Foco Marxista: A Uberização Toma Conta do Brasil

Foco Marxista: A Uberização Toma Conta do Brasil

https://www.youtube.com/watch?v=-sFrEiqNlpA

Transcrição do video:

Olá a todos, boa tarde, hoje é dia doze do nove de dois mil e vinte e um. Estou aqui em frente a um casarão que foi reconstruído com o trabalho de dois pedreiros, dois serventes e um pintor e daqui a pouco vou mostra para vocês aqui o ambiente, a fachada e como ficou lindo essa reconstrução, essa restauração dessa casa.

Mas então, esses trabalhadores que fizeram essa restauração aqui, nenhum deles são funcionários direto do poder público. No caso aqui de uma prefeitura são trabalhadores contratados de uma empresa que presta serviços, são bastante precarizados, são trabalhadores que ganham muito pouco e que fazem coisas tão bonitas, tão belas para que nós possamos usufruir. Evidentemente que nem todos podem usufruir de um descanso de um local como esse e às vezes tem até desconhecimento das coisas que a sua própria cidade pode oferecer ,porque estão preocupadissimo com a sobrevivência, muito ocupados com a sobrevivência. Então essa é uma discussão que ela é mais ampla, ela não fica só nisso. Existe uma mudança profunda no capitalismo que é uma crise profunda e existe uma crítica da economia política que foi substituída pela linguagem, por uma crítica apenas da linguagem. E análises das relações sociais objetivas foram substituídas pela arbitrariedade da interpretação subjetiva dessa realidade.

Isso veio complicar as coisas para a luta da classe trabalhadora, porque não se faz uma análise séria das mudanças que ocorreram no capitalismo e das mudanças como consequência no seio da classe trabalhadora. Agora que a crise do capitalismo coloca o sistema em um estágio terminal, não há como acreditar em ilusões e usar disfarces. No entanto, eu creio que é também necessário rever os conceitos clássicos de uma classe de capitalistas, proprietários dos meios de produção, explorando a classe que é explorada que produz a mais-valia, produz lucros. É óbvio que isso continua acontecendo mas não é suficiente para abarcar um novo conceito de pobreza, de exploração.

Você tem hoje uma grande maioria excluída da produção, da produção direta de bens materiais. Uma grande maioria que têm emprego informal e os que têm emprego formal são hoje um grupo, vamos dizer assim, entre aspas de “privilegiados”. Nós estamos tratando agora de desempregados permanentes, prestadores de serviços baratos, verdadeiros empresários da miséria, vendedores de rua, no sinal no semáforo, catadores de lixo para reciclagem e a renda caiu abaixo do limite mínimo necessário para a sobrevivência.

Como que isso acontece ao longo da história a grosso modo?

A questão é que introdução tecnológica a partir da microeletrônica ar e da informatização conseguiram reduzir uma parte significativa da classe operária industrial e dos camponeses. E o capital acumulado foge cada vez mais para a especulação financeira, essa é arealidade que nós temos hoje. Enquanto uma quantidade significativa de trabalhadores cai na miséria, do outro lado ocorre uma acumulação simulatória do capital por meio das chamadas bolhas financeiras.

A classe média formada por médicos, advogados, engenheiros, aqueles… como dizem?… esse termo começou lá na década de oitenta, ou antes, aqueles que têm capital humano, os qualificados, esses também foram atingidos em cheio pela crise atual do capitalismo. E contribui para isso a política do Estado mínimo, o neoliberalismo. Que destruiu o que existia de Estado de bem estar social. Justamente porque as classes médias dependiam da extração de mais-valia no setor produtivo. Com a queda desse setor produtivo cai também as condições da classe média. E nós temos então um setor., um novo setor que é pago ao dia, os free lances, as universidades privadas. É interessante notar que a “proletarização” das camadas qualificadas está ligada a uma “desproletarização” da produção. Então o enxugamento do trabalhador diretamente produtivo ele afetou de alguma maneira essas ditas classes médias. A classe média nunca teve uma vida própria, vamos dizer assim, ela sempre dependeu desse crescimento na área produtiva.

Então nós temos aí trabalhadores precarizados em todas as áreas, o uber usados por professores, advogados, pesquisadores uberizados trabalhadores de Apps são verdadeiros bóias frias de todas as categorias, acadêmicos, catadores de papel, professores, médicos engenheiros, pedreiros, motoristas. Então é uma priorização de toda a classe trabalhadora e incluindo aí essa dita a classe média.

Os sindicatos que existiam até hoje estão a ponto de morte, porque eles não entenderam ou não quiseram entender ou não podiam entender essa transformação que ocorria no capitalismo e na classe trabalhadora, na estrutura da classe trabalhadora. Por tanto esta é a realidade e nós temos que parar de viajar na maionese.

Os trabalhadores de todas as categorias desclassificados e uberizados de todas as cores, de todos os matizes, de todos os empreendimentos, de todos os serviços estão na hora de todos se unirem numa luta única para pôr abaixo esse sistema capitalista que está em crise terminal e não tem plano b, c ou d. O único plano que eles têm é de arrancar até última gota de sangue dos trabalhadores e colocar o Estado, os governos nacionais irrigando bilhões, até trilhões, quatrilhões de dólares para tentar salvar a pele, para tentar salvar a taxa de lucros.

Então o capitalismo, ele entrou numa fase que não tem volta, essa não é a crise como as outras, essa é uma crise estrutural do fim do capitalismo, não tem como continuar o capitalismo, não tem mais como se expandir. A terra não vai aumentar de tamanho, os continentes não vão aumentar o tamanho geográfico, não tem como. O capitalismo já ocupou o que tinha de ocupar e não tem outra saída.

Evidentemente que no desespero os capitalistas podem promover grandes guerras, essas guerras podem passar para o lançamento de foguetes, de bomba atômica, mas também pode ser por envenenamento da população, o uso de bactérias de vírus. São guerras não convencionais, mas não estão descartados tambem as guerras convencionais em várias regiões do planeta. Portanto, o capitalismo está colocando pra a humanidade um grande risco de morte imediato de grande parte da população.

Espero ter ajudado na compreensão um pouco melhor do que tá acontecendo no mundo e com esse sistema onde nós vivemos. Muito obrigado, até a próxima, professor Marcus…

Levante ! Organize-se! Lute!
A hora de Lutar é Agora!

🕶 Fique por dentro!

Deixe o trabalho difícil para nós. Registe-se para receber as nossas últimas notícias directamente na sua caixa de correio.

Nunca lhe enviaremos spam ou partilharemos o seu endereço de email.
Saiba mais na nossa política de privacidade.

Artigos Relacionado

Deixe um comentário

Queremos convidá-lo a participar do nosso canal no Telegram

¿Sin tiempo para leer?

Ouça o podcast da

Gazeta Revolucionaria