O PCO (Partido da Causa Operária) tentando se aproveitar da luta da população de Vargem Grande, Parelheiros São Paulo.

O PCO (Partido da Causa Operária) tentando se aproveitar da luta da população de Vargem Grande, Parelheiros São Paulo.

Por Florisvaldo Lopes

Começo essa análise antes do dia 13 de Maio de 2013, dia em que a população de Vargem Grande lotou o auditório Franco Montoro na Assembleia Legislativa de São Paulo.  

Antes desse dia histórico, o PCO (Partido da Causa Operária) através de Sr. Tranquilo, já teria mandado alguns militantes ao Bairro para filmar as pequenas assembleias que a UNIFAG fazia com o intuito de unir a população para lutar contra um projeto de remoção feito pela Prefeitura, projeto esse que previa a remoção de 2.000 famílias do bairro.

Porém, foi a partir do dia 13 de março, dia da assembleia pública na Câmara dos Deputados, pedida pela população e apoiada e presidida pelo então deputado estadual Carlos Giannasi (PSOL). Nessa audiência pública, o povo do bairro por intermédio da UNIFAG lotou a Alesp, fez com que o secretário de Habitação recuasse no número de famílias a serem removidas, de 2000 para 864. No entanto, o povo continuou a luta, pois não aceitaria a remoção de ninguém. A partir desse dia, o PCO virou seus olhos para o movimento do povo de Vargem Grande. No dia seguinte à audiência pública, o PCO mandou vários militantes a Vargem Grande com o objetivo de “ajudar” a população em sua luta. E durante todo o resto do ano realmente ajudou.

Graças aos militantes Alejandro Acosta e Rafael Cunha, os quais pouco depois saíram do PCO por não concordarem mais com a política do mesmo e com as diversas sabotagens internas. Foi com a ajuda do Alejandro que um jornalzinho de nome Voz do Bairro o qual já saia de tempos em tempos elaborado pela UNIFAG, passou a ser um jornal mais forte, passou de uma folha A3 para um jornal de oito páginas com capa colorida, onde 90% das matérias eram de denúncias sobre a situação precária em que o Bairro se encontrava. Com ele, denunciamos todos, como a Prefeitura e os oportunistas locais. Esse jornal foi quem manteve o povo unido na luta por um período de tempo contra as remoções e pelas obras.

No início de 2014, ocorreu a paralisação da luta do povo do Vargem Grande devido ao poder público ter se calado em relação às remoções sob a pressão da nossa luta. O PCO manteve o trabalho no Bairro, mas agora com o objetivo de levar pessoas do Bairro para atos, palestras do “seu Deus”, o Sr. Rui Costa Pimenta, numa política claramente eleitoral. Com essa política oportunista, lançou Raimundo Sena como candidato a Governador de São Paulo e eu, Florisvaldo Lopes, a deputado Estadual, e nos pressionava para que nós arrumássemos gente para levar aos eventos do PCO.

Os problemas do bairro foram esquecidos com a eleição. Por varias vezes, eu reclamei que as questões do Bairro não deviam ser deixadas de lado, inclusive fiz essa observação ao próprio “Sr. Rui, o suposto “gênio revolucionário” que trata os militantes de seu partido como imbecis.

Após a eleição de 2014, o trabalho paralisou, hora por boicote do próprio PCO que direcionava os dirigentes, como Alejandro, do Bairro para vários estados diferentes, como Minas Gerais, com o objetivo de desmoraliza-lo. Com a saída do Alejandro Acosta do PCO no início de 2015, o trabalho em Vargem Grande praticamente acabou.

As reuniões de células que ainda se mantinham formalmente, não serviam mais como reuniões de trabalho no Bairro como eram antes e sim como reuniões para agredir moralmente os militantes. Nessas reuniões era discutido de tudo, dos problemas familiares dos militantes a questões pessoais de todos os tipos, a única coisa que não se discutia era política.

Em 2016, o Alejandro fez um documento de ruptura política com o PCO no qual quase 40 ex-militantes assinaram entre eles estava aqui de Vargem Grande eu Florisvaldo Lopes e o Raimundo Sena. Após esse documento ser publicado e com o trabalho em Vargem Grande paralisado, o PCO mandou para pressionar o Raimundo e eu seus dois “pitchbulls” Antônio Carlos e Rafael Dantas. O Raimundo capitulou à pressão pedindo para retirar sua assinatura do documento de ruptura. Na minha casa, esses “pitchbulls” chegaram após a meia-noite e meia de uma quarta feira do mês de Abril de 2016. Me pressionaram de todas as formas para que eu retirasse minha assinatura do documento de ruptura; falaram que estavam querendo recomeçar o trabalho em Vargem Grande e que esse trabalho teve muitos erros devido a ex militantes etc.

Eu já tinha argumentado antes que devido eles terem paralisado o trabalho no Bairro se voltassem em 2016 ano de eleições, a população ia comparar eles com outro partido qualquer. E na verdade é o que eles são agora. Com o risco de perder o fundo partidário devido à Reforma Política, voltaram de mala e cuia para dentro do PT. A política deles agora em Vargem Grande, não é nada mais que a defesa do Lula através do que eles chamam de “anti-golpe”, ou seja, uma farsa para enganar o povo. Como eles sabem que o povo, no geral, apoia os programas assistenciais do PT usam essa farsa para continuar vendendo o seu jornal petista para petista. O PCO propositalmente confunde a defesa do Lula contra os abusos da direita e do Judiciário com o apoio à política do Lula que só busca salvar os próprios privilégios fazendo conchavos com todo tipo de direitista inimigo dos trabalhadores.

Sobre a questão da política de abandono que o Vargem Grande pelo poder público, o PCO não fala nada. Pelo contrário, paralisaram a UNIFAG, a única associação que lutava pela população de Vargem Grande. Hoje essa associação está totalmente dominada pela política oportunista do PCO e seus militantes anti-povo. A política desse partido que se diz revolucionário hoje é a política de “frente popular”, que é a conciliação de classes com a burguesia, política essa criticada pelos mestres do marxismo, como Karl Marx, Lenin e Trotsky. Como nenhum militante do PCO lê nada, fica claro entender porque ainda tem uns lesados que permanecem nesses Partido, mesmo que completamente desmoralizados.

Conforme escreve James Patrick Cannon no seu livro “Sindicalistas e revolucionários”, 1953, há muitos, “marxologistas que usam sua formação acadêmica e sua capacidade de citar extensivamente Marx para justificar uma política oportunista”… Essa sempre foi a política desse partido o qual eu apelidei de OCP (Organização Costa Pimenta).

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