Por que os abutres capitalistas tiveram lucros recordes?
O ano de 2020 fechou com a economia mundial semi paralisada, mas os abutres capitalistas (os super ricos) tiveram lucros gigantescos, enquanto o desemprego disparou e a maior parte das micro, pequenas e médias empresas enfrentam bancarrotas em massa.
Como explicar que o Índice S&P 500 que referencia as 500 maiores empresas nas bolsas dos Estados Unidos tenha disparado de menos de 2.000 pontos para quase 4.000 desde março?
E o preço do minério de ferro que está na base do aço, sendo que desde março as construções quase paralisaram, principalmente no Ocidente? Disparou de US$ 90 a tonelada para quase US$ 170.
O preço do cobre passou de US$ 2,10 para quase US$ 4.
O preço do petróleo tipo Brent disparou de US$ 25 o barril para US$ 55.
As matérias primas dos alimentos também dispararam. O milho passou de US$ 330 a tonelada para quase US$ 500. A soja de US$ 800 para US$ 1.400. O trigo de US$ 500 para quase US$ 700. O café foi de aproximadamente US$ 1.000 para US$ 1.300, depois de ter atingido o preço de US$ 1.400 a tonelada.
O algodão dobrou de US$ 40 para US$ 80.
A “mágica” por detrás dos super lucros dos abutres capitalistas
Na realidade, não há nenhuma mágica. Houveram obscenos repasses de recursos públicos para as super grandes capitalistas, seguindo a política do TBTF, Too Big To Fall ou Muito Grande Para Falir.
As ações das principais empresas dispararam, principalmente no setor de tecnologia e no complexo industrial militar.
Somente nos Estados Unidos, foram repassados quase US$ 10 trilhões, além dos repasses “normais” como a contratação de empréstimos a taxas de juro quase zero; é claro que como privilégio exclusivo dos abutres capitalistas.
Na União Europeia, o BCE (Banco Central Europeu) repassou quase 3 trilhões de euros.
Na China, foi o equivale a US$ 1,5 trilhão.
No Brasil, o Governo Bolsonaro repassou ao sistema financeiro nada menos que R$ 1,250 trilhão em março de 2020 e aprovou a PEC 10-2020 que permite todo tipo de falcatruas, além das tradicionais, para salvar os lucros dos especuladores financeiros.
A mesma política foi repetida em todo o mundo. O problema central é que o capitalismo não funciona mais como modo de produção.
O CAPITALISMO NÃO FUNCIONA MAIS
O capitalismo não consegue mais abrir fábricas e fazer funcionar a economia de maneira “normal”.
A “nova normalidade” foi transformada em massacrar os povos. E não se trata de nenhuma maldade, mas de estabilizar a forte queda dos lucros. Como não o consegue fazer por meios produtivos, retira direitos, se apropria das empresas públicas a troco de pinga, sangra até as últimas tudo o que pode; depreda o meio ambiente até transforma-lo em terra arrasada e principalmente, nos leva a uma grande guerra, para o qual se vê obrigado a impor ditaduras pinochetistas e a fortalecer o fascismo.
Hoje temos a honra histórica de assistir às dores do parto da nova sociedade. O desenvolvimento tecnológico e da socialização da produção, com cadeias produtivas globalizadas, não é compatível com a propriedade privada de um punhado de abutres capitalistas que para manter seus privilégios são obrigados a ampliar a especulação financeira a níveis nunca imaginados.
A contrarrevolução anda da mão da revolução, e vice-versa. O aprofundamento da crise mundial coloca em movimento os trabalhadores e as massas. O que não quer dizer que não seja doloroso, até muito doloroso.
O dever dos verdadeiros revolucionários e anti-imperialistas é denunciar os abutres capitalistas e seus agentes e organizar a lutar das massas e dos trabalhadores.