Movimento – Educação, no entanto, Ela se move
PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ
Quem construiu Tebas, a cidade das sete portas?
Nos livros estão nomes de reis; os reis carregaram pedras?
E Babilônia, tantas vezes destruída, quem a reconstruía sempre?
Em que casas da dourada Lima viviam aqueles que a edificaram?
No dia em que a Muralha da China ficou pronta, para onde foram os pedreiros?
A grande Roma está cheia de arcos-do-triunfo: quem os erigiu?
Quem eram aqueles que foram vencidos pelos césares?
Bizâncio, tão famosa, tinha somente palácios para seus moradores?
Na legendária Atlântida, quando o mar a engoliu, os afogados continuaram a dar ordens a seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César ocupou a Gália.
Não estava com ele nem mesmo um cozinheiro?
Felipe da Espanha chorou quando sua frota naufragou.
Foi o único a chorar?
Frederico Segundo venceu a guerra dos sete anos.
Quem partilhou da vitória?
A cada página uma vitória.
Quem preparava os banquetes comemorativos?
A cada dez anos um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas informações.
Tantas questões.
Bertolt Brecht
Podemos converter todas essas questões para o ambiente escolar. Assim como as demais categorias podem convertê-las aos seus respectivos ambientes. Uma vez respondidas obteremos como resposta a todas as perguntas – o trabalhador!
É ele quem levanta as muralhas, quem constrói estradas, quem educa as classes exploradas e oprimidas e quem em resumo permite que a sociedade funcione e se mantenha. Dito isso, restará uma única pergunta – qual a importância da classe dominante à classe trabalhadora? Nenhuma. A classe que tudo produz, a ela tudo pertence.
É dentro deste ambiente que esse movimento nasce e se apresenta.
Não tem como objetivo ser um clube de professores a ler um bom livro nas tardes de domingo e a emitir pareceres segundo o ponto de vista de cada um.
Não tem como pretensão ser um simples e confortável divã de consultório de psicólogo. Ou seja, um momento de lavagem de roupa suja.
Não tem como proposta ser um instrumento de luta in abstract.
O que é ou o que propõe esse movimento?
- Criar um movimento a nível nacional, reunir dentro desse movimento as díspares realidades dos professores.
- Criar uma força de luta não somente para resistir, mas muito mais para avançar em ataque.
- Inflamar a sociedade contra os mandos e desmandos dos capitalistas.
- Propor realmente um modelo de educação que atenda aos reais interesses dos trabalhadores e seus respectivos filhos e filhas.
Por isso partimos do seguinte diagnóstico:
- A escola pública é uma farsa;
- A gestão democrática é uma mentira;
- Os filhos e filhas dos trabalhadores são educados para servirem como mão de obra precária e subutilizada; (Reforma do EM Lei 13415/2017; novos caminhos; Future-se; Escola sem partido entre outros)
- É preciso se levantar;
Para lutar é preciso ter força, e a força não pode estar concentrada somente nos docentes. É preciso existir um forte chamado:
- À juventude;
- À comunidade acadêmica;
- Aos funcionários terceirizados que compõem o ambiente escolar;
Para que isso seja possível é preciso existir:
- Uma forte campanha de propaganda e agitação;
- Uma forte democracia de base entre todos os partícipes do movimento;
- Mas essa democracia não pode ser confundida de modo algum com democratismo, ou seja, cada um faz o que der na telha. Há de se ter disciplina e centralismo democrático. Todos devem ter o direito de expor suas opiniões, mas todos devem lutar em um só punho;
- Não deve existir prestigismo e oportunismo dentro do movimento. Uma vez identificados esses elementos logo devem ser disciplinados, cabendo, a depender do caso, a expulsão.
Contudo a categoria docente não se encontra solta no ar e nem forma a totalidade do trabalho.
Dito isso, o intento não é esgotar o movimento no próprio movimento, mas sim que a categoria se unifique em luta a outras categorias, porque o objetivo final é a construção de uma nova sociabilidade, um novo modo de produzir a vida.
Estamos presenciando dia após dia a decomposição de todas as esferas da vida social.
A mídia diz que estamos enfrentando uma crise hídrica, energética, sanitária, econômica, ambiental, cultural, de valores e afins.
No fundo ela diz a verdade, só que de modo errado. Com a soma de todas essas crises obtemos como resultado a mais grave e profunda crise do modo de produção capitalista.
A cada dia ele dá sinais que não dá mais. Contudo, o capitalismo como modo de produção ultrapassado se recusa a morrer, e o novo modo de produção ainda não tem forças suficientes para nascer, eis o dilema que se apresenta ao tempo presente: Ser ou não ser eis a questão!
Hoje Não Há mais:
- Sindicatos e partidos políticos de base;
- Coletivos e associações inflamados pelas massas populares;
- Centros de pesquisas que estão pensando nos problemas sociais;