de máscaras sobre a população, lhes dando poucas alternativas a não ser a confecção ou compra de máscaras caseiras, laváveis. Assim, a entidade faz uma simpática e vaga tabela com sugestões de como os governos podem implementar tais medidas. A tabela trata dos tipos de máscaras que “podem ser consideradas”, “se recomendadas” localmente. 

A linguagem cândida contrasta com um mundo real onde as máscaras já eram impostas de maneira universal, por meio de coerção social e força policial. As máscaras caseiras – apesar da ineficácia e forte risco de autocontaminação – são citadas para “áreas com suspeita de transmissão de vírus e capacidade limitada de implementação de outras medidas, como distanciamento físico etc ” (p. 7). 

Porém, a interpretação abrangente dessa frase permite incluir o mundo inteiro. Por fim, esses burocratas de gabinete encerram com orientações condenadas a ficar no papel, a respeito da máscara caseira ideal. Apresentam uma tabela com diferentes tipos de algodão, poliéster, polipropileno, celulose, seda, gaze, flanela, nylon… tudo o que, até o mês retrasado era definitivamente desaconselhado. Cada tecido é classificado conforme sua capacidade de filtragem e pressão respiratória. Considerações sobre o número de camadas a serem usadas conforme o tecido, chegando-se a uma combinação ideal de três camadas, sendo o tecido interno “hidrofílico” como o algodão, um tecido central sintético como o polipropileno, e o tecido externo “hidrofóbico” como o poliéster. 

1/12/2020 

O documento seguinte sobre máscaras é produzido pela OMS meio ano depois (WHO, 2020d). Ele não traz novidades substanciais mas pequenos incrementos. É maior que os anteriores pois se esforça em detalhar e trazer novas pesquisas que vão surgindo sobre o assunto. Novas evidências trazidas mostram que a imposição de máscaras no cotidiano são ineficazes para a redução da transmissão de covid (Bundgaart et al, 2020; Jefferson et al, 2020). 

As pesquisas a favor das máscaras se referiam ao uso para prevenir o contágio dentro de casa, por pessoas que moravam junto com alguém que contraiu covid (Doung-Ngern et al, 2020; Wang et al, 2020), ou estudos de caso onde pessoas diagnosticadas doentes, que usavam máscaras, reduziram o risco de contágio de outras com quem tiveram contato próximo (Chen et al, 2020; Hendrix et al, 2020; Schwartz et al, 2020). Portanto, não tem força de generalização para sustentar a implementação universal de máscaras ao ar livre, no cotidiano, muito menos por longos períodos de tempo. 

Permanece a recomendação de que profissionais trabalhando em áreas administrativas de hospitais, sem contato com pacientes, não precisam usar máscaras (p. 5). Novas falas ambíguas são trazidas para manter a dinâmica de “nós falamos x de maneira que você possa interpretar y”. Uma dessas ambiguidades é o papel das máscaras. Lembre-se de que as máscaras produzidas pela indústria são resultados de pesquisa e desenvolvimento técnico acumulado ao longo de décadas ou séculos. Elas têm funções diferentes, por exemplo, as N95 tentam proteger o usuário de respirar partículas tóxicas em suspensas no ambiente, enquanto as máscaras cirúrgicas tentam prevenir que a tosse do usuário contamine alguém. Uma nova ambiguidade é introduzida, que diz respeito ao papel das máscaras caseiras. 

No documento anterior, a OMS precisou formular a máscara caseira ideal – condenada a ficar no papel ou ser vendida por lojas de grife aos poucos dispostos a pagar caro pelo acessório. A máscara ideal é o precedente para – apesar da falta completa de evidências – apresentar o recurso das máscaras caseiras como algo que “pode” servir “tanto para a proteção de pessoas saudáveis quanto para prevenir a transmissão por pessoas doentes” (p. 1). 

Até o momento, a OMS não havia escrito nada especificamente sobre as crianças, exceto lembrado que se trata de um grupo vulnerável, que não se adapta bem ao dispositivo e dificilmente consegue utilizá-lo de maneira correta. Mas agora ela afirma que as crianças doentes, menores de 5 anos, não devem usar máscaras. 

A organização cita um estudo de MacIntyre et al (2015) onde constatou-se que “o uso de máscaras de algodão (tecido duplo) estava sujeito a um risco maior de contrair gripes do que [profissionais] que usavam máscaras descartáveis” (p. 6). Além disso, ela expressamente “recomenda que as pessoas não usem máscaras durante atividades físicas de alta intensidade, pois elas reduzem a capacidade respiratória”, complementando que se a atividade for feita em ambientes fechados, é preciso assegurar um bom sistema de ventilação” (p. 11). 

Nessa época, academias de ginástica já tinham sido fechadas, multadas, forçadas pelas autoridades a exigir máscaras de seus clientes, e esportistas eram autuados por praticarem atividades físicas sem máscara ao ar livre. 

Discussão 

O que se observou ao longo das 45 páginas onde a OMS apresenta sua posição e compreensão oficiais sobre o uso das máscaras para o combate à covid, é que a entidade não traz subsídios suficientes para defender a forma como as máscaras têm sido impostas ao público ao redor do mundo. 

Muito pelo contrário, o documento, na maioria das vezes, mostra uma visão do problema que é diametralmente oposta à forma como as máscaras têm sido usadas na atualidade. Essa leitura é ofuscada pela linguagem ambígua dos documentos, que parece ser uma prática corrente da OMS. Sem conseguir apresentar um embasamento claro que defenda a aplicação universal das máscaras à população em lugares públicos, a entidade dança através de formulações capciosas, como a que diz “o uso de máscaras, somente, é insuficiente para proporcionar um nível adequado de proteção, e outras medidas também deveriam ser adotadas” (WHO, 2020b). 

O que não fica claro é por que essa insuficiência, reconhecida pela OMS, não basta para que se diga em alto e bom tom que o seu uso universal em público não precisa ser imposto, como tem sido feito. Os motivos que levam a entidade a agir dessa maneira vaga serão detalhados em outro capítulo. 

A OMS procura não se opor frontalmente às medidas sanitárias restritivas que estão sendo aplicadas e, ao mesmo tempo, registra advertências, suavemente, mas que a isentem de ser vista como responsável ou idealizadora da tirania. Afinal de contas, tanto imprensa quanto governantes não se cansam de informar que tomam medidas severas em atendimento a “recomendações da OMS”. 

É justamente esse papel ambíguo que força a OMS a publicar vários documentos ao longo daquele ano, cada qual mais detalhado embora mais enrolado e inócuo do que o anterior. É sempre evitado um posicionamento claro sobre o que deve ser feito, preferindo-se afirmações difusas, que podem ser interpretadas de maneiras diversas e opostas. 

Isso ocorre pois, a cada documento, ela precisa aparecer como uma entidade relevante e atualizada cientificamente, embora não consiga escapar da posição de fantoche ou bode expiatório para justificar agendas cuja prioridade não é nem ciência nem bem-estar da população. Se não, qual seria a outra explicação para o fato de que nenhuma das quatro orientações publicadas pela organização efetivamente subsidiaram as decisões governamentais ao redor do Planeta? 

A cronologia dessas orientações mostra que a entidade se manifestava sempre depois que países já haviam tomado medidas em certa direção. E por mais que as orientações fossem invariavelmente mais liberais do que as medidas efetivamente implementadas, nenhuma delas foi eficaz para amenizar a avalanche de políticas draconianas em curso. Antes do final de janeiro, máscaras já vinham sendo impostas ao público em algumas províncias chinesas. 

Em que as recomendações da OMS, do dia 29, serviram para amenizar essas medidas? Em nada! Ao longo de fevereiro, mais regiões chinesas e outros países da Ásia passaram a implementar medidas semelhantes. Muito pelo contrário, para não se chocar com os governos, a “científica” OMS se inclina ao senso comum de cada cultura. 

Atesta que máscaras “podem” ser usadas em “alguns países”, de acordo com os “hábitos culturais locais”. É uma ambiguidade desnecessária, já que cabe à OMS informar o que ela conclui ser eficiente ou não. Se for uma questão de cultura local, em vez de prevenção sanitária, então basta declarar que cada população continue a manter os hábitos com os quais esteja acostumada. Até a primeira semana da abril, os primeiros países do leste europeu e partes centrais da Ásia começavam a obrigar máscaras ao público. 

Em que as recomendações da OMS do dia 6 serviram para amenizá-las? Novamente, em nada! Foi ao longo daquele mês que elas se tornaram um acessório obrigatório em quase todos os países da Europa, e a imprensa não deixava de registrar que as multas pela desobediência podiam chegar a 5 mil euros. Também foi o mês em que elas começaram a ser impostas em alguns estados norteamericanos. Note que, a essa altura, já era impraticável se falar apenas em máscaras cirúrgicas ou N95. Não havia abastecimento delas suficiente para grandes populações. 

Os cidadãos eram forçados a recorrer a máscaras de tecido. Justamente o que faz a OMS no documento de abril? Muda seu texto a respeito dessas máscaras caseiras. O que, antes, não era recomendado sob quaisquer circunstâncias, agora, simplesmente, não tem eficácia bem avaliada. São sutilezas assim que garantem à OMS uma posição de “isentona,” apresentando suas preocupações para que ninguém a acuse de omissa, e reformulando suas frases para que ninguém as use para contestar as autoridades oficiais. 

Além disso, é preciso apresentar uma justificativa para explicar por que, tão rapidamente, o uso de máscaras em público passou de algo não recomendável para algo “a se considerar”. Note que, novamente, os governos já estão implementando as medidas, e a OMS chega depois, para ser conivente e tentar se preservar da responsabilidade. É nesse segundo documento que, apesar das evidências em contrário, se começa a abusar das possibilidades imaginárias. 

Um dia a população ficará suficientemente alerta quanto a isso. Sempre que autoridades querem justificar uma restrição ou ônus adicional às classes subalternas, elas usam como argumento os inúmeros perigos possíveis, embora vagos. A melhor justificativa que conseguem para deixar que autoridades imponham máscaras em público é que uma pessoa pode espirrar. Ao espirrar ela pode contaminar locais que podem ser frequentados por outras pessoas. E essas outras pessoas podem inocular o vírus. São possibilidades remotas, e a própria OMS reconhece isso. 

Por causa desse risco extremamente baixo, se exige o uso de um dispositivo que implica forte risco de autocontaminação. As partículas que se dissipariam numa fração de segundos retornam ao nariz e olhos do usuário (quem nunca teve os óculos embaçados durante o uso da máscara?). Micro-organismos que o corpo quer expelir se aderem à máscara, encontrando ambiente úmido e quente, propício à reprodução. Em contato direto e permanente com os lábios e o nariz, e a poucos milímetros dos olhos. Tudo isso cria pressão adicional sobre o sistema imunológico. 

Até então, esse dispositivo é para ser usado pela pessoa doente ou, no máximo, por alguém que precisa manter contato próximo e mais prolongado com alguém sabidamente doente, por exemplo, um enfermeiro ou parente que vive com a pessoa. Nunca foi tratado como um equipamento para uso continuado, por meses, ou entre pessoas que não manifestam sintomas respiratórios. Para contornar essa questão, se apela para a figura do présintomático, e daí, numa sutileza conceitual, se passa a usar o conceito do assintomático. Um termo que se costuma usar na literatura médica para doenças crônicas, e não para infecções respiratórias virais, cuja evolução é rápida e previsível (melhora ou óbito em alguns dias). Falaremos mais sobre isso em capítulo específico. 

Por ora, chamo atenção para o fato de que este é o dispositivo para que se possa considerar pessoas saudáveis e imunes, fundamentais para o desenvolvimento da imunidade de rebanho na população, como pessoas doentes e perigosas. Através dessa bagunça conceitual (que leva cientistas a falarem até sobre “verdadeiros e falsos assintomáticos”), se empurra mais um argumento para tentar justificar que todos precisam usar máscaras. 

Todos são tratados como doentes em potencial, transmissores de covid em potencial. Além de citar estudos que a própria OMS reconhece como pouco conclusivos a respeito da eficáia das máscaras, a entidade omite a menção das duas grandes revisões sistemáticas sobre máscaras existentes até então (Bin-Reza et al, 2012; Cowling et al, 2010). Ambas chegam a conclusões mais enfáticas de que não há associação entre o uso de máscaras e a prevenção de doenças respiratórias virais. Todas as pesquisas referenciadas pela OMS tratavam do uso de máscaras cirúrgicas ou N95, e a única que avaliou o uso de máscaras de tecido de algodão, do tipo caseiras, encontrou nenhuma eficiência e até aumento do risco de contaminação, mesmo quando usadas por profissionais da saúde treinados (MacIntyre et al, 2015). 

Não é à toa que a instituição é enfática em seu primeiro comunicado, não recomendando as mesmas sob quaisquer circunstâncias. Além do mais, as pesquisas envolveram o monitoramento do uso de máscaras por poucas horas ao longo de um intervalo de poucas semanas, não havendo uma que avaliasse os efeitos colaterais do uso diário mais prolongado. Deveria ser desnecessário lembrar que há diferença de contexto, necessidade e riscos, entre um enfermeiro que cuida de pacientes de Covid num hospital cheio, colocando uma máscara descartável, ao longo dos minutos em que permanece em contato com os pacientes – máscara que será descartada e substituída após poucas horas de uso – e um caixa de supermercado, que é obrigado a ficar com uma máscara de tecido caseira, de qualidade desconhecida e nunca pesquisada, ao longo das 12 ou mais horas em que permaneceu fora de casa – máscara essa que foi reaproveitada entre as refeições, que ficou úmida com suor ou chuva, que foi tocada com as mãos, por se deslocar ou produzir diversos incômodos, a qual não tem tempo de lavar e secar adequadamente todos os dias. 

Mas no seu papel servil, a OMS não pode fazer uma avaliação crítica do que está acontecendo no mundo real. É por isso que ela se limita a fazer uma formulação de gabinete sobre a máscara ideal, que lhe permite encerrar o terceiro documento com considerações mais favoráveis às máscaras caseiras. É assim que esse dispositivo que, em janeiro, era absolutamente não recomendado e, em abril, algo que carecia de pesquisas, passou a ser tratado, em junho, como algo que pode servir tanto para prevenir a transmissão pelo usuário doente quanto para prevenir o contágio pela pessoa saudável. É como se, em questão de dois meses, a OMS tivesse desenvolvido uma máscara ideal que a indústria e a ciência não foram capazes de inventar durante décadas de pesquisa. 

Até o momento, as máscaras cirúrgicas descartáveis eram o recurso que a ciência e indústria desenvolveram para prevenir o usuário de infectar alguém, e as máscaras N95 eram o recurso que a ciência e a indústria desenvolveram para prevenir alguém de ser contaminado por partículas suspensas no ar. A existência dessa diferenciação atrapalhava as justificativas dos governos, que queriam empurrar uma venda de pano no rosto dos seus cidadãos a qualquer custo. É por isso que a OMS precisa colaborar com a criação dessa máscara mágica, que “pode” desempenhar tanto as funções da cirúrgica quanto da N95. Novamente, a orientação da OMS vem depois, e não antes. Até o mês de maio, a maioria dos países já exigiam máscaras em público. Qual a contribuição do documento que a OMS publica em junho? Novamente, frases ambíguas, que permitem às autoridades seguirem com o que estão fazendo, e permitem à OMS se defender de ser vista como a idealizadora. Contribuições inócuas, como uma máscara idealizada, complexa, cuja implementação universal é impraticável, e cuja eficácia tampouco fora averiguada por quaisquer pesquisas. Novamente, quando o documento chega, os governos já estão implementando medidas muito mais restritivas do que as preconizadas pela OMS, e isso em nada altera o curso dos acontecimentos. Note que, em junho, a OMS passa a mencionar com mais detalhamento os riscos provocados pelo uso das máscaras. Eles já eram razoavelmente conhecidos pela ciência mas a entidade, apenas agora, resolve comentá-los e, mesmo assim, brevemente. 

Nenhuma referência é trazida e nenhuma consideração mais séria é feita entre as diferenças do uso pontual de máscaras industrializadas e o uso continuado de máscaras caseiras. Apenas no documento de dezembro a OMS faz uma consideração mais específica sobre o uso de máscaras por crianças. Trata-se de uma questão que vinha há tempos sendo trazida, já que, gradativamente, as escolas voltavam a funcionar e as crianças precisavam circular nas ruas. As exigências dos governos se aplicavam igualmente a adultos e crianças, a partir de idades que oscilavam de 12 até 2 anos de idade. No Brasil, por exemplo, o decreto presidencial sancionado em julho, aplica a obrigação a qualquer pessoa a partir dos 3 anos de idade. Só em dezembro que a OMS vêm tecer considerações a esse respeito. Para a entidade, apenas a partir dos 12 anos de idade que o uso de máscaras deve seguir os mesmos princípios dos adultos. 

Dos 6 aos 12 anos, deve-se utilizar uma abordagem de cálculo dos riscos, ou seja, nada próximo de um decreto de obrigatoriedade universal. Isso significa que, abaixo dos 5 anos de idade, a utilização é ainda menos recomendada e a OMS cita isso expressamente. “Crianças de até 5 anos de idade não devem usar máscaras” (p. 2). Entretanto, a frase é complementada com uma ambiguidade: “para controle de transmissão”. É esse o tipo de ambiguidade que torna inócuos os documentos da OMS. Qualquer maluco pode interpretar a frase como significando que crianças não deve usar a máscara para evitar a transmissão mas ainda assim devem usar a máscara para se protegerem. Eis até onde leva a histeria. As máscaras, que sempre foram concebidas para prevenir pessoas doentes de infectarem outras, agora, não precisam ser usadas por crianças doentes mas, na cabeça dos legisladores, precisam ser impostas à crianças saudáveis, não a partir dos 5 anos de idade, mas a partir dos 3. Ou mesmo antes, como recomenda ao público a Sociedade Brasileira de Pediatria ([SBP], 2020). Ora, se é para aplicar as máscaras universalmente a todos, a OMS não precisaria ter escrito algo especificamente sobre jovens e crianças. 

Mas para dourar a pílula e mostrar sua prestatividade teórica, burocrática, essa organização – a mesma que reconhece que um terço da população mundial não tem acesso a água potável e 3 bilhões de pessoas não tem recursos para uma alimentação adequada – pede que sejam usadas máscaras “children friendly”, ou seja, adaptadas às crianças. São uma versão mais sofisticada da já mencionada “máscara ideal”. 

Além das três camadas e toda consideração sobre a pressão e elasticidade de cada tecido, e o conforto e a costura, elas precisam ter um tamanho adequado para se ajustarem, sem vazamentos, à cabeça menor das crianças. E seus materiais precisam estar de acordo com os princípios de não-toxicidade que se aplicam às crianças. Enquanto a OMS elabora seus castelos nas nuvens e todos fingimos acreditar que tais cuidados serão garantidos à população miserável e pobre, os pais são forçados a enfiar no rosto das crianças o primeiro pedaço de pano que tiverem ao alcance, preocupados com a polícia, com as multas e as exigências escolares. Tudo, obviamente, com muito amor e carinho, como pedem os burocratas da SBP. 

É impossível que tamanhas incongruências não saltem aos olhos, a não ser da pessoa que realmente implore para ser enganada. Após um ano inteiro de pandemia, ou seja, em dezembro de 2020, enquanto alguém pode se confundir com a linguagem dúbia da OMS e acreditar que até crianças de 2 anos de idade precisam andar na rua de máscaras, a organização continua a afirmar, em alto e bom tom, que quem trabalha em áreas administrativas de hospitais, sem contato com pacientes, não precisa usar máscaras! (WHO, 2020d, p. 5). 

Em síntese, os documentos da OMS a respeito das máscaras evidenciam que: (1) a entidade não é a idealizadora ou mandante das políticas drásticas que têm sido aplicadas ao redor do mundo; (2) pelo contrário, ela aparece sempre depois de que as medidas são tomadas, elaborando orientações muito mais amenas do que aquelas impostas à população, embora tais orientações não surtam qualquer efeito numa suavização das medidas; (3) as recomendações da entidade são apresentadas de maneira sempre ambígua, evidenciando que a mesma não quer se mostrar conivente com o autoritarismo em curso, embora não demonstre qualquer esforço de avaliá-lo criticamente; (4) por esse motivo, a maior parte das recomendações acaba tendo uma aplicação muito restrita, já que são idealizadas em gabinete, sem a devida consideração do que ocorre no mundo real; e não menos importante (5) as evidências científicas apresentadas pela entidade são claras a respeito da pouca eficácia da implementação de máscaras em caráter universal em espaços públicos, longe de justificarem as imposições tão drásticas exigidas pelas autoridades governamentais. 

Levante ! Organize-se! Lute!
A hora de Lutar é Agora!

Referências 

Aiello AE, Coulborn RM, Perez V, et al. (2010) A randomized intervention trial of mask use and hand hygiene to reduce seasonal influenza-like illness and influenza infections among young adults in university setting. International Journal of Infectious Diseases, 14:E320-E20. doi: 10.1016/j.ijid.2010.02.2201 

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