Foco Marxista: Manifestação eleitoreira (vídeo)

Foco Marxista: Manifestação eleitoreira (vídeo)

Transcrição do vídeo:

Olá, nós do Gazeta Revolucionária participamos da manifestação no sábado, dia dois de outubro desse ano. Essa última manifestação que houve agora, realmente havia bem mais pessoas do que nas duas manifestações anteriores, mas não o tanto quanto tinham nas duas primeiras manifestações. E deu pra perceber que a continuidade que houve ali, foi de uma grande micareta eleitoral.

Cada um no seu próprio quadrado e com as suas próprias bandeiras, com as suas cores, etcétera. Não existe de fato uma vontade ou uma política pra derrubar o governo Bolsonaro antes das eleições. Alguns, um ou outro são exceções e até falam nisso, mas a grande maioria que vai no carro de som fazer uma intervenção ou nos vários carros de som, por que cada bloco tem o seu, estão ali pra desgastar o governo Bolsonaro, mantê-lo como um certo fantoche e não fazer luta concreta nenhuma. Esse próprio negócio de marcar as manifestações para o fim de semana, sábado e domingo é uma coisa que vem dos bolsonaristas, da direita que levavam pras manifestações até suas empregadas domésticas. Isso não afeta nada, não atrapalha o trânsito, não atrapalha o trabalho, ou seja, isso pra burguesia, enfim sabe? Isso não significa problema nenhum, problema nenhum, o trânsito pode ser desviado facilmente num sábado ou domingo, não atrapalha nada. E o problema é que “cê” vê vários discursos hoje de dirigentes, de até de centrais sindicais, preocupados em não atrapalhar mesmo, porque a população pode ficar contra, ou seja, essa “esquerda”, ela mudou muito o seu discurso, mas não foi só o discurso, o problema aí é a mudança mesmo de uma prática.

Nessas manifestações do dia dois, deu pra perceber que houve um número maior de pessoas, também se deve a um certo esforço dos pré-candidatos a deputados para as eleições do próximo ano. Todos querem ali aparecer, levar a sua turminha, pra tirar fotos pras redes sociais e dizer que são de luta. Mas tudo voltado pra esse cretinismo eleitoral que tomou conta da esquerda. Participaram, é verdade algumas organizações de massas, como o movimento dos atingidos pela barragens, o MST, o movimento dos trabalhadores sem terra, algumas ocupações com ônibus contratados pelo PT, PCdoB, PSOL e PSTU que levam essas pessoas e as mantêm ali de uma certa forma sobre um cerco no qual elas não podem… é difícil até conversar com elas. Se você tenta se aproximar dessas pessoas e conversar, logo chega um militante mais antigo e fica ali quase que intimidando-te pra ver o que que “cê ” tá falando. Então, a vigilância é absurda.

Ah, em São Paulo participaram os seguidores do Ciro e do Paulinho da Força, teve até um certo conflito, me parece lá, que saiu nas redes sociais, com os militantes do PDT sendo escurrafados na manifestação, como se fossem completamente diferentes desses que aí estão convocando.

Ficou bastante evidente, falando disso ainda, a convocação e a contratação, vamos dizer assim, de alguns jovens das periferias, para balançar as bandeiras dessas organizações. Evidentemente com o dinheiro dos aparatos sindicais do mandato, sei lá… Alguém tá pagando, alguém tá pagando. Não houve nenhum componente, vamos dizer assim, dos trabalhadores organizados, nem mesmo da periferia, que é o local onde a maioria desses trabalhadores moram, nem sequer das estatais que estão sendo privatizadas, não há uma mobilização nesse sentido. Então, essa “esquerda”, oficial, institucionalizada controla os aparatos sindicais e partidários e dos movimentos sociais, como o MST e a UNE, em benefício próprio, só isso, pra viabilizar suas candidaturas, tudo é pras eleições. E tem sido assim já algum tempo. Agora tá mais descarados. Evidente que esse pessoal não quer derrubar o governo Bolsonaro e todos os seus aliados que estão a serviço da entrega do Brasil ao imperialismo. Se quer tocam nas questões fundamentais que agridem os trabalhadores. Um ou outro falou da PEC trinta e dois, mas todos sabem que a Pec trinta e dois vai ser aprovada, inclusive ela vai ser aprovada nos estados.

Os governos estaduais vão fazer as suas próprias PEC trinta e dois pra aprofundar aquela que vai ser aprovada lá em Brasília. Como já fez o Governador do Estado de São Paulo que enviou o PLC vinte e seis barra vinte e um, que ataca o funcionalismo público de uma forma criminosa. Então eles querem manter esse desgaste do Bolsonaro, manter o Bolsonaro ali como um fantoche pra continuar o circo eleitoral, não querem de fato derrubar esse governo e todo aqueles setores que o compõe e é a política neoliberal, ultra neoliberal desse governo.

Com manifestações de fim de semana, de sábado, de domingo, minha gente, não vai ter derrubada do governo Bolsonaro. Esse tipo de mobilização, isso não prejudica de forma alguma o capital, não prejudica de forma alguma a burguesia e não faz a menor diferença pra eles. Parece uma festa, isso o que que vai agredir? O que que isso vai atrapalhar? Nada. A saída pros trabalhadores deve ser organização e a luta de fato. Pro capitalismo só tem uma coisa que dói, parar a produção.

Para o capitalismo só tem uma coisa que dói, parar a produção!

Parar a produção e grandes manifestações de rua que paralisem as cidades, as grandes e as médias cidades. Se não houver isso, tudo fica tranquilo, até a polícia vai lá ajudar a desviar o trânsito, a organizar a passeata, a fazer o roteiro, da passeata, tudo sob controle, tudo sobre controle. Então a saída pros trabalhadores não é essa, não são as eleições do próximo ano. Mesmo que a esquerda quisesse fazer uma transformação radical através das eleições, isso seria impossível. Portanto nós estamos dizendo que isso é semear ilusões entre os trabalhadores dizendo que os mandatos vão resolver os problemas, não vão, não vão. Está aí quantos deputados que tem da esquerda? não vão ser a maioria, não vão conseguir impedir as privatizações, não vão. O capitalismo chegou numa fase de crise enorme, eles precisam fazer de tudo, privatizar tudo, para elevar a taxa de lucro dos grandes monopólios internacionais que tem origem principalmente nos Estados Unidos.

Então a crise está avançando muito, a inflação galopante, o preço dos alimentos a cada semana subindo, a remarcação do preço dos produtos do supermercado é diária, o gás “tá” lá em cima, a gasolina chegando a sete reais, tem lugares que já tá mais de sete, os salários congelados, a quanto tempo vão ficar congelados, vinte anos? Quem vai suportar essa situação de desemprego, de exceção? A classe trabalhadora vai se levantar, mas parece que essas lideranças, o pseudo-lideranças desses movimentos não acreditam mais ou até mesmo não querem mais isso, que haja uma rebelião. Esse pessoal abandonou a muito o projeto de uma revolução socialista.

A tática virou estratégia.

A tática de participar das eleições pra denunciar o sistema e a mazela do capitalismo virou estratégia para resolver o problema daqueles que são candidatos e que se elegem e depois monta os seus grupinhos e aí resolve o problema também de meia dúzia de cabos eleitorais que são empregados ali, que pegam seus carguinhos no estado. Essa não é a saída dos trabalhadores, por isso é que nós estamos convidando vocês para virem pro Gazeta Revolucionária, porque nós não temos interesse nenhum de colocar essa estratégia, de participar de eleições, ser um partido eleitoreiro. Não somos ainda sequer um partido, no sentido de que possamos lançar candidato as eleições e nem temos pressa de fazer isso, porque se formos algum dia participar da eleição será pra denunciá-la, é pra denunciar o sistema, usar o púlpito, usar o palanque para abrir o diálogo com a população sobre os verdadeiros problemas que ela sofre, qual que são as raízes desses problemas.

Portanto, nós precisamos urgentemente construir uma organização revolucionária no Brasil, porque essa organização ainda não existe. Todos viraram partidos, grupos eleitoreiros ou penduricalhos dos partidos maiores que vão disputar as eleições e esses dirigentes vão se beneficiar de carguinhos no parlamento e no estado burguês. A luta tem que ser agora. O Brasil está sendo entregue e nós não podemos permitir que isso ocorra. Gazeta revolucionária com vocês trabalhadores. Vamos à luta, vamos derrotar o Imperialismo e os seus cabos aqui dentro do Brasil e que estão aos seus serviços. Muito obrigado e até a próxima.

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