O aumento do custo de vida (alimentação, gás, energia, combustível, água e remédios) tem levado as famílias de trabalhadores a viverem em moradias precárias, intensificando o risco de contágio pelo Coronavirus, e pagando aluguéis abusivos (em Três Lagoas o aluguel é um dos mais caros do Estado). O desemprego, agravado na Pandemia, tem levado essas famílias ao endividamento e à impossibilidade de continuar morando de aluguel.
As famílias, na maioria dos casos com crianças, não têm alternativa a não ser ocupar terrenos vazios. O despejo, que a Prefeitura recorrentemente faz dessas pessoas em áreas públicas, não resolve o problema, mas sim agrava os índices de pobreza, violência e aumenta a população em situação de rua.
No dia 20 de junho de 2021, famílias que já haviam sido despejadas de duas áreas no final do ano passado, ocuparam uma área pública que não cumpre a função social na Vila São João. Durante a semana mais famílias que necessitam de um teto se juntaram e passaram a construir ali suas casas improvisadas. Esses homens e mulheres trabalhadoras, com suas crianças, esperam do Município, do Estado e dos órgãos que têm como função a defesa do direito à vida digna, uma solução e não a repressão.
Reivindicam emergencialmente terrenos para construir suas casas, e a médio prazo um programa de construção de moradias populares em forma de mutirão.
Três Lagoas é marcada pelos vazios urbanos e pela falta de aplicação do que preconiza seu Plano Diretor (do imposto progressivo e desapropriação de terras que não cumprem a função social para moradia popular). A política urbana atualmente adotada só favorece a especulação fundiária. Lista de credenciamento de famílias que aguardam a mais de uma década um espaço para morar, não é política de moradia.
A riqueza do PIB de Três Lagoas é produzida pelos trabalhadores e trabalhadoras, e essa população tem o direito de viver dignamente.
Nós, abaixo-assinados, apoiamos essas famílias e cobramos da Prefeitura uma solução definitiva para o problema da moradia popular em Três Lagoas.