Fim do PT, do PMDB e o “paraíso tucano”?

Fim do PT, do PMDB e o “paraíso tucano”?

Matéria original publicada por Gazeta Revolucionária em janeiro de 2018

Uma delação premiada de Eduardo Cunha tem o potencial de liquidar o PMDB. É uma arma importante nas mãos dos setores mais direitistas. Mas o avanço golpista acontece por etapas, como numa escadinha, e depende da luta de classes que acontece, neste momento, no interior da burguesia.

Devido ao foro privilegiado que os possíveis acusados detêm, o STF e o Procurador Geral da República (PGR), Rodrigo Janot, desempenharão um papel fundamental em relação a blindar ou incinerar um ou outro acusado.

A delação de Cunha servirá à mesma finalidade que as delações dos executivos das empreiteiras e dependerá dos acordos e contradições entre as forças políticas que estão em cena. Há o PSDB; o PMDB do grupo que controla o governo; o próprio Michel Temer (que poderá ter uma sobrevida se conseguir aprovar a PEC 241 no Senado); os PIGs (Partido da Imprensa Golpista), liderados pela Rede Globo; o Judiciário e o PT. Existem dois parâmetros, ou limites, fundamentais no jogo: o grau da pressão do imperialismo (que dependerá, em grande medida, do cenário político das eleições que acontecerão nos Estados Unidos, no dia 8 de novembro) e o grau de desestabilização social, que poderá acelerar o desenvolvimento das tendências revolucionárias.

As antigas lideranças se encontram desgastadas. A camarilha dos seis do PMDB (Michel Temer, Romero Jucá, Eduardo Cunha, Geddel Silva, Moreira Franco e Eliseu Padilha) está com os dias contados. Lula está no centro da Lava-Jato. José Serra é carta fora do baralho, sem apoio dentro do próprio partido. Aécio Neves está “quietinho”, se favorecendo da blindagem de Rodrigo Janot e do ministro do STF, o tucano Gilmar Mendes.

As principais lideranças que despontam para o próximo período refletem a crise do regime político. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, apresenta muitas dificuldades para se projetar como uma liderança nacional. Ciro Gomes tenta se colocar à cabeça de uma “frente de esquerda”, mas levantando políticas de cunho “populistas” que beiram ao bonapartismo fascistoide. Fernando Haddad é o líder dos sonhos da cúpula do PT: um petista tucanizado, muito mais aceitável para a burguesia e “longe” da Operação Lava-Jato.

Odebrecht: vilã e mocinha dos golpistas

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A delação premiada da Odebrecht envolve 50 altos executivos. Estão no alvo 130 deputados, senadores e ministros, além de 20 governadores e ex-governadores. Segundo o jornal O Globo “entre os nomes citados estão o do presidente Michel Temer e dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), José Serra (Relações Exteriores) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo)”, além de Eduardo Cunha e dos ex-ministros petistas Guido Mantega e Antônio Palocci. Trata-se de uma “mega” carta na manga da Operação Lava-Jato, com a finalidade de colocar contra as cordas o regime político, principalmente os setores centristas; um passo a frente da operação fraudulenta chamadas de eleições municipais 2016.

O objetivo do imperialismo é aumentar o ritmo no repasse do peso da crise contra os trabalhadores.

A “frente popular”, com a cúpula do PT à cabeça, não tem movido uma palha para organizar a resistência contra os brutais ataques. A PEC 241 (que inviabilizará os gastos públicos sociais para direcionar os recursos para a especulação financeira) foi aprovada na Câmara por diferenças de votos enormes. Se passar no Senado, os ataques ficarão ainda piores. Se não passar, o governo Temer cairá para dar lugar a um governo ainda mais duro.

A burguesia imperialista não teme a “frente popular”, que se encontra integrada ao regime, no qual atua como ala esquerda contra os trabalhadores. Ela segura enquanto a direita bate. O temor se relaciona com o acirramento da luta de classes. O grande capital não consegue mais obter lucros da produção, por meio da abertura uma fábrica, por exemplo. Por esse motivo, tem direcionado o grosso dos recursos para a especulação financeira, que também apresenta sérios sinais de esgotamento.

Por causa da impossibilidade de apresentar uma política alternativa, devido ao enorme parasitismo, os monopólios têm aumentado os ataques contra as condições de trabalho e de vida das massas.

A burguesia tem acelerado o endurecimento do regime político, em escala mundial e no Brasil: Lei Antiterror, Gabinete de Segurança Institucional, direitização do Judiciário, dentre outros. A resposta passa pelo fortalecimento da unidade dos trabalhadores que, inevitavelmente, tendem a entrar em movimento.

A greve geral convocada pelas centrais sindicais para o dia 25 de novembro deve ser apoiada. Mas é preciso avançar além dos limites da burocracia sindical. É preciso denunciar o golpismo e, ao mesmo tempo, a capitulação da “frente popular” que se transformou num dos principais fatores da paralisia dos trabalhadores.

Os revolucionários precisam impulsionar as bandeiras de luta da classe operária com o objetivo de direcionar o movimento de massas que aparece no horizonte. Para o próximo período, está colocado o enfrentamento aberto entre a burguesia e o proletariado em escala mundial.

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