A 150 anos do nascimento de Rosa Luxemburgo

“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.”

(Rosa Luxemburgo).

No dia 5 de março de 1971, nasceu a judia Rosa Luxemburgo em Zamośc, na Polônia, de onde foge rumo à Alemanha por causa das perseguições da polícia czarista.

Em 1899, Rosa L. ingressou na Universidade de Zurich (Suíça), que era uma das pouquíssimas que aceitava mulheres. Se graduou como em economia, filosofia e matemática e fez doutorado em ciência política. Mas ela esteve longe de tornar-se uma intelectual acadêmica.

Rosa L. envolveu-se com a militância política revolucionária desde muito jovem, principalmente na socialdemocracia alemã onde militou junto com personalidades históricas da época, como a feminista revolucionária alemã Clara Zetkin. 

Rosa L. representa não é somente um destaque nos movimentos revolucionários, mas também na luta das mulheres contra o sistema patriarcal, o que a torna um grande nome nos movimentos feministas daquela época e nos de hoje em dia.

Considerada uma “discípula” genial dos ensinamentos de Karl Marx e Engels, portanto, do Socialismo Científico, Rosa Luxemburgo combatia os revisionistas presentes no Partido Social-Democrata da Alemanha da qual fazia parte. Mais tarde, Rosa Luxemburgo e outros viriam a criar o Partido Comunista da Alemanha.

Uma lutadora incansável contra os oportunistas de direita

Rosa L. sempre vinculou a luta pelos direitos das mulheres com a luta pela unidade dos trabalhadores e de todos os oprimidos contra o capitalismo.

Ela encabeçou a luta no seio do PSD (Partido Socialdemocrata Alemão) contra a corrente de direita que tinha como principal representante teórico o ex secretario pessoal de Friedrich Engels, Eduard Bernstein. Sob a pressão do forte desenvolvimento do capitalismo na Alemanha após a unificação do país e a vitória na guerra franco-prusiana, houve uma importante melhoria nas condições de vida da população. Essa corrente abandonou a luta pelo socialismo, preconizando que a luta devia ser apenas por reformas; nas palavras de Bernstein, o movimento o é tudo, o fim não é nada.

Na verdade, isso não é nada diferente do que a “esquerda” oficial atual faz, com a “pequena” diferença que hoje já nem sequer por reformas luta mais, dada a total integração ao capitalismo que enfrenta a pior crise da sua história.

Essa corrente de direita da socialdemocracia continuou evoluindo, até porque nada é estático e as traições recorrentes como política representam um caminho sem volta. Ela foi assassinada há 102 anos, junto com Karl Liebknecht e outros  líderes do movimento marxista revolucionário após terem sido torturados por um grupo paramilitar ligado ao governo socialdemocrata assassino de Friederich Ebert na Alemanha, que teve como papel derrotar a revolução.

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 O corpo de Rosa foi então jogado em um lago, sendo posteriormente encontrado e foi enterrado, juntamente corpo de Karl Liebknecht, no Cemitério Central de Berlim. Vários marxistas do mundo todo prestaram homenagens à agora mártir.

Uma importante teórica revolucionária marxista

Rosa Luxemburgo teve como papel principal o de instrutora na escola central do SPD. Em grande medida a luta interna no partido esteve centrada na luta teórica contra o revisionismo, a partir de obras centrais como O Socialismo e as Igrejas, Reforma ou Revolução, Acumulação do Capital, Greve de Massas, Partidos e Sindicatos, Introdução à Economia Política, Questões de Organização da Social-Democracia Russa, A Revolução Russa, O Que Quer a Liga Spartacus?

No livro, Reforma ou Revolução (1900), Rosa faz duras críticas aos revisionistas do marxismo, em especial a Eduard Bernstein.

O seu célebre livro A Acumulação do Capital (1913) foi um dos pilares fundamentais que Lenin usou numa das suas obras centrais, O imperialismo Fase Superior do Capitalismo. Nele, Rosa L. entendeu como a reprodução ampliada do capital dava lugar inevitavelmente à aparição dos monopólios. E chegou a criticar o próprio Marx por não ter levado essa análise mais à frente, o que para a época equivalia quase um sacrilégio devido ao endeusamento de Marx realizado pelas direções da II Internacional Socialista, até para encobrir a própria política oportunista. 

A revolucionária que participa ativamente da Revolução de 1905

No livro Greve de Massas, Partidos e Sindicatos (1906) Rosa L. avaliou a experiência da Revolução Russa do 1905, que foi a primeira revolução do século XX, na época do imperialismo, e concluiu que o caminho da luta reformista era um caminho falso. Ela participou ativamente em Varsóvia, onde foi presa por três meses e condenada a morte.

A experiência russa mostrava que uma forte greve geral, proveniente de uma grande crise teria condições de mobilizar a classe operária e a maioria do povo contra o sistema dominante e conduzir à revolução triunfante.

Desse período, data a polêmica com os Bolcheviques russos, principalmente com Vladimir Ilich Lenin, que propugnava a formação de um partido de combate fortemente centralizado como o descreveu em detalhes no conhecido livro O que Fazer? de 1902.

Esta polêmica central tanto por causa da visão de Rosa L. de um partido mais laxo quanto pelas considerações de Lenin de que O Que Fazer? não era uma receita de bolo para quaisquer condições, mas era a receita organizativa para as condições de uma brutal ditadura, como a ditadura czarista.

Era uma época complexa. Havia uma mudança da época histórica para o imperialismo, a fusão do capital bancário com o capital industrial, como última etapa do capitalismo. Rosa L. se viu muito pressionada pela ala direita do SPD que influenciava todo o então movimento socialista mundial. E além disso, Rosa L. viveu quase toda a Primeira Guerra Mundial em prisão.

Uma revolucionária inovadora que na prática rejeitou qualquer “luxemburguismo”

Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht denunciaram a aprovação dos créditos de guerra pelos deputados do SPD, e por esse motivo foram encarcerados. As deficiências em relação à construção de um partido de combate foi uma das dificuldades da ala esquerda do SPD teve para dirigir as cinco revoluções que aconteceram na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial. Os espartaquistas, por outra parte, eram apenas centenas de militantes, ou poucos milhares, do antigo SPD que chegou a contar com um milhão de membros.

Alguns dos oportunistas atuais reivindicam um suposto “luxemburguismo” em cima dos pontos fracos de Rosa L. Mas ela foi uma gigante revolucionária que buscou entender a realidade, defendeu a revolução, foi uma inovadora na teoria revolucionária, do materialismo dialético e do socialismo científico, cujas bases foram colocadas em pé por Karl Marx e Friedrich Engels, além de uma lutadora incansável do feminismo revolucionário.

Rosa L. sempre defendeu a total abolição da dominação do capital e a realização da verdadeira democracia, ou seja, através da revolução do povo, a realização de uma ordem socialista que geraria um sistema sem classes sociais e com riquezas para serem distribuídas a todos os trabalhadores.

Nestes tempos, onde predomina a prostituição política, a integração total da “esquerda” oficial atual que é o produto da agressão imperialista denominada “neoliberalismo”, Rosa Luxemburgo aparece como uma gigante revolucionária. O seu legado nós pertence; pertence à revolução, aos trabalhadores e aos oprimidos de todo o mundo.

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