O retorno às aulas presenciais parece se aproximar. Sem posicionamento claro por parte dos sindicatos e sem ao menos um chamado convincente para debater os rumos da educação pública e o seu atual cenário no Brasil, os docentes seguem velejando por mares nunca dantes navegados, totalmente desorientados. Defendendo a tão aclamada greve sanitária, os sindicatos provaram, uma vez mais, não ter nenhuma saída efetiva à crise social a não ser continuarem com a sua política do morde e assopra.
Qual o cenário que os professores do ensino público encontrarão no retorno às aulas presenciais? Escolas reformadas, bem higienizadas e com toda a infraestrutura reformada? Afinal de contas, foram mais de quinhentos dias de aulas remotas e com toda a certeza houve uma brutal economia aos cofres públicos.
Sem a ‘necessidade’ de alimentar a comunidade acadêmica, sem a ‘obrigação’ de comprar materiais para o dia a dia das escolas e sem consumir energia elétrica e água como dantes, o dinheiro parece ter ficado nos cofres, será?
Nana Nina Não!
Com a desculpa de que a pandemia está tornando os recursos públicos mais escassos, a União, seguida pelos Estados e Municípios, têm investido cada vez menos na educação pública. No ano de 2020, e com certeza isso se repetirá no ano de 2021, os investimentos destinados à educação minguaram, e o sonho de verão por uma ‘Pátria Educadora’ terminou antes mesmo de começar.
Caminhos diferentes dos da educação e da saúde, encontram-se os caminhos da dívida pública que seguem de modo pujante. Parece que a crise socioeconômica não chegou aos banqueiros, os quais comemoram a cada trimestre lucros exorbitantes de bilhões e bilhões de reais.
Os banqueiros e os grandes especuladores financeiros seguem sendo remunerados e com uma forte musculatura diante da crise econômica, à custa de quem? Do trabalhador brasileiro! Enquanto este trabalhador se encontra sem emprego e sem perspectiva futura, observa também a sua prole (seus filhos, sobrinhos e netos) sem educação, saúde, cultura e lazer.
Se a real intenção da atual camarilha presente no poder do estado brasileiro a mando das elites fosse o POVO, ela resolveria a atual crise com a receita da Dona Maria. E qual seria essa receita? Tendo dinheiro somente para escolher um entre dois, ou seja, ou o pagamento da fatura do cartão de crédito ou a alimentação, Dona Maria com toda a certeza utilizaria seus recursos para comer e manter-se viva! Tem sido este o caminho dos atuais governantes?
Não!
Este não é o pensamento de Paulo Guedes, Doria, Mourão, Bolsonaro e os Militares. Enquanto, Guedes trabalha com a tela de seu computador ministerial conectada às informações da bolsa de valores, Bolsonaro e os Militares do alto oficialato gozam de estupendas aposentadorias e salários. Não à toa, que Mourão, na presença do empresariado paulista, pôde argumentar sobre o salário mínimo: – mínimo que não é
mínimo! Claro, que os empresários de ‘sucesso’ aplaudiram tal discurso, ainda mais quando foi abordado o desmonte da CLT.
ATENÇÃO BRASILEIROS – Trabalho ou Direitos? ARGUMENTA O EXCELENTÍSSIMO DES-gORVENO DA REPÚBLICA.
Até hoje ninguém explicou a transferência de recursos públicos aos bancos no ano de 2020 na cifra de R$1,25 trilhão. Não há dinheiro para a educação, saúde, muito menos para combater a fome, mas há para os BANCOS.
Entenderam a frase – trabalho ou direitos?
Entenderam o motivo do congelamento dos salários dos servidores públicos?
Caros Professores, o que fazer diante de tal cenário? Aceitar que o Estado continue a pagar o seu vale banqueiro à custa do povo ou nos levantarmos contra a dívida pública EXIGINDO imediatamente o fim de seu pagamento? A saída não está na receitinha da Palmirinha do PT, Lula, com a qual o Partido dos Trabalhadores formula todo um programa político em torno do mínimo de proteína para o brasileiro viver.
CHEGA DE MISÉRIA E MIGALHAS!
Todos os que estão jogando no parlamento e pelo parlamento estão a favor da continuação do pagamento da maldita dívida pública que sabota a vida de muitos brasileiros em prol de uma elite desnecessária ao Brasil.
Enquanto o povo MORRE de fome, a televisão ENSINA o brasileiro a cozinhar. Enquanto a população HABITA as ruas de São Paulo, a mídia ENSINA qual é a melhor forma de investir o seu dinheiro. Se alguém tem que ENSINAR as coisas elementares, que este alguém seja os PROFESSORES!
Não ACREDITEMOS nesses canalhas, néscios, corruptos, falosófilos, verborrágicos. Chega de transe! Já que o dever conclama os professores à luta, LUTEMOS. Transformemos o retorno às aulas presenciais em cátedras livres, em um momento de auto-organização das escolas ao lado dos alunos e de toda a comunidade escolar para debatermos os reais problemas que assolam o Brasil e o mundo.
Professores, tomemos a questão da fome, da carestia, da falta de habitação, saúde, lazer e educação como temas centrais de nossas aulas. CRIEMOS comandos auto-organizados, compostos por professores, alunos, pais e mães dos estudantes, trabalhadores terceirizados e toda a comunidade circundante. Não ACEITAREMOS o simples retorno ao bel-prazer das nossas elites e dos nossos sindicatos adaptados à essa lógica de extermínio.
Que haja um forte debate dos comandos de auto-organização sobre as reais condições das escolas públicas e façamos circular na imprensa e nas mídias sociais as nossas denúncias.
Não sejamos inocentes – “A MÍDIA CORPORATIVA NÃO NOS DARÁ
NEM VOZ E NEM ESPAÇO!”
CONSTRUAMOS os nossos meios de propaganda e agitação!
Não ACEITEMOS o assédio moral das direções escolares e das respectivas coordenações. TOMEMOS a luta em nossas mãos e sejamos nós a decidir sobre o nosso PRESENTE E FUTURO. Se eles querem o retorno às aulas presenciais, FAÇAMOS!
FAÇAMOS com toda a nossa capacidade informativa, investigativa, intelectual e discursiva. Não ACEITAREMOS o avanço da BARBÁRIE em nosso meio!
CHEGA do enriquecimento ilícito de banqueiros e especuladores! Que estes paguem com as suas vidas pelos seus lucros! Que paguem por toda desgraça gerada entre os trabalhadores!
TRANSFORMEMOS, também, as nossas aulas em grandes TRIBUNOS DO POVO, dispostos para que cada pessoa tenha a oportunidade de declarar a sua insatisfação com o atual caos econômico e social. FAÇAMOS esses TRIBUNOS o contraponto à toda política genocida de estado. A auto-organização nos CONCLAMA!
FORMEMOS efetivamente nossa luta. Somente a classe TRABALHADORA, da qual os professores fazem PARTE, DARÁ uma saída EFETIVA à atual CRISE.
Não CONFIEMOS nos atuais DIRETORES dos sindicatos que nada fizeram e NÃO NOS REPRESENTAM!
DEBATAMOS a destituição desses DIRETORES sindicais!
CONSTRUAMOS novas eleições nos sindicatos! LUTEMOS por saídas efetivas!
TOMEMOS os sindicatos em nossas MÃOS! Aos discentes, as mesmas considerações! TOMEM os sindicatos em suas mãos! Não confiem nas lideranças que nada fizeram até hoje!
