As “entrelinhas” da entrevista de Lula a Reinaldo Azevedo

As “entrelinhas” da entrevista de Lula a Reinaldo Azevedo

A recente entrevista de Lula ao jornalista Reinaldo Azevedo é muito interessante porque expôs, nas palavras do próprio Lula, a política do PT para “sair da crise”.

Foi o típico “repeteco” de “la garantia soy yo”. Voto em mim que eu irei salvar o Brasil.

Lula botou uma lápide na Carta ao Partido, que escreveu quando se encontrava na prisão, onde chamava a direção do PT a mobilizar o povo nas ruas para enfrentar e derrubar o governo golpista de Bolsonaro.

Não devemos esquecer que o PT controla as principais organizações de massas, como a CUT, o MST, vários movimentos sociais e centenas de sindicatos. E por meio dos aliados da “esquerda” oficial ainda controla as organizações estudantis, como a UNE (União Nacional dos Estudantes), UBES (União Brasileira dos Estudantes) e as UMEs (União Municipal dos Estudantes), o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).

As direções dos partidos políticos, dos movimentos sociais e sindical entraram em estado de coma há quatro anos. O motivo central foi o aumento da pressão do imperialismo, operada pelos generais. Quem ousar organizar alguma luta, será preso em cima dos dossiês que o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) levantou sobre todo mundo.

Não é por acaso que as únicas greves nacionais contra o governo Bolsonaro foram impulsionadas por Gazeta Revolucionária nos Correios, contra todos os partidos políticos (que até assinaram a PEC149 que privatiza os Correios) e todos os pelegos, que se esforçaram para isola-la e quebra-la. A mando de quem? 

Falou o representante do Grupo de Puebla

Depois da saída da prisão, Lula “esqueceu” totalmente a Carta ao Partido e se converteu num militante de destaque do Grupo de Puebla.

Este Grupo aprofunda a política de “bateção no peito” dos anos de 1980. Agora não é que o “socialismo não funcionou” e vamos cuidar dos próprios negócios. Agora é “vamos militar a favor do governo Biden”, que na prática é o governo  dos “senhores da guerra” a mando dos super ricos.

Na entrevista, Lula defendeu transformar as empresas estatais em empresas de economia mista com ações nas bolsas de valores como a Petrobras.

O “detalhe” é que a participação das empresas na Bolsa de Nova Iorque as submetem à legislação dos Estados Unidos, o que joga no lixo qualquer resquício de soberania. Esse, junto com os duros golpes da Operação Lava Jato, da qual o próprio Lula foi vítima, estiveram na base na destruição generalizada das grandes empresas nacionais.

Sobre os bancos, não houve uma única palavra sobre o repasse de R$ 1,250 trihões em março do ano passado, a aprovação da vergonhosa PEC10-2020, da Autonomia do Banco Central ou da abertura de contas em dólares para as grandes empresas. Em sentido oposto, foi elogiado a lucratividade obscena do sistema financeiro nos governos Lula e ainda colocou como política o aumento do crédito para o povo comprar, embora tenha todo mundo ficado ultra endividado com essa política.

Sobre as vacinas, defende a compra de vacinas [em abstrato], ou seja a “obrigação” do governo brasileiro de comprar as bombas tóxicas denominadas “vacinas” dos laboratórios norte-americanos, que são os que mandam no Brasil.

Sobre as alianças, a “frente ampla” estará no centro da política do PT, até porque essa é a pressão do imperialismo. A última dança de cadeiras no governo Bolsonaro mostrou que o “teatro de operações” operado pelos generais, que atua como um Partido Militar, visa eles mesmos fortalecerem o papel de árbitros, por em cima de alguns partidos do regime, recriando os antigos Arena e MDB, este último a “esquerda” consentida.

A saída de todo o regime político brasileiro, que atua a mando do governo Biden, é aumentar o massacre do povo brasileiro, mantendo a política generalizada e crescente de asfixia para salvar os lucros dos grandes capitalistas. Este acumulam a “bomba atômica” dos volumes gigantescos e crescentes de capitais fictícios/ especulativos. É por esse motivo que preparam uma grande guerra como saída para a crise.

A saída dos trabalhadores e do povo brasileiro para a crise passa pela organização pela base (devido a que as direções foram cooptadas).

Os verdadeiros revolucionários e anti-imperialistas devem se preparar para organizar a luta do iminente levante de massas colocado para o próximo período. E para isso devem levantar as bandeiras de luta centrais que a “esquerda” oficial jogou no lixo há décadas.

Levante ! Organize-se! Lute!
A hora de Lutar é Agora!

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