1.Formulação marxista da política
- A primeira questão considerada na formulação da política de Gazeta Revolucionária é a definição precisa da etapa em que se encontra a luta de classes numa determinada localidade, visando definir a correlação de forças entre as classes sociais e os setores das classes em luta.
- Gazeta Revolucionária se vale do método marxista, do Materialismo Histórico, considerando a luta entre as várias classes sociais e as frações das classes, considerando como componente da dialética a lei do desenvolvimento desigual e combinado.
- Em cima da análise o partido faz uma caraterização, por meio da qual é definida a fase da situação política como contrarrevolucionária, não revolucionária, pré-revolucionária ou revolucionária.
- A análise marxista da realidade é a mais exata possível e objetivamente verificável. Ela é estrutural porque é feita a partir das condições econômicas, sociais e políticas sempre nas suas relações e nas relações entre as classes sociais, na dinâmica da luta de classes. Busca identificar as tendências revolucionárias e contrarrevolucionárias.
- As tarefas políticas derivadas da análise têm como objetivo orientar os militantes para armá-los em relação aos eixos principais da atuação, a saber a mobilização das massas e a construção do partido operário revolucionário.
- A política de Gazeta Revolucionária tem como objetivo atingir todo o movimento de massas, mas reflete os interesses da classe operária como a classes social que tem como tarefa dirigir a revolução socialista contra o capitalismo. A sua atividade está centrada no movimento de massas e não na vanguarda.
- Os balanços históricos somente são válidos desde que tenham como objetivo suportar as resoluções políticas práticas. É necessário analisar as realidades e descobrir as tendências revolucionárias e contrarrevolucionárias, assim como as interações entre elas.
Em cima da caraterização do período é elaborada a política do partido para as massas com o objetivo de impulsionar a luta por meio de palavras de ordem (que são definidas pelas necessidades e pela consciência das massas) mobilizadoras, que fortaleçam as tendências revolucionárias e derrotem as tendências contrarrevolucionárias.
2. Eixos do Materialismo Dialético (MD) e Materialismo Histórico (MH)
2.1. Luta de contrários
- Os fenômenos são objetivos (independentes do que nós achamos ou gostamos);
- Devemos avaliar principalmente as transições (do ser ao não ser e vice-versa) que se desenvolvem a partir do movimento interno da Luta de contrários;
- A luta de contrários implica na negação (num fenômeno contraditório externo) da negação (do fenômeno contraditório interno) e na mudança qualitativa a partir do acúmulo das mudanças quantitativas;
- O desenvolvimento acontece em espiral, com o aparente retorno do velho;
- O desenvolvimento desigual e combinado.
2.2. A obtenção do conhecimento
2.2.1 Lei da totalidade
- As relações e interações entre a forma e o conteúdo são integradas; um não existe sem o outro;
- A aparência e a essência são componentes dos fenômenos;
- As categorias são momentos do conhecimento que refletem a realidade que é muito complexa e está em movimento. Também há determinações (qualificações das categorias), leis, abstrações, conceitos;
- Devemos buscar o conhecimento do concreto ao abstrato, do relativo ao absoluto, do finito ao infinito, do singular ao universal, do imediato ao mediato,
- Um revela o outro, um contém o outro,
- Da análise devemos passar à síntese, focando as transições de uma para a outra,
- As nossas análises devem contemplar as interrelações dos fenômenos que compõem a totalidade, numa aproximação constante e infinita à verdade.
2.3 Teoria e prática
2.3.1 União da teoria e da prática
- Sempre devemos superar o que criticamos;
- Liberdade é o conhecimento da necessidade (e atuação conforme).
- Os componentes da teoria expressam leis, fenômenos, categorias e determinações, como a síntese da análise dos acontecimentos.
- Somente guiados por uma teoria de vanguarda poderemos desempenhar o papel de combatente de vanguarda. A relação entre a teoria e a prática é dialética. Sem teoria revolucionária não há prática revolucionária, mas sem prática revolucionária também não há teoria revolucionária.
E ainda mais: o marxismo não é um dogma, mas um guia para a ação.
Estes conceitos básicos implicam em que o profundo conhecimento do marxismo é uma tarefa fundamental, mas ela deve ser encarada junto com a formulação do programa político que deve ser colocado em prática no movimento de massas.