A minha experiência na LPS (Luta Popular e Sindical)

A minha experiência na LPS (Luta Popular e Sindical)

Por Florisvaldo Lopes

(Publicação original em setembro de 2017)

Muitas das observações e comentários que faço neste documento poderão parecer, principalmente para os vários setores da burocracia, como “imorais” ou “anti éticos”. Porém, eu aprendi no livro “A moral deles e a nossa” (Leon Trotsky) que tudo o que ajudar os operários a desenvolver a sua luta é moral.

Fundada no início de 2015, a LPS se unificou com o Gazeta Operária em 01 de Agosto de 2016. Até essa data, o grupo funcionava como uma fachada política para agrupar sindicalista que buscavam controlar aparatos sindicais, o qual foi criado sob a liderança de Pedro Paulo de Abreu Pinheiro, o Pepê, com os objetivos principais de:

1. Proteger o Sindados (Sindicato de Processamento de Dados de Minas Gerais), neutralizando a criação de chapas de oposição nas eleições sindicais, principalmente para as que aconteceram em 2016, no segundo semestre. Com esse objetivo, criou uma aliança com os possíveis concorrentes no Sindados, sendo eles: uma ala do PCdoB a qual já tinha um diretor no Sindados; a EPS grupo político do PT, que tem alguns trabalhadores na categoria de informática; e o PCR, que também tem alguns militantes nas empresas de Informática.

Para controlar de perto todos esses grupos políticos Pepê criou o “Mundo do Trabalho Contra a Precarização” do qual participavam todos esses grupos. Objetivo: fazer um trabalho de agitação nos atos públicos que estavam acontecendo devido ao processo de impeachment da presidenta Dilma, e outros atos contra as retiradas de direitos. Mas queria mesmo era manter uma política amiga com eles para  que não fizessem  oposição no Sindados.

2. Preparar o Sintect-MG (Sindicato dos Correios de Minas Gerais) para as eleições que aconteceram em 2016, no primeiro semestre. Pepê mantinha um acordo com o PCO tipo “vocês ficam com o controle do Sintect-MG, menos o Jurídico, que é meu junto com o controle do Sindados através da Rosane”. E como podemos chegar a essa conclusão? 

1) Analisando as falas vazadas ao longo da luta interna como, por exemplo, “a Rosane várias vezes falou que o PCO fazia pressão para ter o controle político do Sindados, e como ela sabia que o objetivo deles era tirar dinheiro do Sindicato ela nunca cedeu”. A burocracia deve ser avaliada sempre sobre o dinheiro, pois é para isso que ela controla os aparatos.

2) O próprio Pepê foi questionado por ter saído do PCO no início desta década e ter deixado que o pessoal do Sintect-MG continuasse no PCO. A resposta dele foi que “cada um tem que ter sua própria experiência”. Ora, como é possível que, “eu tenho o controle de todos no Sintect-MG, considero meus amigos e sei que todos me obedecem, como eu deixaria meus “amigos” seguindo uma política que eu não acredito?” Talvez “por ter feito um acordo segundo o qual a minha base material não seria incomodada futuramente”? Por que nunca responderam às criticas do PCO contra o Pepê e a LPS? Principalmente as que aconteceram contra o próprio Pepê no ultimo Conrep (Conselho de Representantes) dos trabalhadores dos Correios, que aconteceu há menos de dois meses. O Pepê recebe uma ajuda de custos mensal do Sintect-MG e controla o Jurídico, que funciona em uma andar separado do Sindicato e que tem como grosso do trabalho processos individuais, ao invés de processos coletivos. O que está por trás disso? Não seria a mesma política que incluiu um funcionário do Sintect para ficar por conta de serviços pessoais do Pepê?

3) Para garantir o Sintect-MG e futuros cargos na Fentect, a Luta Popular e Sindical saiu agrupando militantes sindicais dos Correios em vários estados em comum acordo com a burocracia e sem nenhum critério político. No Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, o Sintect-MG apoiou a eleição sindical do Sintect-RS e conseguiu dois diretores sindicais e um suplente, que eram somente simpatizantes da LPS, numa relação puramente sindical burocrática.

Em Foz do Iguaçu, conseguiram o Adriano que foi em agosto de 2016 a BH e pediu uma ajuda de custo para militar, pois ele estava afastado do trabalho nos Correios devido a problemas de saúde. A LPS pagou até dezembro de 2016 e quando acabou a ajuda de custo, o mesmo pediu para sair da LPS. O Adriano também reclamou que não tinha acompanhamento para fazer o trabalho no Paraná o que prova que o oportunismo das relações que a LPS buscava criar era grande.

Na Paraíba, Pepê contratou Sarah como jornalista por seis horas de trabalho diários. Ela nem sequer tinha participado das duas reuniões de formação da LPS no estado; entrou na LPS apenas como funcionária. E veio a se incorporar como militante vários meses depois em cima da pressão de Alejandro Acosta que junto, com o outro militante do Comitê Central da Luta Popular e Sindical que acabou rachando com a LPS burocrática, questionava o fato de um funcionário assalariado, que não era militante, participasse da Secretaria de Comunicação e de outras reuniões partidárias. Ela se agrupou em um núcleo (célula) com a mãe dela, Lurdes (professora universitária aposentada), Tony (funcionário dos Correios), Baltazar e Gleide, a esposa dele (dois professores universitários pertencentes a outra corrente política, o que eles assumiam publicamente e a antiga direção da Luta Popular e Sindical sabia e tolerava). Esses dois últimos saíram da LPS após o I.º  Congresso devido à pressão do Alejandro para que eles participassem do Congresso (ao que eles se negavam) e dissolvessem a organização deles após a aprovação do novo Programa e dos novos Estatutos.

No Piauí, apoiaram as eleições do Sintect-PI mandando dois diretores do Sintect-MG para ajudar Zé Rodrigues na eleição do Sindicato, principalmente com o objetivo de dar um verniz esquerdista para a chapa da situação, pois por meio de um trabalho assistencial e jurídico, além do controle da máquina tinha a eleição praticamente ganha. Esse mesmo Zé Rodrigues (que é membro do PCB) foi convidado por Pepê a ser membro da Coordenação Nacional da Luta Popular Sindical na I Conferência da LPS em julho de 2016, o que ele rejeitou. A atuação dos dois diretores teve orientações da ala revolucionária no sentido de que o trabalho deveria ser de ajuda no Sindicato, mas com o objetivo de fazer contatos políticos para a LPS com a  política da LPS e não com a política burocrática do Zé Rodrigues. Foram para lá de BH Lauana e Zé Eustáquio os quais relatavam ao Alejandro o trabalho desenvolvido. Deram vários nomes de contatos feitos, mas ao voltar à  BH esses contatos se perderam, como sempre acontece nas atuações de apoio aos outros feudos. Na realidade, eles aplicam a política burocrática de “cada um no seu quadrado, no seu próprio feudo”. 

Apoiaram também nas últimas eleições do Sintect-RJ no Rio de Janeiro, em dezembro de 2016, uma chapa de oposição encabeçada pela Articulação e pelo PSTU. A política era a mesma do Piauí, ir lá ajudar e fazer contato político. A farsa foi a mesma, nada de contatos, apenas sindicalismo burocrático e amiguismo com a burocracia de oposição, enquanto o Ronaldão (da patronal Findect), em evidente acordo com a CUT, vencia as eleições com total tranquilidade. E para o Rio foram quatro diretores do Sintect-MG durante um mês, além de outros militantes. Resultado para a LPS: nenhum.

A LPS (Luta Popular e Sindical) funcionou de meados de 2015 a Julho de 2016 como uma fachada pseudo política para um sindicalismo burocrático sem nada parecido com luta revolucionária marxista. Fizeram apenas quatro jornais nesse período e os dois últimos com várias matérias do Gazeta Operária escritas por Alejandro Acosta e outros três militantes.

Da sua fundação até agosto de 2016, a LPS não tinha militância política; tinha reuniões eventuais em véspera de atos públicos para alinharem como agir e o que panfletar nesses atos, dos quais participavam todos os grupos do Mundo do Trabalho Contra a Precarização, já citado acima. E tanto era assim que os militantes da LPS se apresentavam abertamente como militantes do Mundo do Trabalho.

A LPS após a junção com o Gazeta Operária, secretarias e núcleos  

Após a junção com o Gazeta Operária, as reuniões que antes aconteciam de tempos em tempos, começaram a ser organizadas semanalmente porém com muita indisciplina dos militantes sindicais. Após muita luta interna, as questões de horários e pautas das reuniões foram se estabilizando.

Organizamos a LPS em secretarias; foram criados três núcleos (células) principais: Correios, Sindados e Servidores municipais. 

As secretarias formadas eram: Secretaria de Organização e Controle (SeOC), Secretaria de Comunicação (SeCom), Secretaria de Finanças (SeFin), Secretaria de Formação (SeFor) e Secretaria de Logística (SeLog) além do Comitê Central.

Comitê Central:

Esse foi formado com o objetivo dos burocratas manterem o controle. Formava o comitê central: Alejandro, Pepê, Marquinhos, Robson, Rosana, Cleide, Betão, Claudio, Lurdes Sarmento, Sarah, Adilson, Joel e Florisvaldo.

No primeiro momento, de agosto de 2016 a dezembro de 2016, a luta interna se deu para organizar as secretarias, núcleos, horários e dias das reuniões. Aos poucos, isso foi resolvido; as reuniões funcionavam nos seus devidos dias e horários. A reunião do CC servia para analisar a política; as secretarias e núcleos relatavam ali os trabalhos realizados; o CC deliberava os trabalhos para a semana seguinte. 

A ala burocrata determinou que todos militantes teriam um mês de férias por ano, sendo quinze dias no fim do ano e quinze dias junto com a  férias do trabalho. A LPS decretou férias para todos de 22/12/2016 a 05/01/2017. Nesse período, todos os militantes ficaram sem militar; ninguém trabalhou o Jornal e a agenda feita sobre os 100 anos da Revolução Russa. O único que vendeu sua cota de jornal e 10 agendas foi Florisvaldo, pois o mesmo aproveitou que estava em seu bairro onde ele tinha base, para vender o Jornal e as agendas, já que em BH ele era boicotado a ir a base.

Após o retorno das férias, todos voltaram com os mesmos defeitos de antes de agosto 2016; voltaram a atrasar para as reuniões, boicotavam os contatos políticos etc. Robson encabeçou um grupo no núcleo dos Correios, onde manobrou principalmente a Lauana e o Rubens para expulsar o Alejandro da LPS, ou seja a ala revolucionaria da LPS, que, nesse momento, tinha no Comitê Central Alejandro e Florisvaldo. Ao perceber essa jogada, o Alejandro voltou a reorganizar tudo de novo, porém com mais firmeza, e até teve o apoio do Pepê, que por varias vezes defendeu ele do pessoal dos Correios falando, “sei que vocês querem quebrar o Alejandro, mas eu não vou aceitar que vocês sacaneiem o cara só porque ele não tem todos os detalhes de como o Sintect-MG funciona”.

De janeiro até o I Congresso da LPS, em abril, o trabalho de organização da LPS foi se ajustando por causa da pressão da ala revolucionária; as reuniões voltaram a funcionar nas secretarias e núcleos. Com a ida do Pepê à SeFin, essa era a única secretaria que não funcionava como antes, porém o CC voltou a funcionar. Após o I Congresso da LPS, chamamos o Primeiro Pleno do CC para junho. Desse participou o Volmar que tinha sido eleito membro do CC no Congresso. O objetivo desse I Pleno do CC foi chamar a antecipar o II Congresso da LPS, pois a situação politica tinha se desenvolvido muito rápido e era preciso atualizar nossa politica, além de mudar os integrantes do CC por verdadeiros dirigentes. Para o Pleno foram escritos vários documentos e todos foram aprovados. Porém o documento principal, onde havia uma forte autocrítica à influência do burocratismo na LPS, mesmo aprovado, após ser publicado no site, a ala burocrata mandou tira-lo do ar. http://www.gazetarevolucionaria.com.br/index.php/bases-programaticas/programa-revolucionario/159-pleno-ampliado-do-comite-central-cc-da-lps-09-e-10-06-2017 

A partir do I Pleno do CC, todas as divergências começaram a vir à tona com força. No I Pleno do CC, Pepê disse que ele mesmo era um centrista e no próximo Hangouts, ao vivo, questionou as críticas que nós fazíamos à politica de conciliação de classes do PT. Esse ato gerou várias duvida nos militantes. Desde esse dia até o dia da ruptura (04/09/2017), as reuniões do CC já não mais funcionavam; tinha a análise de conjuntura, depois se abria o debate, mas a burocracia levava as discussões para as coisas pessoais; quase todos os burocratas ficavam com o celular na mão usando as redes sociais e todos torcendo para a reunião acabar. E assim os relatos das secretarias e núcleos não mais eram feitos; as deliberações políticas não mais existiam. 

Nesse momento, o ponto positivo é que a ala revolucionaria, que antes tinha apenas dois militantes no CC, ampliou-se para quatro com a entrada do Volmar no CC e a evolução do Marquinhos que via o boicote proposital dos burocratas na reunião do CC; com isso, ele que antes já declarava que o objetivo de estar na LPS era criar o partido revolucionário, assumiu de vez a politica da ala revolucionária. Por quatro meses, a luta interna foi encarniçada entre a duas alas e se tornou ainda mais encarniçada após  a traição da burocracia do Sintect-MG no Conrep (Conselho Nacional de Representantes) da Fentect (Federação dos Trabalhadores da ECT). A ala revolucionária, mesmo minoritária pressionou para que fosse aplicado o Programa que tinha sido aprovado no I Congresso e que passava por quebrar a base material da burocracia; ou a ala revolucionária rompia com essa política oportunista da ala burocrática ou ela mesma corria o risco de ser desmoralizado e incorporada ao burocratismo, principalmente após os acordos no Conrep da ala burocrática com os burocratas da Articulação, encabeçada pelo pelego Talibão, que age como agente da Empresa. 

Das Secretarias:

A SeOC, agrupava os militantes Alejandro, Pedro Paulo e Marquinhos. Essa Secretaria tinha como obrigação elaborar a política e deliberar como pô-la em prática. As decisões tomadas ali eram levadas para aprovação no CC, como acontecia com as outras secretarias. Porém, ficava claro que enquanto Alejandro e Marquinhos tentavam cumprir as deliberações da Secretaria, o Pepê agia bastante como um típico bonapartista, do seu jeito e modo, muitas vezes, fazendo reuniões paralelas com os militantes principalmente os dos Correios além de outros contatos dele por fora das deliberações. Parece que ele tinha uma organização só dele, onde era o verdadeiro dono mandando e desmandando.

A SeCom, no primeiro momento, era formada com os militantes Alejandro, Marquinhos, Pepê, Sarah (até aqui apenas contratada como jornalista responsável), Florisvaldo e Joel.

Pepê contratou Felipe, amigo do seu filho e da família o qual estava em um momento difícil financeiramente. Felipe é professor universitário de história e estuda a África, devido a isso foi contratado para escrever as matérias sobre negros. Com a chegada de Felipe, Florisvaldo saiu da SeCom e com a viagem de Alejandro ao Nordeste (onde a política burocrática da Luta Popular e Sindical ficou ainda mais clara) e após o mesmo discutir politicamente com Sarah, na Paraíba, esta se dispôs a militar organicamente na LPS.

A SeFin, era formada por quem realmente controlava o dinheiro dos sindicatos e mais dois militantes que cobravam as cotizações dos militantes dos Correios e Sindados. A Secretaria num primeiro momento, era formada por Robson (presidente do Sintect), Rosane (presidente do Sindados), Claudio (Diretor do Sindados) e Claudinha (Diretora do Sintect). Claudio e Claudinha tinham o papel de cobrar as vendas de jornais e as cotizações dos secretários de finanças dos núcleos. Até aqui as reuniões da Secretaria funcionavam dentro da deliberação aprovada antes. Em um segundo momento, foram adicionados a essa Secretaria mais dois membros, Adilson Rosa e o próprio Pepê, e a partir daí, as reuniões aos poucos foram acabando. Para fazer o informe no CC das finanças, Pepê, Adilson e Claudinha se juntavam na frente de um computador e faziam a planilha do que tinham recebido e quem estava devendo, tiraram várias propostas de arrecadação, por exemplo, festas semanais, rifas etc., mas que nunca as colocaram em prática.

Na SeLog, no primeiro momento, participavam Florisvaldo, Claudio, Adilson Rosa e Fut. Fut foi contratado para fazer a manutenção das sedes do Sintect, porém estava construindo para o Pepê em seu sitio particular; devido a isso não poderia se dedicar muito à Logística. Cláudio como diretor do Sindados também não podia. Adilson funcionário do Sindados também não estava muito afim de fazer nada. Florisvaldo  foi o único militante profissionalizado da LPS, tendo ido para Minas para isso e deixado tudo em São Paulo, família e clientes, pois o mesmo trabalhava na construção civil.

Após Florisvaldo abrir duas crises políticas com Adilson, pois o mesmo não cumpria as deliberações da SeLog, e não avisou com antecedência os demais militantes da Secretaria,  Pepê resolveu tirar Adilson  da Logística, Claudio e seu funcionário particular, contratado pelo Sintect-MG, Fut. E com isso resolveu contratar três outros membros para a Logística Pedro Lima, Pepeu Borba e Herivelton.

Pedro: Antes ele era agrupado no núcleo dos Servidores, pois sua companheira participava desse núcleo. Como Pepê achava ele muito atrasado politicamente, resolveu colocá-lo na Logística e dar uma ajuda de custo. Pedro era sim atrasado politicamente, porém era disciplinado, cumpria tudo o que era determinado pela Secretaria, todos os horários combinados, tinha muito interesse em estudar o marxismo, porém ele confundia a militância com um emprego. E como acontecia com os “militantes” mais sérios da LPS acabava sendo um bom funcionário, mas a serviço do patrão, conforme acabou acontecendo efetivamente no momento do racha da LPS burocrática com os atuais militantes do Gazeta Revolucionária.

Pepeu: Antes funcionário do Pepê, ele recebia para cuidar dos seus quatro cachorros duas vezes por semana, cachorros que ficavam na casa onde nós estávamos hospedados, no Bairro de São Gabriel. Como ia levar os cachorros para o sítio do Pepê que estava em fase final de construção, o Pepeu foi colocado na Logística até construir a sede da LPS Cultural onde seria o cozinheiro; e esse era o objetivo do Pepeu.                    

Herivelton: Ele era pago para prestar serviço de motorista aos sindicatos eventualmente. Ele mesmo disse “que tinha sido pago para distribuir 650 jornais que o PCO mandava para o pessoal de Minas”. Só por essa declaração do Herivelton já dá para entender que esses “militantes” de Minas Gerais do PCO, e atual LPS, nunca foram leninistas, mas tarefeiros burocráticos a serviço de interesses particulares; sem contar que temos denúncias que eles queimavam os jornais do PCO. Antes disso, um dia, em agosto de 2016, Florisvaldo estava indo para a Prodabel, que estava em greve, no carro de som do Sindados dirigido pelo Herivelton; quando  Florisvaldo falou sobre a LPS, Herivelto não sabia o que era LPS, mesmo ele sendo um contratado eventual do Pepê havia anos, e  pouco depois ter sido contratado para a Logística. Ao ler em conjunto com os militantes da Logística o Manifesto Comunista, Herivelton espantado pergunta: “Vocês são comunistas? O Pepê é comunista?”

A Logística além de ser uma secretaria, transformou-se em um núcleo dos “militantes” sem base. 

Florisvaldo: Por ter ido de São Paulo, era profissionalizado pela LPS com uma ajuda de custos mensal.

Após a contratação dos três “militantes” citados acima para a Logística, Florisvaldo, que era o coordenador da Secretaria de Logística, chamou Pepê para que ele tivesse uma conversa com os companheiros da Secretaria. Nessa conversa, Pepê explicou para os contratados o que era a logística e como todos não tinham uma base para militar deveriam dar suporte aos núcleos, nos Correios, Servidores e Sindados. Nesse momento, Florisvaldo propôs que o núcleo da Logística deveria dar esse apoio aos núcleos “mas com o objetivo de fazer um trabalho político para ganhar militantes na base”. Pepê falou “que não era possível pois iria interferir no trabalho dos núcleos principais, e quem deveria ganhar militantes eram eles”. Florisvaldo insistiu: “Não é uma interferência ir à base desses núcleos. Se por ventura ganhamos, por exemplo, três militantes na base dos Correios faremos um pré-núcleo dos Correios, não de Logística”. A resposta do Pepê para Florisvaldo foi “baixar a bola e parar de achar que sabe tudo”.  Em vários momentos, Florisvaldo explicou para os companheiros que eles não deveriam encarar a LPS como um emprego, mas sim como uma militância política; isso era um desafio e tanto levando em conta a pressão burocrática.     

Florisvaldo como coordenador e em comum acordo com os demais companheiros da Logística, criou regras para organizar, para ajudar, os núcleos. Os mesmos se precisassem da ajuda da Logística deveriam solicitar a ajuda com uma antecedência de 48 horas, por exemplo; isso era a regra para que as solicitações não coincidissem. Os servidores municipais de BH eram quem mais usavam a ajuda da Logística, porque eles realizavam um trabalho de base muito porco, e poucas vezes avisavam formalmente a Logística. A coordenadora dos Servidores quando precisava de ajuda avisava diretamente ao Pepê e o mesmo deliberava que os contratados da Logística cumprissem a tarefa, passando por cima das decisões tomadas antes nas reuniões da Logística; e como os contratados tinham medo do embate político com o Pepê deixavam as tarefas deliberadas pela Logística anteriormente e iam fazer o que o Pepê ordenava. Como exemplo, por pelo menos duas vezes quando Florisvaldo estava fazendo o trabalho em São Paulo, os jornais foram deixados de ser enviados aos núcleos locais e nacionais porque Pepê pediu para os contratados parar tudo na Logística e ajudarem a distribuir boletins. A distribuição dos jornais aos núcleos, bancas de Jornal era o principal trabalho da Logística; como deixar isso para depois?!

Sobre o boicote da burocracia ao Jornal:

Dentre os vários boicotes ao Jornal, a partir da Edição de Numero 5 de agosto 2016, foi deliberado que os núcleos deviam fazer o trabalho de vender assinaturas a vários sindicatos. Esse trabalho foi dividido da seguinte maneira, de acordo com os dados retirados da planilha de envio de jornais da SeLog:

Sob responsabilidade do núcleo Correios e com o objetivo de vender 10 Jornais para cada sindicato:

Metalúrgicos, Sintel, MGS, Bancários, Jornalistas, Marceneiros 

Sob responsabilidade do núcleo Sindados e com o objetivo de vender 10 Jornais para cada um deles:

Metroviários, Sindagua, Gráficos, Gilson Reis, Sindifes, Sindute, Senalba

Sob responsabilidade do núcleo Servidores e com o objetivo de vender 10 Jornais para cada sindicato:

Securitários, Eletricitários, Sindirede, Marreta, Afemg, CUT, Aeroviários, Sindesprev, Sindibel

MOVIMENTO POPULAR

Aruanda, Congado, EPS, Deputado Rogério Correia

A cada nova edição do Jornal, a Logística empacotava os jornais conforme descrito acima, e os enviava aos Núcleos; porém, isso nunca era feito pelos militantes dos referidos núcleos. O único militante que levava o Jornal a um dos sindicatos era o Marquinhos, para os Metroviários.

Para se ter uma ideia de como a burocracia age a respeito do Jornal é só dizer que os militantes do núcleo dos Servidores municipais de BH não levavam o Jornal nem ao próprio sindicato, o Sindibel.

Após vários messes nessa luta encarniçada para que os núcleos fizessem esse trabalho e vendo que isso não seria cumprido, em fevereiro de 2017, ou seja, seis meses depois dos núcleos estarem boicotando a deliberação, o “gênio” Pepê teve a “brilhante” ideia de que a Logística fizesse esse trabalho. Como Florisvaldo e os demais companheiros da Logística não conheciam ninguém nos sindicatos, nem onde ficavam, Florisvaldo sugeriu ao CC que o Ivan (funcionário recentemente contratado pelo Sintect-MG e antigo funcionário de muitos anos da CUT) ajudasse com esse trabalho. A sugestão foi aceita. Ivan era um velho conhecido dos sindicalistas e tinha acabado de ser contratado por pressão do Pepê exatamente por esse dote, “conhecer todos os macetes da burocracia sindical e todos os sindicatos”. 

No dia 22/02/2017, Florisvaldo e Ivan iniciaram as visitas aos sindicatos, menos nos Metroviários, o qual o Marquinhos fazia, e o Sindibel aonde os militantes dos servidores deveriam levar o Jornal.

Relatório do trabalho de Florisvaldo e Ivan abaixo, escrito por Florisvaldo coordenador da logística e enviado a SeOC.

Relatório de Atividades

Responsáveis: Florisvaldo e Ivan

Objetivo: visitar os sindicatos para apresentar o Jornal da LPS

Data: 22/02/2017 Horário: 09:00 horas

Roteiro: 

Sindicato dos Marceneiros – CUT – Articulação e CSD (majoritária)

Não se encontrou diretores 

Sindicato dos Bancários de BH e Região – articulação (majoritária) CSD; Presidente: Eliane Brasil

A presidenta está viajando, retorna após o Carnaval

Sindicato dos Jornalistas de MG – CTB; Presidente: Kerlison Lopes

O presidente não se encontra – Solicitamos agendamento de reunião, aguardando retorno

Sindicato dos Metalúrgicos de BH/Contagem – Sub-sede Rua da Bahia – csd (majoritária) articulação; Presidente: Geraldo Vargas

Não se encontrou diretores  – tivemos contato com funcionário “Careca”; apresentamos o nosso jornal e debatemos.

 “Fomos nos três Sindicatos relatados na pagina inicial e na sub-sede do Sindicato dos Metalúrgico na Rua Bahia. Obs., aqui conversamos com um diretor que faz o trabalho de Homologação, o “Careca”. Ele fala da situação do Sindicato dos Metalúrgicos hoje, que mais nunca fizeram boletim para a categoria. Segundo ele, os velhos diretores não pensam mais nos trabalhadores, pensam apenas tipo ‘saber em que sala vai ficar e em ter Secretária’. Não tem trabalho com os terceirizados, (aqui) indagação nossa! Ele fala que discorda, mas quando fala é questionado. Para ele, temos que começar tudo de novo, construir um partido realmente dos trabalhadores.”

Relato do trabalho já iniciado pelo núcleo Correio. (relato do Toninho)

No SINDAGUA, eles já foram mas a situação está irregular. (precisamos saber se foram e com quem falaram).

METALÚRGICOS, Situação irregular mas supostamente o Jenilson foi com a Edição 12 (precisamos saber qual foi e com quem a conversa) 

JORNALISTAS, A mesma situação. O Toninho tem ido lá, falou com a Vice Presidente, porém eles não quiseram pagar os jornais. Mesmo assim ele deixou. Deixou também 12 agendas para ela vender.

BANCARIOS, Irregular mesma situação (ver com quem falaram)

MARCENEIROS. Entrega do jornal regular, porém pagamento não sabe. (mesma situação ver com quem falaram e a questão de Pagamento)

MGS, Nunca foram.

Sobre o colaborador contratado Sidney

Para piorar a situação, no dia seguinte ao relatório do Toninho, o Sidney, foi à sala da Logística e fez o seguinte relato: “Eu fui em quase todos esses sindicatos com as agendas e os jornais a mando do Pepê e Claudinha”.

Bom, Sidney era um velho contratado eventual da burocracia para ajudar nos sindicatos; um cara que conhecia todos os presidentes dos sindicatos, uma ótima pessoa quando estava sóbrio! O problema era que por ter sido quebrado por essa burocracia vivia bêbado. Sidney tinha sido contratado pelo Pepê para repassar aos sindicatos as agendas feita pela LPS sobre os 100 anos da Revolução Russa, porém como estava sempre bêbado, deliberadamente ou não, implodiu todo o trabalho.

Florisvaldo ao receber esse relato do Sidney, fez o relato no CC e disse ser impossível fazer um trabalho sério nessas condições: “como fazer um trabalho sério, como eu entrar nos sindicatos para apresentar o Jornal sem saber qual a conversa tida com eles anteriormente pelo Sidney ou outro militante? Imaginem eu entrando em um sindicato que o Sidney acabara de sair. Com que cara eu vou ficar ao falar com esse presidente”. 

Dos Núcleos:

Núcleo Correios  

Formato inicial: Coordenador, Alejandro. Militantes: Robson (Presidente do Sintect); Diretores: Dejair, João Evangelista, Zé Eustáquio, Alex, Claudinha, Irani e Gilson. Contratado Sintect-MG: Toninho. Florisvaldo como convidado a participar do Núcleo; Diretores do interior que participavam do núcleo quando liberados eventualmente: Daniele, Rubens e Lauana.

Com o passar do tempo, Florisvaldo ficou só na Logística. Gilson foi mandado para a base após sair de férias não voltando mais a participar do núcleo, e os companheiros não iam ver o que estava acontecendo com ele, mesmo o núcleo tendo deliberado que alguém fosse ver o que aconteceu, ninguém foi. Em outro momento, Lauana e Rubens entraram em crise e pediram para sair da militância, passando a ser só simpatizantes. Toninho foi enviado para um pré-núcleo do Complexo. Pepê se integrou ao núcleo para apoiar as questões organizativas sindicais, o que normalmente eram questões práticas burocráticas; após o I Pleno do CC, ele se valeu dessa posição para implodir o trabalho político da ala revolucionária nos Correios chegando a proibir que esta tivesse qualquer contato com a base.

Política deliberada para o núcleo

1: fazer o trabalho sindical revolucionário, ou seja, lincar os problemas da categoria com a politica em geral. Isso quase nunca era feito, pois os militantes bastante burocratizados ficavam meramente no sindicalismo economicista e nos papos de amigos na base. Os boletins só eram entregues aos trabalhadores na entrada do trabalho no Complexo Operacional, nos outros CDDs eram entregues ao delegado e pouco se sabia se o mesmo distribuía para os trabalhadores ou se meramente os colocava em cima de uma mesa, como é sabido que acontece em vários setores. 

2: fazer o trabalho político com os terceirizados. Isso nunca foi feito. Os boletins não eram entregues para os terceirizados. Os diretores do Sindicato quando viam um carro do Correios com placa vermelha já falavam  “para esse motorista não precisa entregar ele é terceirizado. Era uma política que vinha de anos de burocratismo. A Subsede do Sintect-MG fica a 20 metros da entrada do Complexo Operacional. Ela nunca funcionou efetivamente e até ficou um ano fechada, antes da fusão com o Gazeta Operária. O que é isso se não a política de manter uma política de boa vizinhança com a Empresa? Claro que se o trabalho fosse feito de maneira séria na Subsede haveria o contra ataque da Empresa. Mas se não é para lutar, qual é o objetivo de dirigir um sindicato?

3: fazer um trabalho nos Correios nacionalmente jogando 80% da força em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, 20% nos outros estados. Aqui vem o maior boicote que a ala revolucionária sofreu! Principalmente, nos três Estados onde deveria jogar 80% da força o trabalho deveria ser feito quinzenalmente. 

Em Brasília, nunca foram; no Rio de Janeiro, só na eleição dos pelegos; em São Paulo, foi feito três vezes consecutivas. 

A primeira vez foi feita por Florisvaldo e Dejair. A segunda, duas semanas depois, Florisvaldo, João Evangelista e Toninho que foi contratado para ajudar nesse trabalho, a esposa de Florisvaldo e uma amiga que trabalharam por três dias como contratadas.

A terceira vez foi Florisvaldo, João e as duas contratadas. No boletim distribuído durante três dias em vários setores dos Correios, o Pepê fez uma matéria com altas críticas ao Divisa. Florisvaldo, quando leu a matéria, brincou com o Pepê: “você quer que o Divisa me quebre na porrada né?”. Ele riu; mas foi dito e feito. Como Florisvaldo e João e as duas contratadas tinham que fazer dois setores pela manhã e dois à tarde, decidiram se dividir. Como Florisvaldo mora no extremo sul de São Paulo, resolveram que ele e as duas contratadas, sua esposa e a amiga, por morarem no mesmo bairro, iriam para o CDD Saúde e o João para o Vila Maria. Nesse momento, Divisa já devia saber do boletim e após João chegar no Vila Maria apareceram dois diretores do Sintect-SP que brigaram com ele e tomaram os boletins.

Bom, com os boletins anteriores, que eram um chamado à união nacional dos trabalhadores dos Correios em defesa da Empresa, contra a privatização e sucateamento, os companheiros que fizeram o trabalho em São Paulo conseguiram vários contatos, conversaram com delegados sindicais. Todos esses trabalhadores estavam de acordo com a política de unificação Nacional. Qual o interesse de fazer um boletim batendo abertamente no Divisa? Com o desenrolar da luta interna na LPS as coisas foram ficando claras. É muito provável que havia um acordo entre o Robson e o Divisa, do tipo “não trabalhe na minha base que não trabalho na sua”. Conhecendo os conchavos da burocracia e analisando os acontecimentos, é muito possível que a matéria contra o Divisa tenha sido escrita de propósito para justificar o afastamento do trabalho em São Paulo. De qualquer maneira, esse foi o resultado prático dessa política burocrática.

Pré-núcleo Complexo

Militantes: Passarinho, Jenilson, Toninho, Allison e Guilherme; e inicialmente Alejandro.

Depois, por algumas reuniões, Florisvaldo coordenou a reunião com o suporte do Pepê.

Ali ficava claro como agia a burocracia e qual era sua desmoralização na base. Na primeira reunião de reorganização do pré-núcleo, o Pepê participou e deliberou várias tarefas para os militantes fazerem no Complexo Operacional, como, por exemplo, catalogar os terceirizados por empresas, colher denúncias dos trabalhadores diretos e terceirizados, marcar assembleias na Subsede, etc. Essa reunião não teve ata.

Na segunda reunião, Florisvaldo coordenou sozinho a reunião. Os sindicalistas se comportaram como se estivessem nas reuniões sindicais, um interrompendo a fala do outro com observações puramente sindicais e pessoais. Nada do que tinha sido deliberado na reunião anterior foi feito. A reunião fluiu até o ponto das finanças; a discussão travou nesse ponto, pois ninguém concordava em cotizar para o partido. Não concordavam que tinham que vender o Jornal. O Jenilson, devido a ter sido quebrado pelo PCO e como secretário de Finanças do Sintect-MG em gestão anterior, sabendo o quanto o PCO levava do Sindicato, veio a questionar porque a LPS tinha que trabalhar junto aos sindicatos e que ele ia esperar para ver se a LPS era diferente do PCO. Com isso, todos os outros militantes usaram a mesma desculpa para implodir a reunião política da organização da qual eles supostamente faziam parte. Ao final da reunião Florisvaldo falou: “desconfio que vocês fizeram essa bagunça de propósito, da próxima vez vou dar um murro na mesa e mandar vocês à merda”. Na terceira reunião, foi a mesma coisa; foi mais organizada, porém travou no mesmo ponto das finanças. Tirando o Guilherme, que é um militante novo, era visível ver que todos os outros tinham os mesmos vícios burocrático sindicais, mas com uma diferença; todos reclamavam da forma desorganizada que o Sindicato agia. Essa reclamação dava para ser entendida; uns tinham perdido a mamata do Sindicato e outros queriam entrar de vez nas mamatas. Toninho era um contratado pelo Sindicato e reclamava de ser explorado e ganhar pouco.

Uma verdadeira aberração política, essa é a caracterização dos militantes desse pré-núcleo! Mas que se acentuava devido à pressão burocrática geral. De qualquer maneira, era por meio desses militantes, que eram trabalhadores de base, que a ala revolucionária da LPS chegava aos trabalhadores e, enfrentando enorme resistência, começou a impor uma política revolucionária nos boletins, nas palavras de ordem e pressionava para que o Jornal fosse militado na base.           

Núcleo dos Servidores municipais (Sindibel)  

Formato inicial: Coordenador, Pepê. Militantes: Cleide (Diretora do Sindibel), Roberto, Adão, Marilia e Pedro Lima.

Pedro Lima, como já relatado, era considerado muito débil politicamente pelo Pepê e foi contratado para a logística. Enquanto o Pepê foi coordenador do núcleo, foram feitos alguns boletins com o nome LPS vinculado ao Sindibel, todos entregues nas UPAs, Zoonozes e Hospitais. Por mais estranho que pareça, a única militante que ajudava na distribuição do núcleo era a Cleide; como eram várias UPAs o Herivelton, contratado da logística, levava de carro os boletins para as mesmas. O verdadeiro objetivo dessa política hiper defensiva na categoria, era viabilizar o conchavo que foi feito com a direção burocrática do Sindibel que resultou em quatro vagas na nova diretoria que assumirá em janeiro de 2018. Logo após as eleições no Sindibel, o Pepê deixou de participar das reuniões do núcleo; missão cumprida!

Um dos boletins que mais me chamou a atenção foi um que foi escrito especificamente para o Hospital Odilon Behrens, o qual tem cerca de 2.400 trabalhadores em três turnos. Esse boletim denunciava a coordenadora chefe do Hospital e inimiga declarada dos trabalhadores e do Sindibel. Passado o tempo a mesma foi substituída. A panfletagem foi feita pelos militantes da Logística; Florisvaldo, Pepeu Borba e Pedro Lima. Florisvaldo perguntou ao Pepê se no Odilon Behrens era fácil vender jornais. A resposta do Pepê foi “não é bom levar o Jornal”. Na panfletagem feita na portaria principal do Hospital por Florisvaldo e Pedro, a militante da LPS Marilia, que é funcionaria do Odilon Behrens e diretora do Sindibel, veio até a portaria e não cumprimentou os companheiros fingindo não conhecer nem mesmo o seu companheiro  Pedro, a ponto de o próprio Pedro estranhar o comportamento da mesma.  

A “coincidência” (e em política não existem coincidências) desses comportamentos estranhos, com uma boa dose de peleguismo, foi que o Pepê coordenou o núcleo dos servidores até pouco depois da eleição do Sindibel, onde em conchavo com o presidente Israel , um pelego petista, todos os militantes do núcleo se tornaram diretores. O Pepê, em seu documento de ruptura respondendo à Carta de Alejandro Acosta ao CC, fala que a ala minoritária do CC concordou com que os companheiros do núcleo servidores entrassem na Diretoria. Sim é verdade, a ala minoritária sabia, porém o que não sabia era qual o acordo de Pepê, os militantes do núcleo e o Israel. A ala minoritária do CC não é contra ganhar cargos na direção de sindicato, desde que esse diretor haja de acordo com a política revolucionária! Se a ala revolucionária minoritária errou, errou por acreditar  até então nos companheiros! Nós não sabíamos e não acompanhávamos os acordos de bastidores de Pepê e Israel, inclusive porque não tínhamos conhecimento. Dentro da bagunça generalizada de burocratismo e com o objetivo de ampliarmos a influência da nossa política revolucionária nos trabalhadores e ativistas, o nosso esforço inicial estava concentrado em disciplinar o núcleo político central, a partir do Comitê Central, de um programa revolucionário, de lutar para aplicá-lo, de fortalecer a linha política e a imprensa. Por esse motivo e nesse contexto, muitas das sacanagens burocráticas nos escapavam. Quando nós começamos a bater nelas a partir do I Pleno do CC, exigindo que o Programa fosse aplicado na prática, a crise com a burocracia foi a mil por hora, ainda mais porque a burocracia tinha perdido o imposto sindical que no caso somente do Sindados deveria ser- milhões de reais, ou seja, o grosso da base material da burocracia.

Após a eleição do Sindibel, que aconteceu com chapa única, e com cargos garantidos no Sindibel, o Pepê coordenou outro boletim especifico para o Hospital Odilon Behrens, mas dessa vez puxando o saco do novo superintendente do Hospital, o qual é amigo da Marilia. Ele justificou dizendo que era o que os militantes tinham escrito e que até tinha suavizado o peleguismo.       

O boletim dessa vez não mais teve o nome LPS vinculado ao Sindibel, mas sim Alerta Servidores. Essa era uma política tirada pela LPS; todos os boletins de categoria deveriam ter o nome de Alerta. Porém o objetivo nesse boletim especifico era que os trabalhadores do Hospital não achassem que era o Sindibel que estava distribuindo, mas vários trabalhadores ao ver o Pedro perguntavam se era do Sindibel. Logo em seguida, o Pepê saiu do núcleo dos servidores, a Cleide torna-se coordenadora e os boletins da categoria passaram a ser boicotados, mesmo o núcleo escrevendo matérias. Ao perguntar à Cleide quando ia sair o boletim, várias vezes ela falou “as matérias foram mandadas para o Pepê corrigir; estamos esperando ele para fazer o boletim”. Coincidência ou política? A burocracia é cheia dos golpes e das “coincidências”. 

Núcleo Sindados

O núcleo do Sindados foi formado com os diretores e funcionários. Joel e Adilson foram contratados pelo Sindados e faziam parte do núcleo. Depois foi contratado também o Félix.  Tinha funcionário que só estava no núcleo porque era funcionário do Sindicato e parece que tinha medo de dizer que não queria participar por medo de ser demitido. Depois o núcleo foi dividido fazendo um só de funcionários e outro só de diretores. O Marquinho (que acabou rachando com os burocratas) foi tirado do núcleo e ninguém sabe direito porque, mas eu tenho uma ideia dos motivos. Ele foi fazer um núcleo dos professores com sua mulher e o Felipe, o contratado amigo do filho do Pepê. Adilson que foi contratado para trabalhar e organizar a papelada das finanças do Sindicato, disse que nem sabia quanto de dinheiro tinha no Sindicato, que nem o Cláudio que era tesoureiro sabia de nada; ele só assinava os cheques e fazia tudo que a Rosane mandava. Adilson também foi tirado do núcleo, foi para a Logística, mas depois voltou para o núcleo de novo quando o núcleo foi feito com todos juntos, os funcionários e os diretores do Sindicato. Eram manobras burocráticas que somente serviam para controlar o aparato cada vez que alguma coisa podia sair do controle.

Todo mundo sabia que ali não tinha contatos na base; foram feitos só dois ou três boletins da LPS e tinha muita gente do núcleo que não ia distribuir a começar pela própria Rosane, a presidente do Sindicato; só o Cláudio, dos diretores, é que ia.

No núcleo do Sindados, tinha gente que não cotizava e nem vendia o Jornal; até diretor do Sindicato que não concordava em fazer isso estava lá no núcleo. Então era preciso fazer um núcleo de verdade com militantes. Mas a política do amiguismo e de controle bonapartista, principalmente das finanças do Sindicato, é que comandava. 

Núcleo Uberlândia

O núcleo era formado por, Fernandinho, Denise e mais duas funcionária da Prefeitura de Uberlândia. O Fernandinho era contratado para a sub-sede do Sindados, e militava politicamente na LPS; foi o Fernandinho que propagandeando a política aproximou a Denise e os demais.

Denise uma professora de luta, revoltada com o sistema da educação naquela cidade, ao ter contato com a politica da LPS através do Jornal, aproximou-se e passou a militar.

Fernandinho tem vícios sindicais; às vezes é desorganizado politicamente, dispersa forças atuando em muitos grupos nas redes sociais e tem dificuldade de amarrar os contatos. Porém, ele se mantém bem informado dos acontecimentos, é um ótimo agitador e propagandista, faz muitos contatos, apesar da dificuldade de amarra-los, mas com todos eles discute a política. O núcleo Uberlândia só não se expandiu devido ao boicote feito a ele pelo Sindados; mesmo após a LPS deliberando jogar 80% da força nos Correios, o Fernandinho, que é um ex funcionários dos Correios, do qual ele sabe muito, foi barrado pela burocracia de fazer o trabalho nos Correios em Uberlândia, pois lá é outro sindicato; a típica política da burocracia de cada um no seu feudo.     

Núcleo Paraíba

Não há núcleo, pois só “milita a Lurdes e sua filha Sarah ”. A mãe ,velha amiga do Pepê, desde o inicio do PCO, Lurdes é uma burocrata universitária que era usada pelo PCO como vendedora de Jornal. O vínculo com a LPS é de amiguismo. Sarah é uma funcionaria da LPS com um salário de 3.500,00 reais por mês. Não publica nenhuma matéria da LPS nas suas redes sociais, assim como a maioria dos militantes sindicais. No período de agosto de 2016 a setembro de 2017, as duas viajaram a Minas Gerais de cinco a seis vezes com o disfarce de estar viajando para ajudar na política da LPS, porém o objetivo final era fazer turismo e no último período, apoiar a política burocrática do Pepê contra a ala revolucionária, pois dava pra ver nas reuniões a vontade delas de irem bater perna em BH com o apoio do Pepê e as passagens pagas pelo Sindados. O turismo estava garantido, ou seja, foi usado o dinheiro do Sindicato para elas irem da Paraíba a Minas, falar de forró e coisas pessoais nas reuniões do Comitê Central da Organização. Isso ficou mais escancarado no II Pleno ampliado do dia 05 de agosto de 2017, onde a ala burocrata, que se auto denomina maioria do CC, se insurgiu contra a política da ala revolucionária, principalmente contra a questão do controle da base material da burocracia; o Pepê mandou elas irem para BH e não convidou ninguém que estivesse a favor da política da ala revolucionária, como Volmar e a própria Dolores (que naquele momento, se dizia alinhada com a ala revolucionária).   

Núcleo Assis

Formação: Dolores, Carol e Dimas.

Esses militantes se aproximaram da LPS um pouco antes do Congresso da LPS de abril de 2017. Em relatos da Dolores, ela tinha muita dificuldade em adequar o Dimas às diretrizes do Núcleo. Em várias conversas tanto com a Dolores como com a Carol, elas se aproximaram devido à analise política acertada do Alejandro. Ao passar do tempo, principalmente após as divergências políticas se acentuarem, entre a ala burocrática, maioria do CC, e a ala revolucionária, minoria do CC, ficou claro que esse discurso de Dolores era na prática um jogo político para ficarem bem com as duas alas, numa posição centrista, para elas fazerem o próprio trabalho sindical em Assis, em Londrina e na Apeoesp, amenizando os ataques do PCO. Partindo do ponto de análise que o núcleo de Assis, principalmente a Dolores, sabia de todas as divergências políticas internas da LPS, eles concordavam com o rompimento da política revolucionária com a burocrática, como eles mesmos declararam por escrito http://www.gazetarevolucionaria.com.br/index.php/bases-programaticas/programa-revolucionario/161-consideracoes-do-nucleo-de-assis-sp. Depois ficou claro que não se importam em enganar os trabalhadores sobre a burocracia, mas que o importante eram os próprios interesses e principalmente ter uma organização “grande” por trás, sem importar a política. 

Sobre esses militantes, a ala revolucionária, por acreditar que todos podem evoluir para a política marxista, se enganou. Era sabido que a própria Dolores foi expulsa do PCO por três vezes e mesmo assim continuou próxima à política oportunista do PCO por medo de que o mesmo a desmoralizasse perante a Apeoesp (o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo) e a população de Assis. O que mostra que o interesse político da Dolores é apenas sindical, da qual a única diferença dela é que não tem a base material da burocracia, mas a deseja. Tanto ela (Dolores) como o namorado dela (Claudio) são um produto de um dos elementos mais oportunistas que há no PCO, o professor e membro do Comitê Central Antônio Carlos, o Toninho, o principal elo de ligação do PCO com a Articulação do PT, por meio da Bebel (a burocrata que controla a Apeoesp) e o Wagner Freitas (o presidente da CUT). Durante anos, ele continuou se valendo tanto da Dolores como do Claudio, mesmo expulsos do PCO, para usá-los na arrecadação financeira, para levar gente a São Paulo, na venda da própria quota da Jornal, na escrita de matérias etc. E eles dois se prestavam a isso.

A Carol também teve várias idas e vindas ao PCO. Embora que com uma resistência maior que Dolores em relação à burocracia é evidente que sofre a influência da política sindical burocrática cristalizada da Dolores e do Claudio.

A desculpa da Dolores para continuar seguindo a política oportunista da burocracia sindical da LPS era que o trabalho em Assis estava fluindo, o que era uma farsa. Na verdade, a Dolores tem um certo conhecimento superficial do marxismo, aprendido no PCO, porém a política dela é sindical e na prática, tem medo que o PCO venha a fazer uma campanha contra ela, além de ter medo da própria imagem pessoal dela. O que revela um grande erro político, pois o que importa é defender uma política em defesa dos trabalhadores, não uma imagem, a qual assim que os trabalhadores perceberem que é uma farsa essa imagem irá ralo abaixo.      

Movimento Popular:

“Núcleo Congado” 

Esse é outro núcleo que nunca saiu do papel, criado e sob a responsabilidade do Pepê; aqui é outro daqueles casos que ele falava “todo passo que dou é controlado, tem um porque”. O porque aqui é o que fica. Porque o núcleo em um bairro popular não crescia? Será por causa do flanelismo que antes de tudo entrava com dinheiro? Aqui tinha um jornal sustentado pela LPS mensalmente, apenas para falar do Congado e dos seus eventos, um jornal popular que nada falava das questões do bairro, além do PP através do Sindicato pagar a faculdade de uma das meninas do congado, o que já revelava que a politica revolucionaria não avessava devido a esse flanelismo, e como falava o próprio Pepê que tudo que ele fazia tinha um porque. O que estava por trás da politica dele para o Congado? A mesma política do PCO ter de onde levar gente da população suburbana para atos? Mantinha esse vínculo, pois poderia precisar de gente para intervir em alguma situação sindical, e poderia levar de ali?.

Bom para o Pepê esse núcleo não avançou, pois ninguém da LPS se preocupava com o Congado, pois ninguém segundo ele dava importância para eles. Ora, se realmente ele quisesse que outros militantes se envolvesse nesse núcleo, por que ele como responsável pelo núcleo não sugeriu no CC que outros militantes fossem ao Congado ajudar nos trabalhos? Por que a Logística que tinha como obrigação ajudar os núcleos a distribuir seus boletins nunca foi deliberada para ajudar o Congado a distribuir seus 3000 jornais feitos mensalmente e que sempre sobrava, pois o pessoal do “núcleo” não conseguia distribuir? Isso por si só leva a crer que apesar do discurso de que ninguém da LPS dava atenção ao Congado, era apenas uma farsa do Pepê; na verdade ele nunca quis que ninguém da LPS intervisse no Congado. Por que? só ele sabe!   

“Núcleo Cabana”

Outro que não avançou. Ao longo do tempo vimos que era mais um truque da burocracia. No Cabana, segundo Pepê e seu controlado Joel era um bairro com mais de 200 mil habitantes, no qual dava para fazer um trabalho. Esse “núcleo” era formado por três moradores do Bairro,  um deles contratado pelo Pepê para o Sindados, e um petista roxo que a ala revolucionaria só assumiu que o cara era do PT depois do mesmo participar do Congresso do PT como delegado; até então o que sabíamos era que eles eram ex petista. Esses três militantes eram da associação de moradores. Assim como no Congado, a LPS financiou um jornal para eles com 3.000 exemplares uma vez por mês. Outro jornal burocrata, pois o mesmo pouco denunciava o abandono do Bairro por parte do poder público; era um jornal meramente para puxar o saco da associação e seus diretores petistas; ou seja, para controlar o aparato. 

Assim como no Congado, o Pepê sempre reclamando que o trabalho lá não avançava. Aqui já a culpa não era de todos da LPS, mas principalmente do Joel e posteriormente do Adilson; era a forma que o Pepê achava de se impor e chamar os outros de burros mesmo que indiretamente. Por varias vezes, o Florisvaldo se colocou a disposição para ajudar no Cabana, pois ele tinha alguma experiência na militância popular, pois o mesmo vem do movimento popular de bairro; ele entrou na militância política devido às necessidades do bairro onde mora Vargem Grande, na zona sul de São Paulo. Porém, Florisvaldo nunca foi solicitado a ajudar no Cabana.

Dos militantes individuais

Observação: essa caracterização política é das pessoas como militantes, como pessoas físicas, não temos nada pessoal contra ninguém.

Pedro Paulo Pinheiro. Militou no PCO desde pouco tempo depois da fundação; fundador do Sintect-MG e de vários outros sindicatos dos Correios. Ele é um bom organizador, mas age como um Bonaparte e todos os sindicalistas tanto no Sintect-MG como no Sindados têm medo dele. Ele tem muito pouco conhecimento marxista, porém por ter experiência sindical se acha o mais inteligente do Universo; um típico militante sindical do PCO que lendo as matérias marxistas fracionadas e selecionadas pelo Rui Costa Pimenta, mas aplicando uma política oportunista, acha que é um revolucionário, mas que deve ser bem remunerado em troca dos seus “grandes serviços prestados”.

Na realidade, o Pepê é um burocrata sindical, que segundo ele mesmo declarou no I Pleno do CC , é “um centrista”, que “tudo o que faz é planejado e tem um porquê”, que “prefere ter os inimigos controlados”, ou seja, finge ser amigo daqueles que possam vir a criar oposição nos seus feudos, nos aparatos sindicais que são considerados como propriedade própria. 

Rosane. A presidente do Sindados. Não milita nem sindicalmente, principalmente na base dela, o Sindados, que para ela é uma “loja” particular. Ela trata do “meu sindicato”; a militância dela é única e exclusivamente burocrática; adora participar das reuniões burocráticas da Fenadados, a federação nacional de processamento de dados. Controla com mão de ferro as finanças do Sindados, com a ajuda do Pepê. Ela dizia que sempre queria ser uma militante revolucionária, porém não sabia como fazer. O conhecimento de marxismo da Rosane é igual a zero. Pareceria um tanto estranho, pois junto com seu marido, o Pepê, militaram durante décadas no PCO pelo qual foi candidata a governadora de Minas Gerais! E quando a ala revolucionária avançou para aplicar o programa revolucionário que tinha sido aprovado no I Congresso da LPS e mostrou “o como fazer” na prática, apareceu o verdadeiro problema, o problema da base material. Nenhum burocrata irá abrir mão dos próprios privilégios por livre e espontânea vontade, principalmente num período de refluxo. Importante lição!

Robson. O presidente do Sintect-MG. Movimentista ao extremo. Mais que um militante revolucionário, ele é um professor de forró. Ele tem um bom – discurso burocrático e de amiguismo principalmente com os “amigos” trabalhadores sindicalizados, que podem votar nele ou apoiar a direção do Sintect-MG. De marxismo não conhece nada, além de frases preparadas para usar em discursos, mas ele consegue se adaptar de forma muito camaleônica.

Ele é acusado o tempo todo pelo Pepê de usar o Sindicato como algo seu, de “usar o dinheiro do Sindicato para as viagens aéreas e as milhas ganhas irem para seu nome pessoal e não do Sindicato”. Acusado pelo Pepê também de “fazer do Sindicato um prostíbulo, pois transa com todas as mulheres que se aproximam do Sindicato, sejam diretoras ou não, de arrumar mulher para os caras que ele quer como aliados no Sindicato”. Como o Robson é um boa praça, todos gostam dele, afinal ele agrada a todos. Essa é a excelente militância do Robson, uma boa parte desse desvio militante foi incentivado pelo próprio PCO, pois como ele era o “cara do dinheiro”, o Rui permitia que ele fizesse o que queria dentro do Partido, mas militar politicamente nada! Um caso interessante é o das eleições de Manaus de 2014, quando para os aliados do PCO ganharem, foi enviado o Robson que ficou mantendo um relacionamento pessoal com uma das diretoras durante um mês. E assim as eleições foram vencidas; sindicalismo de resultados? …

Diretores do Sintect especialistas em panfletagem Dejair, João Evangelista e Zé Eustáquio. Como militantes sindicais, são uns dos militantes mais disciplinados, pau para toda obra, para eles não tem tempo ruim. Porém quando o Pepê levanta a voz todos se calam, são fiéis e baixam a cabeça. Quando a crise com a ala revolucionária tinha se estabelecido, o Pepê foi numa das reuniões do núcleo do Correios, que era composto pela Diretoria Executiva do Sintect-MG. Ele deu três fortes murros na mesa e chamou todo mundo de imbecis. Ninguém disse uma palavra. Todo o descontentamento que tinha aumentado depois que o Robson abriu a planilha de finanças foi jogado para debaixo do tapete. O Pepê voltou a reinar em todos os aspectos do núcleo dos Correios e a ala revolucionária foi proibida até de ir à base.

Esses diretores até para o Robson dizem sim senhor. O que é fácil de entender, pois os mesmos estão burocratizados há muitos anos como diretores sindicais, já têm certa idade e devem ter medo de perderalguns benefícios, como não ter que trabalhar no setor; a não ser que se trate de alta covardia política mesmo. Na militância politica, são muito fracos. A firmeza pessoal deles não se reflete numa militância política firme.

Alex. Diretor do Sintect-MG. Ele tem todos os vícios do Robson e muito bom de relacionamento pessoal, porém como não tem a base material do tutor fica apenas com as sobras do mesmo. Desistiu do FIQ (Formação Individual de Quadros; programa de formação elaborado pela ala revolucionária) por falar que estava muito atarefado com a militância sindical e não tinha tempo de ler os livros marxistas deliberados para serem estudados. Ele é disposto para fazer o trabalho sindical miúdo, na base, mas não consegue ficar acordado nas reuniões políticas.

Irani. Secretária Geral do Sintect-MG. Disciplinada nas tarefas sindicais, de fácil compreensão da política revolucionária, porém como todos os outros, amarrada às facilidades conquistadas às custas do Sindicato. Ela sabe de todos os podres que existem no mesmo, mas não se coloca contra o núcleo da burocracia para não perder essas facilidades e também por covardia política.

Claudinha. Diretora do Sintect-MG. Mesmo sendo treinada pelo Pepê e Rosane para substituí-los como administradora de confiança no Sindados, é a mais atrasada de todos no Sintect-MG. Como coordenadora de finanças da LPS é um desastre, sem coragem de cobrar de ninguém. Muitos “militantes” de fora que foram ao I Congresso da LPS estavam devendo cotização e Jornal, e alguns deles até queriam pagar; para não perder alguns minutos, deixou o pessoal ir embora sem pagar e ainda falou que depois via o que eles estavam devendo. Um exemplo, Willian (Pará) que queria pagar os jornais e agendas que ele vendeu; Ademir (São Paulo) ofereceu pagar a cota de cinco edições do Jornal e depois tirava a dúvida se era só isso que devia mesmo! Ela preferiu falar para ele ir levantar as cotas primeiro depois mandava a cobrança, porém ele lá no Congresso disse que não queria ser nem simpatizante sindical da LPS!  

Danielli. Diretora do Sintect-MG. Outra militante sindical disciplinada, porém com os vícios da burocracia e muito medo de questionar os trambiques dentro do Sindicato, principalmente no Jurídico, que ela mesma identificou. No Jurídico, tem muito mais ações individuais que coletivas, e pelas ações individuais que o Jurídico ganha, o Sindicato não recebe. Isso apesar dos advogados serem contratados pelo Sintect! Quando a Danielli fez esses levantamentos, por pressão de Alejandro, os mostrou para este e outros diretores e fugiu rapidamente para a base. Ela disse várias vezes que confia muito no Pepê, que a trouxe para o Sindicato 10 anos atrás.

Rubens. Diretor do Sintect-MG. A militância dele é puramente sindical. Mostrando ampla imaturidade política, ele chegou a questionar “a política revolucionária, pois ele não entendia como o PSTU ganhava tantos militantes e a política dos mestres do marxismo não”. Daí se vê a não capacidade de analisar a luta de classes, pois ele não percebeu que a classe operária está paralisada, em boa parte devido às traições de burocratas menores como ele que ficam em conluio com os burocratas maiores. Ele fez parte do grupo de direta que se formou em janeiro de 2016 no Sintect-MG, liderado por Robson, e que tentou expulsar o Alejandro da LPS. http://www.gazetarevolucionaria.com.br/index.php/bases-programaticas/programa-revolucionario/158-pela-defesa-do-programa-da-lps-23-02-2017 

Lauana. Diretora do Sintect-MG. Ela é uma pessoa séria no trabalho sindical burocrático, principalmente na base, mas tem os mesmos vícios burocráticos de todos, os quais pioram, pois ela mantém (ou manteve) um vínculo pessoal com o Robson. Ela confunde a defesa do Sindicato (que é dos trabalhadores) com a defesa da política da direção burocrática do Sindicato porque confia no Robson. 

Os militantes sindicais secundários podem não fazer parte do núcleo mais duro da burocracia porque eles não controlam o caixa do Sindicato. Mas não é verdade que eles não façam política. O que eles fazem o tempo inteiro é política sim, mas política sindical, que é uma das formas da política.  O “problema” desse trabalho de base (miúdo e local) é que eles “não percebem” que deixam de fazer o que deveria ser feito para elevar a luta dos trabalhadores a algo poderoso para enfrentar os patrões (no caso do Sintect-MG se trata de UMA CATEGORIA NACIONAL) e o pior: eles DEIXAM O CONTROLE DO SINDICATO nas mãos de gente (que até pode ser muito simpática) nas quais eles aparentemente confiam, independentemente do que elas fazem. Eles acham isso normal. Mas isso não é normal. Burocracia é quem controla o DINHEIRO do sindicato e aproveita os privilégios (ou parte deles) em benefício próprio. E isso não se trata de problema de ser bom o ruim; é um esquema em que o burocrata (quem controla a grana) entra, que envolve o estado, a burocracia maior, a Empresa etc. Este é um conceito social e político sobre a burocracia, que se não for bem entendido, os ativistas serão enganados.

Por acaso a esses ativistas não lhe chamou a atenção de que a deliberação do Conrep, o Conselho de Representantes dos Trabalhadores dos Correios, (de fazer o trabalho na base em São Paulo e no Rio de Janeiro) não foi cumprida? que não tenha sido soltado um único panfleto (decente; minimamente combativo) em São Paulo? Que o Robson quando foi em São nem sequer nos avisou (mesmo Alejandro ter pedido isso para ele pelo menos 10 vezes e o Florisvaldo estar lá aguardando ele? Que nas últimas eleições do Sintect-MG (que supostamente seria um sindicato muito combativo) a direção da Empresa (que busca privatiza-la a como dê lugar, por imposição do imperialismo) nem sequer tenha tentado montar uma chapa de oposição? Que na greve dos Correios ninguém da Fentect, nem sequer a LPS, não tenha tentado absolutamente nada para quebrar o coração da burocracia em São Paulo? Que bastasse a Findect de São Paulo e do Rio de Janeiro saírem da greve para a greve quebrar como um castelo de cartas (como é absolutamente natural)? Que mesmo nessas condições (sem quebrar a burocracia do Rio de Janeiro e de São Paulo) qualquer greve dos trabalhadores dos Correios está condenada ao fracasso, e que todos os pelegos da Fentect (inclusive a LPS) não falaram uma palavra sobre isso?

Os diretores base do Sintect-MG se acovardaram com três porradas na mesa que o Pepê deu.  A Dani em cima da pressão do Alejandro descobriu coisas escandalosas no Jurídico, e o que ela fez? Fugir para Montes Claros, e ainda, depois, participou da II Conferencia fajuta da LPS. E no geral todos buscam fugir dos deveres que deveriam assumir com os trabalhadores como diretores do Sindicato com a desculpa de estar fazendo um trabalho de base, no próprio CDD, na própria agência, em cidades do interior localizadas a centenas de quilômetros de Belo Horizonte. E isso numa categoria nacional, onde os ativistas classistas deviam colocar como tarefa central quebrar o coração da burocracia nacional!! No Rio de Janeiro e São Paulo para começar. O que isso tudo significa, se não uma brutal covardia política?

Adilson. Um militante que leva a sério os debates, mas que é um funcionário do Sindados e não tem base para militar. Muito dependente do Pepê até financeiramente. Não dá o combate consequente e parece agir de acordo com o que não acredita. No final, teve que tomar todas as dores dos burocratas apesar de todas as críticas que fazia por fora.

Joel. Foi membro do CC, um contratado pelo o Pepê para o Sindados e atuava no Ceasa para criar ali um sindicato burocrático daquela categoria, sem nenhuma militância política. Após o aumento da pressão da ala revolucionária, encabeçada pelo Alejandro, para depurar o CC, o Joel se afastou da LPS, sem estabelecer absolutamente nenhum debate político, passando a se auto-considerar um simpatizante. Isso por si só demostra o que é a burocracia.

Joel, era um daqueles casos relatado pelo Pepê, “melhor ter o inimigo próximo controlado que solto por ai”. O próprio Sidney, por várias vezes falou, estando bêbado ou sóbrio, “como esse cara tá na LPS; esse cara foi contra nós na eleição nos Securitários (contra nós entenda contra a chapa apoiada pelo Pepê no Sindicato); ele é nosso inimigo”. Bom, parece que para a burocracia é como para os capitalistas, tudo é só negócios.

Lurdes e Sarah. Já caracterizadas acima.

Ronaldo Ramos, Patrícia e os demais de POA já caracterizados acima. 

Willian (Pará) e Toni (Paraíba). Por estarem longe e sendo amigos da burocracia sindical, a militância deles é igual e bastante viciada pelo burocratismo, pelo objetivo de ganhar os aparatos sindicais e deles mesmos se tornarem sindicalistas profissionais liberados.

Dolores, Carol e Dimas. Caracterizados acima.

Cleide Donária, Roberto (Betão), Adão e Marilia. Tem os mesmos vícios da militância sindical burocratizada. Cleide é a pessoa mais séria; ela vai à base; mas ela tem muitas dificuldades nas questões políticas. Ela desconhece o marxismo apesar de ter ficado no PCO durante anos, não faz nenhum esforço para estuda-lo, é muito tarefeira e movimentista, e acaba sendo usada pela burocracia tanto do Sindibel como da LPS.

Pedro e Pepeu. Dois contratados pelo Pepê sem vícios burocráticos sindicais, porém dependem financeiramente da burocracia. Disseram que tinham vontade de aprender e serem militantes revolucionários porém acredito que permanecendo na LPS vão se burocratizar.

Marquinhos. Funcionário do Sindados há 26 anos. Militou na Convergência e no PSTU, com uma boa teoria marxista, enquanto estava preso à burocracia se comportava quase que neutro, ou seja, sem pulso firme para se impor perante os burocratas; agia como um centrista. Após o desenrolar da luta interna, ele foi ganhando força e coragem para romper com a burocracia, o que aconteceu. Sei que falando isso parece que estamos defendendo-o por ser o único da antiga Luta Popular e Sindical, no Comitê Central, que rompeu com a burocracia para defender um programa revolucionário! Aqui falo me colocando na primeira pessoa, eu Florisvaldo Lopes, confesso que de primeiro momento achava o Marquinhos fraco para defender a política revolucionária. Mas ao ver ele conversar firme com o companheiro Fernandinho, mesmo que por telefone, vi que ele tinha se fortalecido. Dois meses depois, ele rompeu com a burocracia, mesmo sendo submetido a enorme pressão e assédio, com insinuações sobre o seu trabalho no Sindados. 

Volmar e Diana. Militantes revolucionários desde a Convergência Socialista, militaram em algumas correntes trotskistas. Eles entraram na LPS, pois participavam do antigo Gazeta Operária. Volmar no I Congresso da LPS foi incorporado ao Comitê Central por causa da formação marxista, e foi deliberado a organizar o Núcleo de POA. Mesmo ele morando em Caxias do Sul, fez algumas viagens a Porto Alegre para organizar o núcleo. Esse trabalho enfrentou enormes dificuldades e não avançou, primeiro, pelo boicote da burocracia como aconteceu com todas as decisões políticas que visavam avançar o trabalho revolucionário além da fronteira de Minas Gerais, para ser mais exato, da fronteira de Belo Horizonte. Como Lenin disse no Que Fazer?, o sindicalismo burocrático faz um trabalho limitado, local. A política sindical é a política burguesa no movimento operário e não tem nada a ver com a política revolucionária.

Em sua resposta à Carta do Alejandro ao CC, o  documento sindical burocrático escrito pelo Pepê das 29 divergências políticas levantadas, ele apenas respondeu três ou quatro e como um sindicalista burocrata. Ele foi escrito para consumo interno, ou seja, desmoralizar o Alejandro pessoalmente e assim garantir que os débeis e burocratizados militantes se mantenham na LPS. Mas fazendo isso, ele foi obrigado a se expor, a expor toda a política real burocrática; e no papel! Dessa vez não pode vir com a manipulação de que ele não falou. 

No documento, o Pepê fala que a Diana não militava, que não vendia Jornal e outras mentiras. Diana e Volmar eram os únicos que a ala revolucionária minoritária tinha certeza que estavam quites com a cotização e os pagamentos das cotas de jornais. E por que podemos afirmar isso? Porque eles depositavam na conta do Alejandro; mandavam foto do comprovante de depósito para o Florisvaldo que repassava ao Alejandro; e várias vezes para a própria Claudinha, para que ela cobrasse do Alejandro se ele esquecesse de repassar. Os recibos emitidos pela Claudinha do pagamento da Diana eram repassados para o Alejandro. 

Alejandro Acosta. Aqui, eu Florisvaldo Lopes, caracterizarei o mesmo como sempre fiz na LPS em algumas da minha falas no CC. Sempre falei que não sou amigo do Alejandro; sempre agimos como dois militantes mesmo morando por um ano na mesma casa em Belo Horizonte. E falando na tal casa, vale lembrar e responder à mentira do Pepê citada no documento  que ele escreveu em resposta à Carta do Alejandro ao CC. Pepê fala que pagou nossa estadia em BH durante um ano. Essa casa que ele diz que pagou para a gente era alugada por 2.000,00 reais desde ele ser do PCO. E desafio o Pepê e qualquer um burocrata da LPS a dizer que estou mentindo! Qualquer um que vá lá poderá ver a escrita no muro feita pelo PCO; no muro do fundo está escrito “Aqui é PCO, Rato Não”. É mentira meus senhores da LPS? É mentira minha que até hoje tem material do PCO, bandeiras, dvds do documentário Impugnado feito pelo PCO; isso no galpão que fica em baixo da casa ao lado do bar do proprietário. É mentira minha Pepê? Essa casa fica na Rua Coronel Eugenio Thibau, 255, São Gabriel. Para quem quiser confirmar se estou mentindo, vá lá e apure com o proprietário desde quando ela esta alugada pelo Pepê e paga pelo Sindicato e servindo para guardar moveis do Pepê e até poucos meses atrás, três cachorros do Pepê. É mentira minha?.

Voltando à caracterização do Alejandro. Eu conheci o Alejandro através da luta do bairro onde moro em São Paulo (Vargem Grande), que passava por um projeto de remoção de 2000 famílias quando a associação habitacional resolveu chamar a população a se unir e lutar para barrar a remoção, isso em 2013. Como o presidente da associação era militante do PCO, esse partido se aproximou do movimento do Bairro após a população exigir uma audiência pública na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), a mesma presidida pelo deputado Carlos Giannazi, deputado estadual do Psol. A população lotou o Auditório Franco Montoro na Alesp. 

O PCO vendo aquele movimento mandou ao Bairro Alejandro Acosta e Rafael Cunha para desenvolverem um trabalho. Foi quando eu entrei no PCO. Como já falei no CC, o Alejandro era coordenador da célula do Bairro e eu tive várias discussões com ele sobre a forma que o PCO organizava o trabalho, assim como questionei outros militantes e até o próprio Rui Costa Pimenta. Porém ao mesmo tempo em que eu brigava com ele devido aos erros de método daquele partido, observava a seriedade do Alejandro em defender a política revolucionária. Respondendo às mentiras de que o Alejandro é um infiltrado, talvez um policial, feitas pelo Pepê, as quais são as mesmas mentiras usadas pelo PCO após o rompimento do Alejandro, eu respondo que se Alejandro fosse um infiltrado policial, o primeiro revolucionário a ser exterminado seria eu, pois fui o único a me manter firme contra a pressão do PCO.

O PCO mandou seus cães de guarda Antônio Carlos e Rafael Dantas várias vezes na minha casa  após assinarmos a nota de rompimento com o PCO. https://gazetaoperaria.com/2016/04/27/nota-publica-de-rompimento-com-o-partido-da-causa-operaria-pco/ 

Algumas vezes, o PCO mandou gente deles na minha casa depois da meia noite para me assediar e me pressionar até às últimas. Eu nunca capitulei. Debati com os mesmos cães de guarda durante 15 dias seguidos no Facebook, onde tentaram me desmoralizar. Eu tive coragem de deixar aqui em São Paulo esposa, duas filhas e uma neta para ir a Minas Gerais ajudar o “Agente” (segundo os agentes da política de traição aos trabalhadores, Pepê e Rui Costa Pimenta do PCO) Alejandro Acosta, a tentar fazer daquele grupo sindical burocratizado uma organização política revolucionária e para levarmos a nossa política revolucionária para o movimento de massas. Esse “Agente” deu ar a esse agrupamento sindical, um Programa revolucionário. Foi esse “Agente” que escreveu todas as teses levadas ao  Congresso da LPS, menos a de Negros, a de Mulheres e as do Movimento Popular e Camponês, as quais foram deliberadas para o Pepê escrever e até hoje não foram escritas! 

Foi por causa desse “Agente” que o Jornal passou a sair quinzenalmente, que as reuniões começaram a acontecer, a partir do Comitê Central, que o trabalho político de base começou a ser realizado, mesmo que com muitos boicotes.

Claro que esse “Agente” era útil à burocracia. Ele dava o verniz de esquerda necessário para essa burocracia continuar manipulando os trabalhadores. Essa é mesma  a política da burocracia. Faz isso com organizações da esquerda revolucionária, onde há troca de verniz por apoio financeiro, como por exemplo com a Liga dos Camponeses Pobres e a Liga Operária. No início do ano, até chegou a fretar um ônibus de BH ao Rio de Janeiro para um congresso mundial de maoístas, que aconteceu numa escola no Rio. Tentou fazer conosco uma política parecida, logo após a ruptura, mas nós não aceitamos. Por isso, logo em seguida, chamaram a “Conferência” para caluniar o Alejandro e a nossa política e tentar evitar que a LPS se explodisse.

Esse “Agente” errou por inúmeras vezes por acreditar que alguns desses burocratas poderiam se converter em revolucionários. Errou por não acreditar neste suburbano, pedreiro analfabeto, como os burocratas da LPS o acusaram por duas vezes de não escrever matérias, mesmo esse analfabeto aqui escrevendo e mandando para correção de membros da SeCom. Este suburbano, pedreiro, analfabeto aqui alertou o “Agente” várias vezes que ele estava sendo usado pela burocracia para dar o verniz que aqueles “feudos sindicais burocráticos”, também conhecidos como Sintect-MG e Sindados, precisavam para enganar os trabalhadores. Também alertei quando o aprendiz de Pepê, Robson, saiu dando nomes de trabalhadores dos Correios para formar núcleos, onde formou 10 núcleos. E eu alertei que não se cria núcleos sem discussão política. 

Felizmente o suburbano aqui deu a louca em julho de 2017 e fez uma carta rompendo com a política burocrática, a qual eu ia apresentar na reunião do CC sem falar com o “Agente”. Porém como eu jamais trairia um companheiro, resolvi falar com o “Agente”. A partir daí o “Agente” começou a perceber que essa minha crise tinha um motivo real. Eu, claro, sem ter a dialética do “Agente”, não conseguia juntar as peças, mas talvez inconsciente ou conscientemente percebia que se não saísse daquela burocracia naquele momento, perderia tudo; em primeiro lugar, perderia a defesa da política revolucionária, o mais importante que deve ser mantido e defendido em um momento de refluxo operário. Comentei com o “Agente” que se não rompêssemos com a política burocrática até ele que é hoje um dos poucos marxistas dialéticos que temos, sairia desmoralizado e iria se refugiar no Uruguai ou talvez na França.

A você Alejandro, eu digo, você era útil à burocracia até mexer na base material deles. Quando você tentou atacar a burocracia pela base material, depois do I Pleno do CC (em junho) e refazer o controle das finanças dos sindicatos por eles, para que eles parassem de esbanjar com o dinheiro dos trabalhadores, eles reagiram e foram para cima de nós. E foi pior ainda porque eles tinham perdido os milhões do imposto sindical. Tanto no PCO quanto na LPS, você passou a ser rebaixado para um infiltrado do capitalismo, até mesmo um policial com métodos policialescos; mas isso só depois de que você foi mexer com os privilégios e a grana desses burocratas.

Eu que já te falei pessoalmente, falo agora em público: “Não foi a política do PCO que me ganhou, foi você que me acordou para a política revolucionária”. Eu que brinco que sempre me considerei revolucionário desde criancinha, mesmo sem saber o que era ser revolucionário, principalmente revolucionário marxista. 

Toda experiência é valida! A tentativa de fazermos o trabalho nos ligando ao movimento operário, passando por cima da burocracia da LPS, avançou durante quase um ano. Com o refluxo do movimento operário e os ataques da direita, principalmente o fim do imposto sindical, a burocracia veio para cima de nós e quebrou o que nós tínhamos começado a fazer. Mas com certeza, desde o rompimento com o PCO até hoje eu só cresci na política Marxista. De lá para cá, eu estudei uns 12 livros marxistas, aprendi a entender a burocracia, depois da luta e de ter sofrido o burocratismo na própria pele. E aqui agradeço  a burocracia por me financiar durante um ano a ser melhor militante marxista revolucionário. Com certeza vocês ajudaram a criar um operário que nunca trairá outro operário e, para piorar para vocês, hoje sei alguns segredos da burocracia, os quais jamais saberia se vocês, burocratas, não boicotassem a política revolucionária durante um ano. Obrigado!

Florisvaldo Lopes. Caracterização  acima.

São Paulo 13 de Outubro de 2017

Ass: Florisvaldo Lopes    

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