Governo Alberto Fernández: nada contra as privatizações, muito pelo contrário

Governo Alberto Fernández: nada contra as privatizações, muito pelo contrário

O Governo de Alberto Fernández, revogou algumas privatizações do setor de energia e termoelétricas realizadas pelo governo de Mauricio Macri.

Com a decisão foi revertida a privatização da Dioxitek, Transener, as centrais termoelétricas Manuel Belgrano e San Martín (Timbúes), a Integração Energética Argentina (ILEASA e ENARSA) sobre a importação de gás da Bolívia, as licenças exploratórias correspondentes às áreas costa afora denominadas MLO 115 e MLO116, da Bacia Malvinas Oeste do Mar Argentino, a CITELEC (que controla Transener) onde o Estado compartilha participação com Pampa Energia”, a Central Dique, a Central Térmica Guemes, as Centrais Térmicas Patagônicas, a Central Puerto, a transportista elétrica Transpa. Além da Patagônia, das termoelétricas Manuel Belgrano I e II,  José de San Martín (Timbúes), Vuelta de Obligado e Guillermo Brown. 

Agora a ex-Enarsa controlará 65% da termoeléctrica Manuel Belgrano (localizada em Campana, província de Buenos Aires) e 68% de Tumbués na província de Santa Fé.

Somente as Centrais Manuel Belgrano e Timbúes geram ingressos de mais de 850 milhões de pesos (US$ 20.098.976) por mês.

A “esquerda” oficial comemorou e quase soltou fogos, da mesma maneira que o fez com a eleição de Pedro Castillo no Peru. Mas obviamente não disse uma única palavra sobre o massacre generalizado dos povos latino-americanos impostos pela burguesia e o imperialismo.

O governo de Alberto Fernández é anti-imperialista?

Alberto Fernández é um elemento da ala direita do kirchnerismo, brigado com o kirchnerismo e reconciliado como ponte com o peronismo.

Não devemos esquecer que a primeira província que privatizou um banco provincial foi a província de Santa Cruz durante o governo provincial de Néstor Kichner e federal de Carlos Saúl Menem. E também não esqueçamos que os Kirschner bateram palmas para a privatização de YPF, a petrolífera privatizada por Menem a troco de nada.

As medidas contra a privatização do setor elétrico foram positivas e buscaram acalmar os setores mais ou menos nacionalistas do peronismo, principalmente das bases por conta da crescente piora das condições de vida da população, que em boa medida tem como fator detonador o governo abertamente direitista de Maurício Macri.

Ao mesmo tempo, o governo de Alberto Fernández se vê impossibilitado de romper com o imperialismo por causa do medo que a burguesia argentina tem do movimento de massas e principalmente dos trabalhadores argentinos.

Por esse motivo, nada foi feito para acabar com a ultra corrupta dívida pública por exemplo, que disparou durante o governo Macri.

Outro dos casos que mais evidencia o caráter de classe do governo de Alberto Fernández é o da Hidrovia Paraguai-Paraná.

O caso da Hidrovia Paraguai-Paraná

No dia 1 de agosto deste ano vence a concessão de dragado, manutenção e sinalização do Rio Paraná que tinha sido privatizado em 1995 por Menem. Esta privatização foi uma das tantas fraudes e contou com subsídios públicos, que foram mantidos menos durante os anos de 2010 a 2013.

O governo de Alberto Fernández não irá reestatizar a Hidrovia, mas já abriu um novo processo de concessão que por meio de um processo intermediário manterá o status quo, até porque de acordo com as declarações oficiais o pedágio pago no mercado internacional é de US$ 2,06 a tonelada no lugar dos atuais US$ 3,06. Por ali trafegam mais de 75% das exportações argentinas, além do farto tráfico de drogas; sem controles de nenhuma classe.

Sobre a contaminação das bacias dos rios Paraguai, Paraná e da Prata pelos pesticidas também nenhuma ação é tomada.

O Decreto 949/2020 mantém as condições de 1995, inclusive a cláusula que permite que os navios apresentem como prova do que  transportam uma “declaração juramentada”. 

O contrabando realizado pelas exportadoras é de conhecimento público, sendo que o mais conhecido é o caso das mineiradoras. A Alumbrera, por exemplo, declara que exporta três minerais, mas na realidade, exportam um barro que contém mais de 28 minerais, dos quais 25 deles são “terras raras”. 

O “evangelistão do pó” só cresce conforme avança o endurecimento dos regimes políticos na região imposto pelo imperialismo norte-americano.

O governo de Alberto Fernández não fala uma única palavra sobre nada disso, até porque se o fizer teria que enfrentar-se com a grande burguesia e o imperialismo, dos quais em última instância e apesar de algumas contradições, é um fiel representante. 

O saída para os trabalhadores e o povo argentino passa pela reestatização de todos os setores chave da economia sob o controle dos trabalhadores.

A submissão a qualquer setor da burguesia local é catastrófico porque devido à profundidade da crise capitalista mundial e ao aperto crescente do imperialismo as margens de manobra têm ficado muito limitadas e o medo da revolução colocou o regime atual de conjunto nos braços dos setores mais contrarrevolucionários.

Novos setores nacionalistas revolucionários poderão surgir à luz de um ascenso de massas até como mecanismo social de contenção da destruição do capitalismo. Mas sob nenhuma circunstancias um agrupamento revolucionário que luta pelo socialismo pode se colocar a reboque de qualquer setor da burguesia.

A independência de classe é condição fundamental para conduzir os trabalhadores à vitória.

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