Capítulo 11 – A crise mundial, as ditaduras e a guerra

A crise capitalista avança rumo a um novo e enorme colapso. Os grandes capitalistas estão desesperados para manter seus lucros a qualquer custo.

Agora pretendem nos levar a uma grande guerra, com a militarização das sociedades, na tentativa de ganhar um certo fôlego. 

Com a reconstrução, após a Segunda Guerra Mundial, a burguesia ganhou um fôlego de 20 anos com os chamados “Anos Dourados” do capitalismo, que colapsaram com a crise mundial de 1974.

O resultado foi a alta generalizada da inflação e do desemprego, as revoltas populares, as greves radicalizadas e várias revoluções importantes, em Portugal, América Central e Irã.

A burguesia imperialista controla as 30 mil maiores empresas e 70% da produção mundial, a partir de 28 grandes super cartéis, e impõe acordos aos ricaços dos países inseridos no contexto do denominado capitalismo tardio e periférico, a começar pela América Latina.

Saqueando o patrimônio público, estatal e financeiro desses países, essas enormes empresas nunca vão à falência no verdadeiro cassino em que foi transformada a economia capitalista mundial decadente, que soma US$ 75 trilhões anuais, dos quais em torno ao 25% são impostos e juros.

Ela controlam os estados, que sempre as resgatam.

A especulação financeira somente com derivativos financeiros movimenta algo em torno a US$ 3 quadrilhões em termos nominais.

O capitalismo não funciona mais. Nem fábricas consegue abrir mais, e relega a maioria da população à fome. 

As leis do capital estão tensionadas ao extremo.

Os donos dos estoques de carne, soja, laranja, algodão, cacau, trigo e demais matérias primas, dos planos de saúde e das principais escolas privadas são especuladores financeiros. Os valores das matérias primas acabam sendo 10 a 30 vezes maiores do que deveriam sem a especulação financeira.

O aumento da composição orgânica do capital gera problemas insolúveis, visto que as grandes empresas estão sempre procurando adotar novas tecnologias, reduzindo o uso da mão de obra, em busca pela geração de lucros sem se preocupar com as pessoas que perderam seus postos de trabalho.

A reprodução ampliada do capital, que implica em que as grandes empresas não podem sobreviver se não estiverem sempre crescendo, depende umbilicalmente da especulação, dos paraísos fiscais, do narcotráfico, do trabalho escravo e das guerras.

O chamado “neoliberalismo”, que seria o “socialismo” para os muito ricos e o capitalismo selvagem e genocida para os pobres, foi viabilizado na década de 1980, com a entrada no mercado mundial de centenas de milhões de trabalhadores chineses, asiáticos e da ex-União Soviética e Europa Oriental, que ganhavam salários muito baixos.

Isso permitiu mover boa parte das plantas industriais e quase liquidar o movimento operário e revolucionário no Ocidente.

A crise de 2008, que não se fechou até hoje, aplicou um duro golpe nos lucros fáceis e parasitários. 

Quando o mundo se dirigia para uma crise ainda pior, e com a América Latina na linha de frente – rumo ao precipício, em março de 2020, estourou a pandemia do Covid-19 “de maneira providencial”.

Trilhões têm sido repassados para salvar as grandes empresas; algumas até aumentaram os lucros. Mas o sistema, em seu conjunto, tem sido atingido em cheio.

A economia está semi paralisada há um ano. A concorrência da China, Europa e até do Japão, tem aumentado as dificuldades dos Estados Unidos. Nunca o mercado mundial foi dividido a não ser por meio de uma grande e sangrenta guerra.

O complexo industrial militar movimenta boa parte das principais economias. Mas para continuar funcionando precisa da guerra.

A ajuda pública é um privilégio dos super ricos. Mais da metade das micros, pequenas e médias empresas, que geram a esmagadora maioria dos empregos, podem quebrar na maioria dos países.

Para aumentar o saque, o imperialismo repete a política de 1964, usando o Brasil como modelo, impondo o pinochetismo e estados narco-paramilitares em toda a América Latina.

No Chile, o pinochetismo foi imposto na ponta das baionetas, retirando todos os direitos dos trabalhadores, impondo fundos de pensão privados, a partir dos quais são desviados 26% dos ingressos dos trabalhadores para os grandes empresários, que só devolvem os prejuízos, privatizando – a troco de nada – todas as empresas públicas e impondo a repressão aberta da polícia nazista.

Esse modelo implodiu com a rebelião popular que estourou em outubro de 2019 e ainda não se fechou.

Para quem colaborar com o massacre do próprio povo, há um grande doleiro institucionalizado, um Banestado 3.0 controlado pelos Estados Unidos.

O tsunami do massacre generalizado dos trabalhadores e dos povos parece imparável perante a agressividade militar da burguesia.

Mas o capitalismo mundial tem um ponto muito fraco: fazer funcionar uma economia podre que não tem mais como existir.

As guerras contrarrevolucionárias, sejam híbridas ou quentes, inevitavelmente andam junto com as revoltas populares e as revoluções, e vice-versa.

No próximo capítulo, iremos avaliar as lutas dos povos pela própria sobrevivência.

Você tem o direito de conhecer a verdade!

Mais Capitulos!

🕶 Fique por dentro!

Deixe o trabalho difícil para nós. Registe-se para receber as nossas últimas notícias directamente na sua caixa de correio.

Nunca lhe enviaremos spam ou partilharemos o seu endereço de email.
Saiba mais na nossa política de privacidade.

Artigos Relacionado

Deixe um comentário

Queremos convidá-lo a participar do nosso canal no Telegram

¿Sin tiempo para leer?

Ouça o podcast da

Gazeta Revolucionaria