Por Florisvaldo Lopes
Há um ano que o povo sofre devido à pandemia de COVID, que “por coincidência” veio no momento em que atravessamos a maior crise do sistema capitalista, quando milhares de pessoas estavam indo às ruas se manifestar contra a situação de miséria e aos ataques impostos pelo sistema que visa o lucro acima de tudo, inclusive acima da vida humana.
Houve manifestações populares em vários países, França, Equador, Peru, Colômbia, Haiti, Puerto Rico, Bolívia, EUA, Chile.
No Chile o povo foi às ruas paralisando o governo por vários meses, mesmo sofrendo dura repressão das forças do Estado que deixou milhares de presos, perda da visão devido a tiros de 450. Só conseguiram conter a luta com a pandemia.
É claro que a pandemia existe e mata, porém governos e os aparatos da burguesia, tem imposto terror às massas mundo afora usando a COVID. Ao mesmo tempo, os governos repassam trilhões de dólares às grandes empresas para se recuperarem da crise econômica que eles mesmos provocaram, principalmente aos bancos.
Enquanto eles usam a pandemia para manter seus lucros sugando os recursos públicos, o povo perde o emprego, passa fome e vive sob pressão diária com medo de ser contaminado.
Em nenhum momento, os governos que impõem o terror pedindo medidas de proteção ao povo, falando que não pode se aglomerar, que deve usar máscara, higienizar as mãos, não exigem que se pare a produção mantendo os salários dos trabalhadores, para que assim este possa cumprir as deliberações exigidas na pandemia, ou seja, ficar em casa.
Na verdade o que ocorre é o contrário; o povo trabalhador vive amontoado nos ônibus e metrôs das grandes cidades para ir ao trabalho e manter a produção capitalista a todo vapor, e caso se contaminem e morrem haverá no mercado milhares de trabalhadores esperando por uma vaga a troco de qualquer salário.
Os shopping centers estão abertos mas há controle contra quem protesta.
Aqui vale lembrar também que o povo não pode se aglomerar nem mesmo visitar familiares que moram distantes, porém o que temos visto é a burguesia e vários políticos promovendo festas com centenas de participantes, sem tomarem nenhuma proteção nem mesmo, em muitos casos, o uso da máscara.
Portanto, essa pandemia veio “por coincidência” para disfarçar a bancarrota do capitalismo, ela serviu para que os governos repassem trilhões de dólares a quem controla verdadeiramente o mundo, ou seja, a grande burguesia, as grandes empresas, seus bancos e seus laboratórios farmacêuticos.
Para que nós trabalhadores não sejamos jogado no abismo que nos impõe a burguesia e seus governos, precisamos nos organizar para uma luta unida contra o sistema capitalista e seus representantes políticos.
Devemos nos organizarmos por local de trabalho, moradia e movimentos sociais, com independência de classe.
Sabemos da dificuldade de fazer isso; afinal precisamos sobreviver e ao lutarmos, digamos, no local de trabalho, podemos ser demitidos. Porém nesse momento, não temos garantia de permanecer nos empregos; sendo assim, melhor perder lutando que sem fazer nada.
Além de tentarmos sobreviver estamos sendo traídos a cada dia por quem deveriam nos ajudar na nossa luta, ou seja, os ditos “representantes legais” sejam os dirigentes sindicais, sejam os dirigentes das associações sociais, sejam os políticos de esquerda. Todos eles se venderam ao capital e há anos vêm nos traindo.
Só a unidade dos trabalhadores poderá mudar o jogo para nosso lado. A luta é dura, mas organizados somos maioria.
