Não devemos esquecer que sempre que a direita começa uma campanha contra a corrupção é porque há objetivos abertamente golpistas. E quanto mais meiguinha a campanha for, mais golpista ela será.

O Doleiro – Capítulo 6 – O “país das maravilhas” dos governos do PT

Os governos do PT se tornaram possíveis com o acordo entre o PSDB de FHC e a cúpula do PT nas eleições de 2002.

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Não podemos esquecer que os grandes empresários nacionais e principalmente estrangeiros são os donos do estado brasileiro.
O principal articulador da vitória do PT nas eleições de 2002 foi o futuro super ministro José Dirceu. Por meio do dinheiro das grandes empresas nacionais e do acordo com o imperialismo norte-americano, o PT chegou ao Governo Federal.

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Os governos dos três maiores estados da Federação, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, continuaram sob o controle da direita. Nunca o PT fez algum esforço real para pelo menos, tentar ganhar essas eleições, como parte do acordo tácito geral imposto pelos grandes empresários e o imperialismo.


Foram beneficiados pelos altos preços das matérias primas, inchados artificialmente pelos altos volumes de capitais especulativos que ficaram supérfluos depois da crise da Bolha da Internet em 2001 e a crise das Bolsas de Valores em 2003 e 2004.


Com parte desses recursos se realizaram programas sociais importantes, que retiraram da pobreza extrema 16 milhões de pessoas, permitiram às pessoas pobres ampliar o consumo e entrar na universidade. O salário mínimo e as aposentadorias aumentaram.


Ao mesmo tempo, os grandes bancos lucraram como nunca antes, segundo as palavras do próprio Lula.


A especulação financeira fez uma verdadeira orgia. A exportação de minério de ferro bateu todos os recordes.


A crise do “Escândalo do Mensalão” de 2005 expôs parte das fragilidades dos governos do PT. Os grandes empresários estavam felizes com os altos lucros e com a contenção das lutas. Mas não estavam dispostos a correr riscos, além de precisarem desviar as atenções do Escândalo do Banestado, o maior caso de corrupção da história do Brasil.

Não devemos esquecer que sempre que a direita começa uma campanha contra a corrupção é porque há objetivos abertamente golpistas. E quanto mais meiguinha a campanha for, mais golpista ela será


O PT conseguiu vencer as eleições de 2006, mas foi obrigado a engolir o PMDB no governo.


O ritmo das privatizações foi reduzido e passou a ser priorizado o regime das concessões públicas e das terceirizações, que têm funcionado como privatizações “brancas”.

No campo, o chamado “agronegócio” tomou controle total enquanto a direção do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) acabou com a luta pela terra nos governos do PT para cuidar dos próprios negócios. As cinco maiores empresas do setor impuseram logo após a criação da ICMBio (Instituto Chico Mendes para a Biodiversidade) em 2007, a legalização de 30 sementes transgênicas, sem qualquer teste. Um recorde mundial.


No primeiro governo Dilma, foi aprovado o Novo Código Florestal que representou um enorme avanço contra os biomas brasileiros.

O Ministério da Justiça ficou sob controle da ala mais de direita do PT, o PT Jurídico ou Mensagem ao Partido. Várias das leis que foram aprovadas atentam até contra a própria Constituição de 1988 e foram usadas uns anos depois, pela Operação Lava Jato contra o próprio PT.


Dentre outras, a Lei da Ficha Limpa (2010). Lei das Organizações Criminosas junto com a Lei das Delações Premiadas (2013). Lei Anti-corrupção (2014). Lei Anti-terror (2015). Também a autonomia da Polícia Federal e do Ministério Público.


A crise de 2008 chegou ao Brasil como uma “marolinha” segundo as palavras de Lula. Foi contida por meio de enormes volumes de crédito público, que manteve um alto nível de consumo, às custas do aumento da inadimplência.

Para manter a governabilidade, o PT precisou fazer amplas concessões à direita nos próprios ministérios, nas empresas públicas e nas alianças realizadas no Congresso para que os principais projetos de lei fossem aprovados. Rios de dinheiro continuaram jorrando a partir da corrupção das grandes empresas, utilizando os mesmíssimos mecanismos que vinham funcionando havia muitas décadas.


O estilo de governo do PT era fazer e manter os acordos com a direita e o imperialismo, ao mesmo tempo que destinava algumas migalhas para os programas sociais.


Esse modelo foi aplicado também na tentativa de impulsionar os “campeões nacionais”, empresas nacionais que favorecidas pelo dinheiro público começaram a se expandir à África e a outros países da América Latina, sob a crescente desconfiança do imperialismo norte-americano.


Tudo funcionava “razoavelmente bem” no mundo de Alice do PT.
Os programas sociais permitiam que centenas de milhares de pessoas ingressassem à universidade. Os abutres do setor ganhavam muito dinheiro.


A economia funcionava com a inundação do mercado com rios de crédito público. Nas palavras de Lula, os bancos nunca haviam ganhado tanto dinheiro.
Mas os governos do PT tiveram um controle muito parcial dos aparatos do estado.


A produção continua se realizando de maneira hiper depredadora, destruindo a natureza e armazenando a lama tóxica em piscinões que depois de alguns anos estouram e transformam rios ecológicos em pedaços do Planeta Marte na Terra.


O grosso das notas fiscais das matérias primas não são enviadas ao comprador. Elas são negociadas nas bolsas mercantis e futuro, como as de Singapura, Chicago, Londres e Zurique onde se lhe agrega 80% de valor adicionais e passam a fazer parte dos nefastos derivativos financeiros, que compõem o grosso da especulação financeira mundial. No Brasil, fica em torno ao 20% do valor total junto com a brutal depredação ambiental.
Para o Banco do Brasil conceder empréstimos são exigidas notas fiscais dos produtores, que somente são concedidas adivinhem por quem? Sim, pelos revendedores da Monsanto, Bayer, Syngenta, BASF e afins.

O Brasil se converteu no campeão mundial de uso de agrotóxicos e vice campeão mundial no uso de transgênicos, aprovando sem a realização de qualquer teste, venenos que estavam proibidos até no vizinho Paraguai.
A decadência dos governos do PT começou em 2012.

No segundo semestre de 2012, aconteceu a prisão de dirigentes petistas por meio do processo do “Mensalão”.


Nas eleições municipais daquele ano, coincidindo com a semana do primeiro e do segundo turno, aconteceram julgamentos do “Mensalão” para prejudicar o PT.

No segundo semestre de 2012, aconteceu a prisão de dirigentes petistas por meio do processo do “Mensalão”.
Nas eleições municipais daquele ano, coincidindo com a semana do primeiro e do segundo turno, aconteceram julgamentos do “Mensalão” para prejudicar o PT.


Mesmo assim, o PT venceu as eleições na maior cidade da América do Sul, São Paulo, apesar que o fez em aliança com Paulo Maluf, o queridinho da Ditadura Militar. Era um claro sinal da bancarrota eleitoral da direita associada ao “neoliberalismo” de FHC, que enfrentava crescente crise após o colapso capitalista mundial de 2008.


No final de 2012, o sistema começou a apresentar sérias rachaduras. Para conte-las o governo Dilma fez enormes concessões para o setor da linha branca para evitar a bancarrota e que foram estendidas no ano seguinte para outros setores.


A desconfiança da burguesia aumentou por medo de ver os seus lucros colocados em risco.


Em junho de 2013, a direita mais fascista colocou uma carta perigosa nas ruas, os grupos fascistas, quando ficou claro que a polícia poderia ser ultrapassada pelo movimento de massas contra o aumento da passagem que se ampliava.


Grandes empresários, de longa tradição muito pouco democrática, digamos golpista, se embrenharam nessa campanha: principalmente a Rede Globo, o Grupo Gerdau e as federações das Indústrias de São Paulo (Fiesp), do Rio de Janeiro (Firjan) e de Minas Gerais (Fiemg), com a ativa participação da Embaixada dos Estados Unidos.


A crise do regime que se abria ficou evidente porque a burguesia desconfiava, até com razão, que as políticas do PT não conseguiriam controlar a estabilidade do regime e manter os lucros obscenos, principalmente dos bancos.


Em 2014, a burguesia ficou dividida sobre a reeleição de Dilma, mas havia muito temor sobre a eventual desestabilização do regime da mesma maneira que tinha acontecido no final dos governos de FHC.

Para “enfrentar” a crise, Dilma escalou um banqueiro vinculado diretamente à especulação financeira, Joaquim Levy do Banco Bradesco. Na prática, funcionou como uma espécie de tentativa de apagar um incêndio com gasolina.


Em março de 2014, os golpistas saíram às ruas, pela primeira vez, com identidade própria, em uma marcha convocada por grupos de extrema-direita e intitulada “Marcha da Família com Deus e Pela Liberdade – o Retorno”. Em meados do mesmo ano, a direita impulsionou a campanha do “Não Vai Ter Copa”.

No início de 2015, tiveram início os atos pelo “Fora Dilma” que culminaram no impeachment da presidenta Dilma que aconteceu em abril de 2016.

Em 2016, a burguesia se unificou para impor o impeachment de Dilma. As manobras do próprio Lula para chegar a um acordo com a direita não foram suficientes para salvar o Governo Dilma nem com as promessas de privatizar a Previdência Social e a Petrobras.

Nas eleições municipais de 2016, o PT se coligou com a direita golpista que havia derrubado Dilma. Somente com o DEM, PSDB e PMDB, o PT se coligou em 1.682 municípios da Federação.

O candidato do PSOL, Marcelo Freixo, foi apoiado pela Rede Globo no Rio de Janeiro. Estes senhores acham que a política do me digas com quem tu andas e te direi quem tu es não se aplica para eles.


Assim o PT e seus acessórios, com a sua política de conciliação de classes, se integraram ao desenvolvimento do golpe. Hoje é uma “Esquerda” Bolsonarista, até porque quem sabota todas as lutas e favorece o massacre do Brasil pelo Governo Bolsonaro, na prática só pode ser um Bolsonarista apesar dos discursos demagógicos.


No final de 2020, os ricaços estão dispostos a matar a própria mãe para se salvar da crise mundial, que só aumenta.

Não há espaço para novos governos ao estilo dos do PT.

O capitalismo não funciona mais; não consegue abrir fábricas ou empresas importantes. O que tem para oferecer é o massacre na ponta das baionetas, guerras, mortes, doenças, desemprego, fome e destruição em massa.

A escalada da crise capitalista mundial impunha aos grandes capitalistas a necessidade do massacre do Brasil e da América Latina para estabilizar as taxas de lucro que não paravam de cair.
Com esse objetivo era preciso reduzir as firulas e mudar o regime político para os abutres capitalistas poderem massacrar o povo brasileiro e salvar-se da crise.
Esse foi o objetivo da Operação Lava Jato semi ocultado sob a enorme propaganda da suposta “luta contra a corrupção”. Esse será o assunto do próximo capítulo.


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