A situação política atual na visão do PCTB

A situação política atual na visão do PCTB

Publicação Original em PCTB

  1. O PCTB (Partido Comunista dos Trabalhadores Brasileiros) considera que vivemos no contexto da maior crise capitalista de todos os tempos. Esta visão agora validada pela grande imprensa imperialista.
  2. A crise capitalista atual, semi-disfarçada de crise sanitária, é a continuidade da crise capitalista mundial de 2008 que representou um enorme golpe ao chamado “neoliberalismo” que foi a política da burguesia aplicada a partir da década de 1980 com o objetivo de conter a crise mundial de 1974, que representou a última cena dos “Anos Dourados do Capitalismo” que aconteceram após a Segunda Guerra Mundial com o esforço de reconstrução da Europa e de boa parte da Ásia.
  3. A burguesia impõe brutais estados de sítio disfarçados de “confinamento” para proteger a população da contaminação pelo Covid-19. Novas cepas surgem nos países onde as mobilizações e protestos populares são mais fortes ou têm o potencial de serem mais fortes. Não por acaso surgiu a Cepa Indiana, a chamada Delta, e agora há a propaganda de que a Colômbia seria o país mais contaminado por Covid-19 do Planeta e que a causa seriam as manifestações populares contra o estado narco-paramilitar.
  4. A saída capitalista para a crise atual é a imposição de regimes políticos cada vez mais brutais, do fortalecimento do fascismo, do aumento dos repasses de recursos públicos aos grandes capitalistas e principalmente o direcionamento do mundo a guerras contrarrevolucionárias em maior escala.
  5. O aumento da inflação no contexto abertamente recessivo atual e os volumes obscenos a que têm chegado os capitais fictícios têm tensionado todas as leis do capitalismo. Todas as crises capitalistas mundiais, desde 1820, tiveram como objetivo “limpar” a produção de capitais fictícios. Agora a burguesia resiste porque a especulação financeira está estreitamente vinculada à reprodução ampliada do capital e os lucros. Quebradeiras em massas podem levar o mundo à revolução mundial. Por esse motivo, aumentou a militarização da sociedade rumo à guerra.
  6. A contrarrevolução anda de mãos dadas com a revolução; e viceversa. A visão da “esquerda oficial” de que estamos muitos fracos é impressionista devido à própria incorporação total ao regime e à política do imperialismo, assim como à perda da base operária.
  7. Para a revolução, acabou se abrindo uma verdadeira avenida por causa da profundidade da crise do capital, o que não implica que tenha deixado de ser agressivo. Muito pelo contrário. O segundo fator mais importante de contenção das lutas, depois da brutal ditadura do capital nas empresas, que é o papel de contenção da “esquerda” contrarrevolucionária (na prática) e das burocracias sindical e dos movimentos sociais, se encontra muito fraco. Só atuam integrados de maneira cartorial aos estados burgueses e aos patrões.
  8. Para aproveitar “a verdadeira avenida” os verdadeiros revolucionários temos como tarefa nos agruparmos e nos prepararmos desde já, para a atuação no próximo período. Acontecerão inevitavelmente levantes de massas, greves e protestos que no geral deverão ser espontâneos. A burguesia tentará conter e infiltrar por todos os meios disponíveis inclusive por meio do uso da “esquerda” oficial  do fascismo.
  9. No Brasil, foram retomadas as manifestações de ruas que tinham sido paralisadas desde 2017. É evidente que o objetivo é desviar o crescente descontentamento popular para evitar a explosão de novas Colômbias ou Chiles, na direção das eleições ultra manipuladas de 2022. O objetivo é continuar massacrando o povo brasileiro na tentativa de estabilizar as taxas de lucro e evitar a explosão das montanhas de capitais fictícios, o que somente poderia acontecer por meio de grandes guerras, que têm como premissa a paz social imposta mediante as baionetas.
  10. É dever dos revolucionários levantarmos as bandeiras de luta que foram jogadas no lixo pela “esquerda” oficial na década de 1980, quando foi convertido a uma “esquerda neoliberal” porque supostamente o socialismo teria fracasso e seria o momento de abandonar as lutas para dedicar-se a subir na vida e aos próprios negócios.
  11. Os verdadeiros revolucionários devemos superar a paralisia, o atrelamento a qualquer setor da burguesia, inclusive da pequeno burguesia personalizada pela “esquerda” pequeno burguesa. Também devemos abandonar o culto às personalidades do passado. O socialismo científico, criado por Marx e Engels e amplamente desenvolvido por Lenin, não é um dogma, mas um guia para a ação.
  12. Tratado como tal, temos o dever de dar respostas concretas aos problemas políticos concretos colocados pela realidade atual e principalmente pelas necessidades dos trabalhadores e das massas de que os capitalistas e a burguesia paguem pela crise. Até por uma questão de sobrevivência por causa da profundidade da crise.
  13. Como iremos mobilizar as massas e os trabalhadores? Como iremos construir o partido revolucionário de trabalhadores na era da Internet e da quarta revolução industrial? Como iremos nos aproximar de outras organizações e revolucionários, no Brasil, na América Latina e no mundo? Qual é o programa que iremos defender? O que faremos com os “ismos” e as grandes personalidades? Como trataremos a aliança operária-camponesa sendo que os camponeses quase desapareceram nos principais países? Como enfrentaremos a repressão, o fechamento crescente dos regimes políticos, o fascismo e a guerra? Etc. etc.
  14. No contexto dos 100 anos da fundação do PCCH (Partido Comunista da China) e considerando que em 2022, serão os 100 anos da fundação do PCB (Partido Comunista do Brasil) devemos considerar que os partidos comunistas que se desenvolveram como grandes partidos operários de massas começaram muito pequenos e foram catapultados porque responderam à crise do momento e deram as saídas que os trabalhadores e os povos precisavam. No caso do PCCH, por exemplo, a China estava à beira de ser estrangulada e dividida depois da Guerra do Ópio e o rápido esgotamento da Revolução independentista de 1911, que liquidou a dinastia Qin, liderada por Sun Yat-Sen. A crise aumentou com a derrota das revoluções operárias de Xangai e de Cantão entre 1925-1927 e com a invasão do Japão. Apesar da atuação errática do PCCH a força da revolta dos camponeses do Norte impediu a “frente popular” que se estava gestando entre o Kuomintang de Chiang Kai-shek e o PCCH para formar um governo de unidade nacional, nos moldes do que tinha acontecido na Europa. 
  15. O que a história do PCCH tem a ver com o Brasil? Quando um movimento político responde a objetivos históricos e encarna no movimento de massas a possibilidade de crescimento se potencializa. É isso justamente o que está colocado
  16. No próximo período, inevitavelmente acontecerá o aprofundamento da crise capitalista mundial contrarrevolucionária, o que provocará o forte desenvolvimento das tendências revolucionárias. Quem irá vencer? Não o sabemos ainda. É possível vencer o capitalismo? Em termos históricos, com certeza sim. Se acontecerá em poucos anos não o sabemos.
  17. O que sim sabemos é que o capitalismo se encontra semi estrangulado por conta do tensionamento das próprias leis do capitalismo. E é essa a base da revolução. O nosso papel é organizar os trabalhadores e as massas que inevitavelmente acordarão do longo “sono neoliberal”. O nosso papel como revolucionários é lutarmos de maneira incansável pela revolução mundial dos trabalhadores.

Levante ! Organize-se! Lute!
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