Tudo começa na cozinha. Sem alimentação não há filosofia

Tudo começa na cozinha. Sem alimentação não há filosofia

por Marchesano

Na coletividade não há desigualdade de gênero, raça e sexualidade. Se os coletivos e movimentos que aí estão, na ‘defesa’ dessas questões, fossem sérios no combate contra qualquer tipo de discriminação, eles teriam como premissa a defesa do que é público. 

O que é público é de todos. As desigualdades acima citadas só triunfam na divisão material dos bens. Se uma sociedade é formada por dominantes e dominados, tendo como traço característico de diferenciação entre um e outro a posse privada dos meios e modos de produção, todas as outras divisões são possíveis e razoáveis.

As maiores atrocidades acometidas contras mulheres, negros e homossexuais não acontecem nos recintos privativos?

Não foi no pátio do Carrefour que o negro, João Alberto Silveira Freitas, foi assassinado?

Não foi no chão do Hipermercado Extra que a mãe viu seu filho, Pedro Henrique Gonzaga, morrer asfixiado pelos seguranças?

Não é a polícia brasileira a polícia que mais mata no mundo?

Por quê?

Não é ela estruturada para defender o patrimônio e a vida de quem o detém?

Para o Estado, quem nada tem, qual é a utilidade em ser defendido?

A estética do coletivo, garantida pela defesa do que é público, pode ser definida por meio de um provérbio africano – Comer com as mãos e do mesmo prato.

Comer com as mãos e do mesmo prato não seria um gesto de afeto e confiança?

Não é a estética burguesa contra qualquer tipo de afeto e mentora do caos? 

Não estaria a estética do coletivo/público na contramão da estética burguesa?

A propriedade privada não é aquela que individualiza o prato e elimina gradativamente o uso das mãos?

Há um provérbio Baganda que diz: ‘Uma família unida come do mesmo prato’. 

Dito isso, fica a pergunta: 

Onde mais senão nos espaços públicos podemos gozar dessa unidade?

Não é o leão obrigado a deitar-se com fome na união do rebanho?

O que falta à classe trabalhadora é confiança. 

Se ela se acha pequena aos próprios olhos, tente dormir em um quarto fechado com um mosquito, e verás o incômodo que este lhe causará.

Respeito, partilha, cortesia, generosidade, confiança e desprendimento fazem parte da estética do coletivo, garantida pela defesa do que é público. Oposto a estes valores encontram-se os valores privatistas burguês.

Ao trabalhador cabe entender que ele só pode SER em unidade.

Quando não há inimigos interiores, os inimigos exteriores nada podem contra.

Pela transformação dos refeitórios das escolas públicas em restaurantes populares nos contraturnos escolares, dirigidos por toda a comunidade acadêmica (professores, estudantes, familiares e funcionários escolares).

Por uma educação pública, laica, inclusiva, de qualidade, gratuita, combativa, democrática, popular e universal.

Levante ! Organize-se! Lute!
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