A América Latina no furacão da crise hoje

A América Latina no furacão da crise hoje

A luta diária contra o massacre da América Latina e Brasil
Alejandro Acosta
18/02/2021
@radioexpressa

Música: Santiago Feliú – “Ansias del alba”
https://youtu.be/BT_lM3t4LGw

A situação da América Latina hoje tem como pano de fundo principal, o acelerado aprofundamento da crise mundial, que se encontra semi disfarçada pela pandemia.

Recentemente, o jornal Financial Times, um dos maiores observatórios do grande capital, disse que a crise capitalista na Grã Bretanha é a pior dos últimos 300 anos. E fica cada vez mais evidente.

Os volumes de capitais especulativos/ fictícios batem todos os recordes. Eles são controlados pelos grandes capitalistas que impõem que não quebrem.

Para aplicar essa política, todos os povos do mundo estão sendo colocados na sarjeta, a começar na América Latina que é considerada o quintal traseiro dos Estados Unidos.

Os repasses de recursos para os grandes capitalistas fica mais obsceno.

Brasil à frente da política do imperialismo

No Brasil, depois do governo Bolsonaro ter repassado aos bancos R$ 1,250 trilhões em março do ano passado e de ter aprovado a nefasta PEC-10/2020, a PEC da Guerra (contra o povo), agora avança como um trator.

Quando a “esquerda” oficial, que atua como uma direita, dizia que Bolsonaro estava morto, o Governo Bolsonaro impôs os presidentes do Senado (Pacheco foi eleito com o apoio do PT e do PDT!) e da Câmara dos Deputados.

A entrega do Brasil entra numa nova etapa, muito mais dura. A Reforma Administrativa, que permitirá a demissão dos funcionários públicos, está em pauta, junto com a PEC 186 que permite  a redução dos salários dos funcionários públicos em 50%.

Agora tudo pode ser imposto como o deixou claro a aprovação da Autonomia (privatização) do Banco Central por 339 votos a 114, seguida pela aprovação da abertura de contas em dólares no Brasil.

O Brasil continua sendo o carro chefe do controle da América Latina pelo imperialismo, em cima dos modelos do pinochetismo chileno e do narco paramilitarismo colombiano.

Equador é a Bolívia amanhã

No Equador, o primeiro turno das eleições fechou com a vitória do candidato de Rafael Correa (que foi banido), Andrés Arauz. Ainda há os recontos dos votos para ver quem irá ao segundo turno. Yaku Pérez, o indigenista identitário apoiou o direitista Guillermo Lasso em 2016 contra o então candidato de Rafael Correa, Lenin Moreno. Independentemente dos resultados do reconto, o sistema político se encontra muito dividido por política do imperialismo. O objetivo é descomprimir um pouco os ataques de Lenin Moreno, mas mantendo a escalada da espoliação do povo.

Lasso é um elemento da direita tradicional. Yaku Pérez é da ala direita do indigenismo. Arauz é uma espécie de Luis Arce.

Na Bolívia, o governo de Luis Arce aprovou a anistia a Evo Morales e a centenas de dirigentes do MAS (Movimento ao Socialismo). Muito positivo. Mas nada foi feito, a não ser cosmética sobre o golpe policial/ militar apoiado pelo imperialismo contra o governo de Evo Morales, nem contra os grupos fascistas que o viabilizaram. De fato se trata de uma anistia geral, onde os lutadores sociais ficam na mesma posição que os anistiados de 1979 no Brasil, deixando como jurisprudência que os golpistas e assassinos não serão justiçados.

Argentina: de Menem a Alberto Fernández

Na Argentina, o governo de Alberto Fernández manteve impunes todas as atrocidades cometidas pelo governo Macri, tanto em relação à disparada da dívida pública como na escalada da repressão e dos assassinatos pelas fascistas e ultra corruptas polícias. 

Carlos Saúl Menem acabou de falecer à idade de 90 anos impune após ter quebrado e massacrado a Argentina. Os Kirchners foram menemistas de carteirinha até o ponto de Nestor Kirchner ter privatizado o primeiro banco provincial, o da Província  de Santa Cruz. E tudo tem sido feito com a cumplicidade total do Senado e da Suprema Corte de Justiça. Esta também foi omissa no caso da explosão do Rio Terceiro, arquivou em tempo recorde o atentado contra a Embaixada de Israel e continua a se fazer se surda e muda no caso de AMIA; em todos estes casos aparecem os dedinhos dos serviços de inteligência. O Senado tem absolvido todo tipo de crimes de alto nível.

Hoje a dívida pública argentina é três vezes maior que a de 1999. A entrega de todas as empresas públicas a troco de pinga colocou a Argentina de joelhos ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e os grandes capitalistas imperialistas. 

A inflação e o desemprego dispararam em toda a região. E não há nada mais revolucionário que a inflação, de acordo com as palavras de Lenin.

A luta continua

A luta continua em vários países do Continente. No Chile, os protestos contra a “democracia” pinochetista continuam. Há uma greve geral marcada para o dia 5 de março.

No Haiti, grandes protestos continuam.

Protestas também continuam na França contra a Lei de Seguridade Nacional, em Beirut (Líbano), eclodiram na Espanha contra a prisão do famoso rapper Pablo Hasel. Há os protestos o golpe militar em Myanmar.

Os povos da América Latina e do mundo se encontram a cada dia mais na encruzilhada de lutar ou morrer em cima da política de terra arrasada imposta pela grande burguesia. Novas lutas inevitavelmente virão no próximo período, até de mãos dadas com as ditaduras pinochetistas, o fortalecimento do fascismo e o mundo sendo levado a uma nova grande guerra.

Estamos retornando com O Doleiro, a primeira série para as redes brasileiras, na sexta feira 19 de fevereiro. Como um instrumento para a massificação da consciência política das massas.

Levante ! Organize-se! Lute!
A hora de Lutar é Agora!

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