Bolsonaro acaba antes de começar

Bolsonaro acaba antes de começar

Matéria original publicada por Gazeta Revolucionária em janeiro de 2019 

Volta a se repetir no Brasil o circo que acabamos de assistir nas eleições mais golpistas dos últimos 90 anos e que culminou com a imposição do governo de Jair Bolsonaro. Duas semanas após Bolsonaro ter assumido, começou a chuva de denuncias contra os filhos de Bolsonaro, que já atingiu a esposa e colaboradores próximos. A imprensa golpista, encabeçada pela Rede Globo mais uma vez, têm caprichado nos ataques. No Jornal Nacional do dia 18.1.2019, foi dada a largada dos ataques: 24 minutos dedicados a massacrar a família Bolsonaro e seus amigos, e mais 8 minutos para falar das novas delações do ex ministro Antônio Palocci contra o ex presidente Lula.

A esquerda integrada ao regime entrou em júbilo. É a mesma esquerda que legalizou a “vitória” de Bolsonaro, encabeçada pela ala direita que tomou o controle do PT, o grupo Mensagem ao Partido de Fernando Haddad. Os blogueiros do PT ecoaram a campanha da direita golpista (como sempre). O famoso jornalista Luís Nassif, ligado a Haddad, sintetizou bem essa política quando escreveu que “o vice-presidente, general Hamilton Mourão, tem sido cada vez mais procurado pelo meio empresarial, por aparentemente ser o único foco de racionalidade no governo, capaz de ouvir e entender.” Essa esquerda que tinha se integrado à “democracia neoliberal imperialista” desde o primeiro governo de FHC e que buscava se integrar como esquerda consentida do governo Bolsonaro, agora proclama que um regime militar de puro sangue seria uma alternativa “democrática” ao “corrupto” Jair Bolsonaro.

O ponto de inflexão

Os preparativos para impor um regime militar de puro sangue veem, pelo menos desde 2013. A imposição de Bolsonaro acarretou junto 41 militares de alta patente que ocupam posições em 21 áreas públicas estratégicas. Todos os principais mecanismos de controle ditatoriais contra a população, próprios da Ditadura Militar, voltaram a ser colocados em pé. Mas ainda falta a instauração de um regime de terror aberto com o objetivo de destruir as organizações dos trabalhadores e o que restou das liberdades democráticas.

Um primeiro passo imposto pelo imperialismo norte-americano para avançar contra as massas no Brasil é a liquidação da Previdência Social. Já na segunda semana de governo ficou clara a incapacidade de Bolsonaro de avançar nesse sentido, tanto por causa da clara impossibilidade de domesticar o Congresso, assim como de conter um iminente ascenso de massas. Imediatamente os ataques contra Bolsonaro estouraram.

O modelo do imperialismo norte-americano é um governo Macri com baionetas, que tenha a capacidade de impor o massacre da Previdência e dos direitos trabalhistas, para começar, na bala se preciso for.

A crise capitalista como pano de fundo

O mundo caminha cada vez mais aceleradamente rumo ao maior colapso da história. A crise nos Estados Unidos tende a se descontrolar, assim como acontece na Europa.

Pela primeira vez, desde 2012, vemos a imprensa imperialista dar notícias de uma “macro greve” nos Estados Unidos, a dos professores de Los Angeles, que durou uma semana e que teria provocado “perdas milionárias.

A América Latina foi transformada pelo imperialismo norte-americano na arena a partir da qual pretende lançar uma ofensiva em escala mundial. Após as derrotas sofridas no Oriente Médio e na Ásia, a escalada das contradições na Europa e o aumento da influência da China e da Rússia na África, aconteceu uma relativa retração ao pátio traseiro. Os governos nacionalistas estão sendo varridos do mapa. Depois da obscena direitização do governo de Lenin Moreno, indicado pelo ex presidente equatoriano Rafael Correa, assistimos a uma brutal capitulação do presidente da Bolivia, Evo Morales, que era o outro pilar do chamado “Socialismo do século XXI”, tanto em relação ao caso Césare Battisti, como em relação ao governo golpista brasileiro.

Os canhões do imperialismo estão apontados contra a Venezuela, que é a principal “pedra no sapato” para controlar a região a ferro e fogo, para conter as tendências revolucionárias, para militarizar as sociedades, para expulsar os russos e os chineses da região. Se trata de uma guerra regional para “Libianizar” a região, apoderar-se das matérias primas de maneira direta e, uma vez fortalecido, direcionar-se para uma guerra de maior envergadura.

A saída revolucionária para a crise passa pela organização da luta nacional e regional da classe operária e das massas, que deve ser realizada a partir da unificação em cima da luta contra os ataques colocados.

Fora Bolsonaro e os militares!

Não à agressão militar contra Venezuela!

Por um Congresso Nacional de trabalhadores para definir um plano de lutas!

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