Entendendo o conflito com o povo Mapuche, no Chile

Entendendo o conflito com o povo Mapuche, no Chile

O conflito com o povo Mapuche (Mapu= terra, che= povo), que habita ao sul do Rio Bio-Bio remonta à Colônia do Império Espanhol. As tribos Mapuches resistiram ao Império Espanhol durante mais de três séculos; foi a chamada Guerra de Arauco.

O Império Espanhol nunca conseguiu dominar o território Mapuche, a Araucania. Em 1641, pelo Tratado de Quilín, assinou a paz com os Mapuches e reconheceu a sua autonomia. Vários outros tratados e vários outros levantes aconteceram posteriormente.

Alguns líderes mapuches foram tão importantes que ainda são estudados hoje nas academias militares. Este é o caso de Lautaro que impôs várias derrotas ao Império Espanhol e incluso a morte de Pedro de Valdívia, o fundador da cidade de Santiago em 1541.

Dentre outros, se destaca o toqui (líder guerreiro) Caupolicán, que comandou os exércitos mapuches entre 1553 e 1558, quando foi preso pelos espanhóis e foi empalado. Ele teve uma atitude tão firme e digna que acabou gerando novas rebeliões.

O toqui Galvarino lutava com facas amarradas aos braços porque os espanhóis tinham lhe cortado as mãos; ele inspirou o super herói Wolverine.

O toqui Mestizo Alejo também foi responsável por importantes vitórias contra os espanhóis.

O estado chileno aplicou uma política de extermínio principalmente com a política da Ocupação da Araucanía que começou em 1861.

Durante a Ditadura de Pinochet os Mapuches sofreram vários ataques, principalmente para despoja-los das suas terras. Mas nada foi comparável com o massacre a que tem sido submetidos durante os governos da “democracia” pinochetista, depois de 1990.

Durante o governo do “socialista” Lagos e principalmente no de Michele Bachelet (que encabeçou a esquerda pinochetista na Nova Maioria), os Mapuches foram ainda mais reprimidos, o que continuou igual nos governos de Piñera. Além de continuarem aplicando a Lei de Segurança Nacional, aplicaram a Lei Anti-terror e terminaram de militarizar a Araucanía. O número de mortos e presos políticos disparou.

Os Mapuches e todos os povos voltarão

Os Mapuches não se consideram chilenos e têm uma estrutura social militarizada.

Hoje os Mapuches perderam suas terras. Eles vivem em reservas indígenas enquanto suas terras têm sido invadidas principalmente por latifundiários e madeireiras. Outros vivem, ou sobrevivem, nas cidades.

A situação dos Mapuches é de enorme pobreza, marginalização e descriminação. Mas de 40% dos habitantes da Araucanía vivem em situação de pobreza extrema. Por detrás da agressão, está o problema territorial e geopolítico, a depredação ambiental principalmente pelas madeireiras e a pesca.

No Brasil, a nossa “esquerda” Bolsonarista não fala uma única palavra sobre os Mapuches por ignorância, mas fundamentalmente para encobrir essas “verdades inconvenientes” e repetir a historiografia oficial de que no Brasil e na América Latina não acontece nada, que nenhum mundo é possível além da atual macabra “democracia” imperialista. E que portanto, a única solução seria buscar alguns carguinhos no regime burguês decadente.

Mas a história nos ensina que o povo Mapuche ao igual que todos os nossos povos levamos no sangue a coragem que é necessária para derrotar os exploradores e assassinos que atuam a mando de um punhado de abutres capitalistas que são capazes de matar a própria mãe para manter seus privilégios.

Como disse Salvador Allende, o presidente chileno assassinado em 1973 pela Ditadura de Pinochet a mando dos grandes empresários e o imperialismo,

“A HISTÓRIA É NOSSA E É FEITA PELOS POVOS”.

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