Carta ao CC da LPS

Carta ao CC da LPS

Publicado originalmente 20 de agosto de 2017

Por: Alejandro Acosta: Membro do Comitê Central (CC), do Comitê Executivo do CC, da Secretaria de Organização e Controle do CC, e da Secretaria de Comunicação do CC

Ao Comitê Central da LPS (Luta Pelo Socialismo)

Companheiros,

Este documento tem como objetivo endereçar a discussão em curso no Comitê Central (CC) da LPS sobre as divergências centrais em torno às questões programáticas, políticas e organizativas fundamentais, assim como às questões relacionadas aos métodos revolucionários, aprovadas pela LPS (Luta Pelo Socialismo).

A avaliação da realidade, conforme temos debatido inúmeras vezes, deve ser realizada de maneira objetiva e clara, com o objetivo de deslindar os campos e a partir dai, avançar, o que pode se dar por meio de acordos ou rupturas, mas que, em quaisquer circunstâncias devem ser claros e devem ter como eixo os documentos aprovados pela LPS.

Os Eixos Programáticos da LPS foram votados por unanimidade sete vezes após a fusão da LPS e a Gazeta Operária que aconteceu após a I Conferência Nacional da LPS, a então Luta Popular e Sindical (julho de 2016). Ao despeito disso, ao invés de aplicar o programa aprovado, a LPS manteve a política sindical burocrática, fortemente influenciada pela política de conciliação de classes, de “frente popular”, encabeçada pelo PT, que representa uma brutal traição aos trabalhadores e, portanto, se trata de uma política objetivamente contrarrevolucionária.

A maioria do CC da LPS entende que esse desvio oportunista de direita teria como causa a falta de formação e de compreensão dos militantes e que a saída seria aprimorar a formação teórica. Nós, da minoria do CC, formada principalmente pelos ex militantes do antigo Gazeta Operária, concordamos com que a falta de formação dos militantes da LPS é grave e que aparece em primeiro lugar, nos dirigentes. Mas esse não é o problema central já que reflete uma política que tem na base material o oportunismo que é gerado, objetivamente, a partir dos sindicatos que a LPS dirige e que coloca, também objetivamente, a Organização sob a influência da política de conciliação de classes de “frente popular”, encabeçada pelo PT.

A nova paralisia em que o movimento operário se encontra, em grande medida por causa da adesão, na prática, do PT e da CUT como base de apoio real do governo Temer, assim como o ataque contra os sindicatos e os trabalhadores por meio da reforma trabalhista e outros mecanismos, colocaram a política burocrática sindical da LPS a reboque da mesma política do PT que tenta salvar os próprios privilégios a qualquer custo.

Vivemos uma sociedade de classes, em luta entre si cada vez mais acirrada por causa do aprofundamento da crise capitalista. Por esse motivo, todo enfraquecimento da política revolucionária, inevitavelmente, fortalece a política oportunista, que é uma política, objetivamente, contrária aos interesses dos trabalhadores.

Centrismo cristalizado

 A caraterização que nós fizemos da LPS (Luta Popular e Sindical), no início de 2016, quando ainda militávamos no antigo Gazeta Operária, e que nos levou a estabelecer discussões que levaram à fusão das duas organizações, se demonstrou errada. A posição política da LPS tinha evoluído, na época, no sentido classista, se posicionando contra a política de “frente popular” (de conciliação de classes), encabeçada pelo PT, o que apareceu de maneira mais clara na participação da LPS nas manifestações que aconteceram no mês de março de 2016. Mas essa evolução, na realidade, tinha sido influenciada pela evolução à esquerda do movimento de massas e não se materializou no rompimento com a política sindical burocrática. Essa política reflete a adesão, na prática, à política movimentista da burocracia.

Além de dirigir o Sintect-MG (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais), a LPS dirige o Sindados-MG (Trabalhadores de Processamento de Dados de MG) que representa o principal apoio material e, portanto, em termos objetivos, a principal força material burocrática que influencia a Organização, inclusive considerando o caráter semi cartorial com que a atuação foi conduzida durante mais de uma década.

A política de acordos com a burocracia sindical para obter a participação em diretorias oportunistas, como aconteceu neste ano no Sindibel (Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Belo Horizonte), também adiciona uma considerável pressão burocrática sobre a LPS. Os militantes da categoria ficaram paralisados durante meses, na prática, a reboque da política da burocracia e no caso do Hospital Odilon Behrens, onde a LPS conta com uma diretora liberada, o burocratismo foi além, ficando numa situação de muita defensiva sob a pressão da então Superintendente do Hospital.

Como direção do antigo Gazeta Operária, erramos na caraterização da burocracia sindical que controla a LPS, como uma burocracia de esquerda que pudesse ser empurrada à esquerda, para a política revolucionária. Na verdade, a prática tem revelado que a LPS é controlada por uma política burocrática centrista integrada durante décadas à burocracia sindical, por meio de vários mecanismos. Quer dizer, o centrismo se cristaliza à direita, o que é o processo “natural” no processo de refluxo. Se trata de um caminho sem volta, pelo menos enquanto a base material que dá vida a essa política não seja quebrada. As viradas à esquerda são também fenômenos “naturais” que acontecem sob a pressão do movimento de massas.

Nos anos passados, até 2015, houve ainda a influência da política muito oportunista da direção do PCO (Partido da Causa Operária), que tinha como principal objetivo espoliar os sindicatos. Esta influência foi reduzida desde o início desta década, com a ruptura na prática, com o PCO por Pepê, que tem sido a verdadeira liderança dos militantes de Minas Gerais que acabaram se agrupando na LPS (Luta Popular e Sindical). O baixo nível de formação teórico, político e principalmente ideológico dos militantes, mesmo dos que militaram durante décadas no PCO, a orientação do grosso dos militantes à execução de tarefas práticas, no grosso burocráticas, e a preocupação também burocrática com o controle dos aparatos, demonstram que a direção desse partido nunca teve como objetivo construir um partido revolucionário, pelo menos nos últimos 15 a 20 anos anteriores à ruptura.

Na LPS, como herdeira dos militantes do PCO, o centrismo acabou se transformando em “centrismo cristalizado”, de acordo com as palavras de Leon Trotsky. Trata-se de uma burocracia frágil, que visa se manter no controle dos aparatos manobrando em cima de várias pressões, ainda mais agora que os ataques do imperialismo e do grande capital estão obrigando a burocracia do PT e dos demais componentes da “frente popular”, portanto da burocracia de direita, a buscar mecanismos alternativos para salvar os próprios privilégios a qualquer custo. Neste sentido, a recente experiência das eleições do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, que é controlado pelo PCdoB há décadas e que a burocracia da Articulação tentou retomar com muita pressão, foi uma amostra desta política.

Deve entender-se que o desenvolvimento da burocracia, assim como todos os fenômenos sociais, acontecem em grande medida, em cima do desenvolvimento da luta de classes e independem, também em grande medida, da “livre vontade” ou da inteligência de determinadas pessoas, principalmente se essas pessoas não tiverem assimilado a ideologia revolucionária da classe operária.

Nós, da minoria do CC da LPS, que defendemos a aplicação do programa revolucionário aprovado pela LPS, consideramos que a política burocrático sindical da maioria do CC da LPS representa um suicídio político. A paralisia do movimento de massas tem prazo de validade por causa dos crescentes ataques do grande capital. A burocracia tende a ficar prensada entre os ataques da direita e o inevitável ascenso operário. Mas também entendemos, por causa do caráter de classe da burocracia, a dificuldade objetiva dessa maioria oportunista em romper com a manutenção dos privilégios materiais.

Pela defesa do programa revolucionário

Em cima das divergências programáticas e políticas fundamentais têm se acumulado as divergências em praticamente todos os componentes da política da LPS, entre a política burocrático sindical e a política revolucionária. No período posterior à fusão da LPS com o Gazeta Operária, o objetivo fundamental da política revolucionária foi municiar a nova organização com um programa e uma política marxista. Esse processo durou oito meses, entre agosto de 2016 e abril de 2017, quando aconteceu o I Pleno do CC da LPS, e que coincidiu com a paralisia do movimento de massas, provocada pela traição do PT após o impeachment de Dilma e que teve um ascenso parcial a partir de março, conforme temos avaliado em detalhes no Jornal Gazeta Operária. A partir deste momento, aumentou a luta interna no sentido da aplicação da política revolucionária que enfrentou muita resistência da maioria oportunista. Ver o documento “Pleno CC 9.6.2017 v 4.1”.

A ala burocrático sindical da LPS aumentou o discurso radicalizado aceitando todos os documentos revolucionários, mas, ao mesmo tempo, fortaleceu a política prática de contenção da política revolucionária em todas as frentes, adereçada por diversas variantes do mesmo discurso demagógico, como, por exemplo, que “essa [os militantes sindicais burocratizados e oportunistas] é a matéria prima disponível”, que “devemos ir mudando aos poucos”, que “não devemos ser ansiosos”, que “temos feito importantes mudanças”, que se formos aplicar a política revolucionária (que formalmente é reconhecida como correta) “como iremos fazer” com tal ou qual problema imediato ou conjuntural etc.

Na realidade, há claramente na LPS duas políticas, uma política burocrática que é imposta a partir do controle dos aparatos dos sindicatos e uma política revolucionária, imposta, principalmente, a partir da luta promovida pelos integrantes do antigo Gazeta Operária, que a maioria do CC tem lutado para manter como uma mera formalidade. Essa divergência de fundo tem aparecido de maneira recorrente a cada vez que a ala revolucionária tenta promover avanços em cima de problemas políticos práticos, principalmente quando os problemas se relacionam com questões financeiras ou com o controle dos aparatos sindicais, que para os sindicalistas burocratizados “deve ter vida própria”.

Sem quebrar a base material da burocracia é praticamente impossível impor a política revolucionária, dado que os sindicalistas burocratizados se encontram objetivamente, numa situação privilegiada (independentemente das considerações individuais) diante das categorias de trabalhadores que representam e, portanto, sofrem menos pressão dos ataques e da crise capitalista. A política revolucionária não consegue avançar sem quebrar com a base material do burocratismo; inclusive porque se trata de uma luta a morte, pela própria sobrevivência. Se não conseguir avançar nesse sentido, ela própria se diluirá na política oportunista. Esta é a base material que está na base do aumento das contradições entre as duas políticas na LPS.

A disputa material pelos militantes e posições organizativas na LPS se tornou um fator secundário já que das menos de três dúzias de militantes formais da LPS, a metade está vinculada à base material burocrática, em alguma medida, e pouco mais de meia dúzia está numa certa disputa, mas fortemente pressionada pela ala burocrática que controla as alavancas materiais burocráticas. Neste contexto, conforme Trotsky orientou, a defesa das posições programáticas se transforma no centro da luta. Nós não podemos tolerar a infiltração da política oportunista no campo revolucionário, pois isso implica no suicídio político da política revolucionária. Em primeiro lugar, a ala oportunista deve assumir o seu verdadeiro programa que é a continuidade da política sindical burocrática, ou romper definitivamente com o oportunismo e o burocratismo, o que é impossível de acontecer sem quebrar a base material que alimenta essa política. No item # 25 do Capítulo “Duas Políticas”, deste documento, detalhamos como o programa revolucionário deve ser aplicado nos Sindicatos.

Para a política burocrática o controle dos aparatos se transformou em condição sine qua non de sobrevivência por causa do endurecimento do regime político. Os ataques adquiriram uma escala maior com a reforma trabalhista que acelerou a política do “salve-se quem puder”. Há ameaça de ataques provenientes de alas mais direitistas da burocracia contra alas mais fracas e também de um ascenso operário que possa provocar o surgimento de novas oposições sindicais classistas. A política revolucionária, aplicada na prática, além das declarações ou dos discursos que não saem do papel, representa, objetivamente, uma ameaça à política burocrática porque implica, em primeiro lugar, em abrir mão dos próprios privilégios, doa a quem doer, e direcionar os aparatos sindicais para a luta real dos trabalhadores.

Há portanto, uma espécie de deadlock (ponto morto). A luta interna chegou a uma espécie de impasse determinado por “linhas vermelhas”, que devem ser defendidas, nas posições políticas de ambas alas, sob pena de colocar em risco a própria sobrevivência. Está em jogo a defesa dos interesses burocráticos, pela política burocrático sindical da LPS, que representam os interesses das camadas médias da população, da pequeno burguesia, e o programa revolucionário que representa os interesses da classe operária. 

Qual política?

No I Congresso da LPS, os documentos programáticos, políticos e organizativos foram aprovados por unanimidade. Mas, junto a eles, foi passado “de contrabando”, por imposição da ala oportunista majoritária da LPS, um CC com 15 membros onde foram misturados dirigentes com militantes, pré-militantes e simpatizantes. A mesma política de “fronteiras abertas” é a norma na maior parte dos núcleos (células), o que representa a clássica política oportunista menchevique que levou ao racha no POSDR (Partido Operário Socialdemocrata Russo).

No mesmo sentido, a publicação do Jornal Gazeta Operária representa um aspecto positivo da atuação da LPS. Mas Lenin orientou que o Jornal devia ser um “organizador coletivo” e estar no centro das atividades do partido revolucionário, e não ser sustentado burocraticamente por recursos provenientes de aparatos, enquanto a esmagadora maioria dos militantes, fortemente influenciada pela burocracia, o trata como um fardo. Isto representa uma manifestação clara do burocratismo que permeia a LPS e que, com o novo refluxo do movimento de massas e a pressão da ala revolucionária, se fortaleceu.

A adoção do programa da “frente popular”, disfarçada com “fazer o possível” com “os militantes limitados atuais”, objetivamente, isto é independentemente das boas intenções de determinadas pessoas, tem como objetivo impor a política oportunista a toda a Organização. A política revolucionária que não sai do papel apenas serve para dar um verniz de esquerda a essa política. 

A mudança da política burocrático sindical oportunista para a política revolucionária é impossível de acontecer por meios evolutivos graduais, sem luta política, sem quebrar a base material da burocracia e, principalmente sem adequar os métodos organizativos e a política à política revolucionária. Ambas políticas representam os interesses materiais de duas classes sociais inimigas.

Os antigos integrantes do Gazeta Operária não se fundiram com a LPS para aplicar a política sindical burocrática da Luta Popular e Sindical. Em todas as publicações do Gazeta Operária, nos documentos programáticos, no documento de ruptura com o PCO, que os militantes da LPS assinaram, e em todas as discussões que aconteceram antes e após a fusão, ficou muito claro que o nosso objetivo sempre foi a construção do partido operário revolucionário.

Um programa revolucionário para ser aplicado

Conforme acordado na reunião do CE (Comitê Executivo) Ampliado do CC da LPS, o presente documento, que foi enviado para todo o CC no dia 20 de agosto de 2017, será respondido pela maioria do CC até o dia 11 de setembro de 2017. Nós ainda responderemos essa resposta, mas será aberta uma nova rodada de discussões na seguinte reunião do CE do CC, no dia 15.9.2017.

No documento de resposta, a maioria do CC deve se posicionar, de maneira formal, sobre as considerações políticas contidas neste documento o que implica em considerar os vários documentos partidários aprovados, inclusive, por unanimidade. A saber, o documento aprovado no I Pleno do CC, os Eixos Programáticos e os documentos de organização que se encontram públicos no site da LPS, e o documento do I Pleno do CC da LPS.

Caso a maioria do CC confirmar que efetivamente aplicará a política revolucionária aprovada pela LPS, ela deverá estabelecer o compromisso público de aplicá-la, fazendo, em primeiro lugar, a autocrítica sobre a política oportunista aplicada até agora e, a partir dela, descrever os detalhes, que deverão se materializar em medidas organizativas concretas para serem aplicadas, em períodos de tempo específicos e com responsáveis para as tarefas derivadas, especificando ainda quais são os resultados esperados. Desta maneira, avançaremos o debate na forma de um plano sobre como colocar em prática a linha política defendida pela LPS nos seus documentos.

No caso da maioria do CC formalizar a política burocrático sindical, ela deverá, se valendo da maioria que possui, buscar cancelar ou abandonar os Eixos Programáticos e todos os demais documentos aprovados pela Organização, para retomar a política da Luta Popular e Sindical ou mesmo da LPS Cultural.

Duas políticas, dois caminhos: uma política sindical burocrática (contrarrevolucionária) e uma política revolucionária 10

1. Defesa da política revolucionária 10

Política sindical oportunista 10

Política revolucionária 10

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 11

2. Programa 11

Política sindical oportunista 11

Política revolucionária 11

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 12

3. O marxismo como método (versus questões pessoais) 12

Política sindical oportunista 12

Política revolucionária 13

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 13

4. Relação teoria/ prática 13

Política sindical oportunista 13

Política revolucionária 14

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 14

5. Relação entre Programa, Política, Organização e Métodos 15

Política sindical oportunista 15

Política revolucionária 15

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 15

6. O que está no centro da Organização 15

Política sindical oportunista 15

Política revolucionária 15

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 16

7. Perspectiva da Organização 16

Política sindical oportunista 16

Política revolucionária 16

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 17

8. Análise da conjuntura política 17

Política sindical oportunista 17

Política revolucionária 17

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 17

9. Papel da Teoria na formação 18

Política sindical oportunista 18

Política revolucionária 18

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 18

10. Ação política 18

Política sindical oportunista 18

Política revolucionária 19

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 19

11. Luta de classes 19

Política sindical oportunista 19

Política revolucionária 19

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 19

12. Luta política revolucionária 19

Política sindical oportunista 19

Política revolucionária 19

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 20

13. Organização 20

Política sindical oportunista 20

Política revolucionária 20

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 21

14. Militantes 21

Política sindical oportunista 21

Política revolucionária 22

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 22

15. Construção do partido 22

Política sindical oportunista 22

Política revolucionária 23

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 23

16. Recrutamento 24

Política sindical oportunista 24

Política revolucionária 26

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 26

17. Atividades da LPS 27

Política sindical oportunista 27

Política revolucionária 27

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 27

18. Regras, metas, métricas e resultados 28

Política sindical oportunista 28

Política revolucionária 28

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 28

19. Luta interna 29

Política sindical oportunista 29

Política revolucionária 29

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 29

20. Documento do I Pleno do CC: 29

Política sindical oportunista 29

Política revolucionária 30

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 30

21. Disciplina 30

Política sindical oportunista 30

Política revolucionária 30

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 30

22. Aplicação da política 31

Política sindical oportunista 31

Política revolucionária 31

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 31

23. Evolução da situação política 31

Política sindical oportunista 31

Política revolucionária 31

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 32

24. Sobre os Sindicatos 33

Política sindical oportunista 33

Política revolucionária 35

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 36

25. Finanças 41

Política sindical oportunista 41

Política revolucionária 41

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 41

26. Senso de urgência 42

Política sindical oportunista 42

Política revolucionária 42

27. A Crítica e Autocrática: pública ou fechada? 42

Política sindical oportunista 42

Política revolucionária 42

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária 42

28. Internacionalismo 42

Política sindical oportunista 42

Política revolucionária 43

29. Expectativa futura 43

Política sindical oportunista 43

Política revolucionária 43

Duas políticas, dois caminhos: uma política sindical burocrática (contrarrevolucionária) e uma política revolucionária

Conforme foi apresentado várias vezes ao CC e aos militantes, na LPS é aplicada uma política sindical burocrática e, portanto, objetivamente (independentemente de intenções individuais), contrarrevolucionária, contra os interesses dos trabalhadores.

Em cada uma das divergências apresentadas a continuação, a “Política sindical oportunista” faz referência à política amplamente predominante na LPS hoje e que, em primeiro lugar, é imposta pela maioria do Comitê Central.

  1. Defesa da política revolucionária

Política sindical oportunista

Dentro da organização revolucionária podem coexistir duas políticas, mesmo representando os interesses de classes sociais diferentes.

A LPS estaria progredindo e portanto, seria necessário ter paciência, pois, em algum momento, no futuro, aconteceria a mudança da política oportunista para a política revolucionária por meio do acúmulo de mudanças quantitativas, sem rupturas qualitativas estruturais, isto é sem romper com a base material da política burocrática.

Pepê sobre as duas políticas

“A frente única é uma debilidade que Alejandro apresentou, mas que todos temos. Mas não se abrir para uma discussão aberta; Alejandro sabe mais teoricamente, mas na prática?

Eu estou analisando se eu irei continuar na LPS. Estou dentro de uma política de camaradagem. Neste momento, estamos construindo menos que com o Marquinho [até agosto de 2016]. A coisa está estrangulada por causa da contradição das duas políticas. O debate frenético entre os dois programas não deve ser.

Não fiz a nossa Nota em resposta ao PCO porque eu estou encalacrado na nossa luta interna.

Não somos inimigos nem desonestos um com outro. O que não encontramos com o PCO nem com o PSTU. Essa discussão foi a primeira que fizemos com o Marquinho.”

Política revolucionária

A política oportunista representa a capitulação prática ao oportunismo e a justificava para continuar aplicando a política oportunista, principalmente o controle oportunista dos aparatos sindicais, em cima de acordos com demais setores da burocracia e, portanto, contra os interesses da classe operária.

A política revolucionária implica em aplicar a política revolucionária imediatamente. Isto implica no direcionamento imediato da Organização para uma organização de agitação e propaganda. 

Ver, como referência, as várias apresentações sobre o assunto, realizadas em PowerPoint desde dezembro de 2016.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Reconhecer que estão colocados dois caminhos que podem ser seguidos. Antes de avaliarmos como fazer na prática (o que faremos em outros dos pontos, mais abaixo), precisamos definir: i) por qual dos caminhos seguiremos; ii) quais são as premissas para seguir pelo caminho revolucionário efetivamente (sem perdermos, achando que estamos mudando de caminho, mas, na prática, nos mantendo no caminho anterior, da burocracia sindical); iii) se é possível entrar no caminho revolucionário sem termos o método marxista como instrumento de análise (principalmente a luta de classes como força material que objetivamente impulsiona a história) e sem aplicarmos o marxismo efetivamente na prática.

2. Reconhecer efetivamente que, de acordo com o marxismo, a base material da política burocrática se encontra na influência material dos sindicatos, que aplicam uma política burocrática imposta pelo “sindicalismo estatal”.

3. Reconhecer que sem quebrar essa base material do burocratismo, e simplesmente por meio do acúmulo de mudanças quantitativas, é impossível avançar para uma política revolucionária.

4. Reconhecer que para medirmos o quanto estamos construindo precisamos avaliar, em primeiro lugar, em cima de qual política (caminho) estamos construindo. A discussão sobre o que fazer em termos práticos e quem irá fazer (militar) deve ser colocada como dependente do caminho que será tomado.

5. Posicionar-se formalmente sobre o documento “10.08.2017 Questoes Organizativas”, capítulo “Duas políticas podem coexistir no partido revolucionário?”

  1. Programa

Política sindical oportunista

O Programa não passa de papel morto, uma simples formalidade que permite, objetivamente, manter uma fachada de esquerda para encobrir a política sindical oportunista real e que tem como objetivo principal manter e ganhar aparatos sindicais.

Política revolucionária

Para a ala que defende a formação do partido revolucionário como estratégia fundamental da LPS, o Programa e a política da LPS não são uma mera formalidade, mas eles expressam o norte da atuação da LPS na luta intransigente pelos interesses dos trabalhadores. A atuação da LPS deve estar norteada pelo Programa.

O Programa deve ser aplicado efetivamente e tem como principais objetivos estratégicos a luta pela tomada do poder político pela classe operária e a construção do partido operário revolucionário.

O Programa é o patrimônio mais importante da organização revolucionária e por esse motivo, se coloca a defesa a morte da sua aplicação.

Sem o Programa a Organização fica sem rumo, à mercê das pressões da esquerda oportunista, da burocracia, do estado burguês e do capital. Em política não há vácuo.

Ver http://www.lpsmundo.org/especiais/texto/390-eixos-programaticos-da-lps-luta-pelo-socialismo 

O “núcleo duro” (Comitê Central) deve se agrupar em torno do Programa (o partido revolucionário) que deve irradiar a política para as organizações, e não destruí-las. Devemos ser os melhores sindicalistas do mundo, mas com uma política revolucionária.

O que acontece hoje é que as organizações de massas influenciam a política da LPS que se vê acuada pela pressão burocrática que tem como origem a burocracia sindical.

O exemplo da luta que aconteceu entre os meses de agosto de 2016 e fevereiro de 2017, para estabilizar as reuniões mostrou o grau de pressão burocrática exercida pelos sindicatos contra a LPS, portanto da periferia para o centro. Essa influência somente pode ser quebrada por meio de muita luta cotidiana, quebrando-a com muita paciência e firmeza. E ainda mais: na hora em que essa pressão for relaxada, a política burocrática tomará conta e, novamente, as reuniões serão implodidas. Em política não há vácuo.

Sobre o Jornal Gazeta Operária, a política o programa que ele defende deveria ser o instrumento da nossa atuação, mas acaba sendo transformado em mais uma formalidade burocrática devido aos métodos burocráticos que predominam devido à influência da burocracia sindical.

No Que Fazer?, Lenin diz que os revolucionários devem atuar nos sindicatos como pescadores para a política revolucionária.

O fundamental das divergências políticas práticas que a política oportunista da LPS apresenta repete ipsis litteris a política economicista que Lenin criticou no livro Que Fazer?

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Reconhecer que o programa revolucionário deve ser imposto por meio da luta, contra a política burocrático sindical que tem como correia de transmissão, os sindicatos onde os militantes da LPS atuam na direção.

2. Reconhecer que o Programa deve ser imposto a partir de uma luta a morte contra a influência da ideologia burguesa e pequeno burguesa nas fileiras da Organização.

3. Documentar formalmente as principais divergências políticas com a política e os métodos colocados por Lenin no livro Que Fazer?, de preferência na própria resposta a este documento. Além das divergências explícitas podem ser levantadas as dúvidas, como por exemplo foi feito em relação ao papel do Jornal (na reunião do CE do CC de 18.08.2017).

4. Posicionar-se formalmente sobre o documento “10.08.2017 Teoria Estrategia Tatica”, capítulos “O Programa e o movimento de massas” e “Estratégia e Tática”.

  1. O marxismo como método (versus questões pessoais)

Política sindical oportunista

O marxismo não passa de uma mera formalidade. Isso é compreensível por causa da forte influência burocrática. A burocracia e a esquerda oportunista não têm programa, nem política, nem método. Elas atuam, objetivamente, em cima de uma política empírica e movimentista orientada pela defesa dos próprios interesses materiais e privilégios contra os trabalhadores. E não se trata de boas vontades, mas da engrenagem em que se encontram inseridas e os interesses de classe objetivos que acabam defendendo.

Política revolucionária

Para a ala que defende a aplicação da política revolucionária, o método do marxismo é o coração da análise política. Isso não tem a ver com o conhecimento acadêmico do marxismo e muito menos com as teorias do “marxismo universitário” que representam um acúmulo de conhecimento por fora da luta de classes real. Essas teorias, objetivamente, representam a ideologia burguesa contra o socialismo científico, contra a revolução operária.

O método do marxismo é o Materialismo Histórico e Dialético que considera a luta de classes como o motor da história.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Reconhecer que a assimilação do marxismo, do Materialismo Histórico e Dialético, é a tarefa mais importante do partido revolucionário e, em primeiro lugar, do Comitê Central.

2. Reconhecer que sem um Comitê Central marxista, em termos teóricos, políticos e ideológicos, é impossível construir um partido revolucionário. Essa construção deve ser realizada de cima para baixo.

3. Confirmar a vontade política de aplicar um plano para transformar a LPS numa organização efetivamente marxista, fazendo todas as mudanças práticas que forem necessárias para atingir este objetivo. (algumas delas detalharemos em outros dos pontos)

  1. Relação teoria/ prática

Política sindical oportunista

A teoria não tem relação com a prática. É perfeitamente possível aprovar dezenas de documentos e na hora de atuar, aplicar a política da “frente popular”. O conhecimento teórico não passa, no melhor dos casos, de acúmulo historicista de dados e apresentação de sabedoria pessoal. 

A maior parte dos militantes da LPS, que estão muito influenciados pela política oportunista não estuda, nem sequer lê o Jornal e muitas vezes nem sequer consegue escrever, nem mesmo ler, um panfleto. É o culto à ignorância, o que abre passo ao enfraquecimento da Organização. 

Pepê sobre a teoria e a prática

“A confusão política é do Alejandro.

Sobre os 34 pontos de divergências do Programa, Alejandro não os segue.

Qual é a relação verdadeira entre o partido e o sindicato burocrático? Como transforma isso numa discussão verdadeiramente leninista? Alejandro está quebrando as pessoas e não está colocando nada no lugar.

Teoricamente Alejandro pode estar certo, mas na prática está errado. O Alejandro não conduz a coisa, coloca todo mundo na piração e quebra todo mundo. Eu estou muito desmotivado.

Quando nós chamamos o trabalho em conjunto, nós nos desnudamos de competitividade. Não é uma questão de vida ou morte. Eu estou cagando e andando se eu serei dirigente desta organização.

Se Alejandro sair até agora, as pessoas continuarão como estão, mas essa atitude jogará as pessoas à direita porque ninguém tem ideia de nada. Cria uma política de decepção e de trauma para quem ficou do lado de cá.

Tirando nós três (Pepê, Marquinho e Alejandro), ninguém tem política.

Eu acho que dá para levar adiante. Esse é material que temos.

Alejandro diz: vamos construir um partido de quadros para dirigir a revolução.

Devemos chamar Cleide e Betão e ler de novos os livros clássicos do marxismo. Se a pessoa não der certo, ela pode ser aproveitada como simpatizante.

Não há ninguém disputando com Alejandro o partido revolucionário.”

Política revolucionária

A luta se desenvolve em cima de três componentes, conforme Engels orientou: teoria, ideologia e política. Os mestres do marxismo sempre ensinaram que sem teoria revolucionária não há prática revolucionária, e vice versa. A teoria é o resumo da prática por meio de leis, identificação de fenômenos, categorias, determinações etc. Sem teoria revolucionária não é possível a existência de uma prática revolucionária.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Reconhecer que o ponto de partida do debate colocado é a existência de dois caminhos, duas políticas, que podem ser seguidos. A discussão colocada neste momento, não se relaciona com “quebrar as pessoas”, mas com qual caminho deve ser seguido (qual política). A partir dessa definição, deve ser feito um “recenseamento” dos militantes para identificar quem irá segui-lo na prática.

2.  Reconhecer que caminho burocrático sindical representa a política da burocracia sindical e portanto, da pequeno burguesia. Para aplicar a política revolucionária, que representa os interesses históricos da classe operária, é preciso quebrar a base material da política burocrática. Sem essa medida inicial e fundamental não é possível aplicar a política revolucionária.

3. Reconhecer que os erros que a LPS de conjunto e os seus militantes e dirigentes têm cometidos, assim como acontece com eventuais estados de ânimo “desanimados” de determinados militantes, não eliminam a discussão que deve ser colocada em primeiro lugar: qual caminho deve ser seguido e como segui-lo.

4. O CC por unanimidade diz que é favorável a seguir o caminho revolucionário, mas quando se trata de aplicar as medidas práticas para avançar neste sentido as divergências (“a gritaria”) começam. A pergunta que deve ser respondida: a maioria do CC está disposta a atuar como marxista revolucionária fazendo as mudanças que para isso se fizerem necessárias e que começam por quebrar a base material do burocratismo?

Algumas das medidas práticas sobre como quebrar a base material da influência da burocracia sindical sobre a LPS serão expostas em pontos específicos mais abaixo.

  1. Relação entre Programa, Política, Organização e Métodos

Política sindical oportunista

O grosso dos problemas da Organização são problemas de método e, principalmente, problemas pessoais. Este militantes trazem para dentro da LPS os métodos oportunistas da burocracia e inclusive, do PCO onde o grosso das reuniões era destinado a discutir problemas financeiros ou as crises dos militantes.

Nas discussões que acontecem na LPS, os problemas raramente são identificados, discutidos e sanados pela raiz, como problemas políticos.

Política revolucionária

O grosso dos problemas da Organização são problemas políticos que têm na base divergências com o Programa aprovado pela LPS, em cima da pressão da burocracia sindical.

Os problemas pessoais nem sequer deveriam ser discutidos dentro da Organização e quando essas discussões acontecerem, deveria ser feito de maneira assessorial. 

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Adotar métodos de controle mais rígidos para impedir que as discussões no Comitê Central girem em torno a questões pessoais e não políticas.

2. Incentivar os debates por escrito para ajudar a sistematizar as ideias.

3. Promover um sério programa de formação que, em primeiro lugar, deve ser individual, mas que deve estar orientado a resultados práticos. Ou seja, a formação deve ser realizada para que os militantes passem a militar como marxistas e não para eles continuarem aplicando a mesma política burocrática. Planos de transição devem ser adotados, mas em cima de resultados esperados, metas e métricas, e responsáveis pelas tarefas específicas.

  1. O que está no centro da Organização

Política sindical oportunista

No centro de toda a política, está o controle dos aparatos sindicais, o trabalho sindical disperso e miúdo, que é muito influenciado pelo espontaneísmo e pelo movimentismo que representam duas manifestações fundamentais da burocracia sindical nas nossas fileiras. O ponto alto desta política passa por disputar, e se possível vencer, mesmo fazendo acordos espúrios com a ala direita da burocracia para preservar os aparatos sindicais, o que é uma política contrária aos interesses dos trabalhadores.

Política revolucionária

O partido operário revolucionário deve ser construído como uma máquina de agitação e propaganda, conforme foi orientado por Vladimir Ilich Lenin no livro Que Fazer?

O Jornal político deve ser colocado no centro da atuação, mas não de maneira formal, com a publicação sendo paga pelos sindicatos e com os militantes semi desmoralizados não vendendo, e nem sequer lendo, o Jornal. O Jornal deve ser a mola mestre de uma engrenagem que deve ter como objetivo a atuação nos grandes centros operários, numa luta a morte contra o sindicalismo e o centrismo.

No lugar de “sindicalistas”, o partido revolucionário procura construir e fortalecer “tribunos” da revolução operária.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Reconhecer que a atuação de todos os militantes deve ter como objetivo a agitação e propaganda e não a política “economicista”, sindical miúda. Direcionar todos os esforços da Organização para se tornar uma máquina de agitação e propaganda.

2. Reconhecer que até hoje essa determinação que foi validada sete vezes, não saiu do papel porque os militantes, que no grosso são sindicalistas “puro sangue”, resistem a aplica-la por causa da pressão das engrenagens do sindicalismo burocrático. Essa mudança não acontecerá “na boa”, por meio de algumas mudanças quantitativas, como o exemplo da luta mortal (uma verdadeira briga de foice) pela estabilização das reuniões (que deveria ter sido uma tarefa relativamente banal) foi.

Estamos numa sociedade de classes. Os métodos da pequeno burguesia representam uma força material e por isso não é possível enfrenta-los “na boa”; se trata de uma briga de foice mesmo. Não esquecer que a pequeno burguesia, como classe social, odeia a classe operária, e ainda mais odeia a classe operária revolucionária.

3. Posicionar-se formalmente sobre o documento “O que é o anarquismo?”

4. Se declarar disposto a adotar todas as medidas que forem necessárias para promover essa mudança.

  1. Perspectiva da Organização

Política sindical oportunista

O eixo da construção do partido revolucionário passa por estar fisicamente no local, naquela categoria específica, a partir de onde os esforços devem ser direcionados a controlar os  aparatos sindicais. Se trata dos mesmos métodos de trabalho artesanal que Lenin denunciava no livro Que Fazer?.

Política revolucionária

O fundamental dos esforços do partido revolucionário deve ser direcionado para as principais categorias, com o objetivo de divulgar a política da LPS por meio da imprensa revolucionária. Uma parte menor do esforço dos sindicalistas (a menor possível) deve ser gasta no trabalho miúdo e administrativo sindical.

Os aparatos devem ser colocados a serviço absoluto da política revolucionária com o objetivo de organizar o partido revolucionário como um grupo de combate da revolução operária mundial.

A Organização deve se preparar como uma verdadeira máquina de agitação e propaganda para atuar no inevitável ascenso operário que acontecerá no próximo período.

Os métodos artesanais devem ser repudiados e no lugar, devem ser aplicados os métodos da grande indústria, do mais avançado que o capitalismo conseguiu produzir até o momento.

Ver http://www.lpsmundo.org/especiais/texto/389-sobre-as-tarefas-da-lps-como-partido-operario 

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Reconhecer que é preciso validar um plano para atuar como uma máquina de agitação e propaganda integrada e que o trabalho não pode estar focado numa determinada categoria ou local.

2. Neste ponto, seria importante emitir um parecer sobre dois pontos do livro Que Fazer? de Lenin: i) a questão economicismo versus o trabalho político revolucionário; ii) a questão do trabalho local e artesanal versus o trabalho político nacional.

3. Posicionar-se formalmente sobre o documento “10.08.2017 Teoria Estrategia Tatica”, capítulos “Política revolucionária e política sindical”.

  1. Análise da conjuntura política

Política sindical oportunista

A análise da conjuntura política não passa de uma curiosidade escolástica. Da mesma maneira que na Idade Média, os escolásticos ficavam discutindo sobre quantos anjos cabiam na ponta de uma agulha, os militantes burocratizados não fazem nenhum vínculo prático entre a avaliação política e as tarefas práticas do dia. No dia a dia, eles aplicam a política sindical burocrática, preocupados única e exclusivamente em manter o controle (muitas vezes pessoal) sobre os aparatos sindicais, por meio de uma administração não transparente mesmo para os membros da diretoria.

Política revolucionária

Uma boa parte do esforço da Organização deve estar orientado a elaborar a política que deve ser consolidada por meio das palavras de ordem. Essa é a base de uma política de agitação e propaganda que deve se construir na base do movimento de massas.

No presente momento, a LPS caracterizou que o Brasil se encontra na fase final da segunda etapa do golpe, o “estado de exceção” imposto pelo Poder Judiciário. O imperialismo tenta impor, com muitas dificuldades, a terceira etapa do golpe, uma ditadura bonapartista de cunho burocrático policial, com o objetivo de impor duríssimos ataques contra os trabalhadores. Em cima dessa caracterização, o papel dos revolucionários é o de se organizar com o objetivo de organizar a luta dos trabalhadores que, em primeiro lugar passa por resistir a esses ataques, o que coloca a política da “frente única”, conforme foi colocado em pé por Lenin e Trotsky.

Ver http://www.lpsmundo.org/especiais/texto/391-a-situacao-politica-nacional-e-a-luta-contra-a-frente-popular e http://www.lpsmundo.org/especiais/texto/387-a-situacao-politica-internacional-e-a-revolucao-proletaria 

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Reconhecer que o esforço político fundamental no período atual deve estar orientado a elaborar a política e a aplicar a política.

2. Reconhecer que essa elaboração e aplicação só pode ser o produto do trabalho coletivo.

3. Os dirigentes do CC devem ser estudiosos (individuais) do marxismo e estar bem informados sobre a conjuntura política. Essa tarefa não pode ser realizada de maneira amadora ou sem priorização dos esforços, mas requer muita determinação revolucionária.

  1. Papel da Teoria na formação

Política sindical oportunista

A política oportunista da LPS despreza a teoria marxista devido ao pragmatismo próprio da política sindical oportunista, que representa uma manifestação da ideologia pequeno burguesa no seio do movimento operário.

Apesar de caracterizar o baixíssimo nível teórico dos militantes semi burocratizados, essa ala apresenta uma enorme resistência ao estudo, que é revelado ou mesmo deixado de lado para priorizar as pequenas tarefas sindicais do dia a dia.

Política revolucionária

A tarefa fundamental de todo militante marxista passa por assimilar profundamente o marxismo tanto em termos teóricos, assim como políticos e ideológicos. Essa tarefa somente pode ser empreendida por meio do estudo individual e também coletivo, na busca por assimilar o marxismo como método, como a ideologia do proletariado revolucionário, o que somente pode acontecer por meio da estrita unidade entre a teoria e a prática.

A teoria revolucionária, científica, está na base da ação revolucionária. 

Sem teoria revolucionária não há prática revolucionária.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Entender que todo dirigente revolucionário, e também todo militante revolucionário, deve realizar um forte esforço individual para assimilar o marxismo como método. É preciso muita determinação neste sentido, que em primeiro lugar deve ser individual. Esta tarefa implica numa luta a morte contra o sindicalismo burocrático. 

2. Precisamos ter como base da nossa compreensão que o sindicalismo burocrático representa os interesses das camadas medidas da população, portanto da pequeno burguesia. Trata-se portanto de interesses materiais que  no Brasil estão atrelados ao controle do estado. A política revolucionária somente pode se imposta numa luta a morte que passa por quebrar a base material do burocratismo e uma firme determinação para assimilar o marxismo como ideologia.

  1. Ação política

Política sindical oportunista

A ação política é fundamentalmente burocrática sindical e portanto, “reformista” e centrista. O grosso dessa política repete os princípios de atuação que foram duramente criticados por Lenin, no livro Que Fazer?, e que herdavam a atuação oportunista de Ferdinand Lassalle, criticado na época por Karl Marx e Friedrich Engels, assim como a de Eduard Bernstein, o pai do revisionismo moderno, criticado duramente por Rosa Luxemburgo e por Lenin.

Política revolucionária

A ação política do militante revolucionário passa por um profundo comprometimento com a revolução operária mundial que se materializa na luta política interna e externa cotidiana.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. A visão de que no sindicato somente dá para ser feito o trabalho sindical miúdo, oportunista, e que para militar politicamente é preciso ser um militante profissional da LPS é o clássico desvio “economicista” criticado por Lenin.

2. Reconhecer que os militantes da LPS devem aplicar a política revolucionária em quaisquer circunstâncias.

  1. Luta de classes

Política sindical oportunista

A luta de classes não existe no interior da Organização; somente há pessoas e na nossa organização “somos todos irmãos”. 

Política revolucionária

A luta de classes representa um fenômeno material que existe em todos as organizações que atuam na sociedade capitalista, ou em qualquer outra onde existam as classes sociais.

A luta de classes se torna ainda mais acirrada no partido operário revolucionário devido à luta mortal da política pequeno burguesa contra a política operária revolucionária. E isso não tem nada de luta pessoal.

Vale lembrar que há tempos estamos alertando sobre o crescente endurecimento do regime político em direção a uma ditadura de terror aberto.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Encarar a luta política interna em defesa do programa e da política da LPS como uma luta a morte. Se o programa não for aplicado, ele morre devido à força da pressão da ideologia pequeno burguesa que tem como corrente de transmissão a pressão da burocracia sindical.

2. Reconhecer que essa “incompreensão”, que na realidade se trata de uma política de capitulação à pressão da ideologia burguesa, está na base da burocratização do grosso da esquerda brasileira e mundial, que se tornou uma “esquerda neoliberal”.

  1. Luta política revolucionária

Política sindical oportunista

Para a ala oportunista da LPS, bastam reuniões de cunho administrativo, “aulinhas” sobre a análise de conjuntura e/ou acordos para se avançar na construção do partido revolucionário.

Política revolucionária

A construção do partido operário revolucionário, em todos os seus componentes, passa por uma luta encarniçada contra todas as manifestações de oportunismo, do qual o sindicalismo burocrático é uma delas. O trabalho com os contatos, nas frentes, nos núcleos (células) e principalmente na direção do partido devem ter como objetivo impor a política revolucionária que foi elaborada pela Organização. Sem essa visão leninista, a Organização fica desarmada perante a pressão da luta de classes, tende a se direitizar e, na atual conjuntura política, com a escalada dos ataques da direita e o inevitável levante operário colocado em escala mundial para o próximo período, ela tende a desaparecer.

No caso da LPS, bastaria acontecer a perda do controle dos dois sindicatos que dirige para a esmagadora maioria dos militantes se dispersarem. Dada a evolução da situação política, esta é um possibilidade colocada para o próximo período.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. É preciso dar a luta política, o que implica, em primeiro lugar, em deslindar campos, em separar quem é militante de quem não é militante por exemplo, quem defende efetivamente a política revolucionária de quem defende a política oportunista.

2. As leituras e palestras ajudam a fortalecer os militantes. Mas devem ser feitas para pessoas realmente interessadas. Os funcionários não devem ser obrigados a participar; ficar dormindo ou disperso nas reuniões, não comparecer alegando os mais diversos motivos que não têm relação com a luta revolucionária etc. são componentes pequeno burgueses de uma luta política; se não forem combatidos desmoralizam o conjunto dos militantes.

  1. Organização

Política sindical oportunista

A política da Organização, que é fundamentalmente burocrático sindical, pode ser adequada às necessidades dos interesses particulares e dos acordos com a burocracia, à mercê do movimentismo. Essa política é pragmática e acontece por meio de métodos bonapartistas e administrativos, impostos por meio da autoridade pessoal de um pequeno punhado de grandes líderes, com cunho altamente administrativo.

O funcionamento dos organismos é basicamente formal, em todos os níveis, com pouquíssimas pessoas elaborando e decidindo a política. Aparentemente se trataria de um problema de formação. Mas se converteu numa política materializada, que conta dentre outros componentes, com a mistura de dirigentes, militantes e simpatizantes e a resistência de atacar a base material do burocratismo.

Política revolucionária

Em primeiro lugar, a política deve ser elaborada de maneira coletiva, com ampla democracia interna. Mas uma vez elaborada e aprovada, ela deve ser imposta e somente pode ser demovida pelos mesmos organismos que a aprovaram. Estes métodos organizativos materializam o centralismo democrático que não tem absolutamente nada a ver com o centralismo burocrático oportunista.

Trabalho coletivo no partido revolucionário busca consolidar um grupo de ação. As reuniões dos núcleos (células) são reuniões de trabalho que têm como objetivo elaborar e aplicar a política, conforme se encontra descrito no documento “Sobre as reuniões” e no Capítulo 6 do documento http://www.lpsmundo.org/especiais/texto/389-sobre-as-tarefas-da-lps-como-partido-operario

O enfraquecimento das fronteiras entre militantes e simpatizantes representa uma clara penetração do oportunismo nas fileiras do partido revolucionário. Essa política esteve na base da ruptura entre os mencheviques e os bolcheviques no POSDR (Partido Operário Socialdemocrata Russo).

O combate ao bonapartismo, ao burocratismo, ao flanelismo e a todas as manifestações da ideologia e política pequeno burguesas estão no centro da luta dos militantes revolucionários.

As relações entre os militantes devem ser claras e revolucionárias, conforme estabelecido no Programa e nos Estatutos, e conforme nos foi ensinado pelos mestres do marxismo.

A confiança entre os militantes deve ser construída a partir de militância evolucionária provada e não a partir de afinidades pessoais ou acordos. A Organização deve procurar incentivar as relações formais que devem ser fraternas, mas orientadas à luta.

O modelo organizativo da ala oportunista é o anarquismo e o caos. O modelo da ala revolucionária são os métodos organizativos mais avançados que o capitalismo já produziu, em primeiro lugar o toyotismo e a disciplina militar, à luz da experiência acumulada pelo marxismo revolucionário. 

Enquanto a ala oportunista busca construir um clube de amigos para funcionar como fachada a uma política sindical oportunista, a ala revolucionária busca construir uma Organização de luta pela revolução mundial. 

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Deve ser realizado um recadastramento dos militantes para deslindar os campos. 

2. Os organismos devem funcionar como órgãos para a ação em todos os níveis. De cada um deles devem participar unicamente os militantes que reúnam as condições políticas para fazê-lo, conforme descrito nos Estatutos da LPS.

3. Contribuições para outras organizações devem ser aprovadas dentro de um plano validado formalmente pelo CC.

  1. Militantes

Política sindical oportunista

Os militantes seriam os sindicalistas semi desmoralizados, a reboque da “frente popular” e com fé cega na “democracia” burguesa. Importa a quantidade e a “fraternidade” entre os mesmos.

As discussões com os ativistas e contatos é despolitizada e normalmente orientada a assuntos pessoais que têm como objetivo ampliar o círculo de “amigos”, visando o controle dos aparatos sindicais.

A maioria dos dirigentes da LPS são centristas, não marxistas; inclusive isso foi dito literalmente por vários dirigentes do primeiro nível no I Pleno do CC e em várias outras reuniões do CC.

Política revolucionária

É preciso estabelecer uma clara delimitação entre quem é militante e quem é simpatizante.

A mistura de militantes e não militantes (na prática) abre a porta de entrada à pressão da direita no seio da Organização, conforme Lenin o descreve na polêmica com os mencheviques.

Os dirigentes são marxistas revolucionários que priorizam a construção do partido revolucionário. Eles são inimigos mortais do centrismo que numa situação não revolucionária tende a evoluir à direita.

Nunca um dirigente revolucionário deve se autoqualificar como centrista, a menos que seja num processo de profunda autocrítica e que apresente as medidas claras e firmes que estará aplicando para sair imediatamente dessa condição. Uma política frouxa neste sentido é incompatível com o pertencimento à direção da Organização e até com a militância nela.

No centro dos militantes, se encontram os quadros que são os militantes provados na luta (inclusive interna) em torno dos quais a Organização se estrutura. Esses militantes representam o estado maior da revolução e, por esse motivo, é fundamental o processo de seleção rigoroso. Eles devem ser capazes de lutar contra todas as manifestações da política pequeno burguesa e os provocadores e a polícia política que inevitavelmente o estado e o capital irão enviar para implodir a organização operária. 

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Dirigentes devem ser apenas os militantes que realmente dirigem. Pode ser aberta uma exceção para aqueles militantes que tiverem se destacado na luta e que estiverem dispostos, de maneira extremamente disciplinada, a passar por um programa muito intensivo de formação. 

2. Os militantes devem cumprir as três condições estatutárias, especialmente se propondo a se enquadrarem num profundo processo de formação teórico, político e ideológico.

3. Os pré-militantes devem ser os militantes em experiência que aderiram ao Programa da LPS por livre vontade. Militantes que têm algum vínculo financeiro com a LPS, seja direto ou indireto, devem passar por uma profunda avaliação, validada pelo CC, para estabelecer a verdadeira concordância com o Programa da LPS.

4. Simpatizantes devem simpatizar realmente com a Organização por meio de ações práticas.

  1. Construção do partido 

Política sindical oportunista

O partido deve ser construído com centristas e contratados, numa política orientada a ganhar “colegas”, porque seria praticamente impossível ganhar militantes pela política.

Haveria uma “divergência tática” apenas com a ala revolucionária, pois especialistas em determinado assunto podem ser contratados pela LPS e tornar-se militantes. Dentre esses “especialistas” se encontrariam os “especialistas” na panfletagem. Essa política é considerada como uma divergência tática com a ala revolucionária.

Esses profissionais são contratados com o principal objetivo de que os militantes sindicais se mantenham na política burocrática, que eles mantêm por causa de não quererem trabalhar com os contatos de base; muitos deles têm medo da opinião dos trabalhadores sobre o sindicato.  

A política de profissionalização é abertamente anti leninista. A contratação de amigos ou de pessoas fieis às quais a liderança bonapartista faz favores pessoais não é uma política revolucionária.

A ala burocrática justifica essa política com a impossibilidade de mudá-la porque isso implicará em demitir pessoas que têm necessidades e até em apertar o cerco contra funcionários dos sindicatos, para generalizar essa política.

O resultado prático dessa política burocrático oportunista é que além de se criar um círculo de favorecidos, há o fortalecimento da ala direita da Organização e o enfraquecimento da política de recrutamento que tem como máxima o “não consigo fechar”.

Pepê sobre a profissionalização

“A discussão de jogar na minha cara que eu estou comprando as pessoas é meramente administrativo, tático. É uma idiotice, até anti leninista.

Outra coisa é discutir militante orgânico, liberação profissional.

Núcleo 100% seguindo o programa não existe. Nas Teses de Abril, Lenin disse que Zinoviev não entendia nada de marxismo. E agora você vai discutir isso de pessoas que nunca leram nada.

O núcleo duro são os melhores militantes, mas precisamos ver. São muitas polêmicas que deveríamos analisar; ver se o que Alejandro está falando é o que ele pensa 100%.

Contratados: Precisa explicar melhor; que seria? Contratar pessoas para o partido não tem nada a ver com a profissionalização de militantes.”

Política revolucionária

Não se trata de uma “divergência tática”, mas do tipo de organização que pretendemos construir. A construção do partido revolucionário começa pelo CC.

As contratações de “empregados” que não são revolucionários, principalmente quando ligadas aos sindicatos, fortalecem a ala direita da Organização e enfraquecem a política revolucionária, além de se tornarem uma porta de entrada do burocratismo.

Para a ala que defende a aplicação da política revolucionária, o partido revolucionário deve ser construído a partir do CC, com quadros leninistas. A profissionalização revolucionária deve começar pelos membros do CC; esta é a base para colocar em pé a organização de revolucionários profissionais que Lenin orientou no Que Fazer?.

Problemas particulares de contatos e amigos devem ser tratados por fora da construção do partido revolucionário, portanto, em outro âmbito. Neste, somente devem ingressar os militantes que tiverem concordado na teoria e na prática, em aplicar o programa revolucionário, mas nunca deve se aplicar uma pressão administrativa para que essa adesão aconteça.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

A discussão pessoal de “estar comprando pessoas” deve ser substituída pela discussão sobre a profissionalização que envolve várias questões.

1. A profissionalização dos militantes da Organização deve acontecer a partir do CC.

2. Devem ser validados mecanismos (métodos revolucionários) para evitar a burocratização que representa um dos componentes principais de implosão da política revolucionária.

Deve haver uma política clara de profissionalização, com critérios gerais.

Nunca se deve ganhar um militante a partir de uma oferta de salário. 

3. Considerar que o assalariamento representa uma das principais portas de entrada do fortalecimento da política oportunista na Organização, principalmente quando se trata do assalariamento dos militantes, mas também quando se trata da contratação de funcionários.

4. A contratação de funcionários deve ser minimizada (ao menor nível possível) porque fortalece a ala direita (a política oportunista da Organização). A situação torna-se ainda pior quando os contratados substituem a atuação dos militantes como acontece com os panfletadores.

5. Situações transitórias podem ser aceitas dentro um plano com datas, responsáveis, metas, métricas e resultados.

6. Uma vez definido o plano de profissionalização e contratações, validado de maneira formal pelo CC, deve ser feito um levantamento detalhado de todas as contratações existentes hoje, que deverão ser adequadas.

7. Colocações como as que predominaram no II Pleno do CC da LPS de que se fosse aplicada a política proposta por Alejandro deveria ser quase todo mundo demitido representa em si uma política pequeno burguesa. O que está em debate é a construção da LPS como partido operário revolucionário. Neste sentido, deve ser dito claramente: i) se a política de profissionalização e contratações em prática hoje na LPS e nos sindicatos que a LPS dirige está correta ou não e porque; ii) se uma política de readequação em cima do programa revolucionária será realizada ou não e porque; iii) a política de readequação implicará na perda de quantos militantes e porque. Quantos militantes efetivos sobrarão.

8. Os problemas particulares de pessoas podem ser avaliados desde que eles se enquadrem na política de construção da LPS pelos militantes. Fora isso, deveria ser aberto outra organização (talvez uma ONG) para ajudar as pessoas, mas por fora da LPS que validou que tem como objetivo a luta pela derrubada do capitalismo, que representa em si a necessidade de uma enorme disciplina revolucionária e tensão de forças.

9. Posicionar-se formalmente sobre o documento “10.08.2017 Questoes Organizativas”, sobre o ponto “Sobre a profissionalização dos militantes”.

  1. Recrutamento

Política sindical oportunista

O recrutamento é identificado com ganhar militantes no varejo, na amizade, na troca de favores na ultradefensiva para não assustar os trabalhadores.

Não é possível ganhar ninguém pela política porque os trabalhadores seriam todos burros, idiotas, atrasados e afins.

Pepê sobre os militantes

“A esmagadora maioria dos militantes não têm noção do que é militante nem partido. Estamos numa situação de profunda debilidade.

O que mais importa é se consigo extrair um grupo que consiga entender, que consiga se desenvolver. Não se faz da noite para o dia. É de repetição. 

Nossa militância não encaminha. Uns por desconhecimento. Estamos distantes do partido de quadros.

Precisamos fazer um conjunto de reuniões, com análise do Programa; exemplo de tentativas e erros, para concluir se é possível avançar.

Partido de massas e partido de quadros: as pessoas que compreendem o Programa se organizariam enquanto quadros, e as demais?

Um partido político funciona com um núcleo central de quadros. A nossa organização não cumpriu quase nada do que foi combinado. Não tem a maturidade das pessoas discutirem racionalmente. Mas nenhum partido de quadros só tem quadros.

Não temos uma dedicação séria para atravessar esta etapa. Nós carregamos os problemas da burocracia. A maioria do nosso pessoal se formou no sindicalismo. Nos engasgamos em quase tudo, principalmente na formação 

Hangouts: militantes colocaram a dificuldade para entender quando a exposição demora muito e fica mudando de um assunto para outro.

Qual é a política que Alejandro tem para o movimento sindical? A saída deve ser colocada para um grupo mais sólido que influenciará outros. Acho que há impaciência precoce do Alejandro.

Não temos capacidade de ter um CC revolucionário. Não temos quadros para ter um partido revolucionário. Os nossos não estão à altura. Deve ser uma construção. O maior problema colocado é se nós poderemos construir um trabalho revolucionário.”

Adilson sobre os militantes

“O nosso grupo é estritamente sindical. É o produto que temos na mão

Devemos ir lentamente. Se tentar impor 10% do que aprendemos aqui no Sindados, ficaremos sem ninguém.”

Rosane sobre os militantes

“Temos um coletivo com muitas dificuldades tentando construir o partido.

Estou tendo uma evolução. Devemos ter cuidado para os avanços não se perderem. Precisamos dar continuidade no debate

O que não é sério deve ir sendo depurado para os demais evoluírem. Há muitas pessoas sérias querendo dar o passo adiante.

Quem tem a maior capacidade teórica deve ter mais paciência para os outros evoluírem. Mas acho que o coletivo está evoluindo. O nosso núcleo está fazendo reuniões sérias.

A missão de construir o partido deve ser perseguida.”

Robson sobre os militantes

“Eu quero avançar. Não quero ficar no sindicalismo. Sinto falta de tempo para intervir em outros movimentos.

Vamos avançando aos poucos.

Agora levo o Jornal e o boletim às unidades.”

Cleide sobre os militantes

“Ter coragem e a vontade de fazer as pessoas evoluírem.

Nós tivemos pouco estudo. Mas estamos dispostos a construir.

Não estamos conseguindo fazer uma matéria há dois meses.

Nos lugares onde estamos fazendo o trabalho está dando resultado.

Seria uma loucura abandonarmos os sindicatos e nos transformar em militantes profissionais do partido.

Em um ano não dá para tomar essas decisões.

A ansiedade muito grande não está fazendo a gente evoluir. Emperramos aqui dentro e não fazemos mais nada.

Precisamos acabar com esse impasse. Não cobrar uma coisa irreal das pessoas.

Devemos evoluir a nossa participação no sindicato.

Há várias pessoas que estão se aproximando, mas estamos com dificuldades nós mesmos.”

Política revolucionária

É preciso atuar nos principais centros operários com o objetivo de ganhar para a revolução os militantes que se destacarem nas lutas do movimento de massas.

Os quadros devem ser forjados a partir da luta interna e externa que deve ter como foco recrutar quadros a serem formados teórica, ideológica e politicamente para a revolução. 

Discussões com contatos devem ser políticas e devem acontecer em cima do Jornal; nunca começam com dinheiro, favores ou empregos. Qualquer avaliação sobre a eventual profissionalização de um novo militante deve ter como eixo a formação e fortalecimento dos quadros e ainda deve acontecer com militantes e ativistas que tenham se destacado na luta.

A venda do Jornal deve ser coletiva e direcionada pelos núcleos (células) em cima das frentes de atuação.

Os contatos devem ser considerados como um importante “tesouro” e a planilha deve ser avaliada semanalmente, nos núcleos (células).

Deve ser realizado um recadastramento imediato com o objetivo de definir que é dirigente, militante, pré-militante e simpatizante. Sob essa base, devem ser estabelecidas as relações corretas.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Reconhecer que a LPS enfrenta o problema do sindicalismo burocrático é um primeiro passo e muito importante.

Externar a vontade de corrigir o problema e avançar também é muito importante, mas até essa vontade não se materializar em medidas práticas não passam de boas intenções.

2. Para materializar a intenção de aplicar a política revolucionária é preciso em primeiro lugar, entender que vivemos numa sociedade de luta de classes.

3. Para avançar nesse sentido, o ponto de partida é quebrar a base material da burocracia sindical que é a principal fonte do oportunismo (objetivo) da LPS.

4. O próximo passo deve ser direcionar a Organização por inteiro à política de agitação e propaganda.

5. A eventual contratação de um “especialista técnico” poderá ser avaliada caso a caso, desde que não implique em tornar o “especialista” num militante somente após termos lhe oferecido um emprego e, principalmente, após ele não ter dado amostras de que ele realmente pretende adotar a ideologia da classe operária.

6. A Organização assim como os sindicatos devem ser tornados o mais enxutos possíveis, orientados à agitação e propaganda. Todas as medidas necessárias devem ser tomadas no sentido de combater qualquer sintoma de burocratismo que representa um dos principais fatores do apodrecimento do partido revolucionário.

  1. Atividades da LPS

Política sindical oportunista

O das atividades devem estar concentrado em administrar sindicatos. A fé na pseudo democracia burguesa expressa a enorme pressão da “frente popular”.

Em cima da pressão burocrática, os sindicatos apresentam enormes dificuldades para publicar boletins e distribuí-los. O trabalho com os contatos é inexistente e, quando existe, é orientado pelas relações pessoais, o que reflete a política da burocracia de manter um grupo de amigos mais próximo para disputar as eleições sindicais.

A maior parte dos dirigentes não escreve para o Jornal e nem sequer lê o Jornal.

Pepê sobre o Jornal

“Eu não levo ao pé da letra Lenin. Ele estava em 1917, nós em 2017. A tecnologia para Jornal era outra. Tenho as minhas dúvidas se ele trabalharia com a venda do Jornal. Não temos essa discussão séria; não é uma questão de princípios, mas organizativa. Lenin teria uma conduta distinta.

Devo ler de novo o Que Fazer? É uma confusão que eu tenho.

Jornal: avanço tecnológico facilita chegar ao pessoal. Não é um problema de princípios, mas tático. Precisaria ser reavaliado; como dúvida. Se Lenin estivesse vivo, o Jornal não seria o fator preponderante.”

Política revolucionária

Para a ala que defende a aplicação da política revolucionária, no centro da atuação deve ser colocada a organização da agitação e propaganda.

Uma lista séria de contatos deve ser trabalhada por meio do Jornal político, em primeiro lugar, e os boletins que são instrumentos para facilitar o trabalho com o Jornal. E esse deve ser o grosso das atividades de todos os militantes, em primeiro lugar dos sindicalistas que devem ser “tribunos revolucionários”, conforme a expressão utilizada por Lenin.

A integridade da LPS deve ser defendida em quaisquer circunstâncias como uma máquina de agitação e propaganda, o que implica em combinar o trabalho legal e outros tipos de métodos com esse objetivo.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. O Jornal deve ser fortalecido em relação à propaganda o que implica em aproveitar todos os mecanismos atuais, inclusive as redes sociais e a Internet.

2. Considerar que, como “organizador coletivo”, o Jornal deve ser colocado no centro da atuação da Organização, inclusive nos sindicatos à partir dos boletins que devem estar subordinados ao Jornal.

O Jornal deve ser trabalhado em primeiro lugar com a lista de contatos, que hoje não é feita devido à pressão da burocracia.

O trabalho político revolucionário com os contatos deve ser uma das preocupações fundamentais dos sindicalistas.

3. Explicar como seria feito o trabalho de contatos, de recrutamento e de organização sem a Organização ter um Jornal físico e panfletos e boletins, que devem servir como extensão do Jornal, para discuti-lo com os trabalhadores a partir dos problemas econômicas que eles enfrentam.

4. Documentar as divergências em relação à visão elaborada por Lenin no livro Que Fazer?

5. Comentar sobre o documento “10.08.2017 Questoes Organizativas” capítulo “A principal e fundamental tarefa: partido de agitação e propaganda”.

  1. Regras, metas, métricas e resultados

Política sindical oportunista

Predomina o trabalho espontâneo, o “corre corre” sindical burocrático do dia a dia. A desorganização generalizada faz parte das organizações sindicais devido à influência dos métodos burocráticos.

As regras, metas, métricas e resultados são praticamente inexistentes. Mesmo aprovadas em documentos, elas são costumeiramente relaxadas conforme a “opinião pública” e a vontade pessoal, e costuma não se aplicar nem mesmo decisões tomadas em reuniões da diretoria sindical quando elas existem.

A burocracia sindical faz parte das camadas médias da população e, portanto, aplica os métodos pequeno burgueses, hiper individualistas e arrogantes próprios desses setores sociais. Conforme já temos discutido inúmeras vezes para entender a psicologia da burocracia sindical é preciso entender a psicologia de um pequeno proprietário, por exemplo do dono de uma pequena padaria.

Política revolucionária

A atuação do partido revolucionário deve estar orientada aos resultados revolucionários e estruturada em cima de regras, metas, métricas e resultados. Deve ser travado um combate acirrado contra todas as manifestações de anarquismo e burocratismo. 

Todas as discussões e decisões devem ser realizadas nos organismos e, principalmente, devem ser estritamente respeitadas e aplicadas.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Todos os militantes, principalmente os sindicalistas, devem trabalhar em cima de resultados que devem ser medidos por meio de métricas e regras específicas.

2. A política deve valer tanto para o trabalho em campo (panfletagem, reuniões nos setores) como para o trabalho interno.

3. Todas as atividades devem ser consideradas como uma oportunidade para estar em contato com os setores de ponta dos trabalhadores e deve ser medidas.

4. O calendário de atividades deve ser controlado a partir dos órgãos dirigentes, mas deve ser totalmente voltado a política de agitação e propaganda

Até o momento, o que tem acontecido é que os calendários continuam voltados a uma política burocrático sindical. As melhorias não têm rompido com a política sindical, o que é natural porque vivemos numa sociedade de classes e isso somente será possível por meio de uma luta política muito dura. 

Relembrar que a questão do enquadramento das reuniões impôs uma luta feroz devido à resistência da política burocrática. E isso até foi uma questão até banal quando consideramos que a verdadeira resistência virá a partir das questões materiais; não podemos esquecer que vivemos na sociedade capitalista.

  1. Luta interna

Política sindical oportunista

A luta interna deve ser levada a cabo em cima de conchavos, troca de favores, cumplicidade entre “amigos” e relações “fraternais”, o que aliás reflete de maneira muito clara os métodos da burocracia sindical.

As divergências internas devem ser camufladas e nunca explicitadas, principalmente em relação ao público exterior à Organização. Esta política ficou muito clara em relação às resoluções do I Pleno do CC da LPS.

Política revolucionária

A luta interna passa pelo combate encarniçado ao centrismo, que tende à direita, como reflexo da luta de classes.

As relações entre os militantes são incompatíveis com a troca de favores, com o “somos todos amigos” e afins. Elas devem ser construídas na luta pela revolução operária mundial. A confiança plena e fraternal existe, mas somente entre revolucionários provados na luta.

As resoluções da LPS (I Congresso, I Pleno CC) devem ser estritamente aplicadas na luta contra a política burocrática de tornar as resoluções “papel morto”.

Ver o documento “Pleno CC 9.6.2017 v 4.1”

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Reconhecer que o programa e a política da LPS devem ser defendidos em primeiro lugar internamente, mesmo contra considerações conjunturais ou excepcionais.

2. Se posicionar formalmente sobre o documento “10.08.2017 Questoes Organizativas”, principalmente sobre os quatro capítulos relacionados com o centrismo.

  1. Documento do I Pleno do CC: 

Política sindical oportunista

O documento com as resoluções do I Pleno do CC, que foi aprovado por unanimidade, não deve ser publicado porque contém informações internas que poderiam expor a Organização à chacota de outras organizações.

As restrições colocadas em relação ao documento praticamente eliminam a metade do documento. Além de descaracterizá-lo por completo, foram retirados até parágrafos como até o que afirma que o método da LPS é o Materialismo Histórico e o Materialismo Dialético. É evidente que não se trata de uma mera “divergência tática” ou de “caracterização”, mas que se trata de uma divergência sobre qual é o tipo de organização que queremos construir e, principalmente, a serviço de quem ela deve estar.

Muitos dos trechos que a ala oportunista da LPS questiona no documento do I Pleno do CC, são trechos já aprovados e publicados no Estatuto e Eixos Programáticos da LPS.

Política revolucionária

O partido operário não é propriedade de um pequeno grupo, da mesma maneira que não o deveriam ser os sindicatos. O método da crítica e da autocrítica, conforme nos ensinaram os mestres do marxismo, representa um dos mecanismos principais para fazer avançar o partido revolucionário na interligação com a classe operária e o movimento de massas. Ver o documento “10.08.2017 Crítica e Autocrítica”.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Posicionar-se formalmente sobre o documento “10.08.2017 Critica e Autocritica”.

2. As resoluções do I Pleno do CC devem ser publicadas na íntegra não somente em cima de considerações táticas, mas principalmente sobre a consideração política a respeito de qual organização queremos construir. Os detalhes que podemos concordar em ajustar são os quatro que Sarah e Marquinho definiram.

3. Caso a divergência sobre esta política for mantida, documentá-la em detalhes. Concretamente, quais são as considerações políticas em cima das quais a maioria do CC considera que o documento do I Pleno do CC não deve ser publicado.

  1. Disciplina

Política sindical oportunista

A disciplina que impera é a da “frente popular”, isto é o anarquismo, o individualismo e a desmoralização crescente já que a política revolucionária é substituída pela política pequeno burguesa.

Política revolucionária

A disciplina que deve imperar é a disciplina leninista, revolucionária, a fidelidade absoluta à causa da classe operária; é o centralismo democrático; é o trabalho em equipe; é o respeito a horários, às reuniões, à política revolucionária; ao planejamento das tarefas, assim como a sua execução em cima de métricas e resultados.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Considerar que o ponto de partida da disciplina passa por aprovar as resoluções que efetivamente serão aplicadas. Ter documentos programáticos e políticos que foram aprovados muitas vezes e não são aplicados é uma fonte de burocratismo e desmoralização.

2. Se o Programa e os demais documentos não serão aplicados, então que sejam cancelados e colocados no lugar, os que serão efetivamente aplicados.

À eventual objeção de que já estamos indo nesse caminho, respondemos que não é uma avaliação marxista. O problema é a que política, a que classe social, o caminho atual serve, mesmo com as melhorias aplicadas.

3. Documentar eventuais divergências práticas sobre o documento “9.6.2017 anarquismo v2”.

  1. Aplicação da política

Política sindical oportunista

Para aplicar a política bastaria um discurso exaltado ou até uma eventual postagem no WhatsApp o que, na realidade, não passa de um disfarce do burocratismo e do culto à ignorância política.

Política revolucionária

A aplicação da política revolucionária deve acontecer de acordo com o Programa e a política da LPS; os calendários dos militantes devem ser controlados de maneira centralizada e orientados ao estudo, à agitação, à propaganda e à organização. Acima de tudo, um militante revolucionário deve amar o partido e a revolução operária. 

Sem ideologia revolucionária, é impossível ter uma prática revolucionária.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Todas (pelo menos o grosso) das atividades dos militantes devem ser direcionadas à agitação e propaganda. Isto implica numa mudança radical do que acontece hoje em que os militantes dedicam o tempo a qualquer coisa (principalmente ao trabalho sindical miúdo) ou a atividades não centralizadas.

2. Deve ser elaborado e aplicado um plano bem estruturado para que todos os militantes, a começar pelos dirigentes, assimilem o marxismo revolucionário em termos ideológicos, teóricos e políticos.

  1. Evolução da situação política

Política sindical oportunista

A rápida evolução da situação política mundial é, na prática obscura, o que reforça a influência da política da “frente popular”. A tarefa colocada seria continuar melhorando a administração burocrática dos sindicatos na tentativa de se adaptar aos ataques do capital, mantendo o que for possível dos próprios privilégios.

Política revolucionária

A evolução da situação política para o próximo período coloca a necessidade de preparar o partido para o acirramento da luta classes, que passa pelo aumento do aperto do imperialismo (econômico e político) e o “iminente” ascenso operário. Nesse contexto, a tarefa colocada passa pelo fortalecimento do partido de quadros e a manutenção do funcionamento da LPS, em quaisquer circunstâncias, como máquina de agitação e propaganda a serviço da revolução operária mundial.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Entender que a perspectiva deve ser um partido de combate político disposto a atuar em quaisquer circunstâncias.

2. Entender que o partido deve se preparar para atuar no próximo ascenso do movimento de massas e em escala pelo menos nacional, o que já representaria um desvio, embora que muito menos grave que o atual, dado que a luta revolucionária somente pode se dar em escala mundial.

3. Posicionar-se formalmente sobre o documento “10.08.2017 Trabalho legal”.

  1. Sobre os Sindicatos

Política sindical oportunista

Os sindicatos representam um fim per si. Eles são tratados quase como propriedade privada. Soluções administrativas e pequenas manobras estão na base da solução dos problemas; mesmo os recursos dos aparatos são uma “caixa preta” para os militantes.

O eixo da atuação são as ações jurídicas e a luta ideal são as greves econômicas.

O controle dos aparatos por longo período está na base dessa política que se relaciona em boa medida, com o controle das finanças. Com esse objetivo, os esforços são direcionados à disputa das eleições.

O papel dos trabalhadores não passa de massa de manobra. Ele é considerado burro, que não quer lutar etc.; mas o objetivo real dessa campanha é dizer que “não dá para fazer” porque o trabalhador não quer e que, portanto, deveria ser feito “o possível”, ou seja, cuidar dos próprios privilégios.

Pepê sobre os sindicatos

“O nosso agrupamento é sindical e dirige os sindicatos.

Os nossos militantes são sindicalistas; como organizar os sindicatos sem destruí-los? A política de orientar os sindicatos para o trabalho revolucionário tem como foco a captação de militantes. Essa política acaba com os sindicatos. É uma política idêntica à do PCO.

Para transformar os militantes sindicais em militantes revolucionários, precisamos avançar na formação deles sem que a Organização seja inviabilizada.

Como evoluir para uma política leninista sem abandonar o trabalho sindical? 

Como construir uma política leninista dentro dos sindicatos, nos detalhes? 

Não acho que haja uma visão sindical estrita, mas também marxista porque está atuando.

Nós somos burocratas; mas estamos comprando uma grande briga.

Quem não está em condições o que é o sindicato revolucionário é o Alejandro. Acho que estamos parecidos e juntos nos completamos mais.

Não concordo que nós estejamos no mesmo bolo burocrático.

Estou desmoralizado. Estamos na luta e não é 8 e 80.

Alejandro despreza o aparelho sindical com a visão de sugar aquela máquina para ver o que levo para o nosso partido. Os sindicatos não valem de nada, o que interessa é o partido. Por isso, a discussão para ganhar o sindicato é demagógica.

O problema nosso é analisar os passos que iremos dar, sem perder o que temos, sem abrirmos passo para qualquer aventureiro tomar o sindicato. O que iremos ganhar perdendo o Sindicato? Deixar para a Articulação? Não vejo uma preocupação de Alejandro neste sentido.

As pessoas piram porque não tem experiência teórica e prática e não sabem o que fazer.

João Evangelista colocou que Alejandro acha que o Sintect-MG seria burocrático e ponto final. Mas e as lutas que foram travadas e foram vitoriosas?

Sindicato é economicista. O que devemos fazer para num prazo determinado de tempo termos um comportamento revolucionário?

Lenin buscava defender os sindicatos; ele não diz fusiona-los com o partido.

Sua conduta [de Alejandro] é de transformar os soviets no Partido Bolchevique. Essa prática está desgarrada da política que ele defende. 

Estamos com um embrolho, mas estamos com o Sindados e o Sintect. Iremos para a campanha salarial, que já começou, até sabermos que fazer com o Programa.

O problema é mais complexo. Não pode resumir tudo na discussão do Programa.

Para Alejandro é simples. Mas quem está militando no sindicato, o que faz?

É uma luta política mas não pode ser 8 ou 80. Por isso o pessoal falou que devemos ir com calma.

A nossa diferença não está em que nós não seguimos o Programa e Alejandro o segue. Ele entra no sindicato sem entender que é um organismo diferente do partido.

Não interessa construir o partido, destruindo o sindicato. Correios e Sindados. Campanha salarial. Se o único objetivo for organizar o partido focando nos setores principais, a categoria ficaria contra.

Por isso, a divergência principal está no problema sindical. Temos um comprometimento no movimento sindical.

O que fazer com o aparelho se ele é burocrático? Como transforma-lo sem perde-lo, num braço do partido revolucionário?

Como organizar para fazer a transição? Eu não acho que a resposta é a construção do partido destruindo o sindicato.

Nós não seguimos um programa marxista, mas temos esse comprometimento. Se o outro lado sabe como fazer, ele deveria nos dizer como fazer.

Quando Alejandro chama [os militantes] de burocratas e não tem o que colocar no lugar, desmoraliza. Além de destruir os militantes, entrega o sindicato, que pode ser entregue à oposição. Alejandro explica, mas não responde como organizar; como fazer para processar essa alteração. O que fazer vem junto com o Programa.

Todos os debates sobre o que fazer são secundarizado; mas devem acontecer dentro de uma mesma dinâmica cotidiana. Isso é um mascaramento de quem são sabe fazer.”

Adilson sobre os sindicatos

“Por que antes era para atuar nos sindicatos e hoje deve ser um sindicalismo revolucionário?

Há uma questão cristã: quem é revolucionário e quem não?

Dilema: neste período, em que não há uma reação da classe operária, devemos defender quem é militante de acordo com o Estatutos.

Precisamos apontar outro caminho.

Há a crítica, mas não aponta saída.

Os militantes sindicais estão com dificuldades de evoluir.

Devemos aproveitar os sindicatos para levar a política revolucionária.

Através da Cleide, Robson encontraremos novas pessoas.

Continuaremos trabalhando pela revolução.”

Rosane sobre os sindicatos

“Na medida em que estamos tentando romper com a burocracia, devemos caminhar junto com o Programa e o Sindicato; não há essa cisão.

Devemos ver que o coletivo está tentando entender para romper com isso.

A realidade é complexa.

Estamos com a perspectiva de fazer crescer uma organização, mas nos perdemos numa análise burocrática da situação. 

Eu não quero ser uma sindicalista burocrática, mas uma sindicalista revolucionária.

Devemos procurar que os militantes evoluam o mais rápido possível. Assim conseguiremos romper com a burocracia mais rapidamente.

A coisa não está do mesmo jeito. Eu estou tentando atuar de acordo com o Programa. Efetivamente existe um compromisso.

Tenho dúvidas sobre a venda do Jornal. Como Lenin pensaria a difusão do Jornal hoje? Temos a tarefa de construir para além do que ele construiu.

A venda do Jornal está acontecendo da melhor maneira? Não deveríamos pensar em outros métodos de arrecadação financeira.

Tenho muitas dúvidas. Agora na nossa organização tenho a oportunidade de expô-las.

Que processo de formação devemos fazer? Estou sentindo falta do FIQ

Uma pena pensar a nossa organização de maneira dividida. Temos de ser as duas coisas, rumo ao sindicato revolucionário com a capacidade de trabalhar com as OLTs. Mostrar na prática o que isso é.

[A luta interna gera] desânimo. Não podemos ir tão rápido que nos gere uma angustia.

O trabalho que o fiz no Sindados na vida inteira não foi burocrático. Às vezes travamos por falta da orientação política.

O sindicalismo revolucionário passa pelo programa revolucionário. É isso que eu estou buscando. “

Política revolucionária

Os sindicatos não representam um fim per se. Eles pertencem aos trabalhadores e ninguém deve tratá-los como propriedade privada.

Para o partido revolucionário, o papel dos sindicatos é o de organizar (politicamente) a classe operária a partir das próprias lutas, que somente podem começar como lutas econômicas.

O objetivo fundamental da atuação é organizar oposições sindicais de luta e nunca buscar segurar os aparatos sindicais a qualquer custo.

Os militantes revolucionários devem lutar para transformar os sindicatos burocráticos em sindicatos revolucionários. Trotsky explicou no texto “Os Sindicatos na época da decadência do imperialismo” que é impossível existir um sindicato revolucionário sem a direção do partido revolucionário e que o sindicalismo burocrático tende a ser rapidamente colocado a serviço do capital.

Os principais quadros revolucionários devem atuar na propaganda e não na administração dos sindicatos. O Jornal deve ser vendido para os contatos, por dentro e por fora das empresas. Os boletim devem ser panfletados nos principais locais como instrumento de agitação para levar a política do Jornal.

Os sindicalistas são apenas quadros médios da LPS e não devem ser considerados como membros naturais do CC.

Os aparatos sindicais devem ser apenas utilizados para facilitar o trabalho de contatos e de agitação e propaganda da política revolucionária, assim como para criar grupos fortes de militantes. Eles são importantes fundamentalmente até a situação revolucionária.

No Brasil, o sindicalismo se encontra atrelado ao Estado. Por esse motivo, é preciso estabelecer uma ampla depuração e luta contra o flanelismo e o burocratismo. A direção deve ser coletiva; os ativistas devem ser envolvidos; deve acontecer o rodízio dos diretores liberados para ampliar o trabalho na base; deve ser realizado o trabalho nas OLTs (Organizações por Local de Trabalho) e com os terceirizados já que a divisão da classe operária somente pode representar uma traição à luta do conjunto dos trabalhadores. 

Os conchavos com a burocracia devem ser repudiados. Somente devem ser aceitos acordos públicos; as relações com a burocracia não podem ser pessoais, mas devem ser realizadas pela Organização e sob ferrenho controle do CC por causa da penetração do burocratismo.

Fundamentalmente, nos sindicatos dirigidos pela LPS, deve-se, em primeiro lugar, quebrar a base material da burocracia. Deve-se fazer um levantamento preciso da maneira como os sindicatos trabalham hoje. A partir desse levantamento, deve ser feito um diagnóstico dos processos que na prática, são aplicados hoje. Em cima do diagnóstico, devem ser criados e refinados novos processos de funcionamento com o objetivo de colocar os sindicatos efetivamente a serviço dos trabalhadores, como órgãos dos trabalhadores. Essa política requer o enxugamento da máquina no maior nível, e o direcionamento dos diretores e ativistas para o trabalho de base, para tornar esses aparatos em máquinas de agitação e propaganda a serviço da revolução operária. Essa política implica em que a defesa dos aparatos deve ser subordinada à política revolucionária, à formação de grupos revolucionários orientados a organizar a luta dos trabalhadores, e que qualquer acordo com os patrões ou com a burocracia sindical (que atua como uma extensão objetiva dos interesses dos patrões) deve ser claro, público e deve ser submetido à validação dos trabalhadores. É óbvio que a aplicação desta política se choca com os interesses estreitos e oportunistas da burocracia sindical; isso faz parte do próprio desenvolvimento da luta de classes. 

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Partido revolucionário ou partido sindical?

Muitas das colocações colocadas pela maioria do CC refletem o gigantesco grau em que a política burocrático sindical se encontra intrincada na LPS. Só para citar algumas muito significativas:

“Não acho que haja uma visão sindical estrita, mas também marxista porque está atuando.”

“Estamos na luta e não é 8 ou 80.”

“Alejandro despreza o aparelho sindical com a visão de sugar aquela máquina para ver o que levo para o nosso partido. Os sindicatos não valem de nada, o que interessa é o partido.”

“O que iremos ganhar perdendo o Sindicato? Deixar para a Articulação? Não vejo uma preocupação de Alejandro neste sentido.”

“Não pode resumir tudo na discussão do Programa.”

“Como organizar para fazer a transição? Eu não acho que a resposta é a construção do partido destruindo o sindicato.”

“Quando Alejandro chama [os militantes] de burocratas e não tem o que colocar no lugar, desmoraliza.”

Essas colocações, assim como o grosso das citações que foram documentadas neste capítulo sobre os sindicatos, demostram que a maioria do CC não está construindo um partido operário revolucionário, mas uma fachada política para servir como amuleto para um trabalho sindical burocrático.

2. Que Fazer?, Lenin

Para não ficar chovendo no molhado, já que os companheiros expressam a intenção de avançar no sentido da construção do partido operário revolucionário, mas repetem exatamente a mesma política que tem sido duramente criticada pelos revolucionários marxistas há pelos menos 150 anos (Lassalle, Bernstein, mencheviques), devem se posicionar claramente, formalizando essa posição no documento de resposta, sobre o livro de Lenin Que Fazer? em relação aos sindicatos e à política burocrático sindical (o economicismo).

Os companheiros também devem se posicionar claramente, formalizando essa posição no documento de reposta, sobre o texto de Trotsky “Os sindicatos na época de decadência do imperialismo”.

3. Sobre a “destruição dos sindicatos”. 

Qual é a verdadeira política sobre os sindicatos?

A política sindical burocrática tem como eixo manter o controle dos aparatos sindicais a qualquer custo, o que somente pode reforçar a política burocrática oportunista, a ala direita da Organização.

A política revolucionária considera que os sindicatos não são um fim em si mesmo, mas um instrumento para organizar a luta dos trabalhadores a partir da luta econômica. Mas a luta econômica representa a penetração da política burguesa no movimento operário (conforme os mestres do marxismo sempre ensinaram). Essa penetração somente pode ser quebrada por meio da luta político revolucionária.

Os resultados práticos da política burocrática são (dentre outros): falta empedernida de contatos políticos, extrema dificuldade de mobilização dos trabalhadores, não venda do Jornal, quase inexistência de discussão da política revolucionária, recrutamento de militantes políticos igual a zero; desmoralização crescente dos militantes; necessidade de fazer inúmeros conchavos para manter o controle dos aparatos. E o pior: dada a evolução da luta de classes, se trata de uma política hiper desmoralizada que tende a ser implodida no próximo período com a total implosão do que hoje há e que gira em torno aos aparatos.

A perspectiva da política revolucionária é trabalhar com sindicalistas revolucionários que combatem com veemência o burocratismo e o flanelismo, com os militantes concentrados na luta política, em fortalecer os sindicatos ao máximo possível: com o trabalho entre os terceirizados, nas OLTs etc., pois a classe operária não deve ser dividida, mas com o objetivo de transformar a luta econômica em luta política. Os militantes não devem ser sindicalistas, mas usar o sindicalismo para se transformarem em tribunos políticos revolucionários. Esta é a única luta que tem perspectiva para o próximo período já que se propõe avançar no mesmo sentido em que gira a roda da história.

4. Abandonar os sindicatos?

A política sindical revolucionária não implica em abandonar os sindicatos. Exatamente o oposto. Somente com a política leninista é possível fortalecer os sindicatos. A “confusão” está em que para a política burocrático sindical o problema radica em como conservar os aparatos a qualquer custo. 

Para a política revolucionária, a conservação dos sindicatos deve ser colocada a serviço da política revolucionária. Os eventuais acordos com a burocracia, com os patrões ou com quer que seja, devem ser públicos e colocados estritamente a serviço da luta geral e ainda, preferencialmente, devem ser validos pelos trabalhadores.

Em resumo, está em pauta a quem pertencem e a serviço de quem devem estar os sindicatos: de um pequeno grupo ou da luta da classe operária. Essa divergência se transfere também sobre o partido operário revolucionário. É essa divergência está por trás da questão da autocrítica pública.

5. Qual é a política revolucionária para o movimento sindical?

Assim como acontece em todas as organizações, nos sindicatos existem três alas principais, como reflexo da luta de classes: esquerda, direita (oportunista) e centrista (que no momento de refluxo tende inevitavelmente à direita).

O ponto de partida para a aplicação da política revolucionária tem na base fatores materiais que, em primeiro lugar, passa pelo problema da burocracia.

Para a política revolucionária, sem quebrar com a base material da burocracia interna é impossível aplicar a política revolucionária. Os componentes principais burocráticos passam pelo poder material, principalmente o controle financeiro e do poder, e privilégios no geral. Os funcionários dos sindicatos de maneira “natural”, reforçam a ala oportunista já que eles estão vinculados ao trabalho burocrático que se encontra intrincado ao sindicalismo estatal, que é o tipo de sindicalismo que especificamente no Brasil, predomina amplamente. Por esse motivo político, o número de funcionários deve ser reduzido ao estrito número possível.

6. Exemplo de como um sindicato deveria ser organizado

Como enfim deveria ser organizado na prática, um sindicato para atuar em cima de uma política revolucionária?

O exemplo do Sintect-MG, que poderia ser usado como base para a atuação revolucionária nos demais sindicatos:

7- Quebrar a base material da política burocrática

i) Controlar as finanças de maneira coletiva e evoluir para apresentar as contas de maneira clara e aberta para os trabalhadores.

ii) Todo pagamento recorrente ou importante deve depender de uma aprovação prévia da Diretoria, que posteriormente deverá ser apresentado na prestação de contas, para a Diretoria Colegiada e em assembleia de trabalhadores.

iii) A apresentação de contas (uma vez o processo tendo sido estabilizado) deverá ser usada também como um dos componentes da política de agitação e propaganda, com o objetivo de mobilizar os trabalhadores.

8- Promover o enxugamento da máquina sindical a partir de processos validados

i) Fazer um levantamento detalhado do funcionamento atual do Sindicato, identificando os processos envolvidos.

ii) Em cima da análise realizada, detalhar os novos processos, que envolvem três componentes principais: pessoas, procedimentos e ferramentas.

Ver um exemplo disso, numa versão inicial ainda não validada, no documento “2017.08.08 Processos Sintect”.

9- Racionalizar os investimentos da máquina

i) Eliminar imediatamente todos aqueles contratados que atuam como uma espécie de “peso morto” no Sindicato. Evitar ao máximo contratar funcionários para as tarefas de agitação e propaganda que deverão sob a responsabilidade dos militantes e dos demais diretores.

ii) Avaliar a concentração do quinto e o décimo primeiro andar no quinto andar, por exemplo terceirizando o Arquivo. Avaliar, em cima desta medida, a redução do número de funcionárias e o número de liberações de diretores que hoje estão dedicados a trabalhos internos.

Essa avaliação deve ser realizada a partir do levantamento preciso dos dados, a análise dos mesmos, a verificação dos processos que estão colocados na prática hoje e a substituição por novos processos que direcionem o Sindicato para uma política de agitação e propaganda revolucionária. 

iii) Avaliar o Jurídico em cima dos resultados políticos. Ver se pode ser enxugado ou até terceirizado, deixando um único advogado plantonista.

Essa avaliação deve ser realizada a partir do levantamento preciso dos dados, a análise dos mesmos, a verificação dos processos que estão colocados na prática hoje e a substituição por novos processos que direcionem o Sindicato para uma política de agitação e propaganda revolucionária. 

iv) O Sindicato deverá ficar com o menor número possível de funcionários, já que eles objetivamente fortalecem o burocratismo, conforme foi explicado em detalhes mais acima. 

10- Os novos processos devem ser direcionados à política de agitação e propaganda

i) Os diretores liberados devem ocupar o máximo do tempo atuando na base, fazendo reuniões, por dentro e por fora, discutindo a política revolucionária a partir dos problemas dos trabalhadores.

Trabalhar com terceirizados e OLTs em cima da mesma política de agitação e propaganda, e com muita intensidade.

Sistema centralizado de controle de contatos, como um dos componentes principais da atuação revolucionária.

ii) Reavaliar o funcionamento das subsedes em cima de uma política de agitação e propaganda, levando os trabalhadores para discutir os problemas por meio de palestras, filmes, amostras e até questões jurídicas, mas estas últimas não devem ser colocadas no eixo.

iii) No eixo da atuação, deve estar a discussão da política a partir dos problemas mais sentidos dos trabalhadores. Na base, deve estar o Jornal que deve ser explicado a partir dos boletins.

11- Relação com a LPS

i) Reestruturar o núcleo da LPS nos Correios apenas com quem for efetivamente militante. Este núcleo deve dirigir politicamente as reuniões da Diretoria Executiva e Ampliada.

ii) Empreender uma política de recrutamento de militantes revolucionários a partir da luta dos trabalhadores, como política prioritária para a LPS.

iii) Reduzir ao máximo possível, e de preferência eliminar, os repasses de recursos pelos sindicatos à LPS.

Desta maneira, se quebrará uma das bases materiais da influência do burocratismo sindical sobre a política revolucionária da LPS.

Exigir que os militantes revolucionários que dirigem e atuam no Sindicato façam o trabalho realmente revolucionário, que tem componentes claros, como por exemplo:

a) Os próprios militantes se formarem como militantes marxistas revolucionários por meio de um plano elaborado a partir do CC.

b) Eliminar todas as manifestações de bonapartismo e incentivar o trabalho coletivo.

c) Não misturar militantes e não militantes nos núcleos.

d) Fortalecer como prioridade o trabalho com terceirizados e OLTs.

e) Concentrar o trabalho revolucionário nas unidades principais.

Eventuais necessidades conjunturais, como, por exemplo, durante a campanha salarial, devem ser tratadas como necessidades táticas, mas que não devem ser transformadas numa política estratégica.

f) Incorporar os ativistas ao trabalho sindical revolucionário. Há muitos deles que se encontram praticamente abandonados devido à priorização do trabalho sindical miúdo, burocrático.

g) Realizar o trabalho em escala nacional efetivamente.

h) Evoluir rapidamente para a eliminação de acordos não públicos com a burocracia sindical e a empresa.

i) etc. 

  1. Finanças

Política sindical oportunista

A principal fonte de financiamento tem como origem os sindicatos e, por meio de mecanismos diretos ou indiretos, deverá continuar assim no próximo período.

Política revolucionária

As finanças devem ser construídas como um processo de luta política a partir da militância.

Devido à gigantesca pressão exercida pela burocracia sindical, os sindicatos devem ser profundamente enxugados, assim como a própria LPS. Os recursos dos sindicatos devem ser direcionados para executar a política de agitação e propaganda. Todos os gastos desnecessários (os que não forem absolutamente necessários para a política de agitação e propaganda) deverão ser cortados.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

1. Elaborar um plano que contemple a sobrevivência da LPS em cima da própria arrecadação, na maior medida possível.

Enxugar ao máximo os gastos. Enquadra-los a uma política de arrecadação que tenha na base o trabalho de base dos militantes.

2. Eliminar ao máximo (de preferência totalmente) eventuais transferências recorrentes realizadas a partir dos sindicatos. Esta política, neste momento, é de fundamental importância porque ajuda muito a quebrar o burocratismo na LPS.

Reforçar que os recursos dos sindicatos devem ser direcionados para realizar a luta na própria categoria, em escala nacional (tratando-se de um sindicato com base nacional).

3. Considerar as finanças como uma tarefa política e que portanto deve contar com a participação “miúda” de todos os militantes, pré-militantes e simpatizantes.

  1. Senso de urgência

Política sindical oportunista

O senso de urgência válido é a manutenção da política oportunista. Isso acontece sob a cobertura das mais variadas fórmulas, tais como “é preciso ter paciência”, “vamos devagar”, “não há dinheiro”, “não temos formação”, “estamos voltando agora” (vamos abandonando o oportunismo aos poucos), somos todos “amigos”, “concordo”, mas “como fazer?, não quero militar na LPS (mas quero o salário e/ou as benesses da burocracia sindical), “não tenho certeza”, “sou centrista”, “estou na dúvida entre a farinha e o fubá”, precisamos manter os aparatos etc.

Política revolucionária

O principio mais importante colocado é Ser leninista JÁ!

A LPS deve assumir como compromisso, inclusive público, que a Organização e os seus militantes, atuarão como um partido leninista realizando todas as mudanças necessárias neste sentido e com profundo senso de crítica e autocrítica.

Os revolucionários atuam nos sindicatos ou em qualquer outra organização dos trabalhadores, mas a orientação política tem que ser dada a partir da Organização e não de maneira bonapartista, por vontade pessoal.

Os militantes deverão se enquadrar até o II Congresso da LPS (outubro 2017), podendo ser excluídos caso não o fizerem.

Devem ser dirigentes da Organização apenas os militantes marxistas que dirigem politicamente a LPS.

  1. A Crítica e Autocrática: pública ou fechada? 

Política sindical oportunista

A crítica e autocrítica deve ser realizada de maneira fechada. Essa política implica no medo da “opinião pública” e portanto, na construção de um partido que não tem como se integrar à classe operária.

Política revolucionária

O método da crítica e da autocrítica é amplo e aberto justamente porque está em pauta a construção de um partido revolucionário que faz parte da classe operária.

Medidas práticas para aplicar a Política revolucionária

Se posicionar em relação ao o documento “10.08.2017 Crítica e Autocrítica”.

  1. Internacionalismo

Política sindical oportunista

O trabalho deve ser realizado de maneira localizado até o extremo, dando lugar a um localismo mórbido. A esta posição oportunista se aplica na íntegra as críticas realizadas por Lenin, no livro Que Fazer?, sobre o trabalho local.

Política revolucionária

O trabalho deve ser nacional e internacional, e deve ser realizado a partir da propaganda política.

A luta é pela construção do partido da revolução operária mundial e não pelo controle de um determinado aparelho sindical local.

  1. Expectativa futura

Política sindical oportunista

A desmoralização dos militantes e ativistas é crescente porque ela se encontra amarrada à “frente popular”, encabeçada pelo PT que se encontra em fase terminal.

A expectativa dessa política é tentar manobrar perante o aumento da pressão do imperialismo para tentar continuar controlando os aparatos. O futuro colocado para essa burocracia centrista é o que sempre aconteceu: sob o aperto do ascenso da classe operária, ela deverá ser ultrapassada pelo movimento de massas levando à sua desaparecimento como agrupamento e política com a dispersão dos seus militantes uma vez perdida à sua base material.

Política revolucionária

A política colocada para o próximo período coincide com os dois objetivos estratégicos fundamentais colocados por Lenin no “Que Fazer?”, a construção do partido de quadros leninista e a luta pela revolução socialista.

O desenvolvimento da situação política coloca os revolucionários numa situação em que predomina o otimismo revolucionário, contra o pessimismo contrarrevolucionário da burocracia e da esquerda oportunista.

Uma nova esquerda revolucionária será construída em cima de ascenso operário e sobre as cinzas da esquerda oportunista e burocrática.

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