No dia 15 de agosto de 2021, o grupo guerrilheiro islâmico tomou o controle também da capital de Afeganistão, Cabul.
A relevância de este fato é que a queda do governo fantoche aconteceu apenas duas semanas após os Estados Unidos terem anunciado a retirada das suas tropas.
As comparações sobre a derrota no Vietnã são inevitáveis. Mas os vietnamitas, o Viet Cong, demorou vários meses para derrotar o exército do governo fantoche e a vitória somente aconteceu após duríssimos combates.
O exército Afegão estava tão desmoralizado que quase foi derrotado sem combate. A oficialidade fugiu para os países vizinhos deixando para trás toda a máquina de guerra colocada em pé pelo imperialismo durante 200 anos.
A retirada às pressas dos funcionários do imperialismo está sendo ainda mais patética que a retirada de Saigon.
O imperialismo tinha injetado mais de US$ 2 trilhões em Afeganistão, o dobro do que tinha injetado no Iraque, um pouco mais, em termos nominais, do que tinha lhe custado a guerra do Vietnã.
O Talibã rapidamente controlou as províncias do norte, onde sempre houve focos que eram manipulados pelas potências imperialistas. Avançou para controlar todos os pontos fronteiriços para evitar a criação de oposições armadas financiadas desde o exterior. Cercaram Cabul e obrigaram o governo a fugir do país
Todas as capitais provinciais foram tomadas assim como as principais bases norte-americanas, até cercar Cabul e acelerar a fuga em massa do governo.
Não é a primeira vez que um exército de camponeses analfabetos derrota o imperialismo: Rússia, as repúblicas da União Soviética, China, Vietnã, Laos, Camboja, Cuba, independência na África etc.
Sim! é possível vencer o capitalismo e o imperialismo!
Como explicar tamanha derrota?
Na segunda metade da década de 1990, o efeito estabilizador da economia capitalista por meio das políticas denominadas “neoliberais” tinha se enfraquecido sensivelmente.
As sucessivas crises na Ásia, na Argentina e no Brasil, sucederam as crises que tinham acontecido no México, na Rússia e na Turquia. A queda das taxas de lucro continuava acelerada.
Para estabiliza-la foi aplicada a política da “guerra total” que implicou em aumentar os repasses para os grandes capitalistas. Começou a privatização generalizada dos serviços públicos e até dos organismos militares e de espionagem nos Estados Unidos.
Alan Greenspan encabeçou a implementação desta escalada do “neoliberalismo” à frente da Reserva Federal.
O pilar militar da política foi expressada no “Full Spectrum Dominance” (Domínio Total do Espectro) a nova doutrina militar do Pentágono para o controle do mundo, por terra, ar, mar e até o espaço.
O imperialismo norte-americano que tinha sofrido uma brutal derrota no Vietnã, tinha começado a flexionar os músculos novamente com a invasão de Granada, a Guerra do Golfo (sem invadir o Iraque) e posteriormente a invasão militar do Panamá no próprio quintal traseiro.
O governo de George Bush Jr. foi imposto justamente para aplicar esta política. Os altos cargos foram preenchidos por falcões, a ala mais direitista da burocracia estatal.
O fracasso da guerra do Iraque, com a retirada das tropas em 2007, e o fracasso parcial no Afeganistão aceleraram o colapso capitalista de 2008, assim como a derrota no Vietnã tinha acelerado a crise capitalista mundial de 1974.
A crise de 2008 nunca conseguiu ser fechada.
Hoje vivenciamos a maior crise capitalista de todos os tempos, como volumes de capitais fictícios/ especulativos apocalíticos que não param de aumentar.
O capitalismo mundial pode ser derrotado?
O imperialismo norte-americano e a burguesia mundial têm as mãos manchadas com muito sangue. Eles são os verdadeiros terroristas.
Novamente a derrota da maior potência mundial a mãos de um exército de milicianos que no fundamental são camponeses desdentados e semi analfabetos volta a provar que a crise capitalista é o motor do ascenso das massas, sem que isso implique em que a burguesia esteja menos agressiva. Muito pelo contrário.
A derrota voltou a acontecer num país ultra atrasado. Poderia acontecer num país desenvolvido?
Evidentemente sim. A globalização da economia mundial provoca que os acontecimentos na periferia também impacta todos os países, embora que seja em escala menor.
A crise atual volta a evidenciar que os capitalistas e a burguesia estão dispostos a fazer o que for preciso para evitar o colapso do capitalismo. Mas a luta de massas é um limite fundamental.
Vivemos a época do imperialismo, da dominação dos super grandes monopólios controlado por um punhado de burgueses.
A burguesia precisa estabilizar a queda da taxa de lucros e controlar o mercado mundial. Para isso precisa ir à guerra. E para isso preciso primeiro impor a paz interna. As políticas de controle da população por meio da “pandemia” inclui métodos de guerra civil.
Ao mesmo tempo, a decadência do capitalismo evidencia o caráter decadente do sistema e impulsiona a luta, conforme a derrota no Afeganistão acabou de evidencia-lo uma vez mais.
No próximo período, veremos a desestabilização do capitalismo escalar. E inevitavelmente acontecerá um novo ascenso de massas. Obviamente a burguesia continuará reagindo com ditaduras cada vez mais ferozes, o fascismo e a guerra.
O papel dos revolucionários é se agrupar para levantar o programa revolucionário e efetivamente intervir na situação política, principalmente para organizar o movimento de massas no sentido da revolução socialista.
Perspectiva bem ortodoxa. O imperialismo não foi derrotado, só mudou de estratégia.
Pergunto: o que o mundo diz sobre as 29 proibições às mulheres afegãs? Silêncio total.7
Ao contrário do que você descreve, os meios de comunicação da burguesia somente falam sobre as proibições que as mulheres afegãs serão submetidas, o que é realmente preocupante. Por outro lado, a análises aqui apresentada destaca a crise do Imperialismo Norteamericano que gastou 2,3 trilhões e deixou para traz os exércitos de assassinos que eram bancados pelo tráfico de heroína e que eram gerenciado pela CIA, como o KPF e o NDS. Além disso lembrar que o imperialismo Norte Americano foi quem impulsionou o próprio Talibã, Al Qada e um monte de grupos terroristas. Para os Imperialistas o respeito às mulheres não passa de uma cortina de fumaça para incubrir o genocídio que pratica. O talibã é um grupo de camponeses fundamentalistas, mas definitivamente eles não tem qualquer poder de intervencao no Brasil
Vitória histórica?? depois de terem saqueado todo o país? Os yanques vazaram e deixaram a merda pra Rússia, china e Irã.