Sobre as manifestações do dia 29 de maio no Brasil (Fotos e Videos)

Quando tudo parecia parado e adormecido, aconteceram grandes manifestações no Brasil, três dias depois que o Papa Francisco respondeu sorrindo com uma piada ácida ao Padre João Paulo, de Campina Grande (PB), que pediu oração para os brasileiros: “Vocês não têm salvação. É muita cachaça e pouca oração”.

As ruas das principais cidades do Brasil foram ocupadas por mascarados gritando palavras de ordens variadas, mas principalmente “Fora Bolsonaro!” 

Aparentemente os dois fatos não têm nada a ver um com o outro. O Papa vendo a América Latina já pegando fogo e o Brasil assistindo o presidente desfilar de moto e desgraçando a vida dos brasileiros não poderia ter dito algo melhor, com uma piada fotografou a situação toda.

Da mesma maneira, essas manifestações pareceriam uma maneira de canalizar de maneira institucional a raiva do povo brasileiro contra o sistema, enquanto um dia antes o estado narco paramilitar colombiano escalou a repressão contra os manifestantes deixando só em Cali 13 mortos oficiais.

O grosso das manifestações foram direcionadas para o “Fora Bolsonaro”, mas no sentido eleitoral de 2022 e principalmente de “Lula 2022”.

A “saída” institucional é a saída para a grande burguesia e o imperialismo.

É preciso cancelar as eleições de 2018, as de 2020 a Operação Lava Jato e todas as ações derivadas contra esses brutais golpes contra o povo brasileiro em importante medida contra os povos latino-americanos.

Clique na imagem para saber sobre a fraude das eleições Bolsonaristas

A fraude da “esquerda” oficial 

A “esquerda” oficial, que atua na prática a serviço do massacre do Brasil, não havia organizado desde 2017 um único protesto, uma única greve. E as únicas greves nacionais que aconteceram (nos Correios), pois foram impulsionadas por Gazeta Revolucionária, foram quebradas por essa mesma “esquerda” oficial e todos os setores da máfia sindical.

O próprio Lula esqueceu a Carta ao Partido que escreveu desde a prisão chamando o PT a mobilizar o povo às ruas para derrubar o governo golpista de Bolsonaro. Agora ele é um militante do Grupo de Pueblo teleguiado pelo Partido Democrata de Joe Biden.

Lula solta suas pombinhas brancas quando não existe mais espaço para a política paz e amor com um capital cada vez mais rapineiro devido ao aprofundamento da maior crise capitalista de todos os tempos. 

Como fazer frente com golpistas e entreguistas do PSDB de Fernando Henrique Cardoso e Dória? E principalmente com o governo Bolsonaro que passou a concentrar o massacre do sistema de conjunto contra os trabalhadores e o povo brasileiro.

O maior partido de esquerda que o Brasil já teve, o PT, é controlado por uma direita que faz acordos até com o diabo para participar de fatias do poder que oprime e destrói as tentativas de organização independente dos trabalhadores.

O grito entalado na garganta do povo brasileiro

Além do grito “Fora Bolsonaro”, havia manifestantes com seus próprios cartazes, reclamando do desemprego, denunciando as mortes por Covid-19 com os nomes de amigos e parentes que morreram. 

A insatisfação generalizada com o governo Bolsonaro que tem tratado com desdém a crise sanitária e ironizado o isolamento social e qualquer tipo de bloqueio, além de estar direcionando a maior entrega do Brasil do história. “Este governo é pior que o vírus” era que se pode ler em vários cartazes.

As manifestações de ruas não têm porquê não acontecer, mesmo porque os trabalhadores não estão fazendo isolamento social, ônibus e metrôs andam lotados, nos locais de trabalho o uso de máscara e álcool gel estão sendo usados, nem por todos, imaginem os garis tomando todos esses cuidados na correria pra darem conta do serviço, nem pensar. É muita hipocrisia evitar assembleias e protestos, e manter os trabalhadores trabalhando “normalmente”.

A necessidade do povo brasileiro de se levantar antes que seja levado à miséria absoluta, não devido à pandemia, mas à crise capitalista mundial e o serviço sujo que um governo de direita.

O governo Bolsonaro atua a mando direto do grande capital e do imperialismo, está fazendo no país, entregando todas as estatais, acelerando os mecanismos de saque parasitários, e retirando os direitos elementares dos trabalhadores, levando a um número de desempregados sem precedentes no país. Diversas Propostas de Emenda Constitucional (PEC) para acelerar o massacre; uma das mais graves é PEC 32 que vai acabar com o funcionalismo público e abrindo a porta para os empresários tomarem setores com a educação e a saúde.

Até agora os bolsonaristas formais vinham nadando de braçada, fazendo atos, caminhadas, carreatas e motocadas, com o próprio presidente Bolsonaro tomando a frente. 

Desta vez as ruas se ficaram lotadas de manifestantes que querem a derrubada do presidente. É possível que isto ocorra, mas não porque os partidos da “esquerda” oficial atuem nesse sentido; a orientação deles é criar uma frente eleitoral com boa parte da direita para 2022. Como em diversas outras ocasiões chamaram antes que o povo fosse para as ruas e pudesse até mesmo repudiar as bandeiras partidárias. Os recentes acontecimentos na Colômbia mostram que mesmo nos estados mais repressivos, os levantes de massas estão colocados à ordem do dia.

É o mesmo princípio expresso pelo presidente de Minas Gerais, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, antes da “Revolução de 1930”: “Façamos a revolução antes que o povo a faça”.

O dia 29 de maio pode ter sido o pontapé inicial para grandes mobilizações no Brasil contra a entrega do país. Mas isso dependerá da ação dos verdadeiros revolucionários que devem se valer dos exemplos da Colômbia, do Chile e outros para impulsionar a própria luta no Brasil em cima das necessidades mais sentidas dos trabalhadores e do povo brasileiro.


Clique na imagem para saber sobre a luta transicional no Brasil

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