Quem te conhece? O novo primeiro ministro que ninguém elegeu
No dia 12 de fevereiro, foi imposto como novo primeiro ministro da Itália Mario Draghi, o ex presidente do BCE (Banco Central Europeu).

Quem te conhece? O novo primeiro ministro que ninguém elegeu

Itália: Draghi é um banqueiro que tem se especializado em repassar trilhões aos grandes capitalistas para evitar a bancarrota.

Qual é o significado dessa nomeação?

  1. A crise capitalista avança a passos largos. A pandemia serviu para repassar aos grandes capitalistas mais trilhões e evitar a sua bancarrota, de maneira mais ou menos disfarçada, evitando grandes mobilizações de massas. Mas isso não significa que o problema insolúvel foi resolvido. As grandes empresas obtiveram recordes históricos na especulação financeira, no ano passado, por causa dos obscenos repasses. Mas a economia continua rumo ao precipício.
  2. A Itália é um dos países centrais mais afetado pela crise capitalista, que avança na direção dos países mais fortes como a Alemanha, a Inglaterra e o próprio imperialismo norte-americano. Na Itália, a economia se encontra em forte crise desde 2008 pelo menos. Os capitais podres dos bancos estão em torno aos 400 bilhões de euros e aumentando por causa do aprofundamento da crise.
  3. A crise econômica impacta todos os componentes da sociedade e principalmente o sistema político. O governo anterior de Giuseppe Conte entrou em tal crise que o próprio Conte renunciou no dia 26 de janeiro deste ano. O novo governo manteve como ministro das relações exterior Luigi di Maio do Movimento Cinco Estrelas e ao próprio Matteo Salvini, o principal dirigente da Liga do Norte, um dos principais partidos fascistas do país.
  4. O Partido Democrático foi estruturado sob a base da bancarrota da DC (Democracia Cristã) e do PCI eurocomunista, que após várias mudanças camaleônicas se fundiram com outros grupos em 2007. Hoje se encontra em crise terminal.
  5. O governo “tecnocrata” de Monti, a versão anterior do governo atual, teve o apoio incondicional do PD, dirigido por Pier Luigi Bersani, logo após ter sido imposto pelo imperialismo europeu. Bersani tinha sido ministro do governo de Romano Prodi eleito em 2006, trás ter derrotado por escassa margem a Silvio Berlusconi, mas acabou caindo pouco depois.
  6. A arrasadora derrota do ex primeiro ministro Mario Monti representa a derrota das “políticas de austeridade” impostas pela direita tradicional a mando das principais potências imperialistas, a começar pelo imperialismo alemão.
  7. A bancarrota do terceiro maior banco italiano em ativos, o MPS (Monte Dei Paschi di Siena) há alguns anos, que tinha quebrado pela segunda vez em quatro anos, mostrou claramente as ligações do PD com a direita ligada a Monti e Draghi. O Conselho de Administração do Banco é controlado por uma fundação, ligada à prefeitura de Siena, composto em três quartas partes por membros do PD.
  8. O Banco da Itália, na época dirigido por Mario Draghi, o ex presidente do BCE (Banco Central Europeu) e ex funcionário do Goldman Sachs, ao igual que Mario Monti, tinha aprovado a aquisição do banco Antonveneta ao Banco Santander em 2007-2008, por € 9 bilhões, que o tinha adquirido por € 6,6 bilhões havia apenas umas semanas antes. Segundo a imprensa italiana, os executivos do MPS levaram 5% em comissões.
  9. Em 2010, uma auditoria revelou que o MPS tinha se envolvido em operações especulativas que não conseguiu sustentar – operações com direito a recompra (repo) lastreadas em títulos públicos por € 25 bilhões (€ 5 bilhões somente detidos pelo Deutsche Bank e o Nomura) deixaram o banco muito exposto ao aumento das taxas de juros e provocaram perdas por € 220 milhões em 2009. O banco é acusado de ter maquiado € 730 milhões em operações que envolviam derivativos financeiros após ter sido salvo da bancarrota por meio de um empréstimo viabilizado pelo governo Monti pelo mesmo montante do IMU (o imposto sobre as moradias), € 4 bilhões. 
  10. Nada muito surpreendente na Itália, onde as várias alas do regime burguês têm promovido rápidos resgates derivados de recorrentes escândalos – bancarrota do Banco Ambrosiano, ligado ao Vaticano, em 1982; bancarrota da Parmalat em 2003, num escândalo envolvendo € 14 bilhões; recente crise da multinacional de armamentos Finmeccanica, envolvendo a corrupção promovida por vários partidos políticos, principalmente a Liga do Norte de Berlusconi; recentes escândalos no Vaticano que levaram à renúncia do Papa.
  11. O movimento operário e revolucionário italiano continua em estado de espera, desorganizado e fragmentado. Mas é óbvio que a temperatura social continua aumentando. A direita também se encontra em frangalhos. A burguesia imperialista se vê obrigada a fortalecer o fascismo e o caráter ditatorial dos regimes a partir dos aparatos do estado.
  12. A crise capitalista continua se desenvolvendo. A burguesia aposta nas ditaduras, no fascismo e na guerra. Os revolucionários apostamos na outra cara da moeda que vai junto com essa: no ascenso de massas e na revolução que deve ser organizada.

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