XVIII CONGRESSO DO PC Chinês e a aceleração da especulação financeira

XVIII CONGRESSO DO PC Chinês e a aceleração da especulação financeira

O principal componente do 12º Plano Quinquenal (2011-2015) foi a chamada “reforma financeira”. As taxas de juros e câmbio passaram a ser liberadas progressivamente e a convertibilidade do iuane, a moeda local, passou a ser garantida pelo governo imediatamente.

Essas medidas permitiram, em primeiro lugar, ampliar o fluxo de capitais especulativos. O demagógico caminho do suposto “socialismo com características chinesas” tem significado ampliar a especulação financeira para manter o privilégios da camada burguesa chinesa.

Apesar de algumas regras, que ainda passaram por um processo de formulação, as medidas buscaram atrair os capitais especulativos que não encontravam colocação, principalmente nos países centrais, para onde estavam migrando em massa devido ao aumento da aversão ao risco provocado pelo aprofundamento da crise capitalista. A livre remessa de lucros para o exterior foi ampliada consideravelmente.

O teto para os investidores individuais passou de US$ 1 bilhão para US$ 5 bilhões. Os impostos sobre as operações financeiras foram reduzidos.

O governo chinês tinha receios de que a escalada da especulação pudesse desestabilizar o sistema financeiro ainda mais. Mas a desaceleração da economia a partir do último trimestre de 2013, assim como o crescimento das bolhas financeiras, praticamente, eliminaram as alternativas vinculadas às atividades produtivas.

As bolsas chinesas tinham registrado um dos piores desempenhos em escala mundial nos últimos anos, enquanto os especuladores pressionavam pela atração de um volume maior de capitais especulativos estrangeiros. Isso quer dizer que a principal base do “milagre chinês”, a entrada de capital especulativo em busca de mão-de-obra barata, estava se esgotando e se tornaram necessárias medidas de emergência para manter o funcionamento do sistema.

A China também está amarrada ao capitalismo mundial

O XVIII Congresso simplesmente oficializou e acelerou as políticas que vinham sendo adotadas no sentido da liberalização do sistema financeiro. As taxas de juros foram reduzidas, os limites para os estrangeiros investirem na China foram ampliados, o governo passou a priorizar as tentativas de internacionalizar o Rmb (Renminbi), foi aceito o ingresso da China na OMC (Organização Mundial do Comércio) etc.

O BdPCh (Banco do Povo da China) injetou em 2012 quase 700 bilhões de iuanes (US$ 70 bilhões) nos bancos, dos quais US$ 26,5 bilhões em contratos de recompra reversa, na tentativa de capitalizar o sistema financeiro por meios abertamente especulativos. Isso aconteceu após os US$ 700 bilhões repassados, em 2009, para acelerar o consumo interno. O resultado foi o crescimento de colossais bolhas financeiras.

O governo chinês busca, de maneira desesperada, “encontrar um equilíbrio entre o papel do governo e o do mercado. Devemos seguir mais de perto as regras do mercado e desempenhar melhor o papel do governo.”

Isto significa encontrar formas de manter em pé a economia e evitar a explosão das bolhas financeiras, principalmente a bolha imobiliária, que ameaçam levar à bancarrota os governos provinciais, cujos orçamentos passaram a depender em 40% da venda de terras públicas, das grandes construtoras e dos bancos que financiaram os empreendimentos.

A bolha imobiliária foi inchada devido aos capitais especulativos que atuam no País terem se direcionado para esse setor por causa da falta de alternativas dos investimentos especulativos no mercado financeiro.

Todos os países capitalistas fazem parte do sistema capitalista mundial, que é controlado pelo imperialismo.

A escalada do parasitismo financeiro impede que a burguesia aplique uma política alternativa ao chamado “neoliberalismo”, que representa na prática o “socialismo” para os super ricos e o capitalismo selvagem e genocida para a maioria. Até por falta de alternativas, mesmo para o único país importante que tem feito investimentos produtivos com nenhum outro, principalmente em obras de infra-estrutura.

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