Mortes nos Correios. Rumo à privatização e as demissões em massa

No dia 7 de junho de 2021 foi anunciada a morte de Ronaldão, o pelego da Findect (a federação ligada à CTB e ao MDB) e presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro. Ele tem sido um dos principais instrumentos da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) e dos governos pelas várias derrotas que lhe foram impostas aos trabalhadores.

O fato dele pessoalmente ter sido uma pessoa simpática não elimina o fato dele ter rompido a última greve dos trabalhadores dos Correios, de 2020, após 36 dias, numa votação virtual, com menos de 300 votos. Ele seguiu a política do pelego de São Paulo, o Diviza, que a levantou com menos de 1.000 votos. Ou seja com menos de 0,5% dos votos de toda a Categoria considerando os terceirizados, aposentados e anistiando foi desmontada a maior greve da América Latina e a maior do Brasil desde 1995.

Os demais pelegos rapidamente desmontaram as greves nos demais estados sob a desculpa recorrente de que sem o Rio de Janeiro e São Paulo não dava para fazer nada.

Mortes a serviço de quem?

Há pouco mais de dois meses morreu “misteriosamente” Divino Alves, o Índio Velho de Goiás, que foi o principal impulsionador da greve de 2020 e um dos principais impulsionadores da greve de 2019, as únicas duas greves nacionais contra o Governo Bolsonaro.

Ele simplesmente foi desentubado. E a morte dele tinha sido anunciada desde uma semana antes sob vários “diagnósticos” como que ele teria problemas ao coração (o que era uma mentira deslavada) ou problemas cerebrais, o que deveria ter sido provado. Até hoje o prontuário médico não foi liberado. Por que será?

Há pouco mais de uma semana, Ademir Souza, trabalhador OTT (Operador de Triagem e Transbordo) do CTC (Centro de Tratamento de Cargas) foi executado sumariamente por três tiros de um policial ainda em horário de serviço e fardado. Essa foi a primeira execução desse tipo de um operário de uma empresa importante em São Paulo desde o assassinato de Santos Dias, no dia 30 de outubro de 1979, pela polícia do então governador de São Paulo, Paulo Maluf.

Se tomarmos cada um desses casos de maneira isolada, até poderíamos dizer que foram “coincidências”. 

Mas se tomarmos essas mortes no contexto geral, principalmente no avanço do massacre do povo brasileiro pelo Governo Bolsonaro, rumo à privatização dos Correios e as demissões em massa?

E se lembrarmos que até o principal organizador da Operação Lava Jato, o juiz do STF (Superior Tribunal Federal), Teori Zavaski, morreu misteriosamente um dia antes de revisar as delações premiadas da Odebrecht onde ele apontou que haviam erros processuais muito graves?

E o ex presidente da Vale Roger Agnelli uns dias antes de denunciar a corrupção na Vale? E os executivos do Bradesco envolvidos no mesmo processo?

E? E? E? E os milhares de outras “coincidências”? que agora com a “pandemia” têm se acumulado de maneira escandalosa.

Lutar ou morrer de fome

O Governo Bolsonaro foi anabolizado pelo Governo Biden quando parecia que iria cair junto com Donald Trump.

Mas acontece que este governo continua massacrando o povo brasileiro com a cumplicidade de todo o regime político, inclusive da “esquerda” oficial e dos pelegos da burocracia sindical.

Desde 2017 até há menos de um mês, mantiveram o Brasil paralisado enquanto passava todo tipo de sacanagem contra os trabalhadores e o povo brasileiro.

Agora as manifestações contra Bolsonaro pretendem canalizar para 2022 o descontentamento social. Mas qualquer que seja o resultado, será possível reverter pela via eleitoral o massacre do Brasil, as demissões em massa?

O imperialismo e a grande burguesia não jogam, e muito duro?

Não é evidente que sem a mobilização pela base estamos todos mortos? Ou pelo menos nos empurrarão a morar em baixo de uma ponte e comer capim.

Levante ! Organize-se! Lute!
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1 comentário em “Mortes nos Correios. Rumo à privatização e as demissões em massa”

  1. Foi com muita luta que os trabalhadores dos correios conquistaram os diversos benefícios que hoje estão sendo tirados por este governo ditador e corrupto, se não continuarmos essa mesma luta estaremos sim embaixo da ponte logo logo

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