Crise do capitalismo recai sobre os trabalhadores

Crise do capitalismo recai sobre os trabalhadores

Nunca passamos por uma situação de tão grandes dificuldades. Crise financeira, crise política, crise sanitária, crise da saúde, etc. Mais uma vez não existe plano B, e o plano A é continuar tirando dos trabalhadores, a equipe econômica não pensa em outra coisa. Os governos das três esferas estão comprometidos até o último fio de cabelo com os capitalistas, assim os trabalhadores têm suas chances reduzidas para sobreviver.

Pra piorar a situação, a ruidosa campanha neoliberal de privatizar tudo soa bem aos ouvidos daqueles em que o Estado tem levado quase que exclusivamente a repressão. Segundo relatório da ONU, 811 milhões de pessoas, 10% da população mundial, tiveram déficit alimentar em 2020, ou seja, fome. Mas os números para a chamada insegurança alimentar são ainda mais assustadores, atingiram, em 2020, mais de 2,3 bilhões de pessoas, 30% da população global. A situação leva a que fique mais distante as pretensões para por fim a fome em 2030. (https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/relatorio-da-onu-ano-pandemico-marcado-por-aumento-da-fome-no-mundo).

Quantos morreram de fome em 2020? Segundo a Organização Não Governamental, Oxfam, hoje, estimadamente 11 pessoas morrem de fome no mundo, POR MINUNTO.  “A ONG calcula ainda que até o final de 2021, cerca de 12 mil pessoas poderão morrer diariamente de fome associada à pandemia, potencialmente mais do que os óbitos pela própria covid-19.” (https://www.dw.com/pt-br/mundo-tem-11-mortes-por-fome-por-minuto-estima-oxfam/a-58216949). No Brasil 12,8% estão na extrema pobreza, alguns comendo ração para cachorro e outros tantos pegando a fila do osso.

A pandemia levou milhões de vidas em todo planeta, chegaram a dizer que ela era democrática e que atingia igualmente todas as classes sociais. Mentira. A verdade é que matou muito mais trabalhadores proporcionalmente. A pandemia passou a ser uma sindemia, termo cunhado pelo antropólogo médico americano Merrill Singer na década de 1990 para explicar uma situação em que “duas ou mais doenças interagem de tal forma que causam danos maiores do que a mera soma dessas duas doenças”¨( https://cee.fiocruz.br/?q=node/1264). Na sindemia adiciona-se as condições próprias das doenças, as condições sociais e ambientais em que a população está inserida. Os números dos que morrem pela Covid-19 são distorcidos propositadamente para disfarçar as morte por pobreza.

O capitalismo tem praticado cada vez mais, literalmente, a necropolítica (política de morte). Regiões e populações inteiras não interessam mais ao sistema, nem como produtores e nem como consumidores, podem simplesmente morrer. Enquanto isso uma pequena minoria de trilionários curte a vida da forma mais bizarra possível, alguns tomando banho em banheiras cravadas de diamantes e lotadas de leite, ou simplesmente tratando os pobres como ratos (tem um seriado sul coreano que virou febre no Brasil, Round 6), onde os pobres são colocados como diversão para uma minoria de VIPs, pagando com a própria vida. Alguma identidade pode ter sido criada pelo sucesso da série no Brasil.

Privatizações e desemprego

A Lei Tendencial da Queda da Taxa de Lucro (K. Marx), torna-se cada vez mais explicita durante a maior crise capitalista de todos os tempos e o esgotamento do próprio modo de produção fundado na exploração do homem pelo homem. Uns pouquíssimos vivendo com praticamente tudo e a grandiosíssima maioria vivendo de quase nada ou de restos quando não morrem.

“Mas nada é mais falacioso do que o fato de que, de modo geral, a taxa de lucro pode aumentar enquanto a quantidade de capital investida no trabalho diminui. Exatamente o oposto ocorre. Proporcionalmente, menos mais-valia é produzida, e a taxa de lucro, portanto, cai.” – Marx, Teorias da mais-valia, Capítulo 24

A superprodução de capitais e a desvalorização do trabalho está no epicentro da crise e no seu aprofundamento a partir de 2008.

Gráfico

Descrição gerada automaticamente

Segundo a Revista The Economist, de janeiro de 2018, a queda da taxa de lucros das empresas norte-americanas e europeias se aproximava dos 25%. Um percentual muito alto para os capitalistas e que estaria levando a falência de diversas empresas. Em julho deste ano a mesma revista trouxe uma matéria sobre o assunto, isto por si só é um sinal de que as coisas não vão bem no capitalismo (https://www.economist.com/finance-and-economics/2021/07/17/why-investors-are-worried-about-a-profits-squeeze-in-2022).

Hoje os capitais financeiros tomaram conta de tudo, do que é produzido, mas principalmente do que não é produzido. Os capitalistas não investem mais na implantação de novas fábricas e simplesmente começam a emitir títulos de uma duvidosa produção futura e vendem esses títulos no mercado, em ações das bolsas. O capital financeiro circula livremente pelo mundo inteiro e procura como mosca onde ele pode comprar ativos para melhorar seu perfil no mercado. Vale tudo. O Estado colabora para a reprodução deste tipo de capital, afinal o Estado tem dono: a burguesia. Entregam tudo, as estatais, o solo urbano para especulação imobiliária e jogando as pessoas para uma situação cada vez mais precária.

Esses grandes capitalistas, como verdadeiros donos do mundo, exigem que os governos, quase todos financiados por eles, irriguem recursos públicos para as contas privadas. Os de cima sobem e os de baixo descem. Estamos indo para uma situação insustentável diante do ultraneoliberalismo. Desde Margaret Thatcher, na Inglaterra, nunca se viu tanta depredação dos bens públicos e benefícios aos grandes capitalistas.

E neste contexto de especulação financeira e crise geral do capitalismo que a sanha por privatizar tudo ganha fôlego. Para aumentar o desespero para os trabalhadores, uma situação de refração produtiva o desemprego está em patamares nunca antes visto. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado alcançamos o recorde de desempregados no Brasil, com um pouco mais da metade da mão de obra ativa sem trabalho.

Com o governo Temer e Bolsonaro o Brasil deu um salto enorme na sua entrega para os grandes monopólios internacionais. A privatização de algumas empresas como o metrô parece ir contra todas as expectativas de lucros, mas não é assim, aos capitais que circulam o mundo interessam comprar qualquer tipo de propriedade, elas não têm que necessariamente produzirem ou servirem de moradia, pode-se, por exemplo construir casas e apartamentos para ficarem vazios, o que importa é que estão agregando valor à enorme quantidade de capital que estão na mão de pouquíssimos. O metrô é um presente para esses capitalistas. Está aberto o caminho para a pinochetização.

A pinochetização nada mais é que a liberdade total para os capitais e a repressão brutal sobre os movimentos dos trabalhadores e os movimentos sociais como um todo. Não é por acaso que vem sendo aprovado, no Brasil, toda uma legislação repressiva. O PL 1595 é um dos marcos dessa política de endurecimento do regime político.

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