O que está acontecendo na América Latina hoje?

O que está acontecendo na América Latina hoje?

A eleição de Pedro Castillo no Peru foi anunciada pela “esquerda” oficial como a confirmação dos novos ares contra o ascenso generalizado do reacionarismo na América Latina.

Pedro Castillo que era um representante da ala esquerda da burocracia sindical peruana prometeu mundos e fundos na campanha eleitoral. Mas dependia da maioria numa Constituinte. Como o número de parlamentares do Peru Livre, de Pedro Castillo, fio irrisória, apenas 37 de 130, então “não há nada a se fazer” a não ser esperar algum dia obter a maioria necessária por meio das eleições hiper controladas pelo poder do capital e principalmente, ultra manipuladas pelo imperialismo norte-americano.

A situação se torna ainda pior quando vemos os demais resultados eleitorais. O número de governadores regionais de Peru Livre é de apenas um de um total de 25, cinco alcaldes provinciais de 196 e 29 alcaldes distritais de 1874.

A fragilidade do governo de Castillo explica a facilidade da primeira baixa importante, a do ministro das Relações Exteriores Héctor Béjar Rivera, um ex guerrilheiro do Exército de Libertação Nacional dos anos de 1960, porque em novembro de 2020 tinha declarado que os serviços de inteligência e a CIA teriam influenciado a criação de Sendero Luminoso e estavam por detrás das operações de infiltração e divisão da esquerda.

Uma situação muito similar se repete no México com o “esquerdista” AMLO, Andrés Manuel López Obrador. As mil promessas não têm podido ser aplicadas porque não há maioria parlamentar. E nas últimas eleições locais, a coalisão Juntos Faremos História, liderada por AMLO ficou muito longe dos dois terços das vagas do parlamentários necessários para convocar uma assembleia constituinte e assim passar as reformas mais importantes prometidas, principalmente a reestatização de Pemex (Petróleos Mexicanos).

Na Argentina e na Bolívia, governos “esquerdistas” muito direitizados aplicam a cartilha do imperialismo ao pé da letra, apesar de algumas firulas, enquanto a situação dos trabalhadores e do povo piora de maneira dramática.

Em Venezuela, os recentes acordos entre o governo Maduro e a direita pró imperialista buscam uma saída para a crise brutal, mas entendem como saída a manutenção dos privilégios da burguesia tradicional e da boliburguesía que busca desesperadamente superar a pressão do imperialismo. Como ficará a situação do povo que detenta o pior salário de todos os tempos? Tudo dependerá da evolução da luta de classes e principalmente da sua capacidade de reação independentemente de todos os setores da burguesia.

Em Cuba, a situação social foi mediamente estabilizada, qual pode ser estabilizado um barril de pólvora. A abertura ao capitalismo mundial tem exacerbado todas as contradições sociais.

El Salvador bate os recordes de demagogia com o governo de Bukele, a terceira via centro-americana. O jovem presidente, ex membro do FMLN (Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional), conseguiu domesticar as Maras (os grupos narcotraficantes) de maneira tão “magistral” e “surpreendente” como o governo direitista uruguaio conseguiu controlar os problemas de segurança que ameaçavam implodir o país no governo da Frente Ampla assim que venceu as eleições presidenciais com a também “magistral” ajudinha da própria Frente Ampla que fez uma campanha eleitoral tão derrotista como o foi a campanha de Fernando Haddad do PT em 2018.

A direita continua batendo muito forte no Brasil, no Chile e na Colômbia buscando arrancar até a última gota de sangue dos trabalhadores e dos povos a mando da burguesia imperialista.

O comum denominador dos governos latino-americanos neste período é a brutal pressão do imperialismo norte-americano para repassar o peso da maior crise mundial sobre o seu quintal traseiro.

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