No dia 5 de janeiro de 2020, o Major General iraniano Qasem Soulemani (comandante das Forças Quds) e Abu Madhi al-Muhandis (o comandante da milícia iraquiana Hashd al-Sha’abi) foram assassinados por meio de um ataque por mísseis em pleno aeroporto internacional de Bagdá.
Soulemani se encontrava em missão diplomática encomendada não somente pelas autoridades iranianas, mas também pelo primeiro ministro do Iraque Adil Abdul-Mahdi. Tratava-se de uma missão que lhe tinha sido encomendada pelo próprio Donald Trump a Abdul-Mahdi com o objetivo de buscar rebaixar as contradições entre o Irã e a Arábia Saudita no Oriente Médio.
Como explicar que o próprio imperialismo, os sionistas israelenses e os obscurantistas sauditas estivessem envolvidos em tão macabro assassinato?
Soa super estranho, mas lembrando um pouco da história não há nada de estranho. Os exemplos são inúmeros:
O que aconteceu com Saddam Hussein quando avisou aos norte-americanos que iria invadir Kuwait? E lembrar que Saddam tinha iniciado a guerra contra o Irã após a revolução de 1979, com o apoio dos norte-americanos.
Ou com os fascistas da ditadura argentina quando avisou aos mesmos norte-americanos que iriam invadir as Ilhas Malvinas?
Ou com o general Manuel Noriega, que governava Panamá e havia sido (ou ainda era) um agente da CIA?
Ou com o presidente John Fitzgerald Kennedy que havia sido responsável pelo bloqueio a Cuba e pela escalada dos ataques contra Vietnam?
E os atentados contra figurões da direita e da extrema direita que ao longo da história os serviços de inteligência ajudaram a consumar no intuito de gerar determinadas situações políticas?
E todos os “atentados terroristas” após o 11.9.2001 a quem beneficiaram?
O próprio Hitler em 1936 descabeçou as SA porque precisava controlar todo movimento nazista que agia por fora dos aparatos do estado.
A nossa moral e a deles
Os abutres capitalistas não têm nenhuma preocupação moral. Eles são a personificação do capital. A busca pelos maiores lucros é a sua preocupação.
A “moral” em abstrato é uma preocupação da “esquerda” pequeno-burguesa, que busca resolver seus próprios problemas dentro do capitalismo sob a ótica do “bom e o mal”.
Os revolucionários devem agir com a máxima objetividade possível na avaliação da situação política com o objetivo de colocar em pé políticas que ajudem a organizar a luta do movimento de massas e principalmente a dos trabalhadores.
Neste momento, os abutres capitalistas enfrentam a sua maior crise da história, com poucas possibilidades de sair dela. Por isso aplicam métodos de guerra civil contra os povos do mundo e ainda nos direcionam a uma grande guerra.
Mas as guerras contrarrevolucionárias vão da mão das revoluções, e vice-versa. A tarefa principal para os verdadeiros revolucionários neste momento passa por tomar todas as medidas que forem necessárias para fortalecer a esquerda revolucionária e anti-imperialista no sentido de organizar a luta do povo contra o massacre colocado.