Descartando‌ ‌a‌ ‌Lava‌ ‌Jato‌ ‌para‌ ‌fortalecer‌ ‌o‌ ‌‌lavajatismo‌

Descartando‌ ‌a‌ ‌Lava‌ ‌Jato‌ ‌para‌ ‌fortalecer‌ ‌o‌ ‌‌lavajatismo‌

Nos últimos dias, o STF (Superior Tribunal Federal) declarou a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro e anulou o caso em que o ex-presidente Lula foi condenado em três instâncias por desvios da Petrobras e lavagem de dinheiro por meio de um apartamento tríplex localizado na cidade de Guarujá/ SP, que recebeu reformas de empreiteira envolvida na Lava Jato.

O que está por trás?

Essa mesma política está sendo aplicada em toda a América Latina e em todos os lugares. A burguesia e o imperialismo usam determinadas agrupações políticas e quando não servem mais as descartam.

A Operação Lava Jato foi um dos principais instrumentos dos quais o imperialismo norte-americano se valeu para impor uma mudança no regime político num processo que se abriu em 2013.

Conforme foi ficando claro que a crise capitalista tendia a escalar, o imperialismo foi buscando mecanismos para aumentar os repasses da crise para a região que considera como seu quintal traseiro.

A Operação Lava Jato “tratorou” todo o sistema jurídico brasileiro, “deitou e rolou”, mandou Lula para a cadeia sem provas, somente por meio de delações premiadas, destruiu várias grandes empresas e abriu caminho para a escalada dos ataques.

Além disso, a Lava Jato impôs a vitória do Bolsonarismo nas eleições de 2018.

Lula livre ou lavajatismo livre?

A “esquerda” oficial, que se incorporou com mala e cuia à tarefa de massacrar o Brasil, alardeia como uma grande vitória a liberação de Lula das acusações absurdas da Operação Lava Jato. E até é uma vitória.

Mas deve ser considerado que até mesmo se o ex juiz Sérgio Moro vier a sofrer alguma acusação mais formal, não está em pauta o cancelamento do massacre do Brasil imposto pela Operação Lava Jato. Muito menos o cancelamento das eleições de 2018 e as de 2020, que foram legalizadas como “democráticas” pela “esquerda” oficial.

A “esquerda” oficial busca compor uma frente ampla, que já testou em várias oportunidades com o objetivo de se consolidar como o novo MDB da atual Ditadura.

Ainda, os ataques contra Moro e a libertação de Lula das acusações tendem a exacerbar o clima eleitoral para 2022

O imperialismo tem um grande “abacaxi” nas mãos: desviar a implosão da crise capitalista e salvar os trilhões de capitais fictícios alocados na especulação financeira.

Os verdadeiros revolucionários têm como obrigação fortalecer o núcleo central de agitação e propaganda com a tarefa central de organizar a luta dos trabalhadores e das massas que inevitavelmente entrarão em movimento no próximo período sob a brutal pressão dos ataques da burguesia que precisa se salvar da sua crise.

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