Guerra ou paz na Venezuela?

Guerra ou paz na Venezuela?

Janeiro de 2021 começou com várias novidades na Venezuela.

As eleições de 6.12.2020 permitiram a eleição de uma ampla maioria ligada ao governo Maduro. A diferença do Brasil, não foi usada (pelo menos como forma preferencial) a fraude nas urnas, que também são eletrônicas, mas que incluem o voto impresso.

O método de controle principal foi o controle de todos os partidos políticos a partir do Tribunal Superior de Justiça. Todos os partidos políticos oficiais foram colocados sob o controle dos setores que estavam dispostos a negociar com o governo.

Em paralelo, no mês de outubro de 2020, havia sido aprovada a Lei Anti-bloqueio por meio da qual se abriu a privatização da PDVSA (Petróleos de Venezuela), mesmo contra a proibição explícita da Constituição Bolivariana e do próprio Maduro ter sido um dos constituintes.

Como contrapartida, o governo Trump imediatamente renomeou o embaixador norte-americano em Venezuela, depois de dez anos.

No dia 5.1.2021, foi a vez da nova Assembleia Nacional entrar em funções, com maioria chavista, e a União Europeia ter cancelado o reconhecido de Juan Guaidó como presidente de facto e auto proclamado de Venezuela.

O governo Maduro atua alinhado com os seus principais patrocinadores, os russos e os chineses em primeiro lugar.

A política da bolibo-burguesia é defensiva. Aliada à burguesia tradicional que ainda atua na Venezuela, simplesmente busca mecanismos para manter seus privilégios, neste momento catapultados por meio de negócios com os chineses e seus aliados, como a Rússia e o Irã.

As burguesias iranianas e russas também aplicam uma política fundamentalmente defensiva perante a crescente agressividade do imperialismo norte-americano.

Já a burguesia chinesa aplica uma política principalmente defensiva contra o imperialismo norte-americano, que é ultra agressivo, mas com crescentes componentes ofensivos: desenvolvimento tecnológico e militar, Novo Caminho da Seda, Made in China 2025 e até a penetração na América Latina, o quintal traseiro do imperialismo, por meio da Venezuela e Cuba, em primeiro lugar.

Para onde vai a Venezuela?

O componente central para responder à pergunta é qual será a política do governo Biden para Venezuela.

Os novos senhores da guerra foram impostos para entregar o que Trump não entregou, uma guerra importante que permita movimentar o complexo industrial militar e avançar na militarização da sociedade, como política central de “saída” capitalista para a crise.

O governo Biden ainda não deixou clara a sua política geral de guerra. Por onde ela começará?

O governo chavista tem várias cartas que está colocando no jogo das negociações, onde os russos e chineses também poderão exigir concessões. Ainda não está claro o que o imperialismo está disposto a ceder.

Uma das principais concessões foi a privatização da PDVSA, que implica na abertura do país ao imperialismo em forma negociada. A Chevron atua na Venezuela apesar das sanções, mas o grosso dos negócios em matéria petrolífera e mineração está nas mãos de russos e chineses.

Em termos políticos, em 2021, poderá acontecer o referendo revocatório do governo Maduro, o que abriria a possibilidade do retorno parcial e controlado da direita.

Parcial e controlado porque a situação da Venezuela é tão crítica, com uma crise tão profunda, que uma ampla retirada de direitos e programas sociais junto com a subida do salário oficial, que hoje está em menos de US$ 2 mensais, implicaria numa injeção de recursos acima de US$ 100 bilhões.

O papel de contenção social do chavismo continuará sendo necessário, até para evitar uma revolução social.

Não esquecer que foi na Venezuela em 1989, onde aconteceu o Caracazo, o primeiro levante de massas contra as políticas “neoliberais” e ainda onde houve o golpe de estado fracassado de 2002. E todo golpe de estado fracassado deixa sequelas enormes para a direita e o imperialismo.

Mas ainda cabe ver por onde o imperialismo irá começar a sua escalada guerrerista que é inevitável. Não esquecer que os abutres capitalistas não atuam por meio de considerações morais; essa é a política da “esquerda” pequeno burguesa. O fazem por meio de considerações práticas, como personificações do capital que eles são. Se tiverem que matar milhões de pessoas para salvar seus lucros, o farão sem pestanejar.

O papel dos revolucionários é continuar observando muito de perto as movimentações do imperialismo, denunciar o massacre imposto sobre os povos e principalmente, organizar a resistência.

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