Grande teórico revolucionário e companheiro de Karl Marx, com quem elaborou o socialismo científico, Engels foi um dos maiores pensadores e mestre da classe operária mundial.

Aos 200 anos do nascimento de Friedrich Engels (28 de novembro)


Marx e Engels trabalharam juntos durante 40 anos, formularam as leis fundamentais da história da humanidade e demonstraram que toda a história escrita, até os nossos dias, nada mais é do que a história da luta de classes, onde uma classe social sempre domina sobre as outras.

Explicaram, cientificamente, que o socialismo não é uma utopia, mas sim, o resultado lógico do desenvolvimento das forças produtivas da sociedade. Demonstraram que a classe operária deve lutar pela sua emancipação, destruindo a propriedade privada dos meios de produção por meio de uma luta política para impor o seu interesse de classe, superando a classe dos capitalistas.

Friederich Engels


Engels nasceu em 28 de novembro de 1820, em Barmen, na Renânia, no reino da Prússia. Era o mais velho dentre nove filhos. O pai, Friedrich Engels, era industrial, empreendedor conservador e muito religioso. A mãe, Elisabeth Engels, era uma intelectual muito interessada em arte e literatura, que exerceu forte influência em seu primogênito.

Desde os dezoito anos de idade, já trabalhava na empresa do pai, por insistência deste. Adquiriu prática comercial e conheceu de perto a situação dos trabalhadores dos grandes centros industriais da Prússia e, concomitantemente, aprofundou seus estudos filosóficos, científicos e políticos.
Na época, a situação política na Alemanha era de ascenso da revolução democrática burguesa contra o regime absolutista prussiano. Era no campo filosófico que, antes de tudo, se manifestava o radicalismo burguês. Engels se tornou um discípulo de Hegel, que apresentava uma doutrina revolucionária, predominante na filosofia alemã da época.

A filosofia idealista de Hegel foi colocada de ponta cabeça por Marx e Engels. Em 1844/45 a primeira obra conjunta dos pais do socialismo científico, “A Sagrada Família” (ou “A Crítica da Crítica da Crítica”), critica o idealismo hegeliano, em particular os hegelianos de esquerda e, precisamente, se opõem aos irmãos Bauer.

A partir daqui já começa a se desenvolver os rudimentos do materialismo dialético e da interpretação materialista da história, descobrindo que as leis dialéticas se realizam verdadeiramente no campo concreto da luta de classes e não no campo das ideias. Com a obra “Ideologia Alemã”, 1845/46, Marx e Engels avançam num pensamento autônomo, superando definitivamente Hegel e Feuerbach.


Em 1842, Engels foi para Manchester, Inglaterra, trabalhar numa firma de seu pai onde entrou em contato direto com os trabalhadores e estudou os documentos oficiais que revelavam a real condição da classe trabalhadora. Em 1845, publica o livro “A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra”, onde conclui que os trabalhadores, devido a sua situação precária, teriam que lutar pela sua emancipação política, pelo socialismo.


Engels publicou, em 1844, o “Estudo Crítico Sobre a Economia Política”, uma crítica ao capitalismo sob o ponto de vista socialista. Tal obra estimulou Karl Marx a aprofundar o estudo da economia política, o que culminou na produção do livro “O Capital”.


Entre 1845 a 1847, Friedrich Engels viveu em Bruxelas e em Paris, e juntamente com Marx, entrou em contato com a “Liga dos Comunistas”, uma associação secreta de operários alemães que os encarregou de expor os princípios fundamentais do socialismo elaborado por eles.

Assim, em 1948, é publicado o “Manifesto do Partido Comunista”, que constitui um dos tratados políticos mais consistentes e influentes de toda a História, onde expõem um claro programa de luta da classe operária pela destruição do capitalismo e pela construção de uma sociedade igualitária.


Marx e Engels retornaram à Alemanha durante a Revolução de 1848 e publicam, na cidade de Colônia, o jornal “A Nova Gazeta Renana”, que combatia firmemente as forças da reação absolutista prussiana, defendendo posições democráticas e revolucionárias.


Nesse período, Engels participou de várias ações armadas. Destaca-se na cidade de Elberfeld, em 1849, após uma insurreição operária, sua militância ativa como membro do Comitê de Segurança no enfrentamento contra as forças prussianas.

Após a vitória do governo, com a derrota da insurreição, Engels participou de ações no território do Palatinado onde serviu como ajudante-de-campo do comandante das operações que dirigia um destacamento composto basicamente por operários. O Exército revolucionário do Palatinado recua para a região de Baden e se funde com as tropas insurretas de Baden. Engels desempenha papel ativo em várias batalhas.

Com a derrota dos destacamentos populares insurretos, o revolucionário voltou para a Inglaterra e se tornou sócio da empresa de seu pai, em Manchester.

Em 1870, Engels se muda para Londres e, mais próximo de Marx, convive e colabora com o companheiro e amigo até a morte deste, em 1883. Antes de morre, Marx não chegou a concluído “O Capital”, tarefa que Engels desempenhou a partir de esboços de Marx, redigindo e publicando os livros II e III. Não chegou a redigir o livro IV.

Em 1878, escreveu o “Anti-Dühring”, em que polemiza com o filósofo alemão Eugen Dühring, que havia “criado” uma teoria geral do socialismo antimarxista. Neste livro, considerado o principal de Engels, é exposta as afirmações fundamentais do marxismo, alicerçado na filosofia, mas abrangendo as ciências naturais e sociais, a economia, a política e o socialismo.

Outra obra fundamental de Engels, “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, escrita em 1884, aprofundou, sob o ponto de vista do materialismo histórico, a investigação iniciada pelo antropólogo norte-americano, Lewis Morgam, que na época era a mais avançada análise das sociedades primitivas. Elaborou que a evolução histórica está relacionada com o grau de domínio da técnica e da natureza pelo homem.

A figura grandiosa de Engels subsistiu, após a morte de Marx, como um “farol” para o proletariado europeu. Os socialistas de toda a Europa acorriam ao seu conhecimento enciclopédico para avançar na construção dos Partidos Socialistas. E Engels atuava, de fato, como dirigente dos revolucionários de todo o continente europeu.

E conforme Lenin destacou:

“A memória de Friedrich Engels, grande combatente e mestre do proletariado, viverá eternamente!”.

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