Onde irá estourar a próxima revolução?

Onde irá estourar a próxima revolução?

Se avaliarmos a realidade política mundial em termos dialéticos, ela aparentemente nunca está preparada para viradas, a menos que aconteçam situações abertamente revolucionárias e ao mesmo tempo, sempre está preparada. Por que?

Porque vivemos na maior crise capitalista mundial de todos os tempos. Os volumes de capitais fictícios nunca foram tão gigantescos e ainda em crescente aumento, impulsionando enormes bolhas em direção a gigantescas explosões sociais.

Ao mesmo tempo, a “esquerda” contrarrevolucionária que hoje atua mais como uma direita, deixou de ser o forte fator de contenção pela base que era até os anos de 1980 e 1990. Ela se formou a partir dos anos de 1980 em cima da pressão da burguesia para impor o chamado “neoliberalismo” como mecanismo para conter a crise mundial de 1974.

Essas não seriam considerações centrais para a virada, para um levante de massas?

A pressão da crise capitalista tende a fazer com que as massas entrem em movimento. A burguesia tenta desviar a revolução por meio da guerra (contrarrevolucionária), o fascismo, os estados de sítios que hoje se generalizaram sob a máscara da pandemia, que é parte da política genocida de massacres em massa.

E não que essa represente uma novidade. Se trata da típica política de destruição de forças produtivas, mas agora potencializada por causa da profundidade da crise.

Para manter os repasses de recursos públicos aos grandes capitalistas têm se tornado tão obscenos que aplicados em quantidades apocalípticas, considerando que a economia capitalista se encontra semi paralisada, têm gerado um aumento considerável da inflação e do custo de vida em escala mundial. É a chamada estagflação, inflação com recessão.

O que devemos esperar para o próximo período?

Clique na imagem para saber algumas entrelinhas das decisões do G7 para este e o próximo periodo

A crise capitalista é gigantesca, mas ainda não chegamos ao ato principal que implica a necessidade da destruição do capital fictício para o capitalismo poder ter o direito de continuar funcionando.

Nas atuais condições, a burguesia busca impedi-lo porque a especulação financeira se tornou em fator fundamental da reprodução ampliada do capital e da geração de lucros.

O imperialismo (que representa a fusão do capital financeiro e industrial nos grandes centros do capitalismo mundial) consegue desviar as revoluções aos países mais fracos do sistema mundial.

Por isso, as revoluções até hoje estouraram em países atrasados e as revoluções têm degenerado.

Nesse sentido, uma revolução num país atrasado, seria como ganhar um sindicato ou um DCE (um centro acadêmico de uma universidade) ou uma fazenda do MST (Movimento dos Sem Terra). Se ficar nisso (no “socialismo num só país”) inevitavelmente degenerará.

A burguesia não brinca em serviço. A visão contrária é própria de vendidos recalcitrantes.

O que a esquerda revolucionária deve entender de vez

O que os revolucionários devem fazer é usar os instrumentos que existem para empurrar a revolução contra os grandes centros. Cuba fez isso até mais ou menos 1970, após a morte do Che e o fracasso dos 10 milhões de toneladas de cana de açúcar. Em 1974 entrou no Comecom, o acordo comercial dos países do Leste Europeu e da antiga União Soviética e o ímpeto revolucionário foi ladeira abaixo.

A primeira tarefa da esquerda revolucionária é impulsionar a revolução. Ela poderá estourar num país atrasado, mas dada a profundidade da crise poderá estourar em vários ao mesmo tempo ou inclusive em países desenvolvidos.

Um dos problemas importantes é a falta de direções revolucionárias fortes. E devemos nos esforçar para cria-las da melhor maneira para atuar no próximo período. Mas elas somente se fortalecerão quando forem provadas no ascenso de massas.

A burguesia apoiada pela “esquerda” oficial contrarrevolucionária tenta nos fazer acreditar que a situação é muito ruim. E até o é, mas para ela.

Para a revolução, nunca houve uma situação tão favorável por causa da debilidade da contenção pela base. A “esquerda” contrarrevolucionária já não tem militantes no movimento operário e muito menos nos movimentos sociais. E essa situação se repete em todos os principais países.

As tarefas da esquerda revolucionária

Realizar análises precisos da realidade política atual, que é muito contraditória e volátil. É preciso assimilar o socialismo científico (marxismo) como um guia para a ação.

A partir das análises é preciso identificar as forças sociais que atuam e elaborar as políticas que fazem a revolução avançar. É preciso superar a política de todos os setores da “esquerda” oficial contrarrevolucionária e do sindicalismo.

Em cima das conclusões das análises, precisamos elaborar políticas a partir das necessidades e preocupações concretas dos trabalhadores e das massas e vincula-las aos grandes problemas políticos, à crise capitalista. Identificar claramente os responsáveis pelas mazelas do povo.

Essas políticas devem ser militadas com energia, em primeiro lugar a partir de fortes campanhas de propaganda.

Com a retomada das manifestações de rua, devemos nos preparar para ampliar o trabalho de propaganda e passar para a agitação concreta. Usando ambas como parte um mesmo trabalho. Exemplo: ir às ruas com faixas nossas, avaliar boletins, tirar fotos etc.

Fortalecer o trabalho de contatos e de recrutamento.

Fortalecer os mecanismos organizativos.

Colocar no centro das nossas atenções a construção da nossa organização revolucionária e de impulsionar o conjunto da esquerda revolucionária, em luta contra o capital, a burguesia e a “esquerda” contrarrevolucionária. Dado o contexto político atual, essa é a nossa urgente prioridade.

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