Qual Feminismo interessa aos trabalhadores?

As mulheres, como já foi dito, são a maioria da população mundial e elas têm um peso muito importante na família. Por isso, existe uma grande onda de conservadorismo, pois para o imperialismo as mulheres mais esclarecidas são um verdadeiro perigo. O que então seria o feminismo operário, o verdadeiro interesse da classe trabalhadora? 

O feminismo revolucionário busca lutar em prol dos interesses da mulher trabalhadora (que representa mais da metade da população) e ainda vincula essa luta contra a opressão e a exploração capitalista, pela unidade da classe operária e dos trabalhadores. A batalha contra as relações de poder, onde a mulher apenas obedece, passa inevitavelmente pela luta contra o capitalismo. 

A mulher necessita de emprego, tanto quanto os homens, de educação, moradia, restaurantes públicos, lavanderias públicas, creches para os filhos etc. Há também o fator biológico: a gestação. Com o sucateamento dos serviços públicos, o cuidado dos filhos se transforma num ônus para a família e, em primeiro lugar, para a mulher. O capitalismo não tem como resolver as questões materiais, que estão na base da exploração da mulher e do conjunto dos trabalhadores. Somente com a destruição do poder do capital é que os filhos, que hoje são propriedades da mãe, poderão ser responsabilidade do estado. O machismo, base material da família, seria implodido. 

A luta pela emancipação definitiva da mulher passa, necessariamente, pela luta contra o sistema capitalista, pelo fim da exploração do homem pelo homem. Apenas o socialismo possibilitará a libertação e a emancipação da mulher trabalhadora. 

As mulheres representam mais de 50% da população e, portanto, um setor que precisa ser duramente atacado pelo imperialismo. Para o capitalismo em crise é muito mais fácil e, em certa medida necessário, lidar com a mulher submissa, aquela que vai ficar em casa cuidando dos filhos e das tarefas domésticas embrutecedoras. Essa política também ajuda a reduzir a pressão no mercado de trabalho. 

Também não é coincidência o fato das mulheres serem as mais afetadas pelo desemprego, pois sua inserção no mundo do trabalho se dá de forma precarizada, sem respeito às dificuldades inerentes a sua condição de mãe e aos determinantes historicamente construídos na sociedade machista. Os debates que envolvem o feminismo na sociedade burguesa devem passar pela compreensão das questões materiais que levam à opressão da mulher como parte da classe trabalhadora.

Feminismo burguês identitário

Nós do Gazeta Revolucionária defendemos a luta por reivindicações democrático-burguesas reais das mulheres dentro dos marcos do capitalismo (direito ao voto, a salário igual por trabalho igual, a serem eleitas, a ocuparem cargos públicos, a dirigir ou a circular sem a necessidade de estarem acompanhadas por homens etc.). 

Porém, não se pode perder de vista que a reivindicação das mulheres burguesas por igualdade de direitos femininos é uma ideologia sem raízes materiais, como disse Rosa Luxemburgo, “um fantasma da oposição entre mulher e homem”. Para a revolucionária alemã, “suas reivindicações políticas estão enraizadas não na oposição entre homem e mulher, mas na oposição entre o capital e o trabalho.”

Os revolucionários rejeitamos o feminismo identitário, o que centra a luta em questões linguísticas ou culturais, por considera-lo objetivamente um instrumento do imperialismo contra as mulheres, os trabalhadores e a revolução.

Devemos lutar pela unidade dos trabalhadores. O feminismo revolucionário levanta as bandeiras de luta das mulheres, como parte da luta geral da classe operária contra a burguesia, pois a vida não é um conto de fadas onde as mulheres pobres podem agir sem sofrer as consequências  das determinações econômicas do sistema.

Neste momento, com o Partido Democrata no governo dos Estados Unidos, o identitarismo é usado para confundir um governo que quer nos massacrar com seus integrantes, composto por mulheres, gays, imigrantes, negros, mas que são fascistas de carteirinha.

A luta de classes acontece entre a burguesia e os trabalhadores, em primeiro lugar, e não entre homens e mulheres em geral. O machismo deve ser combatido, mas não colocado no centro da luta e muito menos com os instrumentos do imperialismo. O machismo somente desaparecerá com a destruição da sua base material, o capitalismo.

A teoria imperialista das “opressões”

Como parte da ofensiva “neoliberal”, na década de 1980 começam a ser colocados em pé vários mecanismos para fazer uma campanha de massas, em escala mundial, sobre o fim da História com o triunfo da “democracia burguesa”, o enterro do comunismo e com o capitalismo como a “liberdade”.

Nesta época, e principalmente na década seguinte, as universidades norte-americanas (que são sustentadas pelas fundações ligadas aos monopólios) empreenderam uma enorme campanha sobre a teoria das opressões. 

Dado que supostamente viveríamos na “época da democracia”, agora a luta deveria ser para garantirmos alguns direitos dos gays, dos negros, das mulheres, dos imigrantes.

As liberdades democráticas, os direitos das mulheres, por exemplo, não seriam materiais (emprego, educação, saúde, creches, restaurantes populares, lavanderias, liberdade política etc.), mas culturais. Neste sentido, a luta seria por usar as palavras corretas e mesmo mudar a língua de maneira artificial, introduzindo o @ ou o X nas palavras para desfazer marcas de gênero  em substantivos, adjetivos, pronomes. É óbvio que isso não trará nenhuma modificação social.

Esses grupos que atuam na defesa de direitos democráticos sob influência do pensamento neoliberal, defendem a punição pela “justiça” burguesa ultra repressora dos pobres, para os que falarem um termo considerado machista, racista ou homofóbico usando o arcabouço jurídico reacionário atual, que existe em todos os países do mundo pelo mesmo motivo: endurecer o regime político contra os trabalhadores.

As mesmas fundações dos monopólios que sustentam as universidades que produzem o pensamento “neoliberal”,  jorram rios de dinheiro para sustentar organizações “feministas”, de negros, gay e outras minorias, tanto nas universidades como em organizações e ONGs. 

Um caso escandaloso é o Femen, que é um grupo de extrema direita que inclusive apoiou o golpe de estado na Ucrânia, promovido pelo imperialismo em 2013 a partir de organizações nazistas. O Femen surgiu na Ucrânia em 2008 e no Brasil recebeu o nome de Femen Brazil. A principal figura do grupo é uma paulistana identificada com grupos neo-nazistas, Sara Winter, que recebia financiamento dos institutos Millennium e Mises. 

Essa organização estimula a utilização do corpo como forma de protesto, topless, para provocar choques com a polícia e virar manchetes. Porém, sua política direitista reafirma que o uso do corpo pode ser a gênese da exploração feminina e não tem nada a ver com a luta das mulheres trabalhadoras. Quando a dama de ferro, Margareth Thatcher morreu, o Femen Brazil lhe prestou homenagem. Uma mulher que chegou ao poder para levar adiante a destruição do bem estar social na Inglaterra, ferrando a vida dos trabalhadores.

As organizações “feministas” teleguiadas pelo imperialismo não são favoráveis à defesa dos direitos das mulheres. Elas representam uma correia de transmissão da política do imperialismo. A histeria sobre o machismo, influenciada por esse tipo de feminismo, tem como objetivo dividir os trabalhadores e calar a esquerda. A esquerda pequeno burguesa cai como patinho nesta campanha, o que é compreensível pelo seu próprio caráter de classe, que a leva a ser moralista, dado que os problemas materiais já os têm resolvidos.

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