O que as eleições do Peru e do México nos dizem sobre o Brasil?

O que as eleições do Peru e do México nos dizem sobre o Brasil?

A Copa América acontece em ritmo acelerado no Brasil, enquanto as geladeiras estão cada vez mais vazias e os cemitérios cada vez mais cheios.

Avançam no Brasil todo tipo de ataques generalizados contra a população. Estão no olho do furação as “privatizações” (que deveriam ser denominadas doações), os ataques contra o funcionalismo e os serviços públicos, o saque generalizado dos trabalhadores e do povo por meio de mecanismos ultra parasitários como a dívida públicas e colaterais.

A “esquerda” oficial se integrou com mala e cuia ao massacre do Brasil. Enquanto a temperatura do descontentamento social aumenta sem parar, os partidos políticos da “esquerda” e as direções sindicais mafiosas retomaram as manifestações nas ruas depois de quatro anos de paralisia total.

Por que? Na tentativa de desviar o descontentamento social para as eleições 2022, no contexto da revolta popular que estourou na Colômbia, após o Chile, que é o estado narcoparamilitar por excelência e o modelo para o Brasil.

O mundo vive a maior crise capitalista da história. Os volumes de capitais fictícios atingiram proporções apocalípticas e aumentando.

A crise atual parecerá um jogo de crianças quando o capital fictício estourar dadas as amarrações de toda a economia produtiva, a reprodução ampliada do capital e os lucros.

É por esse motivo que a burguesia mundial tem implantado estados de sítio nazistas sob a máscara de “lutar contra a pandemia”, atacados os povos como raramente aconteceu antes nessa escala, apertado todos os regimes políticos. E assim que se prepara para a verdadeira “saída” para a sua crise, guerras em largas escala.

Por que devemos olhar para as recentes eleições no México e no Peru?

No México, governa o “esquerdista” AMLO (Andrés Manuel López Obrador) que depois de ter sido abertamente roubado em três eleições foi eleito presidente da República após Peña Nieto ter sofrido um brutal desgaste perante o aumento da resistência da população contra os ataques.

AMLO aplicou algumas reformas mínimas como por exemplo aumentar a autonomia dos municípios na gestão dos recursos federais, o que teve um alto impacto nos estados mais pobres, principalmente os do sul, como Chiapas e Oaxaca.

Mas a promessa principal que era cancelar a privatização de Pemex (Petroleos Mexicanos) e o setor elétricos, ambos entregues por Peña Nieto a troco de nada, não consegue cumprir devido à necessidade de contar com os dois terços da Câmara dos Deputados.

Nas recentes eleições, o governo, apesar de ter aumentado o número de regiões que controla elegeu ainda menos deputados e ficou mais longe dos dois terços. Isto aconteceu devido à pressão exercida pelos outros três principais partidos oficiais que receberam o apoio aberto da Embaixada dos Estados Unidos.

Ainda mais grotesco foi a mudança do ministro da Fazenda, em 8 de junho, um dia após a visita de Kamala Harris a AMLO.

No Peru, o burocrata sindical de esquerda Pedro Castillo foi eleito como presidente sob forte pressão da direita, agrupada em torno a Keiko Fujimori, apoiada pelo imperialismo norte-americano após ter sido execrada por corrupção.

Castillo tinha se impulsionado em cima da realização de reformas estruturais a partir de uma Assembleia Constituinte. Da mesma maneira que aconteceu com AMLO esqueceu das reformas estruturais, mas o fez ainda antes de ter assumido a Presidência, até porque conseguiu apenas 20% dos deputados.

Castillo chegou a declarar que irá respeitar a Constituição fujimorista atual e a “autonomia do Banco Central”.

As eleições de 2022 podem representar uma saída para o povo brasileiro?

Definitivamente não.

As eleições de 2018 e 2020 foram ultra fraudadas. Impuseram e consolidaram o bolsonarismo, que foi legalizado pela “esquerda” oficial.

Conforme a crise capitalista tem ido avançando, a burguesia não somente tem ido ficando cada vez mais agressiva, mas tem usado todos os instrumentos dos quais dispõe. Desde a “esquerda” oficial até os setores direitistas que ela mesma tinha catalogado como corruptos o folclóricos, desde Bolsonaro até Keiko Fujimori, passando pelo pupilo do ex assistente de Pablo Escobar, Álvaro Uribe, o atual presidente da Colômbia Iván Duque.

Lula foi solto e ele “esqueceu” da Carta ao Partido enviada desde a prisão onde ele conclamava ao PT e às direções de massas a convocar os trabalhadores e o povo às ruas para derrubar o governo golpista de Bolsonaro.

Lula se converteu num importante militante do Grupo de Puebla, teleguiado pelo Partido Democrata de Joe Biden e Kamala Harris.

Até 2023 o Brasil estará ainda mais em frangalhos do que está hoje. Qualquer um desses candidatos dos partidos políticos oficiais irão reverter o estrago? Ou irão simplesmente em se dedicar a conter a fúria do povo?

Os trabalhadores e o povo parecem paralisados e semi mortos. Mas conforme avançam os ataques da burguesia, a pressão social aumenta e a disjuntiva entre lutar o morrer de fome vai se colocando cada vez mais à ordem do dia.

O papel da “esquerda” revolucionária neste momento passa por levantar as bandeiras de luta revolucionária e milita-las na prática.

Fora Governo Bolsonaro e todos seus cúmplices!

Chega de geladeiras vazias e cemitérios cheios!

Levante-se Brasil!

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