O que esconde a política do “Grand Reset” [“Grande Reinício”]

O que esconde a política do “Grand Reset” [“Grande Reinício”]

A burguesia imperialista por meio dos principais órgãos em escala mundial procuram desesperadamente mecanismos para sair da crise, que é a maior da história do capitalismo, mas com a premissa dela conservar os privilégios.

Sob o ponto de vista estrutural, da estrutura de funcionamento do capitalismo, a burguesia precisa desmontar a “bomba atômica” dos obscenos e crescentes volumes de capitais fictícios (especulativos).

Durante a época liberal do capitalismo, que teve seu auge no século XIX, as crises cíclicas que se sucediam a cada 10 anos aproximadamente, “queimavam” o capital fictício e davam origem a um novo ciclo. No século XX, com o domínio total do mundo por super cartéis, a época do imperialismo (que é a fusão do capital bancário e o capital industrial), os períodos de auge tendem a reduzir-se e a aumentar o período de crise.

O imperialismo representa a época da disputa sangrenta pelo controle do mercado mundial. A super exploração dos países atrasados. Uma época de guerras sangrentas, que andam de mãos dadas com o seu contrário, as revoltas e as revoluções.

Conforme a crise aumenta, a burguesia tem se visto obrigada a aumentar o aperto social. Depois da crise mundial de 1974, que representou a lápide dos “Anos Dourados do capitalismo”, o auge econômico impulsionado pela reconstrução da Europa e do Japão, a burguesia imperialista, principalmente a norte-americana, impuseram o chamado “neoliberalismo”.

A saída capitalista para a crise: mais “neoliberalismo”

O “neoliberalismo” representou um brutal ataque contra as condições de vida dos trabalhadores do Ocidente. Incorporando ao mercado mundial a milhões de operários de Oriente, principalmente chineses, que ganhavam salários miseráveis, o imperialismo conseguiu conter o ascenso de massas e o movimento revolucionário.

Essa política recebeu um golpe mortal com o colapso capitalista de 2008.

O capital, que enfrenta a maior crise da história, não consegue colocar outra política em pé devido às próprias contradições que se refletem num altíssimo grau de parasitismo.

Por esse motivo, a saída central para a crise é o direcionamento a uma grande guerra. Nessa linha aumenta a repressão interna, buscando pacificar as sociedades, gigantescos ataques contra as condições de vida das massas e algumas políticas monetárias.

A política do “Grand Reset”, ou Grande Reinício, popularizada pelo Foro Social Mundial, representa a principal política econômica do grande capital.

Um “grande reinício” contra a esmagadora maioria da população 

Dentre os componentes práticos do “Grande Reinício”, se encontra uma nova “ordem monetária internacional”.

O objetivo seria o perdão de algumas dívidas. Quais? As dívidas dos governos com os bancos centrais, que em tese seriam controlados pelos próprios governos.

O que os governos têm feito com esses recursos? Resgatar, de maneira cada vez mais obscena, os super grandes capitalistas.

Se estima que o volume dessas dívidas supere os US$ 25 trilhões, um quarto do qual se encontra nas mãos do governo dos Estados Unidos. A dívida mundial é onze vezes superior, ou quatro anos do PIB mundial, que já é muito parasitário.

Os volumes de capitais fictícios nominais alocados na especulação financeira se encontram em torno aos US$ 4 quadrilhões.

Lidar com esses gigantescos volumes de capitais especulativos é uma tarefa titânica, tão titânica que a burguesia aplica uma política militar para tal, disfarçada de luta contra a “pandemia”.

Os efeitos colaterais do “Grand Reset”

Resolver os problemas estruturais do capitalismo por meio de medidas monetárias beira o quase ridículo.

O problema fundamental é queimar os enormes volumes de capitais fictícios, que aumentam como uma bola de neve. Mas como fazê-lo sem levar o grande capital à bancarrota?

O próprio emaranhado da especulação financeira implica em problemas insolúveis. Por exemplo, os títulos financeiros (bond yields), que em grande medida são podres, após o cancelamento das dívidas dos governos, tenderiam a “normalizar-se”.

Mas como ficariam as eventuais perdas dos bancos e seguradoras que dependem umbilicalmente dos estados?

A recapitalização de setores importantes do mercado capitalista deveria continuar o que implicaria em que as pressões inflacionárias aumentariam.

E liquidar as dívidas dos estados com os bancos centrais impactariam em cheio os detentores desses títulos que deveriam ser recompensados, sob pena de quebrarem. Isso implicaria na necessidade da retomada dos recursos pelos estados. Os fundos de pensão que movimentam recursos trilionários também estariam no olho do furacão. 

As “âncoras” monetárias do período anterior estão liquidadas. O ouro colapsou em 1971 com o fim de Bretton Woods. O dólar está colapsando agora.

Se fala de adotar uma moeda eletrônica centralizada ou até uma moeda recorrente controlada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).

Desde a década de 1990, as bolhas financeiras têm disparado, impulsionadas pela necessidade de estabilizar a queda das taxas de lucro.

Desmontar as “bombas atômicas” do capital fictício, da especulação financeira, é uma tarefa praticamente impossível sem uma operação de guerra, especificamente sem uma grande guerra. Esse sim poderia ser um “grande reinício” e trazer um certo alívio à crise capitalista. O efeito colateral se relaciona com o tensionamento de todas as contradições do capitalismo, que se encontram na base da mobilização das massas e da revolução.

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