Gazeta Revolucionária expressa a mais profunda indignação e perplexidade em virtude do covarde e brutal assassinato do carteiro Ademir, do CTC Mocca, que aconteceu no dia 28 de maio passado!
Após cumprir sua jornada de trabalho e ainda uniformizado, a polícia, abusando explicitamente de sua autoridade e em ato manifestamente ilegal, já que ausentes quaisquer das hipóteses previstas no art. 240, § 2º, do CPP, e ante a sua indignação, o executou sumariamente com 03 disparos de arma de fogo à queima-roupa.
Inadmissível, também, a reação das direções sindicais para tão chocante crime, que se limitaram a lançar uma nota conformista e descompromissada com a extrema gravidade do fato, evidenciando que são vários os inimigos dos trabalhadores dos Correios, denotando, mais do que nunca, a verdadeira máfia sindical que dirige o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo.
Com efeito. Limitaram-se a escrever:
“A Diretoria do SINTECT-SP expressa sua solidariedade aos familiares e protesta com veemência contra essa violência desmedida que tirou a vida do companheiro de forma trágica e inaceitável. E repudia a violência a que a categoria está submetida pela direção da empresa, que está sugando a vida e a alma do ecetista sem dó e levando o pessoal ao limite da doença física e emocional.
O Departamento Jurídico do Sindicato foi acionado pela Diretoria e está atuando para esclarecer a situação e tomar as medidas adequadas, e espera que seja alcançado o máximo de clareza e justiça.”
Questionamos!
Essa execução sumária foi acidental?
Embora não tenhamos o poder (ainda) de ler a mente mórbida dos agentes da repressão, não é preciso ir muito longe para sabermos a serviço de quem atuam… o fato fala por si só! E isso não é pouco! Muito pelo contrário!
No momento atual há uma brutal pressão para que os Correios sejam entregues a troco de banana aos abutres capitalistas.
Qualquer possível indignação de Ademir está plenamente justificada, exatamente em virtude da covarde e tirana pressão exercida contra os trabalhadores (que veem nas direções sindicais pelegas imperdoáveis omissões, indiferenças e conformidade) com o desmonte de um dos maiores patrimônios da soberania nacional! E, por óbvio, três disparos de arma de fogo efetuados contra um trabalhador honesto e desarmado, somente pode ser obra de vis assassinos!
Essa execução sumária se presta, na prática, como mais um dos tantos mecanismos utilizados covardemente para acuar os trabalhadores, fazendo com que sejam inibidas quaisquer manifestações contra a privatização e dar um recado muito claro sobre as consequências do que vai acontecer, caso resistam, de qualquer forma, às demissões em massa!
O que deve ser feito?
No mínimo, todo o CTC Mocca deve ser paralisado até que haja uma resposta clara sobre as condições desse brutal homicídio, com a participação de todos os trabalhadores. Deve ser exigida da direção pelega do Sintect-SP, dos outros 35 sindicatos e das duas federações, uma paralisação, de no mínimo 24h, como forma de aviso e de veemente repúdio ao ocorrido! Aliás, as próprias centrais sindicais deveriam convocar uma forte mobilização em frente à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo em repúdio à truculência da polícia genocida, exigindo uma pronta, rápida e eficaz investigação e uma exemplar punição aos envolvidos, pois queremos uma resposta a esse ataque covarde!
Nunca vamos nos calar diante de injustiças, crimes brutais e ameaças de nos impedir de para de pensar e de protestar!
