O Brasil é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, mas voltou ao mapa da fome

O Brasil é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, mas voltou ao mapa da fome

O Brasil é um país de terras férteis, de uma hidrografia imensa, de clima favorável à produção de alimentos vegetais e animais. A projeção feita pelo Ministério da Agricultura e pela Embrapa prevê que a área total plantada com lavouras no país passará de 75,4 milhões de hectares para 85,68 milhões, crescimento de 13,63% em dez anos.

A área cultivada de grãos (algodão, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale) saltará de 62,9 milhões de hectares para 72,4 milhões de hectares, de acordo com o levantamento, o que corresponde a um acréscimo anual de 1,4%, ou de 15,3% no período de dez anos. Nesta década, o Brasil produzirá 300 milhões de toneladas de grãos, ou seja, mais 62,8 milhões de toneladas (27%). 

Mas mesmo diante desse gigantismo produtivo de alimentos o Brasil voltou ao mapa da fome do qual havia saído em 2014 pelos critérios da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que inclui no mapa aqueles países onde mais de 5% da população ingere menos calorias que o recomendável. O Brasil que tem hoje certa de 212 milhões de habitantes, 5% significaria mais de 4 milhões de brasileiros vivendo sob regime de fome. O Artigo 6º da Constituição está barbaramente sendo desrespeitado! Mas não se trata de meramente uma questão legar, é antes de tudo uma imoralidade total o descaso com mais de 25 milhões de brasileiros que tem, eufemisticamente, deficiência alimentar, ou seja, passam fome.

Destes privados de alimentos a grande maioria também é privada de vários itens garantidos pelas leis brasileiras, saneamento básico, água potável, moradia, transporte, educação, saúde, etc. No final de 2019, segundo os dados divulgados pelo IBGE (Síntese de Indicadores Sociais) 52,5 milhões de pessoas viviam com menos de R$ 420 per capita por mês, que segundo os critérios adotados pelo Banco Mundial, indicam a condição de extrema pobreza. Para quem já teve a coleta de lixo da sua rua suspensa por uma semana, pode pelo menos imaginar o que passa essa parcela da população brasileira que além da falta de alimentos sequer já viu o recolhimento de lixo nos seus locais de moradia.

Em dezembro de 2020 as Nações Unidas apresentaram a nova edição do relatório “Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e no Caribe 2020”, com foco nos territórios que sofrem com os maiores índices de desnutrição, atraso no crescimento infantil etc. e fez uma projeção segundo a qual a extrema pobreza na América Latina e no Caribe deveria alcançar mais de 83 milhões ainda no ano passado.

Esse disparate selvagem é resultado de políticas impostas pelo mecanismo que operam em prol dos grandes monopólios situados no coração do imperialismo e pela subserviência dos governos locais. O crescimento da pobreza tem relação direta com as políticas que visam a evasão de divisas e a entrega do Brasil ao capitalismo dos especuladores internacionais. A falta de investimentos nas áreas sociais com cortes sucessivos para pagamento dívida pública resulta neste estado de miséria que vai se tornando toda a América Latina e o Brasil.

A massa de famintos não é o resultado da vontade de Deus ou do esforço fracassado dos indivíduos como quer fazer crer a campanha capitalista e muito menos desventuras da natureza inóspita. Trata-se da ação da classe empresarial e de governos a seu serviço que se negam a distribuir o básico para que a população possa sobreviver. Sem um levante na América Latina será impossível de tirar esses milhões de famintos de onde estão e devolver a dignidade às pessoas.

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